História da conquista do mundial

 

O Corinthians entrou para os anais da história do futebol como o primeiro campeão do Mundial de Clubes da Fifa. Um título que recolocou o Timão na rota das grandes conquistas internacionais.

A competição foi realizada entre os dias 5 e 14 de janeiro de 2000, com sedes em São Paulo e no Rio de janeiro. O Corinthians foi o campeão do Grupo A, que também tinha o Real Madrid(Espanha), Raja Casablanca(Marrocos) e Al-Nassr(Arábia Saudita) e conquistou a vaga na final contra o Vasco, no Maracanã. O Vasco da Gama venceu o South Melbourne (Austrália), o Manchester United(Inglaterra) e o Necaxa(México) na fase de classificação. Na decisão brasileiro do Mundial, o timão venceu o Vasco por 4 a 3, nos pênaltis, depois de um empate sem gols no tempo normal de na prorrogação com morte súbita, e conquistou o histórico título de campeão do "I Mundial de Clubes", organizado pela Fifa.

O Timão fez do Mundial uma espécie de reapresentação no cenário internacional. Mesmo castigado pelo calendário doméstico, o bi-campeão brasileiro ainda encontrou forças para jogar mais 3 partidas contra campeões de outros continentes em apenas 5 dias.

Estréia - O primeiro jogo no Mundial aconteceu no dia 5 de janeiro de 2000, contra o Raja Casablanca, do Marrocos, um time sobre o qual pouco se sabia até aquela data. No gramado do Morumbi, o Timão partiu para o ataque e venceu por 2 a 0, gols de Luizão e do estreante zagueiro Fábio Luciano.

Definição - Os dois favoritos do Grupo A se enfrentaram no dia 7 de janeiro, às 18h45, no Morumbi. Corinthians e Real Madrid tinham vencido seus adversários na estréia e, praticamente, poderiam definir a posição do grupo já na segunda rodada O grande vencedor daquela noite foi o torcedor do alvi-negro, que viu uma das melhores partidas do Mundial terminar empatada por 2 gols.

Foi uma partida emocionante, com jogadas bonitas lá e cá, daquelas para entrar na história dos grandes clássicos internacionais. Anelka fez o primeiro do Real, desviando um chute cruzado de Roberto Carlos. Edílson empatou depois de receber um passe de Luizão e virou o jogo com um golaço. O atacante entrou na área driblando os zagueiros, tocou entre as pernas de Karembeu e bateu com força, no canto de Casillas. Corinthians 2 a 1. Naquela noite, Dida fez defesas fantásticas. Só não deu para salvar o toque de Anelka, aos 26 do segundo tempo. O atacante do Real recebeu lançamento por trás da zaga, tirou o goleiro da jogada e tocou para o gol. 2 a 2. Dida ainda salvou o Timão num pênalti assinalado pelo árbitro Willian Mattus Vega, da Costa Rica. Dida saltou corretamente para o canto direito, rebatendo a bola batida por Anelka e garantiu o empate.

Confirmação - Na última rodada, em 10 de janeiro, o Timão venceu o Al-Nassr por 2 a 0, e o Rel Madrid derrotou o Raja Casablanca, por 3 a 2, na preliminar. Foi mais uma noite emocionante da Fiel, dessas para ficar na história. Quem foi ao Morumbi tinha uma dupla missão: torcer contra o Real no primeiro jogo e por uma goleada do Timão, na partida de fundo. Real e Corinthians estavam com o mesmo número de pontos, os dois precisavam da vitória e definiriam a vaga no saldo de gols, em caso de novo empate nos pontos.

Deu tudo certo. O Raja Casablanca perdeu por 3 a 2, mas correspondeu ao apoio da torcida e deu um sufoco na equipe de Madrid. Bastava ao Timão ganhar por uma diferença de dois gols do Al-Nassr, da Arábia Saudita. No papel, poderia até parecer fácil, mas não foi. A partida teve de tudo. Lances maravilhosos no ataque e na defesa, erros de passes, contra-ataques e disputas acirradas em todos os cantos do gramado. Ricardinho fez o primeiro gol, depois de receber um passe de Edílson, pela esquerda, aos 25 do primeiro tempo. Faltava mais um gol, que só saiu na metade do segundo Rincón recebeu uma bola de Luizão na entrada da área, deu um toque e soltou a bomba, de pé direito. 2 a 0. A torcida ainda viu os atacantes do Al-Nassr errarem duas ou três finalizações que poderiam complicar a vida do Timão. Valeu o duplo esforço. O Timão ficou em primeiro lugar no Grupo A e só terá mais um jogo pelafrente: o da decisão.

A Vitória no Maracanã - Corinthians e Vasco fizeram uma partida disputada, lance a lance, na final do "I Mundial de Clubes", dia 14 de janeiro de 2000, no Maracanã. Os times iam para o ataque com cautela, sabendo que um erro poderia ser fatal. Marcelinho teve a melhor oportunidade do primeiro tempo para abrir o placar. O meia recebeu um passe de Ricardinho, dentro da área e deu um leve toque, rasteiro, no canto direito do goleiro Hélton, que se esticou todo e tocou para escanteio, de ponta de dedo.

Na volta para o segundo tempo, a tensão foi ainda maior. O Timão procurou cadenciar o jogo. As arrancadas para o ataque eram feitas só na certeza de que haveria cobertura, no caso de um erro de passe. No final do tempo normal, os jogadores de ataque e meio-de-campo ficaram mais de dois minutos com a bola passando de pé em pé. Valeu a experiência. O Timão soube dosar as forças e o lado emocional, especialmente nos 30 minutos da prorrogação.

Na decisão por pênaltis, coube ao Timão iniciar as cobranças. Rincón, Fernando Baiano e Luizão marcaram. O mesmo aconteceu com Romário e Alex Oliveira, pelo Vasco. A estrela de Dida brilhou na cobrança do lateral Gilberto. O goleiro do Timão defendeu a bola batida com força, no canto direito, à meia altura. Edu bateu o quarto pênalti e confirmou a vantagem do Timão. Viola fez para o Vasco e deixou a decisão para a quinta cobrança de cada lado. Hélton defendeu o chute de Marcelinho e reacendeu as esperanças do time carioca. Tudo estava nos pés de Edmundo, que chutou para fora.

Assim, o Timão conquistou seu décimo-primeiro título internacional. Há quem diga que as conquistas anteriores não eram oficiais. Agora não tem desculpas: o Timão é o primeiro campeão do Mundial de Clubes da Fifa, mais um título histórico.

Edílson foi eleito o melhor jogador do "I Mundial de Clubes". Ele foi o indicado por 221 votos dos jornalistas credenciados. Edmundo foi o segundo, com 189 votos, e Romário, o terceiro, com 125 votos. O atacante do Timão ganhou ainda a "Chuteira de Bronze", pelos dois gols marcados no Mundial.

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