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Florensina

Florensina

Ela vive sozinha, ela não tem pai nem mãe. Ela, claro, já teve pai e mãe, mas eles morreram, já faz algum tempo. Hooo!!! Sim, quanto tempo? Mas isso faz parte do que eu vou contar aqui. O que vou contar? Vou contar uma história dessa menina, que, agora, está solitária e vive no mato, não sabe falar e vive como os animais. Bom, tudo começou na madrugada de uma segunda feira de 1852. Nesse tempo, havia um casal que morava em um sítio perto de Viamão. O homem se chamava Luiz, a mulher se chamava Leopoldina. E aconteceu, que a mulher, que estava grávida de nove meses, sentiu as dores do parto, e o homem se desesperou e não sabia o que fazer, pois eles moravam longe de qualquer recurso, no meio de um mato. Então, o homem, que não teve tempo de pensar muito, pegou a sua mulher e saiu com ela para procurar recurso. Ora, o homem não tinha nem uma carroça para levar a mulher. Eles saíram a pé, e chovia muito e trovejava. E caminharam para a estrada que ficava há uns 100 Kilometros da casa onde moravam. No caminho, tiveram várias dificuldades; iam se molhando, se atolando no barro, se assustando com o barulho dos animais noturnos que habitavam as florestas por onde eles passavam. Depois de umas duas horas de caminhada, a mulher parou e disse: - Eu não estou mais agüentando, acho que vai nascer agora. O homem, então, disse: - Agüenta mais um pouco, pois, que talvez encontremos alguém que nos ajude. E eles continuaram a caminhar, e caminharam mais uns 2 Kilometros e encontraram uma velha casa no meio de uns matos. A casa parecia mau assombrada, era velha, de madeira, muito grande. Bateram na porta a primeira vez, ninguém atendeu, batemos outra vez, e ninguém atendeu, batemos a terceira vez e também ninguém atendeu. A mulher, em meio a dores e gemidos disse: - Eu acho que vai nascer. O homem, desesperado arrombou a porta da casa e entrou na casa com a mulher gemendo quase por ganhar. Então chegou a hora, e o nenê nasceu, sim, nasceu uma menina moreninha de olhos castanhos, seus pais lhe puseram o nome de Florensina . Seu pai ajudou a fazer o parto e correu tudo bem.















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O resto da história

Mas eles não podiam voltar para casa naquele momento, porque o homem estava muito cansado e a mulher muito fraca, pois acabara de dar á luz. Então resolveram ficar naquela casa aquela noite. Lá pelas tantas da madrugada, quando tudo parecia bem ouviu-se um grande barulho; era um trovão acompanhado de um grande clarão. Sim, um raio caiu em uma árvore, que estava encostada na casa, e aquela velha casa começou a pegar fogo. Em segundos ela já estava toda tomada pelas chamas. Não deu tempo de ninguém sair da casa, a menina, porém, conseguiu se salvar porque ela caiu no chão derrubada por sua mãe, que se assustara do barulho do trovão, pouco antes da casa pegar fogo, e rolou até o porão, que se localizava logo ali. No porão ela estava segura, o fogo não podia atingi-la, pois o porão era subterrâneo e úmido, e havia aberturas para fora da casa, de forma que a fumaça não podia sufocar a criança. Quanto ao pai e a mãe, não teve jeito, morreram queimados. Ao amanhecer, aquela velha casa não passava de um monte de brasas e cinzas, e a menina lá estava, no porão sem ter sido atingida por nenhum arranhão. De repente apareceu um macaco que encontrou a menina e a levou para uma caverna, que era onde ele morava, e ali colocou a menina. Ora, este era uma fêmea que tinha tido um filhote que se perdeu na floresta e morreu. O animal, talvez, tenha confundido Florensina com o seu falecido filhote. E a menina foi criada por este macaco, que a amamentou e cuidou dela como se fosse sua filha. Assim a menina cresceu e se desenvolveu. Ela foi criada no mato, no meio dos animais, um macaco a criou até que cresceu e se tornou uma mulher. Florensina vive no mato com os animais, não conhece gente, não vive como gente. Mas ela é inteligente e vive em harmonia com os animais da floresta.


De Erico Paulo A Peixoto

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