Não que ela já seja uma atriz, mas tem muito potencial

No material de divulgação do filme Jacobina, a atriz Ana Paula Arósio, que já foi a mais cotada para o papel título, está definitivamente escanteada. Reportagens sobre a ascensão da gaúcha Gisele Bündchen no mundo fashion recheiam as pastas que o produtor Luiz Carlos Barretø, o Barretão, carrega debaixo do braço.

Gisele não é só seu argumento em busca de repercussão internacional para o filme, antes mesmo do início das filmagens. Com ela, ele pretende seduzir os municípios gaúchos de colonização alemã para que abracem o projeto.

Barreto só fala na gaúcha de Horizontina e em seus dotes artísticos. Fabio Barreto, o diretor do filme, planeja viajar ainda este mês para os Estados Unidos afim de realizar um segundo teste de interpretação com a top model. Se for novamente aprovada, Gisele só precisará dispor de mais espaço na disputada agenda para se dedicar ao cinema nacional.

Se dependesse da torcida de Barreto, ela já estaria experimentando os figurinos da protagonista Jacobina, a líder religiosa que viveu no Morro Ferrabraz, hoje em Sapiranga, e morreu de forma trágica em 1874.

O produtor esteve no Centro Municipal de Cultura de Sapiranga, esta semana, e conversou com Zero Hora pouco antes de embarcar de volta para o Rio.

A top model Gisele Bündchen se encaixa nesse perfil?
Barreto — Gisele pertence à cultura de que estamos falando e já tem um marketing internacional. Ela revelou muito potencial no primeiro teste, em maio. Depois desse segundo teste, agora, temos de definir o calendário dela. Nós precisamos de uma atriz muito bonita. Não que ela já seja uma atriz, mas tem muito potencial. Urna pessoa que desfila, faz uma representação. É um teatro. No primeiro teste ela era crua e prometeu fazer cursos de interpretação. Fabio (o diretor) vai conferir se ela progrediu. É ele quem vai decidir. Em cinema, 80% da representação de um ator depende do diretor. Nós pegamos um chofer do Rio de Janeiro, Eliezer Gomes, e o transformamos em um ator no Assalto ao Trem Pagador (filme de 1961 produzido por Barreto).

Zero Hora
GÉSSICA TRINDADE
Casa Zero Hora/Vale do Sinos