
Boiadeiro na Umbanda são
entidades espirituais de homens que trabalharam no campo na rudeza da
condução do gado, operam nos terreiros com seu laço e seu grito
característico capturando espíritos decaídos e kiumbas que atormentam os
consulentes, encaminhando para guias espirituais de socorros destes seres
desencarnados.
Uma das giras mais antigas
dentro da Umbanda é a dos nossos queridos Boiadeiros.
Uma manifestação de espíritos daqueles que foram muito acostumados a terra
de chão e tocavam o gado pelas estradas do interior de nosso Pais, em
condições muito difíceis mas que nunca abalou a adoração desse povo pela
lida no campo.
Os Boiadeiros, de um modo geral, utilizam chapéus de vaqueiros, laços de
corda e chicotes de couro, são ágeis e costumam chegar aos terreiros com
sua mão direita levantada, girando, como se estivesse laçando,
esbravejando a inconfundível toada "êeeee boi" como se ainda estivessem
tocando seu rebanho.
O que mais agrada um Boiadeiro é uma boa comida da roça, bebidas simples,
mas sem dispensar as iguarias do povo mais moderno, afinal, já passaram
necessidades suficientes para não precisar mais se privarem de uma boa
cervejinha se assim forem ofertados.
A magia de sua gira é inconfundível, as histórias que trazem na bagagem
são tão fascinantes como importantes no exemplo que nos exprimem.
Um Boiadeiro traz consigo as lições de um tempo onde o respeito aos mais
velhos e a natureza, a família e aos animais, enfim, a boa educação e bons
costumes falavam mais alto e faziam muito mais diferença do que nos dias
de hoje.
Os Boiadeiros respondem à todo terreiro que traz uma doutrina voltada para
a prática do amor e da caridade com humildade e devoção, e o que existir
de ruim por aí, boiadeiro aparecerá apenas para laçar e levar embora...
A saudação aos boiadeiros é “marranbá che tuá”, ou simplesmente “salve os
boiadeiros”.


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