História


O culto dos gêmeos é muito antigo, já que na grande maioria das culturas, o nascimento de gêmeos era motivo de alegria e augúrio de coisas muito boas.

Em Togo, Daomé e na Nigéria, o nascimento de várias crianças era festejado e a mãe recebia grandes homenagens . Também esses orixás Nagôs simbolizavam a fertilidade. Aos Ibejis está consagrado um mono chamado Edon Dudu ou Edum Oriokum, e por essa razão com freqüência dão-se esses nomes (Edum ou Edon) a um dos meninos.

O sincretismo religioso com os santos católicos São Cosme e São Damião surgiu pela representação plástica dos irmãos médicos, sacrificados por Diocleciano.

Os trajes e a representação de duas crianças faziam com que, ao serem vistos pelos africanos, fossem identificados com os gêmeos, mesmo sabendo que eles eram adultos. Na religião católica, somente encontramos as figuras de Cosme e Damião, sem fazer alusão alguma a Doum.


Lenda

Segundo José Francisco Holwat Gusmão, vendedor de artigos de Umbanda e Candomblé do Rio de Janeiro, Doum surgiu por coincidência.

No princípio ele vendia ervas, produtos animais e velas num tabuleiro próximo à estação. Ao melhorar os negócios,resolveu estabelecer-se, adquirindo as instalações de uma joalheria falida das imediações.

Em uma das vitrines, ele passou a expor os santos comemorados naquele mês. Um garoto que trabalhava com ele, ao arrumar as imagens separadas de São Cosme e São Damião, deixou cair uma e que se quebrou, então ele teve a idéia de colocar a imagem restante junto a uma outra de tamanho maior.

As pessoas, que já tinham por costume chamar aos dois santos de "dois-dois", ao verem a arrumação da vitrine, perguntavam-lhe: quem é o baixinho no meio dos "dois-dois"? E o garoto respondia: "no meio dos dois-dois, só pode ser o doum".

E assim as pessoas se encarregaram de perpetuar essa figura exclusiva da Umbanda que representava uma criança. Segundo outra versão, os negros chamavam Doum ao filho gerado e nascido depois de um parto de gêmeos.

Características

As características principais de todos eles são a alegria e ingenuidade.

Geralmente, na Umbanda, os chefes de terreiro costumam chamar um espírito adulto e ponderado (Preto Velho) que possa controlar toda a energia das crianças, evitando situações embaraçosas.

No Candomblé, a Ibeijada é considerada um estado de transição e normalização do médium que foi incorporado por um Orixá.

Cores e dias consagrado:

Na Umbanda, geralmente se usa a cor rosa, embora algumas vezes se combine com o azul.

No Candomblé, se utilizam tecidos estampados muito alegres.

Segundo o calendário da Igreja Católica, estes santos são homenageados em 26 de setembro, mas a população festeja o dia 27 de setembro, por ser essa a data de inauguração da basílica em sua homenagem, feita pelo Papa Felix IV.

Culto:

Na Umbanda, o instrumento de Culto é a guia com contas de cristal rosa intercaladas por miçangão branco cristalino. Algumas vezes se costuma oferecer brinquedos aos médiuns incorporados com espírito de criança.

No candomblé, não há muito instrumento de culto, pois seus adeptos o consideram um transe. Na Bahia, existe o costume da "corda de Ibeji", na qual são colocadas frutas, pedaços de cana, dinheiro miúdo, e a certo ponto da cerimônia as pessoas começam a saltar para pegar as coisas que estão na corda até que a deixem livre, soando logo depois os atabaques para que a festa continue.

Pontos Riscados:

É muito raro que eles se manifestem com um ponto específico, mas quando o fazem é por meio de motivos infantis.