Homossexualidade não é uma doença e, portanto, não é contagiosa. O
nosso preconceito sim, esse é contagioso e destrói. Não devemos
esquecer que um homem tem inúmeros papéis em sua vida. Ele é filho,
irmão, sobrinho, neto, cunhado, empregado, namorado, aluno, amigo,
tem dons intelectuais ou manuais, pode ser homo ou hetero sexual.
Não se pode avaliar um homem ou mulher apenas por uma de suas
características sob pena de perdermos o melhor que ele (a) tem para
nos oferecer.
Homossexualismo não é Doença? Assim como a
heterossexualidade, a homossexualidade é um estado mental. Não há
nenhuma doença ou desvio de comportamento ou perversão, como se
pretendeu até a algum tempo atrás. Mas não é raro encontrar pessoas
que insistam nisso mesmo no meio dos profissionais de saúde. Em dezembro de
1973 - a APA (Associação Psiquiátrica Americana), propõe e aprova a
retirada da homossexualidade da lista de transtornos mentais (passa
a não ser mais considerada uma doença). 1985 - O
Conselho Federal de Medicina do Brasil (CFM) retira a
homossexualidade da condição de desvio sexual. Nos anos 90 - o
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV)
onde são identificados por códigos todas os distúrbios mentais, que
serve de orientador para classe médica, principalmente, para os
psiquiatras, também retirou a homossexualidade da condição de
distúrbio mental. 1993 - A
Organização Mundial de Saúde (OMS) retira o termo "homossexualismo"
(que da idéia de doença) e adota o termo homossexualidade. O Conselho
Federal de Psicologia (CPF) divulgou nacionalmente uma resolução que
estabelece normas para que os psicólogos contribuam, através de sua
prática profissional, para acabar com as discriminações em relação à
orientação sexual. É importante
lembrar que sob o ponto de vista legal, a homossexualidade não é
classificada como doença também no Brasil. Sendo assim, os
psicólogos não devem colaborar com eventos e serviços que se
proponham ao tratamento e cura de homossexuais, nem tentar
encaminhá-los para outros tratamentos. Quando procurados por
homossexuais ou seus responsáveis para tratamento, os psicólogos não
devem recusar o atendimento, mas sim aproveitar o momento para
esclarecer que não se trata de doença, muita menos de desordem
mental, motivo pelo qual não podem propor métodos de cura. Existe uma
infinidade de teorias psicológicas e biológicas tentando explicar a
origem da homossexualidade. As teorias psicológicas, assim como as
biológicas são abundantes em opiniões e afirmações. Entretanto, nada
de definitivo foi apresentado até o momento. E penso que, se este é
um estado mental, nenhuma conclusão mais será necessária a não ser
esta. Como se disse
anteriormente, a homossexualidade é um estado psíquico. O indivíduo
homossexual não faz opção por ser homossexual. Ele apenas é e não
pode, ainda que queira, mudar isso. Ele pode sim, fazer uma opção no
sentido de negar esse impulso e tentar viver como heterossexual. Mas
isso tem um impacto negativo para o pleno desenvolvimento emocional
do indivíduo. Trata-se de uma situação muito mais comum do que se
imagina. O impulso sexual que um heterossexual tem por sua parceira
é o mesmo que um homossexual tem por seu parceiro do mesmo sexo. O
que muda é o objeto. .A
questão de ser a homossexualidade um desvio ou não está mais ligada
a fatores culturais, econômicos e religiosos. Todos sabemos que,
conforme as necessidades de uma determinada cultura, os valores
mudam. Na antiguidade,
entre os gregos, um jovem de doze anos, ao terminar o ensino
ortodoxo, era tomado por um homem, na maior parte das vezes com mais
de 30 anos, para continuar a sua educação. O termo pederastia
significava amor de um homem por um jovem que já havia passado pela
puberdade, mas ainda não tinha atingido a maturidade. Mas os
escritos dos autores gregos daquela época parecem deixar claro que
essa posição não pode ser sustentada (O Banquete, Sócrates). O ideal
talvez tenha sido puro na teoria, mas nem um pouco na prática.
Entre
os romanos a homossexualidade não era reprovada, mas tinha algumas
regras. Por exemplo, era inaceitável que um senhor fosse passivo com
seu escravo. A felação era um crime aos olhos dos cidadãos romanos.
Tirando as regras que sempre existem em qualquer cultura, a
homossexualidade era muito presente em Roma e praticada por todos
inclusive pelos Césares. Quem gostava, praticava e quem não gostava
não praticava. Ninguém interferia com ninguém. Quando se
observa os escritos antropológicos e históricos, não podemos deixar
de observar que, em muitos casos, o comportamento sexual do homem é
orientado política e economicamente obedecendo então os interesses
do estado. Um exemplo disso é que alguns historiadores comentam que
em Israel, a homossexualidade e a prostituição tiveram seus períodos
de intensa ocorrência. Passado o
período que a história chama de pagão, surge a igreja católica
exercendo todo seu poder sobre os homens. Tanto a heterossexualidade
como a homossexualidade são condenadas. Entretanto, diante do
impulso sexual a igreja passa a "tolerar" a heterossexualidade, mas
joga sobre a homossexualidade, toda a sua indignação. Os castigos
para os atos homossexuais na idade média eram duros. Apesar disso o
homossexual era considerado apenas um perverso. No final do
século XVIII, o homossexual se torna um monstro, um anormal. Era
considerado uma ofensa à criação, uma figura diabólica. A igreja
estava pronta a insistir nisso. Esse é também o primeiro período em
que se dá uma homossexualidade autônoma e isto ocorre sob o signo da
feminilidade. Essa anomalia fazia do homossexual alguém mais exposto
ao pecado e mais capaz de seduzir. Era alguém com capacidade para se
aproximar dos demais e arrastá-los para o pecado. Muitos países
tinham pena de morte para a homossexualidade. Na França, quando
Proust publica "Em busca do tempo perdido", onde escreve sobre a
questão intrínseca da homossexualidade, ou seja, essa condição era
um destino do qual os homossexuais não podiam escapar, houve uma
reação social favorável. O fato de não serem perversos, mas vítima
de uma condição, absolvia-os da responsabilidade moral. Era uma
perspectiva triste, mas oferecia alguma proteção contra os
progandistas puristas. Hoje talvez
seja mais fácil para nós compreendermos os direitos individuais.
Entender que o respeito a eles é fundamental para a qualidade de
vida. Talvez seja a única forma de eliminarmos o preconceito e
tornar melhor a vida em sociedade. Homossexualidade não é uma doença
e, portanto, não é contagiosa. O nosso preconceito sim, esse é
contagioso e destrói. Não devemos esquecer que um homem tem inúmeros
papéis em sua vida. Ele é filho, irmão, sobrinho, neto, cunhado,
empregado, namorado, aluno, amigo, tem dons intelectuais ou manuais,
pode ser homo ou hetero sexual. Não se pode avaliar um homem ou
mulher apenas por uma de suas características sob pena de perdermos
o melhor que ele (a) tem para nos oferecer.