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Ministério da Mulher |
Pequeno Pode Tudo Em uma floresta viviam juntos animais e aves, mas não em perfeita harmonia. Havia uma pequena ave que parecia não combinar com o ambiente. Parecia que todas as aves foram dotadas de alguma qualidade enquanto que ela não havia recebido nada. O pardal estava muito infeliz. Os seus companheiros começaram a intimidá-lo dizendo: Você não tem vergonha de estar aqui com a gente? Falou primeiro o belo Canário: Veja eu, por exemplo, canto tão lindo! Todos me querem Ter e pagam caro por isso. Eu sou demais, mas, você, só tem um piado horrível. Nenhuma canção pode sair de você. O Tucano o humilhou dizendo: Olhe o tamanho do meu bico. Isso é que é bico! Você é um coitado. Nem sei como você consegue comer com um bico tão pequeno assim. Você é muito feio, comum, sem graça. Falou depois a Arara Azul, que com suas penas brilhantes se vangloriava dizendo: Eu tenho cores lindas, tenho um rabo enorme e imponente mas você, só tem umas peninhas sem graça. Não tem vergonha de estar aqui com a gente? Falou depois o Papagaio que se deliciava por poder repetir palavras que ouvia: Eu sou muito inteligente. Eu consigo falar mas você não. Eu tenho penas coloridas mas você tem cor de sujeira. Que horror! Sendo assim, se sentindo o mais inferior de todos, rejeitado o pardalzinho resolveu fugir. Seria melhor ficar sozinho, longe de todos os que podiam lhe lembrar de sua incapacidade. Então ele foi. Foi procurar um deserto onde estivesse sozinho. Voou, voou e achou um lugar perfeito. Vazio, sem nada, sem ninguém e sem comida também. O Pardal resolveu que iria à floresta buscar sementes. Enterraria as sementes, faria um estoque e então poderia ficar sozinho prá sempre. Ele fez várias viagens trazendo sementes e enterrando-as para armazenar. Pensou então: Vou fazer só mais uma viagem porque já tenho o suficiente. Tudo o que viu na sua frente foi a cor avermelhada de uma goiaba madura. Voou o mais rápido que pôde para pegá-la e então... se viu preso dentro de um alçapão. E agora? Ele se sentiu perdido prá sempre. Decidiu que não valia mais a pena viver. Ele morreria, por pura opção. Passou os dias e ele pensou: Eu trabalhei tanto, enterrei tantas sementinhas para Ter bastante alimento! Não posso simplesmente morrer aqui preso. Eu vou viver e vou me libertar e morar na minha floresta. Então ele passou a se alimentar bastante e a cada dia ficava mais forte. Começou a cortar a tala da gaiola, cada dia cortava um pouquinho. Até que conseguiu abrir uma passagem. E voou o mais rápido que podia, Tinha pressa de encontrar o seu deserto para viver tranqüilo. Procurou, procurou, mas não encontrou. Ele viu uma floresta no lugar do seu deserto. Chorando ele perguntava para si mesmo: Quem tirou meu deserto e pôs uma floresta no lugar? Foi então que ele observou que as aves e os animais conversavam e diziam: Deve Ter sido alguém muito forte, muito grande que plantou essa floresta O Pardal pôs-se a pensar: O meu deserto era aqui. Eu enterrei as sementinhas aqui. Elas cresceram com a chuva e com o sol e tudo isso virou essa grande floresta. Eu sou pequeno mas pequeno pode tudo! Eu sou plantador de floresta! As aves que estavam ali ouviram o Pardal explicar o que havia acontecido. Ficaram envergonhados por terem desprezado o pequeno pardal e disseram para ele ficar ali. Ele seria o chefe da floresta. - Eu não posso ficar, disse o Pardal, tenho muito trabalho a fazer. Tenho que plantar outras florestas. E o Pardal passou sua vida feliz porque ele tinha valor. Ele se respeitava. Ele sabia que pequeno pode tudo.
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