MESTRE
ALBERTO MARTIMINIANO
Palavras escritas por Dona Idalina Martiminiano, esposa do filho
desse, que ela me passou qdo de minha primeira palestra na
Associação Satelite Prontidão.
"Mestre Alberto como era
conhecido, foi grande personagem da musica e participou da formação
de vários músicos de nossa cidade. Sei que alem de funcionário
dos Correios, lecionava musica em sua residência (localizada na
praça Cônego Marcelino) em companhia de sua esposa Julieta e
dos filhos Alessia, e Alberto Martiminiano Filho, meu esposo
falecido há 2 anos. Lecionava também na casa de muitos alunos.
Formou musicalmente os componentes do Jazz Cruzeiro dos irmãos
Corrêa, quando ainda eram meninos (Flavio, o mais velho, no
contra-baixo, Oscarino na bateria, Vinte e Um no saxofone, Otávio,
Heitor Barros como Crooner, função depois exercida por Johnson
e Ivan castro). Sua filha Alessia Martiminiano Ferreira, é viuva
de Pedro Paulo Ferreira, que foi aluno de Mestre Alberto. São
lembrados por Alberto Fº como alunos o Sr. Albino Rosa (sax),
Ranaulfe e o Guisado entre outros. No tempo dos cinemas com
filmes mudos, era Mestre Alberto que assistindo as cenas
principais dos filmes compunha as musicas adequadas as essas
cenas. Regia grandes orquestras nos cinemas Carlos Gomes, Capitólio
entre outros da época, acrescentando que antes da função
cinematográfica havia sempre uma função musical, e lá estava
Mestre Alberto com sua batuta e seus músicos, também quando
haviam orquestras estrangeiras no Teatro São Pedro, Mestre
Alberto se apresentava como atração preliminar, infelizmente
muitas vezes sem ser citado por jornais da época. Seu nome era
mais lembrado como atração em cordões carnavalescos nas
distribuições de prêmios. A primeira vez que o vi foi em 1935,
centenário da revolução farroupilha, quando recebeu o 1º prêmio
junto com os Turunas, cuja solista era Horacina Corrêa e Johnson
(os Tesouras tiveram 1º lugar com o mestre Badunga). Os solistas
eram Marina, Malvina e Leo mais uma dupla de crianças, como
contra-voz, a Zoraida Lacava e a Idalina Oliveira, na época com
8 e 10 anos, uma bugra e uma baiana que chamaram a atenção por
suas belas vozes. O mais impressionante é que como crianças não
entendíamos, apenas observando, o porque as pessoas choravam
quando na frente do "Rosado" (Correio do Povo) foi
anunciada a classificação: Turunas e Tesouras campeões. Os
dois maestros: Alberto e Badunga foram a sacada receber o prêmio
e os aplausos. Formou-se um espaço e como homenagem mutua os 2
estandartes se uniram. As duas entidades saíram desfilando
unidas pela rua da Praia, todos cantaram a musica dos Tesouras do
ano anterior, que tinha sido composta por mestre Alberto. Um
pouco adiante es entidades se separaram e os Turunas com mestre
Alberto a frente continuaram cantando a musica dos tesouras, e
nos, meninas, acabamos sendo retiradas por sermos menores. O que
me impressiona é que a mídia da época não divulgou o nome de
Mestre Alberto.
Até hoje não foi reconhecido.
Sinto por ele! sinto por esse negro!"