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DIGA NÃO À CARROCINHA!!!
Esta colocação feita por uma vet do Rio, é uma das melhores que já vi. As alternativas para a denominada "carrocinha" aqui relacionadas não são exatamente minhas, são da Organização Mundial de Saúde. Em trabalho publicado em 1990, a OMS já reconhece que captura e sacrifício indiscriminado de cães e gatos não resolve o problema do abandono de animais nas ruas. Isso porque tal problema existe basicamente em virtude de duas situações: a procriação excessiva, que se dá numa progressão geométrica, e a falta de responsabilidade dos proprietários de animais. A OMS afirma que, enquanto não se atuar nessas questões, não se estará trabalhando a causa do problema e, portanto, não se chegará à solução. Propõe, então, um conjunto de medidas a serem executados pelas autoridades de saúde, em parceria com entidades protetoras de animais, profissionais de medicina veterinária, educadores e outros.
A) Vacinação anual gratuita e maciça contra a raiva, a ser promovida pelas autoridades de saúde, bem organizada e bem divulgada;
B) Programa de educação para a posse responsável de animais, dirigido a crianças e adultos, com o objetivo de desenvolver e reforçar idéias como vacinação, cuidados básicos, esterilização para controle das crias, controle da movimentação do animal, identificação, não abandono, proibição de maus-tratos, etc;
C) Registro e identificação de animais - como forma de controlar a população de cães e gatos e identificar os proprietários e o domicílio do animal encontrado vagando nas ruas;
D) Facilitação da assistência médico-veterinária - através de serviços municipais de atendimento aos animais da população de baixa renda, evitando a disseminação de doenças e o abandono em conseqüência disso;
E) Esterilização gratuita ou a baixo custo de cães e gatos - evitando as crias indesejadas, o abandono futuro de animais, o descontrole populacional; esse trabalho já é bem desenvolvido em vários países e no Brasil, em vários serviços municipais, em parceria com as clínicas veterinárias, as ONGs de proteção animal e a iniciativa privada;
F) Programa de controle de animais comunitários - são aqueles que não têm domicílio, vivem soltos nas ruas mas são cuidados por pessoas da comunidade; esses animais devem ser identificados, vacinados, castrados, tratados e deixados no mesmo lugar;
G) Recolhimento seletivo de animais - apenas os animais efetivamente abandonados, que não tenham nenhum responsável por eles nem recebam qualquer cuidado da comunidade, devem ser recolhidos e colocados para adoção;
H) Legislação específica - deve ser elaborada lei que estabeleça condições de trato e cuidados com os animais, penalizando os proprietários que, ainda depois de passarem pelo programa educativo, não cumprirem as regras, por exemplo, de vacinação anual, registro e identificação, uso de coleira e guia, providências com animal bravo, que deixe o animal vagar sozinho, que inflija maus-tratos etc.
Pode parecer fora da nossa realidade por ser programa desenvolvido em países de primeiro mundo, mas saibam que já existem municípios brasileiros que trabalham dessa maneira. E a idéia de realizar esse tipo de programa está se disseminando.
É claro que é mais trabalhoso que pegar e matar um animal, mas, com certeza, dará muito mais satisfação a quem o realiza e a quem observa. Com essas medidas, atende-se às questões levantadas por vocês. Mariângela Freitas de Almeida e Souza Médica veterinária - CRMV/RJ nº 5012 Psicóloga - CRP/RJ nº 2826 Defensores dos Animais - Presidente Rio de Janeiro - RJ |
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