AMSTERDÃ
Quer um lugar onde se encontra sexo fácil? Em que pornografia está disponível na mais inocente lojinha de turistas? Que drogas são consumidas como biscoitos ? (Se é que não fazem parte da receita do biscoito). E que você pode escolher uma prostituta numa vitrine? Hei, hei, volta aqui. Você ainda não terminou de ler esse texto e, embora a capital holandesa tenha tudo isso, pode ter certeza de que não será por nenhum dos motivos acima que você vai querer ir correndo para lá.
São apenas curiosidades ou parte da cultura local que preserva e respeita o comportamento individual, seja quanto a sexo, drogas ou rock and roll e fazem parte de uma Amsterdã moderna que vai muito além dos lindos moinhos.  Os moinhos, por sinal, estão cada vez mais difíceis de serem encontrados ao vivo, mas estão em profusão nas estampas das peças azul e branca (ou coloridas) da porcelana Delft, tradicional no país e que o turista encontra em diferentes modelos, de pratos a vasos, de caros a falsificados.
Amsterdã tem museus, tem igrejas e sinagogas, tem riqueza arquitetônica e de planejamento urbano, tem mercado de flores, tem tanta coisa que se você ficar em dúvida e decidir não ir a lugar nenhum está perdoado. Sabe por que? Porque só de caminhar pela região dos canais já é o melhor dos passeios. Ali está a idade de ouro da capital holandesa.
Siga o caminho que vai da Praça Dam até a margem esquerda do rio Singel, passando por Koninklijk Paleis, cruzando Nieuwezzijds, Voorburgwal e Spuistraat descendo a Paleisstraat e chegou lá.
Você consegue repetir isso? Vá treinando com aquela história de falar “um trigre, dois tigres e três tigres” cada vez mais rápido. Repita de novo. Mais rápido. Ainda cuspindo? Agora tente o roteiro da Praca Dam ao rio Singel. Conseguiu? Não faz mal. Siga o caminho que quiser. Se por acaso se perder, peça ajuda. Você tem vários motivos para isso. O povo é bonito. Eles falam inglês, alemão e francês, além do holandês. E, o mais legal, eles gostam de falar e ter uma boa prosa. São quase como brasileiros, só que de tamanco.
BRASILEIROS DE TAMANCO
Se está com preguiça de andar, faça um passeio de barco pelos canais. Quer andar mais rápido, alugue uma bicicleta. Mas se deu aquela vontade de dar uma parada em museu, existem 300 para todos os gostos e paixões. Só no bairro dos museus fica difícil escolher entre o do Van Gogh, o Rijksmuseum e o Stedelijk Museum. O primeiro é do artista que se um dia perdeu uma orelha, em período nenhum perdeu seu talento. O Rijks traz esculturas e pinturas de importantes artistas como Rembrandt, Jan Steen, entre outros e o Stedelijk tem obras de Matisse, Picasso, Monet, etc.
MUSEUS E MAIS MUSEUS
Menos arte e mais realidade? Vá ao de Anne Frank, a menina judia que permaneceu escondida durante a ocupação nazista, dentro da própria casa. É de arrepiar. Ali está o ambiente descrito, com tanta sensibilidade, em seu livro-diário e é lembrança viva de uma parte vergonhosa da história do mundo. Não pense que sairá deprimido. Mas emocionado, eu garanto que sim.
A estação ferroviária está no centro de onde partem as artérias que levam aos principais pontos turísticos da cidade. O próprio distrito vermelho está ali perto. Dê uma passada, sem medo. As moças ficam na vitrine à espera de fregueses. Se tiver coragem procure o Buldog, cafeteria para consumo de drogas leves com cardápio e tudo. Aliás, em Amsterdã, tudo vale, até dançar homem com homem e mulher com mulher.  Amsterdã é assim: respeito à liberdade, vida noturna de dar inveja aos demais europeus,  povo amigável, comprinhas mil, queijos maravilhosos, e flores, muitas flores.
RED LIGHT ZONE: DESCULPA DE MARIDO QUE AO VOLTAR TARDE PARA CASA
DIZ QUE SÓ FICOU NA CIDADE VENDO VITRINES
Esta exposição ao sexo, que à primeira vista pode parecer leviano é, na verdade, respeito ao próximo. Nos primeiros momentos da cidade você ainda se sente num sex shop a céu aberto, por isso, se estiver viajando com sua doce vozinha de 89 anos, ponha uma venda em seus olhos (nos dela e não nos seus) e a leve diretamente para os museus. Ou ponha nos seus, para não passar vergonha ao ver a safadinha escolhendo postais pra lá de suspeitos numa lojinha da esquina.
Se alguém ainda acha que Europa pode ser chamada de Velho Continente, é que ainda não viu o que há de Novo em Amsterdã.
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