Ofélia na Isto É

No final de 2000 fomos procurados pela equipe de reportagem da Revista Isto É para uma reportagem sobre o uso da informática como ferramenta de comunicação com os alunos, mesmo no período de férias. O objetivo era comentar a integração aluno/escola durante o período de férias.

A reportagem pode ser lida, na íntegra, abaixo.

EDUCAÇÃO 17/01/2001
Alternativa
Férias educativas
Escolas particulares oferecem cursos de robótica, pintura e equitação e transformam-se em espaços de lazer e integração

Greice Rodrigues

"O estudante Masayoshi Ninomiya, 12 anos, não vai viajar nessas férias. Aluno da sexta série do ensino fundamental da Escola Pacaembu, bairro nobre de São Paulo, ele trocou o lazer e o descanso por um curso de robótica que o colégio oferece nessa época. A novidade também mudou o programa de outros colegas de Masayoshi. Todos acreditam ter feito uma boa escolha. O curso ensina conceitos básicos de mecânica, eletrônica e informática e desperta a atenção da garotada por causa do desafio: ao final, os alunos constroem um robô. Através do computador, eles programam todos os movimentos dele. Nas aulas, os alunos se dividem em grupos e cada um fica responsável por uma tarefa. “Alguns se destacam como líderes de equipe, outros como programadores. Enfim, eles descobrem a importância do trabalho em conjunto”, diz o professor de informática Ricardo Antonio dos Santos, que implantou o curso. Após as aulas, os estudantes participam de uma competição. A meta é fazer o robô sair de um labirinto sem paredes, também criado por eles. “Aprendi como as máquinas funcionam e o que faz aumentar e diminuir a velocidade de um carro, por exemplo”, afirma Masayoshi. Os jovens, de maneira geral, são apaixonados por engrenagens, eletricidade e computadores. “Tudo isso está no no dia-a-dia deles. É importante, então, descobrir como esses mecanismos funcionam”, diz o professor Ricardo. A idéia é desenvolver o raciocínio dos estudantes para a busca de soluções no seu cotidiano. A tecnologia empregada no projeto é a mesma utilizada pela Nasa na construção de robôs enviados ao espaço, só que numa versão mais simplificada.

Os alunos da pré-escola do Colégio Friburgo, na Granja Julieta, zona sul de São Paulo, também participam de programas culturais de férias na escola. Aulas de pintura, desenho, dança, escultura e equitação são algumas das atividades disponíveis para os alunos. Eles também cuidam de uma horta. Os cursos têm uma proposta lúdica. Não existe nenhum tipo de exigência nas tarefas destinadas às crianças, observa Maria Beatriz Telles, coordenadora pedagógica da pré-escola, chamada Casinha Pequenina. “Esse trabalho altera a rotina do colégio e as crianças interagem com muita facilidade”, explica Maria Beatriz. A novidade parece agradar. Desde que o projeto foi implantado, 230 crianças já participaram do programa.

Outras iniciativas também têm conseguido bons resultados. O professor de ciências Carlos Eduardo de Godói, do Colégio Ofélia Fonseca, em Higienópolis, região central de São Paulo, encontrou uma alternativa para não perder o contato com seus alunos durante as férias. E os alunos não reclamam, muito pelo contrário. Godói criou, no site da escola, uma sala de bate-papo onde conversa periodicamente com os estudantes. Mensagens enviadas pelos alunos ao professor falam do lugar onde eles passam as férias, contam novidades e também resultam em colaborações para o Clubinho de Ciências, uma seção do site do colégio. Tudo é repassado aos demais alunos e as idéias e sugestões são debatidas. “O projeto tem feito muito sucesso entre os estudantes e suas famílias”, comemora o professor. A idéia do curso de férias é elogiada também pelos pais que não podem viajar nesse período e não têm com quem deixar os filhos durante o dia, enquanto trabalham. A pedagoga Inês Americano, diretora da Escola Viva, na Vila Olímpia, zona sul paulistana, observa que esses cursos já atraem um grande número de alunos que não pertencem ao seu colégio. “Muitos só vêm aqui nas férias. Por isso, criamos uma programação nova e interessante, trazendo outros professores, inclusive”, esclarece Inês. Assim, os estudantes não têm a sensação de que estão na escola."

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