Genealogia integra temas dos Parâmetros Curriculares Nacionais |
Dentro dos esforços para que o sistema educacional brasileiros possa formar cidadãos independentes, capazes e aptos a lidarem com o mundo globalizado, foi criada uma nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases). Foi essa lei que transformou os antigos I e II Graus (por sua vez transformadores dos velhos Primário, Ginásio e Colegial) em Ensino Fundamental e Ensino Médio. Apoiado na nova lei, o Ministério da Educação estabeleceu os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais). Esses parâmetros propõe um trabalho educacional apoiado em seis grandes temas, que foram denominados transversais: 1. Ética
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Abaixo, a reprodução dos conceitos
estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação e do DesportoOs grifos em amarelo são deste website e chamam a
atenção para os pontos em que a Genealogia deixa de ser estudo subsidiário da
História para assumir um caráter aglutinador dos parâmetros que orientam a
formação dos estudantes brasileiros. |
ÉTICA - A Ética diz respeito às reflexões sobre
condutas humanas. A pergunta ética por excelência é: "Como agir perante os
outros?". Verifica-se que tal pergunta é ampla, complexa e que sua resposta
implica tomadas de posição valorativas. A questão central das preocupações
éticas e a da justiça entendida como inspirada pelos valores de igualdade e
equidade. Na escola, o tema Ética encontra-se, em primeiro lugar, nas próprias
relações entre os agentes que constituem essa instituição: alunos, professores,
funcionários e pais. Em segundo lugar, o tema Ética encontra-se nas disciplinas
do currículo, uma vez que, sabe-se, o conhecimento não é neutro, nem impermeável a valores de todo tipo.
Finalmente, encontra-se nos demais Temas Transversais, já que, de uma forma ou
de outra, tratam de valores e normas. Em suma, a reflexão sobre as diversas faces das
condutas humanas devem fazer parte dos objetivos maiores da escola
comprometida com a formação para a cidadania. Partindo dessa perspectiva, o tema
Ética traz a proposta de que a escola realize um trabalho que possibilite o
desenvolvimento da autonomia
moral, condição para a reflexão ética. Para isso foram eleitos como eixos
do trabalho quatro blocos de conteúdo: Respeito Mutuo, Justiça, Diálogo e
Solidariedade, valores referenciados no princípio da dignidade de ser humano, um
dos fundamentos da Constituição brasileira.
PLURALIDADE CULTURAL - Para viver democraticamente em uma sociedade plural e preciso respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e que a convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação. 0 grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade etno-cultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade. Nesse sentido, a escola deve ser local de diálogo, de conhecer a riqueza representada pela diversidade etno-cultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade. A escola deve ser local de diálogo, de aprender a conviver, vivenciando a própria cultura e respeitando as diferentes formas de expressão cultural. AMBIENTE - A vida cresceu e se desenvolveu na Terra como uma trama, uma grande rede de seres interligados, interdependentes. Essa rede entrelaça de modo intenso e envolve conjuntos de seres vivos e elementos físicos. Para cada ser vivo que habita o planeta existe um espaço ao seu redor com todos os outros elementos e seres vivos que com ele interagem, através de relações de troca de energia: esse conjunto de elementos, seres e relações constitui o seu meio ambiente. Explicado dessa forma, pode parecer que, ao se tratar de meio ambiente, se está falando somente de aspectos físicos e biológicos. Ao contrário, o ser humano faz parte do meio ambiente e as relações que são estabelecidas - relações sociais, econômicas e culturais - também fazem parte desse meio e, portanto, são objetos da área ambiental. Ao longo da história, o homem transformou-se pela modificação do meio ambiente, criou cultura, estabeleceu relações econômicas, modos de comunicação com a natureza e com os outros. Mas é preciso refletir sobre como devem ser essas relações socioeconômicas e ambientais, para se tomar decisões adequadas a cada passo, na direção das metas desejadas por todos: o crescimento cultural, a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental. SAÚDE - O nível de saúde das pessoas reflete a maneira como vivem, numa interação dinâmica entre potencialidades individuais e condições de vida. Não se pode compreender ou transformar a situação de um indivíduo ou de uma comunidade sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o meio físico, social e cultural. Falar de saúde implica levar em conta, por exemplo, a qualidade do ar que se respira, o consumismo desenfreado e a miséria, a degradação social e a desnutrição, formas de inserção das diferentes parcelas da população no mundo do trabalho, estilos de vida pessoal. Atitudes favoráveis ou desfavoráveis à saúde são construídas desde a infância através da identificação com valores observados em modelos externos ou grupos de referência. A escola cumpre papel destacado na formação dos cidadãos para uma vida saudável, na medida em que o grau de escolaridade em si tem associação comprovada com o nível de saúde dos indivíduos e grupos populacionais. Mas a explicitação da educação para a saúde como tema do currículo eleva a escola ao papel de formadora de protagonistas - e não pacientes - capazes de valorizar a saúde, discernir e participar de decisões relativas à saúde individual e coletiva. Portanto a formação do aluno para o exercício da cidadania compreende a motivação e a capacitação para o autocuidado, assim como a compreensão da saúde como direito e responsabilidade pessoal e social. ORIENTAÇÃO SEXUAL- A Orientação Sexual na escola deve ser entendida como um processo de intervenção pedagógica que tem como objetivo transmitir informações e problematizar questões relacionadas à sexualidade, incluindo posturas, crenças, tabus e valores a ela associados. Tal intervenção ocorre em âmbito coletivo, diferenciando-se de um trabalho individual, de cunho psicoterapêutico e enfocando as dimensões sociológica, psicológica e fisiológica da sexualidade. Diferencia-se também da educação realizada pela família, pois possibilita a discussão de diferentes pontos de vista associados à sexualidade, sem a imposição de determinados valores sobre outros. O trabalho de Orientação Sexual visa propiciar aos jovens a possibilidade do exercício de sua sexualidade de forma responsável e prazerosa. Seu desenvolvimento deve oferecer critérios para o discernimento de comportamentos ligados à sexualidade que demandam privacidade e intimidade, assim como reconhecimento das manifestações de sexualidade passíveis de serem expressas na escola. Propõe-se três eixos fundamentais para nortear a intervenção do professor: Corpo Humano, Relações de Gênero e Prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS. A abordagem do corpo como matriz da sexualidade tem como objetivo propiciar aos alunos conhecimento e respeito ao próprio corpo e noções sobre os cuidados que necessitam dos serviços de saúde. A discussão sobre gênero propicia o questionamento de papéis rigidamente estabelecidos a homens e mulheres na sociedade, a valorização de cada um e a flexibilização desses papéis. O trabalho de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis/AIDS possibilita oferecer informações científicas e atualizadas sobre as formas de prevenção das doenças. Deve também combater a discriminação que atinge portadores do HIV e doentes de AIDS de forma a contribuir para a adoção de condutas preventivas por parte dos jovens.
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(Fonte: Parâmetros Curriculares Nacionais - Ministério da Educação e do Desporto Secretaria do Ensino Fundamental - SEF - versão de agosto de 1996.) |