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O Grupo de Estudos de História Militar é vinculado
ao Centro de Estudos Interdisciplinares da Antigüidade (CEIA) da Universidade
Federal Fluminense (UFF), em Niterói, RJ. |
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Na imagem do grupo "Mars,
Dieu romain de la guerre", pintura de Pietro
di Cristoforo Vannucci (c.1448-1523), dito Le
Pérugin, datada entre 1496 e 1500. |
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Há uma lista de discussão para este grupo, para entrar clique na imagem do grupo, ao lado. |
27 DE NOVEMBRO DE 2008 - Conferência: A II GUERRA GÓTICA E O IMPACTO DE ADRIANÓPOLIS NO IMPÉRIO ROMANO - Professor: Sandro Teixeira Moita |
HORÁRIO: 16 às 18h - Local: BLOCO O (SALA 516) |
Sempre às quintas-feiras, das 16 às 18h. |
Reinício das atividades no 2º semestre/2008: 02 de outubro. |
Local das reuniões: sala 310, bloco C, UFF, campus Gragoatá, Niterói, RJ |
Textos para Debate: Pasta 25-B, Xerox da Bala Juquinha (ou da Ediléia), |
bloco N, UFF, campus Gragoatá. Niterói, RJ. |
BLOG DE HISTÓRIA MILITAR |
“A Batalha de Canas”, pintura a óleo (1963?) de Peter Vieri Bianchi (1920-2000), Kenosha Public Museum, Kenosha, Wisconsin, EUA (clique sobre a imagem para ver o blog). |
A BATALHA DE CANAS: UMA LEITURA A SE FAZER |
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Manuel Rolph Cabeceiras (CEIA - UFF) |
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Ocorrida em 2 de agosto de 216 a.C., na Apúlia (sudeste da Península Itálica), durante a II Guerra Púnica, enfrentaram-se o exército cartaginês liderado por Aníbal Barca e o romano sob o comando dos cônsules Caio Terêncio Varrão e Lúcio Emílio Paulo. Após infligir várias derrotas aos exércitos romanos, Aníbal fora levado à inatividade durante seis meses, pela ação contemporizadora do ditador Quinto Fábio Máximo até que os próprios romanos, impacientes por verem os seus campos constantemente saqueados, abandonam essa tática e decidem pelo confronto. Diante do maior exército até então reunido por Roma, Aníbal trava a batalha em Canas (Cannae) e, mesmo dispondo de menos da metade do efetivo dos romanos, os massacra após, num movimento perfeito, realizar o duplo envolvimento do adversário. Esta batalha e as ações de Aníbal, que o levaram a uma vitória tão grandiosa (para muitos, a pior derrota de toda a história romana), nunca deixaram de ser motivo de estudo, exercendo seu fascínio sobre quem quer se debruce sobe o fenômeno da guerra. O que se segue gerou a expressão “delícias de Cápua”, significando a atitude de quem, com a vitória próxima, se entrega à moleza e a perde por não se manter firme nos seus objetivos iniciais. Acontece que, frente a uma Roma completamente indefesa, Aníbal altera a sua trajetória e decide invernar em Cápua, estendendo a sua ocupação nessa cidade de 215 a 211 a.C., passando a investir na tentativa de atrair os aliados de Roma para si. Os prazeres da cidade que ocupa inebria a si e a seus homens, dando tempo aos romanos de se reorganizarem e forçarem o cartaginês a abandonar a sua posição para socorrer o seu próprio país vítima de uma ofensiva das legiões romanas. Apesar do brilhantismo das manobras que ainda executa durante a guerra, o resultado não foi outro senão a derrota de Cartago em Zama, na África, pondo fim ao conflito. |
Giovanni BRIZZI, na sua fundamental obra (O Guerreiro, o Soldado e o Legionário: os exércitos no mundo clássico, São Paulo, Madras, 2003, p. 56-66), apesar da nem sempre feliz tradução brasileira, empreende a respeito dessa batalha e das ações militares que lhe antecederam e sucederam uma análise exemplar: aborda não só os aspectos táticos como os culturais e o confronto entre os valores helênicos representados no polymetis Odysseus e os dos romanos expressos em Aeneas e na sua mens, quando então reelabora-se o confronto entre stratégema (estratagema) e fides (p. 30-40). Uma leitura imperdível. |
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