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Principal

Conclusão

Libertação, Carisma e Marketing são incompatíveis?

Analisando o cristianismo do prisma de muitos teólogos, a religião viveria hoje um momento pendular e cíclico entre carisma e busca de poder. O pêndulo da religião moderna inclina-se hoje para seu lado carismático, para uma Igreja mais preocupada em louvar a Deus e servir ao próximo do que em promover a revolução, influenciar governos, mandar nos destinos terrenos das pessoas.

Como sempre aconteceu, a Igreja se dispõe a desempenhar sua missão recorrendo aos recursos fornecidos pela época e ambiente peculiares. Assim como nas origens – adotou em sua liturgia elementos do teatro para fazer sua mensagem mais compreensível aos fiéis iletrados –, atualmente ela lança mão dos meios que a tecnologia moderna lhe oferece, no entanto, nem sempre de forma tão eficaz.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, um celeiro de religiosos ligados à esquerda da Igreja, já está conformada com o crescimento dos carismáticos (...). A CNBB rendeu-se à evidência. Os carismáticos estão sacudindo a poeira do catolicismo.”[1]

Uma empresa pode colocar no mercado dois produtos ou serviços para satisfazer as mesmas necessidades, mas que tenham abordagens diferentes. Essa estratégia comumente adotada, tem o objetivo de conquistar uma parcela maior de mercado, com maior segmentação. Estas marcas nunca entrariam em oposição, se trabalham nichos diferentes de mercado. Já se trabalham o mesmo público alvo, utilizarão abordagens diferentes, o que não gerará conflitos.

Neste raciocínio, o OMO Cores não fará oposição ao OMO Máquina, por exemplo. Ambos servem param lavar roupas, mas utilizam uma abordagem segmentada para pessoas que possuem exigências diferentes. O Guaraná Kuat não será oponente da Coca Cola, sua dona, mas buscará sim, retirar estrategicamente a parcela de mercado do rival dela, o Guaraná Antártica, que abre ataque franco à marca líder no mercado de refrigerantes mundial, a “vaca leiteira” da compania.

Se o objetivo de uma empresa de refrigerantes o do sabão em pó é aumentar ou manter sua fatia de mercado (market share), e o espaço na mente do consumido; também esse, devem ser o objetivos da Igreja. Para isso toda “empresa” deve trabalhar para que o produto Salvação seja bem trabalhado junto ao consumidor/fiel.

O caráter transformador da religião guarda em si, um forte apelo ideológico, que não pode ser ignorado. A religião transformadora é política. Mas ela transforma mais do que o social externo ao homem; a fé modifica o pensamento, os hábitos, o interior do fiel. Por isto a forma de abordagem mais tradicional e eficaz da religião sempre foi o marketing direto, invidual, pessoa a pessoa.

O que a Igreja Católica parece começar a perceber nesse início de milênio, é a importância da cultuada visão botton-up dos publicitários modernos. O que passa a orientar a empresa e a visão de mundo da igreja são seus próprios fiéis e suas expectativas de mundo, não mais somente de dentro para fora, com a visão dos intelectuais a luz dos dogmas seculares, mas de fora para dentro.

Mas além de procurar satisfazer as necessidades internas de seus fieis, a igreja não pode perder o seu caráter transformador. Primeiro por que este faz parte de sua tradição, tradição esta que sempre manteve a igreja e é um de seus símbolo principais. Segundo, porque a participação política é uma abordagem que atende muito dos anseios de seus fiéis. Deve ser procurada a conciliação e não a oposição.

Uma maior visão de marketing e administração, poderia atrair mais clientes, seja pela solução de problemas internos com uma maior sinergia entre eles, seja por uma maior visão de administração e investimento. Como já dissemos, à igreja não falta dinheiro, mais sim uma maior visão de marketing e de investimento.

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[1] Folha de São Paulo, 29 de Outubro, 1999

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