Colunas 2006
"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" AzevedoA essência do automobilismo - Equipes
Dale Coyne Racing: um exemplo de perseverança e amor ao automobilismo.
Olá amigos, escrevo esta coluna antes do GP de Portland, mas estou certo que o campeonato chega a um momento de decisão para os astros da Champ Car, dentro e fora das pistas. Dentro, pois todos têm um objetivo comum: segurar o francês Sebastien Bourdais. Ele está impossível e ver Giancarlo Fisichella ter o seu contrato com a Renault renovado é algo frustrante para o francês assim como nós, seus fãs. E o fator externo é a politicagem que cerca a categoria nestes últimos meses e seguirá nos meses a seguir. Podem ter certeza que ainda teremos muitas "emoções" nesta novela.
Olho para o Sebastien e lembro que como alguns pilotos menosprezaram a categoria em 2003 por achar que nada daria certo ali. Além dos que deixaram a Cart e seguiram as equipes para a IRL, falo também de gente como Ricardo Zonta. Poderia estar sendo a grande sensação na Champ Car, mas preferiu ser “reserva” no time da Toyota na F-1. Quando teve a chance de fazer algo, houve o papelão do GP dos Estados Unidos. Depois disso, alguém sabe alguma novidade relevante sobre ele? Existem pessoas que serão sempre coadjuvantes neste esporte. Mas alguns coadjuvantes foram e serão sempre lembrados pela luta contra as dificuldades que é manter-se numa categoria como a Champ Car. Escrevo sobre times que nos deixaram e outros que, aos trancos e barrancos, continuam e a essência do automobilismo, que é este lado "amador" é preservado.
Times como PPI (ex-Arciero Wells), Della Penna Motorsports, Walker (atual Team Austrália), Hogan, Payton Coyne (hoje Dale Coyne), Swift, Hall, Simon entre tantas outras que não lembro neste momento mas que, de certa forma, deixaram a sua marca na categoria. Falo com um carinho especial pela equipe do Andréas Leberle – Project Indy (depois conhecida como PRG (Project Racing Group)). O time sempre passou por muitas dificuldades financeiras e muitas vezes recorria a peças emprestadas para poder correr. No ano 2000, seu último ano como time independente antes de fundir-se com Dale Coyne, correram com um patrocínio minoritário da marca de cigarros Hollywood e pilotado pelo brasileiro Luiz Garcia Jr. Seria injusto cobrar melhores resultados dele e do time, mas era incrível como um time com poucos recursos e ressurgido no cenário a menos de 35 dias antes do Spring Training daquele ano poderia ainda surpreender com alguns resultados interessantes e uns pontos importantes. Isso sem contar que a pintura do carro foi eleita, por um júri formado por jornalistas e fãs, como a mais bonita e vibrante da temporada do ano 2000. Sem sombra de dúvida.
Outro time que realmente tem feito muita falta é a Hall. O Jim Hall era sempre um cavalheiro e educado senhor, mas uma raposa ao lidar com seus carros de corrida. Ele conseguia, através de sua brilhante inteligência e carisma, fazer com que seu time sempre fosse disputado pelos fans, expondo assim mais e mais os seus patrocinadores. Outro dirigente que faz falta a categoria é o "hermano" argentino John (Juan) Della Penna. Ele, com muita luta, conseguiu foram um time médio mas sempre lutador.
Muitos times que hoje estão na IRL e outros mesmos no Cart já passaram por momentos duros e quase sucumbiram. O interessante é que um time nunca dá a certeza de correr todo o ano, mas sempre fecha o calendário. Este é o time de Dale Coyne. Já vi equipes começarem em melhores condições que a equipe de Coyne, mas no meio do caminho, as coisas sempre ficavam diferentes.
* Esta coluna é dedicada ao grande humorista Cláudio Besserman, o Bussunda, que infelizmente nos deixou na semana passada.
Um grande abraço.
Fabio "Hyder" Azevedo
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