Colunas 2006


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

Renascendo das cinzas

 

Michel Jourdain Jr: se não fosse por seus patrocinadores a Champ Car teria acabado em 2003.

 

Olá amigos, mais trabalho, as coisas acontecendo em sentidos pessoais, profissionais e esportivos. Mas estou feliz em ver que o andamento da vida vem em momentos bem interessantes. Em relação a Champ Car, as coisas estão acontecendo, de uma forma ou de outra, pública ou reservadamente, mas tenham certeza de uma coisa: novidades estarão chegando e acho que do jeito que estamos atualmente não mais será assim, pois muito trabalho está sendo efetuado neste sentido.

 

Em colunas passadas pude deixar um pouco claro, sem muitos detalhes e de forma clara e resumida um pouco do grande passado da Champ Car. Uma história de luta, de correria, de grandes vitórias, perdas, recuperação. Enfim, uma categoria internacional dentro dos Estados Unidos. Lembro-me de quando a categoria assombrou o mundo com o anuncio da assinatura de um grande contrato de patrocínio e parceria coma FedEx. Uma coisa é obvia, o pessoal da F-1 tremeu com esta notícia, pois era um contrato que garantiria a internacionalização, isso trouxe a ISL, outra gigante do marketing esportivo. As taxas fixas da categoria estariam quitadas e os lucros seriam destinados à expansão correta da categoria. Ninguém nem falava de um caipira sonhador e arrogante chamado Tony Hulme George e seus planos de difusão da Indy Racing League.

 

Infelizmente, como citado em outras colunas, algumas pessoas e eventos tristes começaram a minar o crescimento e manutenção da categoria. O cancelamento da corrida do Texas por total falta de segurança e condição para desenvolver uma corrida, ver o Bobby Rahal administrar uma categoria saudável financeiramente e torná-la um fracasso diante de investidores. Quando todos pensaram que estaria ruim desta forma, recebemos a notícia da partida da Penske para a IRL, junto com os anúncios da saída de Honda e Toyota no ano seguinte em conjunto com grandes times. O fundo do poço chegou? Não, ainda teríamos mais. O campeonato de 2003 foi triste de ver, devido ao esvaziamento e a crise de identidade que a categoria atravessou, aos problemas financeiros, ao trabalho árduo e belo do Chris Pook não dando resultado e sem o apoio de muitos chefes de equipe que pareciam felizes com o fim da categoria. Gente desprezível como Bobby Rahal (não o colunista), Pat Patrick e Adrian Fernandez. Estes três tiveram a desfaçatez de anunciar o comprometimento com a categoria na apresentação do campeonato de 2004 e poucos dias depois estavam anunciando que concentrariam a suas forças apenas no campeonato rival. Então, porque aquele teatro?

 

Logo depois disso, Pat Patrick não durou muito com seu time na IRL e resolveu aposentar-se. Adrian teve como castigo a perda de importantes patrocinadores locais e a sua imagem ficou bem arranhada.. Bobby Rahal, bem. Sobre este, prefiro nem falar muito, pois deixaria o cavalheirismo de lado para tratar deste dirigente que começou a afundar a Cart. Foi um momento crítico e se não fosse um acerto rápido entre os patrocinadores mexicanos, o próprio Michel Jourdain Jr. e o Carl Russo, com certeza não teríamos o campeonato de 2004, pois o número mínimo de 18 carros não seria cumprido. Podemos dizer que isso foi definido em algumas horas, mas estas poucas horas selaram o futuro de uma categoria que começava a “renascer” depois de um final de 2002 e um ano de 2003 bem indefinido e cheio de contas. Com a falência da Cart Inc. e o surgimento da Owrs, a categoria, depois de algumas reengenharias, a categoria ganhou fôlego. Tony George tentou adquirir os espólios da Cart com a intenção de conseguir os melhores contratos de pistas e liquidar, definitivamente, a Champ Car. Mas o juiz da corte de falências entendeu as más intenções do fundador da IRL, pois esse não apresentou as garantias para efetuar os pagamentos necessários, coisa que a Owrs fez de imediato, mantendo o emprego de milhares de pessoas e a manutenção de um sonho, pois mesmo a categoria passando pelos problemas que todos conhecem, as arquibancadas sempre estiveram lotadas, especialmente em Long Beach e nas etapas do México, Canadá, Miami e com as provas noturnas de West Allis (Milwalkee) e Cleveland.

 

É bom ver hoje que a categoria está criando fôlego e o pior que ocorreu no passado está sendo um grande exemplo para que aqueles erros não sejam repetidos. A reunificação, se realmente ocorrer, não vai resolver os problemas de uma vez, pois as duas estão com dívidas e existe uma crise de identidade de pelo menos 11 anos e a rivalidade com a Nascar. A família France não está muito satisfeita com esta reunificação, pois uma categoria "Open Wheel" forte e com as 500 milhas acontecendo como em anos passados, podem ter certeza que a TV não vai querer saber tanto assim da Nascar. Com isso, poderemos ter de volta uma geração forte de pilotos, renovada e motivada em correr em um caminho alternativo e interessante àquela categoria sisuda e chata que é baseada na Europa.

 

Um grande abraço e até a próxima.

 

Fabio "Hyder" Azevedo
                                                                                                                              

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fui membro da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Nas quartas-feiras, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

 

 

 

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