Colunas 2006


"Coluna do Hyder" - Fabio "Hyder" Azevedo

A vitória e justiça de uma vida

 

Que momentos assim voltem a se repetir Cristiano.

 

Olá pessoal. Desde que voltei a escrever não começava uma coluna de forma tão lacônica e triste. Para ser sincero, o meu assunto principal seria um jornalista e uma imprensa de posturas e qualidades duvidosas que todos já devem saber de quem se tratam, ainda mais depois de comentários estranhos e despreparados e uma cobertura que parece mais de um açougue. Mas precisei deixar em segundo plano, pois outro fato vem tomando as atenções de todos na comunidade automobilística internacional.

O mineiro Cristiano da Matta sofreu um sério e grave acidente durante testes da Champ Car no circuito de Elkhart Lake, após atropelar um cervo que cruzou a pista. O que me deixou irritado com isso não foi à cobertura jornalística - que deve ser feita sim, pois a transmissão da notícia é uma ordenança do profissional de imprensa - e sim o interesse por atrás disso. Quase ninguém da imprensa televisiva brasileira falava Champ Car e agora tornou-se muito interessante falar que um veterano piloto de Fórmula 1 sofreu um acidente violento em um autódromo norte-americano. Esse não foi o primeiro caso a acontecer, pois em 1987, Stefan Johanson sofreu um acidente parecido, mas foi numa reta, danificando bastante seu McLaren TAG-Porsche na pista de Zeltweg (conhecida hoje com A1 Ring). O estranho disso tudo é que emissoras que nada falam sobre o que ocorre na categoria, querem mandar uma equipe para Winsconsin. É um absurdo, pois querem audiência com noticias referentes a uma desgraça e não sobre o piloto ou seus familiares.

Quando Christian Fittipaldi sofreu seu mais sério acidente na Cart (não foi aquele na Austrália onde ele quebrou a perna, e sim em St. Louis) a Globo enviou uma equipe até o local para cobertura, pois foi noticiado o estado critico e pré-morte do piloto. Felizmente quando lá chegaram, o Christian já estava bem e no quarto do hospital. O que fizeram? Voltaram imediatamente à base de comando em Nova Iorque e nem pegaram uma palavra do recuperado piloto. Naquela época, a Champ Car estava muito forte e ainda arrancava muita audiência da Fórmula 1 e a Globo sempre que possível, tentava mostrar "o lado negro" da categoria. Assim como com o Christian, o Émerson passou pela mesma situação em 1996, pois ninguém falava da Cart na emissora. O acidente do Émerson em Michigan foi violentíssimo e chamou a atenção do público. A Cart era uma tremenda ameaça aos interesses da Fórmula 1 nos mercados norte-americano, da América do Sul e do Pacífico, por causa das corridas na Austrália e Japão.

Nesta semana presenciei pela televisão um jornalista (perdoem-me aqueles que fazem o exercício sério e correto da profissão) dizer um monte de absurdos sobre a Champ Car, aproveitando-se do que ocorreu em San Jose na semana passada. Chega a ser ridículo o comportamento de parte da imprensa que prefere falar em desgraças, inutilidades e fofocas ao invés de fazer um jornalismo profissional. O Cristiano está hospitalizado e inspirando muitos cuidados e ele resolve falar da barbeiragem feita pelo Paul Tracy (numa manobra típica do kart amador) para cima do Alex Tagliani.

Como pode uma categoria "falida" como foi citado pelo jornalista estar com as contas em dia, modificando todo o seu parque tecnológico, apresentando um novo e moderníssimo carro para 2007 e começando a ter a presença de novas equipes? Bem, ele poderia perguntar aos bancos que gerem a Fórmula 1, qual é a verdadeira opção de investimento numa categoria, cara, chata, em descrédito com o público e sem grandes atrativos a médio prazo. Ao contrário dela, a Champ Car apresenta várias ultrapassagens na pista e não apenas nos boxes como ocorre naquela categoria e não precisa inventar regras a cada semana para tentar ser competitiva outra vez.

Os meus sentimentos e preces estão com o Cristiano e família neste momento torcendo pela rápida recuperação dele, se não voltar a competir, pelo menos que volte a ser o grande sujeito que sempre foi. Força Kiki.


Um grande abraço e até a próxima.

 

Fabio "Hyder" Azevedo
                                                                                                                              

 

 

Torcedor do Vasco da Gama e da Associação Atlética Anapolina, fui membro da Penske, atualmente sou Analista de Tecnologia da Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como nunca. Nas quartas-feiras, falarei sobre as minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos conhecem.

 

 

 

 

 

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