"Coluna do
Hyder"
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Fabio "Hyder" Azevedo
Acidentes
e outras histórias
Dominguez (7) colide com o muro da curva 4 do oval de Milwaukee após
causar um acidente que envolveu Tracy (3) e Junqueira (2).
Estamos de volta com mais uma coluna e mais um encontro semanal. Estes dois meses têm sido de muita dureza e poucas alegrias, mas as
poucas alegrias têm trazido grande motivação e espírito de luta para
continuar crescendo sempre. Depois de algumas decepções e tristes
lembranças, acho que a melhor coisa é sacudir a poeira. Minha grande
conquista foi perder sete quilos em um regime bem forte e estou
entrando em forma pedalando e correndo outra vez. Depois do
automobilismo, estes são os meus esportes favoritos.
Um pequeno adendo sobre a coluna passada... Não há o que negar... A
IRL foi um clone da Cart que acabou superando, em alguns aspectos
sua criadora, mas não há como negar que os fatores de segurança
desenvolvidos pela Cart, assim como a PI Research - empresa do grupo
Cosworth que pertenceu a Ford - que trabalha na composição de
componentes eletrônicos de segurança. Visto isso posso afirmar,
junto com os fabricantes de chassis (especialmente Lola, Penske e
Reynard) a segurança da Champ Car tem sido notada mesmo com seus
mais ferrenhos críticos e perseguidores. Depois da pancada que a
Katherine Legge sofreu em Elkhart Lake. Mas nada disso teria efeito
sem que à vontade de Deus estivesse sendo feita ali. Pelo menos é
nisso que eu creio.
Uma prova muito acidentada que mostrou como os carros da Cart
mantinham grande padrão de segurança foi em Mid-Ohio em 1998. Fora
aquele acidente cinematográfico do Michael Andretti assim como as
largadas lá em Lexington que sempre são complicadas e os "passeios"
na grama de gente como Zanardi, Fittipaldi e Moore, esta prova foi
marcante e chegou-se a ponto de punir Alessandro Zanardi por causa
de sua postura... Parecia que naquele dia todos estavam loucos...
Mas em acidentes não há como não lembrar de um cara que já foi
campeão da Cart e que protagonizou uma das mais hilariantes cenas da
história do automobilismo norte-americano. Era o ano de 1990 e a
prova era em Long Beach. Para os mais novos, no final da grande
reta, havia um "S" à direita que forçava uma forte frenagem dos
carros. Johnny Rutherford estava guiando o Pontiac - se não me
engano era esse mesmo - Pace Car e num acionamento, talvez seja por
um erro do Danny Sullivan ou mesmo pelo Ted Prappas. Na segunda
volta, para a limpeza de pista aconteceu o inesperado e muito
engraçado. O Johnny acabou batendo de frente o carro-madrinha e
estourando o radiador. Foi um lance insólito, pois todos ficaram
boquiabertos... Um campeão da categoria protagonizando uma cena tão
"estilo pastelão". Outro carro e outro piloto foram colocados à
disposição.
Outro caso muito engraçado ocorreu em 1992 nas 500 milhas. Foi um
mês duro com o falecimento do filipino Jovy Marcelo e o
violentíssimo acidente de Nélson Piquet - que definitivamente
finalizou sua carreira já que dizem as pessoas próximas, que ele
estaria retornando a Fórmula 1 após esta etapa - foi a pole do
Roberto Guerrero. O colombiano corria pela equipe Pagan (utilizando
o velocíssimo, mas nada confiável motor Buick). Na conquista desta
pole, o colombiano falou todos os devaneios que quis e não deveria
ter falado. Até os próprios colegas alertaram-no para que ficasse em
silêncio, em certas condições. Mas seu desabafo acabou tornando-se
cômico, pois na volta de apresentação desta etapa, o colombiano
rodou (os pneus pareciam não estar devidamente aquecidos) e o
falastrão foi diretamente à grama.
Mas como não esquecer também outro colombiano. Juan Pablo Montoya,
em seu ano de estréia, não causou frisson apenas por suas atuações,
mas por certas atitudes digamos diferentes... Na etapa de Motegi em
1999, o Reynard Honda colombiano tocou o Swift Ford do
norte-americano Michael Andretti. Michael foi parar no Centro Médico
e Carl Haas estava, digamos, super alterado quando Chip Ganassi
tentou colocar "panos quentes" na barbeiragem do bravo representante
sul-americano. O resultado de uma discussão onde apenas um bradava
(Haas) enquanto o outro (Bolacha) pedia mil desculpas? Levou,
literalmente, uma charutada no rosto.
Falar ainda de gente como James Weaver, Ted Prappas, Didier Theys,
Dennis Vitolo, Arnd Meier e os nossos "grandes talentos" Marco Greco
e Tarso Marques por suas brilhantes atuações seria complicado, pois
estaria escrevendo um livro cômico e este assunto fica para uma
próxima oportunidade.
Um grande abraço e até a próxima.
Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com
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Torcedor do Vasco da Gama e da
Associação Atlética Anapolina, fui
membro da Penske,
atualmente sou Analista de
Tecnologia da Informação mas continuo
apaixonado pelas corridas como nunca. Todas as semanas, falarei sobre as
minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que
poucos conhecem.
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