"Coluna do
Hyder"
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Fabio "Hyder" Azevedo
Il leone,
The Lion... ou simplesmente O Leão!

Nigel Mansell assombrou o mundo anunciando que deixaria a Fórmula 1
para disputar a Champ Car.
Olá pessoal, acho que antes de tudo, o respeito individual e entre o
grupo, devem ser mantidos e sempre exaltados por pessoas que
convivem e queiram conviver bem socialmente. Escrevo isso, pois
muitas vezes percebemos discordâncias, que são naturais num mundo
competitivo e que até nos ajudam a melhorar e mais a cada dia. Mas
existem certas atitudes que realmente me deixam meio irritado, mas
consigo ficar quieto em minha opinião. Mesmo que a irracionalidade
tome conta de outras pessoas. Escrever sobre o Greg foi muito
difícil e digo que já li e reli esta coluna diversas vezes.
Assistindo alguns vídeos sobre o passado da Cart pude ver como era a
transmissão da TV canadense. Era incrível como a narração para o
Greg era mais vibrante do que para o Jacques Villeneuve ou Paul
Tracy – conterrâneos com muito mais tradição no automobilismo do que
ele.
Falando em tradição e história e na tradicional história da Cart –
hoje em dia conhecida como Champ Car – não poderia deixar de falar
de mais uma grande lenda que, mesmo rapidamente, conquistaram todos.
Em 1992, mais precisamente em setembro, no autódromo de Monza, il
Leone Nigel Mansell assombrou o mundo anunciando que deixaria o
circo da F-1 e estaria migrando para o emergente campeonato da PPG
Indy Car World Series. Tenho certeza que todos os participantes
daquela coletiva não acreditavam no que ouviam. Jim McGee, que
estava lá, anonimamente, representando o time de Lincolnshire sorria
como uma criança quando ganha aquele desejado brinquedo. Até Bernie
Ecclestone tentou dissuadi-lo da decisão, mas não houve jeito.
Mansell na Cart já era algo real. A adaptação dele na categoria, no
time e no ambiente foi muito rápida e simples como a categoria.
Emerson Fittipaldi, que seria seu grande rival durante aquela
temporada, tratou de apresentar a todos o campeão mundial de Fórmula
1. A chegada do Leão impactou a Cart no mundo inteiro e Paul Newman
sabia que tinha acertado na aposta pois estava perdendo Michael
Andretti para a McLaren e a categoria européia estava levando um
revés que não esperava. Que campeonato foi aquele. A Rede Manchete
assumiu as transmissões com Téo José, Dedê Gomes e Luiz Carlos
Azenha (o primeiro comentarista foi o Edgard de Mello Filho – graças
a Deus foi só uma corrida). Tudo era novo e a atmosfera era
maravilhosa. A categoria realmente crescia muito e fora dos Estados
Unidos.
Vencendo logo na estréia e com uma disputa apertada com Emerson
Fittipaldi, Paul Tracy, Arie Luyendyk, Mario Andretti e Raul Boesel
correndo por fora. A chegada de Mansell na Newman Haas também marcou
o fim de uma era na equipe, pois Mario Andretti havia imposto uma
cláusula que somente parentes seus poderiam correr lá enquanto ele
fosse piloto. Carl Haas era uma felicidade só enquanto Roger Penske
tentava dar um troco ainda maior trazendo outro ainda maior. Ayrton
Senna era freqüentemente cortejado para um terceiro carro. Posso ter
certeza de uma coisa. Se Ayrton aceitasse, 1994 seria uma temporada
dos sonhos. Mansell não teve vida fácil, mas conseguiu um grande
triunfo, pois conseguiu ser campeão seguidamente nas duas maiores
categorias do automobilismo mais importantes do planeta. Faltou a
vitória em Indianápolis, mas a falta de experiência em ovais,
relargadas em movimentos, mas, antes de tudo, a grande estratégia e
talento de Emerson e da Marlboro Team Penske. O que mais assustou
Mansell foi o forte acidente em Phoenix pois o susto foi grande mas,
graças a Deus, não ocorreram maiores problemas. Mansell sempre foi
muito sincero e honesto em suas atitudes e não esqueço de dois
comentários seus: Que Jim McGee era o mais competente chefe de
equipe que já teve na vida e que quando ele pensava em automobilismo
de verdade, ele lembrava de seus anos na Indy, hoje Champ Car.
A temporada seguinte foi muito apagada para todos na Cart e não foi
diferente para Nigel Mansell e a Newman Haas, pois os motores Ilmor
e o revolucionário chassi Penske PC23 dominaram a categoria de forma
absurda. Fora que em Indianápolis a equipe estreou o potente e
vigoroso motor Mercedes Benz. Realmente a concorrência era entre os
três pilotos da Penske, Al Unser Jr, Emerson Fittipaldi e Paul
Tracy. Fora que Mansell ainda correu em quatro GPs pela equipe
Williams. Na França foi ao meio da temporada da Cart, mas houve
liberação. A categoria e a equipe estavam frágeis demais devido ao
terrível acidente que vitimou Ayrton Senna. Como a temporada nos
Estados Unidos acabou mais cedo que as temporadas européias, Mansell
assumiu o lugar de David Coulthard, mas os resultados foram muito
fracos. Alguns meses depois, se cogitou seu retorno, mas não houve
continuação nas negociações e Mansell apenas retornou as competições
oficiais em alguns eventos do BTCC, campeonato britânico de carros
de turismo e depois na GP Masters. Mas sempre da mesma forma que
encantou a todos nos anos 1980 e 1990. Com muita garra e sempre com
todo espírito de luta e gana para vencer, mesmo sem o melhor
equipamento, era certeza de show. Por isso era adorado pelos
italianos, por seu estilo feroz. Daí, a origem do apelido "il Leone".
Um grande abraço e até a próxima.
Fabio "Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com

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Torcedor do Vasco da Gama e da
Associação Atlética Anapolina, fui
membro da Penske,
atualmente sou Analista de
Tecnologia da Informação mas continuo
apaixonado pelas corridas como nunca. Todas as semanas, falarei sobre as
minhas experiências na categoria, além de contar histórias dos bastidores que
poucos conhecem.
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