"Coluna do Hyder" - Fabio
"Hyder" Azevedo
AAR - All American
Racers
Depois do
período na Europa, Dan Gurney voltou para os Estados Unidos, sempre como
construtor.
Olá pessoal, a Champ Car continua trabalhando
dentro de duas garagens e escritórios e mesmo as vagas consideradas
"fechadas" ainda podem estar em aberto, pois só saberemos mesmo o
posicionamento oficial de equipes e pilotos no Grid de abertura da
temporada em Las Vegas. Acredito que até mesmo na apresentação oficial dos
times com o novíssimo chassis Panoz não teremos esta definição por
completo, pois muitos times estarão testando pilotos e “costurando”
acordos financeiros. Estarei aproveitando este espaço para lembrar de uma
equipe que não teve tanto sucesso na Cart, mas seu proprietário é uma
lenda no automobilismo mundial, em todos os tempos. Esta coluna é dedicada
ao lendário Dan Gurney e a simpática All American Racers.
Como de costume não citarei aqui biografias e tudo mais, pois temos
grandes atlas esportivos e ainda assim este espaço não seria suficiente
para citar as maravilhas que este grande campeão deixou no automobilismo.
Estarei citando a sua experiência como proprietário de um time e
fabricante de um chassi pouco competitivo, mas bem no estilo
norte-americano. Apesar de o Team Penske ser uma equipe totalmente
norte-americana, seus chassis eram produzidos na Europa e, com isso,
restava apenas a AAR como única equipe que, junto com a Swift, que
produzia seus chassis em solo norte-americano. Neste caso pelo próprio
patriotismo e desejo do seu proprietário. E ele tinha uma marca bem
característica: A águia no seu bico. Tanto que o nome dos chassis era
Eagle. Este carro e esta equipe foram de fundamental importância para o
desenvolvimento da Toyota e os japoneses não tiveram dúvida em escolher
Dan Gurney como capitão deste projeto, pois além do grande histórico dele
com a fábrica japonesa, tinha uma fábrica que trabalho quase que
exclusivamente no desenvolvimento de peças e componentes para o que seria
o motor vencedor do certame de 2002 com o brasileiro Cristiano da Matta.
O mais engraçado é que o carro não tinha bons resultados mesmo contando
com o Juan Fangio II e com técnicos experientes provenientes de outros
times da Cart e do mundial de esportes protótipos. Mas isso não estava
sendo muito analisado, pois os japoneses faziam seqüências de testes em
todos os autódromos para testar condições do motor, transmissão e caixa
seqüencial e eletrônica que, no final, foi banida pelo regulamento da
categoria para evitar aumentar muito os custos. O clima dentro da equipe
era de pressão e correria como nos outros times, pois a disputa é grande
em todos os “setores” do grid, mas o ambiente acabava sendo agradável.
Lembro que certa vez, aqui no Rio de Janeiro, a Penske estava com as
garagens próximas as da Arciero Wells e AAR. Por acaso as duas tinham o
penoso e fraco motor Toyota, mas estavam sempre muito dispostas. Expliquei
para uma amiga que aquilo deveria ser o efeito Californian Sunshine.
Realmente o ambiente era mais descontraído e, competições a parte, era bem
divertido a integração e interação entre os membros de diversas equipes...
Os chassis Eagle não duraram muito tempo no certame, pois a AAR acabou não
renovando contratos para bancar o desenvolvimento dos seus carros e teve
de optar pelos Lola antes de encerrar as suas atividades no fim de 1999.
Mas uma marca que ficou nestes e em todos os carros Fórmula são as asas
batizadas como Gurney Flap, tornaram-se referência em todo o mundo
automobilístico. Não sei se tem algum esquema de homenagem da FIA ou o
próprio Dan resolveu fazer esta lembrança ser presente em todos os
componentes aerodinâmicos. Mas que acabou marcando, isso sim...
Os carros Eagle acabaram não sendo comparados a maneira correta, pois
todos os modelos que competiram no campeonato entre 1995 a 1999 utilizaram
apenas o motor Toyota. Foi assim com a equipe de Dan Gurney como no caso
do saudoso e simpático time de Robby Gordon e Mike Held – Team Gordon. Mas
confesso que gostaria de ver este chassi sendo motorizado com um Ford
Cosworth XD ou mesmo o XF ou então com um potente Honda. De repente o
problema não seria no carro, mas sim no deficiente motor Toyota. Mas isso
é coisa que não sei se saberemos já que o Dan Gurney agora é um feliz
aposentado em sua "humilde" casa em Rancho Santa Clara, na ensolarada e
bela Califórnia. Há poucos anos, ele ensaiou, junto de Phil Hill, piloto
norte-americano campeão do mundo de F-1, a compra de um time na maior
categoria de monopostos do mundo em associação com a Red Bull. O negócio
quase foi concluído. Só que o então proprietário era o escroque-mor do
automobilismo Tom Walkinshaw. Depois de verem rombos e mais rombos na
Arrows, eles decidiram abortar os planos. Os pilotos seriam os seus filhos
Alex Gurney e Derek Hill.
Um grande abraço, fiquem com Deus e sejam felizes!
Fabio
"Hyder" Azevedo
http://blogdohyder.blogspot.com
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Torcedor do Vasco da Gama
e da Associação Atlética Anapolina, fui membro da Penske,
atualmente sou Analista de Tecnologia da
Informação mas continuo apaixonado pelas corridas como
nunca. Todas as semanas, falarei sobre as minhas experiências na
categoria, além de contar histórias dos bastidores que poucos
conhecem.
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