Reportagens 2006


Montreal - Quebec

 

Por Bobby Rahal

 

Oriol Servia recebe a bandeira quadriculada após sua única vitória na Champ Car, em Montreal, 2005.

 

Montreal é a maior cidade da província de Quebec, no Canadá e a segunda cidade mais populosa do país. Localizada numa região de colonização francesa, com os seus 1,8 milhões de habitantes, Montreal é a segunda cidade de língua e cultura francesa mais populosa do mundo, só perdendo para Paris.

 

A maior parte da cidade fica na Ilha de Montreal, no rio São Lourenço, mas engloba também 74 ilhas menores próximas. Essa região fica próxima da fronteira com os Estados Unidos.

 

O clima na região de Montreal varia bastante, devido à sua localização no interior do continente, numa área onde grandes frentes de ar vindo do pólo norte e dos Estados Unidos costumam se encontrar. A instabilidade do tempo é considerada pelos habitantes de Montreal como parte do caráter da cidade, com muita chuva no verão e muita neve no inverno.

 

O clima de Montreal é temperado, com quatro estações bem definidas e variadas. No inverno há temperaturas mínimas entre -40°C a -10°C. No verão há temperaturas máximas entre 23°C a 35°C.

 

Sendo o maior centro financeiro do país, Montreal continua um dos principais centros financeiros da América do Norte. Suas raízes bilíngües e sua posição estratégica na América do Norte atraem empresas interessadas em trabalhar no continente norte-americano, especialmente, companhias francesas, dando a Montreal um acesso especial ao mercado francês e europeu.

 

Importantes empresas, tanto companhias canadenses sediadas na cidade, bem como companhias de outros países que escolheram a cidade como principal sede no país ou mesmo no continente, possuem seus quartéis-generais na cidade, como a Air Canada, a IBM Canada e a Bombardier. Montreal é um centro de indústria farmacêutica, de alta tecnologia, têxtil e de manufatura de roupas. Produz também componentes eletrônicos, equipamentos de transporte e de telecomunicação, e é um centro de processamento de tabaco.

 

É um dos principais centros aeroespaciais do mundo, onde está localizada a maioria das fábricas de aviões da Bombardier. A IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos) e a CAE (produtora de simuladores de vôo) também estão sediadas na cidade.

 

Refinarias de petróleo instaladas na cidade produzem boa parte da gasolina do país. A cidade também é um forte centro de processamento de alimentos, graças à sua localização na província, uma das regiões mais férteis do país.

O transporte público de Montreal é um dos mais eficientes da América do Norte. As estações de metrô de Montreal são verdadeiras obras de arte, grandes, usando de artifícios artísticos como estátuas, pinturas e arquitetura, que lhe renderam o apelido de As maiores obras de arte subterrânea do mundo. De fato, todo o sistema de metrô de Montreal fica abaixo do solo, com o objetivo de maximizar a temperatura dentro das estações nos dias rigorosos de inverno.

 

As flores na bandeira e no selo da cidade são símbolos da França, da Inglaterra, Escócia e Irlanda. O nome da cidade origina-se de Mont Royal, o monte onde Jacques Cartier havia estacado uma cruz no topo, e que o navegador nomeou em homenagem ao Rei que o havia patrocinado, Francisco I. Eventualmente, o nome do monte passaria a ser associado também com a cidade.

 

A cidade de Montreal se tornou mundialmente conhecida e entrou para a geografia dos esportes quando foi sede com grande sucesso as Olimpíadas de 1976. Naquela ocasião a ginasta romena Nadia Comanecci fez história aos 14 anos de idade ao obter a primeira nota 10 da história da ginástica olímpica.

 

Dois anos depois, em 1978, a Fórmula 1 passou a correr anualmente num circuito temporário montado na Ile Notre-Dame, uma pequena ilha ao lado da Ilha de Montreal. Só que ao contrário dos circuitos temporários habituais, construídos em ruas de grandes cidades, o circuito de Montreal possui todas as características de um bom circuito misto permanente, estando montado num parque bastante arborizado e cercado de águas numa paisagem deslumbrante.

 

O local inclusive promoveu as provas de canoagem nos Jogos Olímpicos de 1976 e anualmente os mecânicos das equipes de Fórmula 1 disputam uma animada regata no final de semana do GP do Canadá, montando jangadas com as sobras dos materiais encontrados nos boxes.

 

O circuito de Montreal era chamado antigamente de circuito de Ile Notre-Dame, mas foi rebatizado com o nome do piloto franco-canadense Gilles Villeneuve após a sua trágica morte no GP da Bélgica de 1982. Com isso a pista passou a ser vista de outra maneira, mais nostálgica.

 

É um circuito muito exigente da suspensão dos carros, devido às inúmeras ondulações existentes. Para a corrida de F-1 deste ano, os organizadores repavimentaram o circuito com asfalto, mas o calor provocou rachaduras e buracos que tiveram que ser fechados às pressas com cimento de secagem rápida.

 

A reta que antecede os boxes inicia-se após a curva do Cassino, caracterizada por Hairpin que obriga os pilotos a reduzirem muito a velocidade para contorná-la, é chave para se alcançar um bom tempo e também para fazer as ultrapassagens, é o ponto de máxima velocidade no circuito.  Após esta reta, chega a uma chicane que é a entrada para a reta dos boxes, onde os pilotos passam muito próximo do muro. Qualquer deslize neste ponto poderá ser o fim da prova. Que o diga Fernando Alonso, atual líder do Mundial de Fórmula 1 e vítima do muro traiçoeiro de Montreal na prova da Fórmula 1 do último mês de Junho nessa pista.

 

Na Champ Car, o circuito de Montreal teve seu ingresso no calendário em 2002, tendo como pole position o brasileiro Cristiano Da Matta, mas a vitória foi do piloto escocês Dario Franchitti, a bordo de um Lola Honda. Naquela oportunidade, os brasileiros Cristiano Da Matta e Tony Kanaan completaram o pódio em segundo de terceiro lugares respectivamente. E Cristiano Da Matta mantém desde aquela prova o recorde da pista para corridas da Champ Car, com o tempo de 1:18.959, média horária de 122.726 milhas, aproximadamente 197 km/h. 

 

 Enfim, A pista de Montreal é dominada por retas, separadas por uma série de curvas e chicanes, propiciando ao público bons pegas e conseqüentemente, várias ultrapassagens. Resta apenas saber se a grande extensão do circuito (4,361 km), um pouco longo demais para os padrões atuais da Champ Car (que só tem 18 carros no grid), não vai acabar dispersando os carros e impedindo as disputas. Torçamos portanto que aconteçam várias bandeiras amarelas na prova para que os carros se reagrupem, pois aí a ação será alucinante nas relargadas, quando todos utilizarão ao máximo o botão power-to-pass.

 

Curiosidades

 

- A prova de Montreal da Champ Car é patrocinada pela cervejaria Molson, que iniciou o seu compromisso com a categoria em 1984, com a realização da Molson Indy Montreal no circuito oval de Sanair, próximo a Montreal. O desenvolvimento do automobilismo canadense deve muito ao patrocínio da Molson e da Player's, uma marca de cigarros que por muitos anos patrocinou pilotos canadenses, equipes e eventos do automobilismo.

 

- O circuito de Sanair tem 0,826 milhas de extensão e embora seja chamado de Sanair Superspeedway, na verdade é um trioval bem curto. Esse circuito recebeu a Champ Car de 1984 até 1986.

 

- Nos idos de 1985, a Molson Indy Montreal em Sanair em 8 de Setembro foi a primeira prova em circuito oval curto transmitida ao vivo pela Bandeirantes para o Brasil, dentro do famoso "Show do Esporte" de Luciano do Valle, que chegou a ocupar quase 10 horas de programação dominical da Bandeirantes. Johnny Rutherford venceu a prova e Emerson Fittipaldi se acidentou na largada ao bater com A.J. Foyt.

 

- O circuito Gilles Villeneuve de Montreal é a única pista que recebe anualmente a Fórmula 1 e da Champ Car, embora em programações separadas (F-1 em junho, Champ Car em agosto). Trata-se do único circuito onde se pode comparar o desempenho na pista dos carros das duas categorias. Os carros de Fórmula 1 são cerca de 5 a 6 segundos mais rápidos, mas a grande expectativa é que nessa temporada da Fórmula 1 com os motores estando reduzidos a 2,4 litros de cilindrada e limitados a 8 cilindros, o que causou grande perda de potência em relação aos antigos motores de 3,0 litros. Com isso alguns especulam se os carros da Champ Car não poderão ser mais rápidos que os Fórmula 1 em Montreal. É esperar para ver.

 

- Para os norte-americanos a prova de Montreal será a última oportunidade do ano de assistir a uma prova da Champ Car em TV aberta, já que essa prova será transmitida ao vivo pela NBC para os Estados Unidos, o que será importantíssimo para pilotos, equipes e patrocinadores.

 

- A Champ Car perdeu uma guerra jurídica que estava acontecendo para saber que promotor receberia os direitos de realizar eventos automobilísticos no circuito Gilles Villeneuve, em Montreal. O prefeito da cidade concedeu esse privilégio para Normand Legault para os próximos 10 anos. O empresário é o dono dos direitos do Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1 e já tem um acordo quase pronto para levar a Nascar para o circuito. O problema é que a pista, que fica dentro de um parque, só pode receber esse tipo de evento em dois finais de semana por ano. Com isso, a etapa desse ano será a última.

 

Confira a programação (horários de Brasília, sujeita à alterações) para o fim-de-semana em Montreal:

     Sexta-feira 25/08

     11:15 Treino livre.
     15:00 Treino classificatório.

 

     Sábado 26/08
   
  11:30 Treino livre.
     15:00 Treino classificatório.

 

     Domingo 27/08

     10:30 Warm Up.

     14:30 Largada.

 

Conheça o traçado de Montreal

 

Montreal (Canadá).

 

Todos os Vencedores de Montreal

Ano

Piloto

País

Equipe

Chassi / Motor

2005

 Oriol Servia

 Espanha

Newman Haas

Lola Ford

2004

Bruno Junqueira

Brasil

Newman Haas

Lola Ford

2003

Michel Jourdain Jr

México

Rahal

Lola Ford

2002

Dario Franchitti

Escócia

Green

Reynard Honda

 

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