Entrevista a gravadora Warner

 

Como você está se sentindo de volta à banda?

John: Estou muito feliz. Porque minha vida está assim: eu não preciso pensar em mais nada além de fazer música. Então, fico concentrado na música o dia todo, não vivo com ninguém, não sou responsável por ninguém, visito as pessoas que eu amo quando quero, e a mairoia do tempo fico sozinho, lendo livros ou tocando guitarra.

É importante todos serem amigos, ou é até mais produtivo quando rolam as brigas?

Flea: As brigas podem ser produtivas, sei lá. Às vezes, estar na banda é difícil por causa das viagens, das coisas que você faz além de tocar música, que é melhor. Se você puder viver dentro do grupo com amizade, melhor, senão vira um inferno. Para a gente é muito importante dar apoio um ao outro, mas não tínhamos essa consciência até o John voltar. Agora é muito natural e acho que vai continuar desse jeito. Porque o principal é que nos amamos.

Então vocês são muito amigos.

Flea: Eu o Anthony nos tornamos amigos com 15 anos, agora temos 36. E sempre fomos inseparáveis.

Rolou muita coisa chata entre vocês nesses anos todos?

Flea: Muitas, mas nos últimos anos Anthony mudou, cresceu bastante, se tornou uma pessoa mais amável. Isso é evidente. Coisas chatas que aconteciam, não acontecem mais. Eu o respeito muito.

Essas coisas tinham a ver com drogas?

Flea: Não sei. Acho que tinham a ver com ele atingir ápices na vida. Só que depois de todo ápice cem o período em que a pessoa se acha o máximo. Mas ele está muito agradável agora.

Ele disse o que o fez mudar de vida?

Flea: Eu sei que ele ficou lutando com isso por anos.
John: Ele ri de tudo agora, mesmo sabendo que não é engraçado. Anthony teve muitas coisas trabalhando contra ele, mais ainda assim buscou dentro dele mesmo o que há de melhor, de mais doce. E tornou isso predominante em sua personalidade.

Quando vocês se encontraram novamente em 1998 e voltaram a tocar juntos, foi como a primeira vez?

John: Rolou uma conecção instantânea, foi maravilhoso. As músicas que escrevemos foram criativas e naturais. Não precisamos falar no assunto, ficar discutindo. Ficamos somente tocando e nos sentindo bem. Mas definitivamente não foi como se nada tivesse acontecido porque muitas coisas aconteceram e isso faz parte da nossa história. Nós abraçamos a nossa história.

Quando vocês fazem música, tocam o que vem à cabeça?

John: Não há nenhuma regra, mas o que acontece na maioria das vezes é que nos encontramos e começamos a tocar e a fazer barulho. Às vezes, vem o que está no ar, o que sentimos e, quando percebemos, saiu uma música interessante.
Flea: Isso torna o som do Red Hot diferente do som de outras bandas. Escrevemos nossas músicas juntos, como uma banda. Elas não são produto de um só cérebro.

O que significa Californication?

Anthony: Todo mundo está liberado para criar sua própria definição. Para mm, a palavra ilustra o processo de o mundo ser afetado pelo que nasceu e foi criado na Califórnia, seus filmes, música, idéias ou a própria ridicularização, os estereótipos.

Muitas das suas letras, principalmente para as pessoas que não têm o inglês como primeira língua, não são muito diretas. Vocês acham que todo mundo entende o que elas querem dizer?

Anthony: A questão é que você não precisa falar nada de inglês, a língua não importa. A vibração que acontece quando você ouve nossa música já é o suficiente. As pessoas no Japão têm o mesmo sentimento que os americanos porque o som da palavra é tão importante quan
to o significado.