Não há no mundo outra terra que seja florida e bela,
como o chão em que nasci; o chão onde me conheci.
Sobre este chão eu vivi, e com este chão dividi
todos os pedaços de mim...
Descalvado, só o teu chão carrega de mim o meu segredo,
esconde a minha essência, abriga também, meu mistério.
Só este chão não tem medo de levar minha vida a sério,
sem perder tua paciência e sem nunca me dizer: não!
O teu chão, cenário de minha vida,
palco aberto das minhas ilusões...
O teu chão com tuas matas, teus pássaros...
Tua beleza... Com os teus jardins, as tuas flores...
O teu chão com os teus rios, cascatas e cachoeiras,
tantas vezes foi abrigo das minhas dores,
tantas vezes foi a musa dos meus poemas...
O teu chão, com a tua gente...
Gente de todas as raças,
mas gente de coração quente...
Pessoas comuns, sábias, inteligentes,
amantes, amigos, poetas, músicos...
Pessoas, que sempre me deram suas mãos,
que sempre me deram o seu carinho
participando do meu Destino...
Descalvado, o teu céu cheio de estrelas e de luar transparente,
derrama sobre nossos passos as bênçãos e os abraços
da Virgem Padroeira N.S. do Belém,
que com sua santidade, com sua beleza casta,
jamais deixou o teu espaço ficar desamparado...
Teu espaço tão rico e abençoado!
Descalvado, o teu Sol aberto e firme
derrama alegria no ar... Este teu ar, simples e puro!
Descalvado, não há no mundo um lugar,
mais importante que tu!
- Cida Alfieri -