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Conectando trechos em Star Wars

DivulgaçãoGrievous findava o ato derradeiro de “Clone Wars Vol.I” se apresentando (finalmente) pro grande público e deixando - quíntuplas - pontas soltas (necessárias) pra uma eventual continuação, que não tardou em chegar... Pouco tempo depois, a nova temporada recomeçou do gancho deixado pela anterior, reiniciando os combates no front televisivo das "Guerras Crônicas". Desta vez, contudo, a premissa básica do elogiado desenho (ganhador do Emmy) alçaria vôos mais altos. Em primeiro lugar, a metragem cresceria radicalmente, mesmo amputando (neste amplo processo) o número de episódios - apenas cinco foram produzidos, ficando entre 12 ou 15 minutos cada um, entretanto, na soma geral, fielmente equivalente aos 20 antecessores - realinhando umas das (principais) reclamações dos fãs, sempre críticos com relação aos “minúsculos” capítulos anteriores. Agora, a obra abraçaria um espaço maior para poder destrinchar suas historietas, podadas nos parcos minutos (e preciosos segundos) dos “irmãos menores” - bastante elogiados pela crítica e resenhados bem aqui.

Com a pronta “injeção de tempo”, a animação poderia incrementar o conteúdo, indo além das singelas referências, ligando - num pedido da própria Lucasfilm - os "acontecimentos" entre o seriado e seus eventos subseqüentes, estes, retratados em “Vingança dos Sith”, lançado nos cinemas depois da antecipada exibição do desenho. Basicamente, “Clone Wars” ilustrava as informações dadas (na verdade confirmadas) nos letreiros iniciais do "Episódio III", mostrando passagens como a “promoção” de Anakin - que deixaria de lado as tranças de Padawan para se tornar (enfim) um Jedi formado - e o seqüestro do Chanceler, desencadeado pela invasão finalizada na cena de abertura do vindouro produto cinematográfico. Até mesmo a concepção (literal) de Luke e Léia acabou "aparecendo" - de relance (atentem para o momento onde as luzes do quarto se apagam...). Todavia, apesar de incorporar tramas e enredos que acarretam interferências diretas nos filmes da saga, “Clone Wars” parece não se adaptar totalmente ao falatório maçante da (irregular) narrativa (aprofundada). Se a ação continuaria no mesmo ritmo alucinante dos anos iniciais (acompanhados no "Vol. I"), outras passagens, porém, parecem desacelerar vertiginosamente, sobretudo nos instantes em que seguimos Skywalker rumando para os tais “testes finais” (no domínio da “Força”). Fazendo coro com a (reutilizada) temática dos “seres primitivos vs. opressores tecnológicos” (saída dos episódios I & VI), a “jornada” de Ani quebra a “torta edição” totalmente, subdivida entre a correria “danada” das batalhas e a monotonia dos (fracos) conflitos interiores do (futuro) Darth Vader. Frustrantes, na medida em que nada modificam a psique - já marcada pela sensação fatalista - do confuso personagem.

Logicamente, Genndy Tartakovsky continuou despejando seus traços típicos, lotando a tela com a volúpia dos combatentes e a beleza (estilo simplista) das formas icônicas como foram desenhados. Apesar de apresentar também, eventualmente, alguns takes (lamentavelmente) “empobrecidos” - aparentemente, menos retrabalhados (do que os restantes) - provavelmente, sacrificados pela correria exigida pelos - curtos - prazos da equipe, uma vez que o (apertado) cronograma do projeto apregoava que tudo fosse concluído antes que “Star Wars” encerrasse seu ciclo nos cinemas. A própria “tosse característica” (secreta até então) do General Droid acabou inserida na última hora, prontamente sinalizando esta transposição pras telonas. No conceito geral, “Clone Wars” chega ao final com fôlego (apesar dos solavancos), agradando o departamento de marketing (feliz com a propaganda - diária - no Cartoon Network) e o criador George Lucas - tão satisfeito que terminou fundando uma empresa em resposta, a Lucasfilm Animation, sediada entre EUA/Cingapura, pavimentando (assim) sua completa independência produtiva nos desenhos animados (tal como fizera na Sétima Arte), tendo como passo inicial, uma empreitada - em computação gráfica - que retoma ao mesmo universo formatado nestes dois “Clone Wars” realizados por Tartakovsky. Todavia, se o destino da nova série, apelidada de “The Clone Wars”, parecia fadada à exibição na TV, uma reviravolta póstuma - alicerçada pela complicada "greve dos roteiristas" que atrasou a indústria filmística em 2007 - propiciou sua migração (póstuma) para o longa homônimo - que reiniciará o conto - isso nas telonas.

 

 

Extras

Muito parecidos com a primeira caixa, os bônus deste pacote incluem um (não-legendado) comentário de áudio e os esperados Trailers/Galeria de Fotos (aka imagens). De interessante mesmo, temos o documentário “Ligando os Pontos” (passando bem enquanto Making Off do presente produto) e um curta-metragem (di grátis): “Revenge of the Brick”. Um "Guerra nas Estrelas" no âmbito dos brinquedos Lego (uma "união" marcante de enorme receptividade no mundo dos videogames, lançando títulos extremamente interessantes e criativos). Bonito e simpático, o "Extra Especial" é uma companhia interessante pra (citada) “versão animada” da imortal Space opera, demonstrando uma tendência - clara - no futuro de “Star Wars” (que se acomodou realmente - como nunca - no gênero): logo teremos mais deles, pode acreditar.

 

Carlos Campos

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