Semi- Final 2002    

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Ontem foi um dia marcante na vida de muitos amigos meus e, com certeza, na minha também.Ontem foi um dia que iremos lembrar para sempre (fico imaginando nós velhos, comendo churrasco em volta da piscina, com a piazada infernizando pelos lados e lembrando). Pois é, esse foi o dia em que chegamos a final de um campeonato.

 A tarde estava maravilhosa e o Clace totalmente motivado para o seu "jogo do ano". Aos poucos fomos nos juntando e, em meio ao clima descontraído que havia, iamos explanando nossos pensamentos. O interessante disso foi que todos tinhamos a convicçao de que a vitória seria nossa. 

A partida começou tensa, com as duas equipes errando muitos passes. Logo aos dez minutos de jogo o Deco se estranhou com o zagueiro e capitão do Fanáticos (que é treinado pelo Larri, ex jogador do Inter), depois que este quis dar uma de machão e acabou tomando um tapa na cara muito bem dado. O árbitro Machado optou pelo certo e mandou os dois para o chuveiro mais cedo. 

O jogo seguiu disputado até que eles acertaram seu meio de campo e, depois de uma falta cobrada por Marcão (ex-Inter e Juventude) para dentro da área, chegaram ao seu primeiro gol, marcado pelo camisa 9. Isso mexeu com os brios da nossa equipe e, logo depois, Dadão em tarde inspirada, fez de cabeça o gol de empate. Porém, nosso time não soube manter a calma necessária para virar o jogo e, ao invés disso acabou tomando mais dois gols de cabeça anotados pelo mesmo número 9. O primeiro tempo acabou e notava-se claramente um clima de "já ganhou" pelos jogadores adversários. O número 9 resolveu sair pois achava que tudo estava ganho. Achava!!! 

Nosso grupo demonstrou uma união incrível em sua conversa do intervalo. Aqui destaco as palavras ditas pelo Ceará, lembrando de que independente do resultado final não havia porque ficar de cabeça baixa. O Dani completou e usou a frase feita "Não está morto quem peleia". E nós peleamos até o final. 

Eu entrei na lateral direita no lugar do Cláudio e o segundo tempo começou eletrizante. Só a vitória nos interessava e por isso fomos ao ataque. A tática deu certo e já no comecinho nosso Cearense fez o seu gol. Todos nós estávamos vibrando quando ele foi buscar a bola nos fundos da rede e acabou sendo covardemente agredido por um chute do volante Ricardo (ex-Inter, aquele que deu uma cotovelada no Paulo Nunes). Rolou uma confusão, mas a justiça prevaleceu com o árbitro Machado expulsando o agressor. Ali eu senti de verdade que tínhamos a nossa chance de ganhar, de que era o nosso momento e que não poderíamos falhar. A melhor e mais experiente referência do meio de campo deles tinha acabado de ir para a rua, por isso o jogo continuou com o Clace jogando para frente, tocando a bola e envolvendo o adversário, com raça, com gana, com o espírito de um vencedor. Ai veio a jogada do dia. Nosso camisa 10 e capitão Leonel trabalhou a bola e em meio a dois zagueiros, deu um chute fulminante de fora da área, no cantinho, sem chances para o goleiro. Golaaaaço!!!! Não posso descrever o que senti, só sei que sabia que iríamos ganhar. Eu notava neles um certo desespero, eles se olhavam como se dizendo: -"E agora, o que vamos fazer?" Mas o melhor ainda estava por vir. 

A equipe precisava de apenas um golzinho para chegar a final. Apenas um!! Leonel tratou de providenciá-lo pegando a bola e partindo para cima do gol, só parando quando o goleiro saiu de sua área se jogando a seus pés e agarrando a bola com as mãos. A dupla falta foi marcada e o goleiro devidamente expulso. Nem vou falar da confusão, com o Clace de um lado vibrando e, do outro, o Fanáticos apavorado, com seus jogadores todos em cima do juiz (que a estas alturas já tinha sido ofendido de tudo e até jurado de morte). Ahhh, também não preciso dizer que aquele negão maloqueiro tem pulso forte, por isso mandou todo mundo calar a boca e reiniciou a partida. Acabou que eles não tinham goleiro reserva, por isso o Marcão botou as luvas, a camisa de Goleiro e foi para de baixo das traves. O Roger cobrou a falta com perfeição (como já havia cobrado todas as bolas paradas) na cabeça do Rafinha, que botou a bola para trás encontrando o Dadão livre para encher o pé e marcar o gol que selaria a nossa vitória. 

Nós não acreditávamos no que haviamos conseguido. Enquanto nosso time se continha para não cometer alguma bobagem devido ao estado de euforismo, o time do Fanáticos inteiro pressionava erradamente o bandeira por um impedimento que claramente não havia ocorrido. O coitado acabou tomando um soco, mas seu companheiro, o nego maloqueiro Machado comprou a briga e saiu distribuindo porrada no time inteiro do Fanáticos. O trio foi para o vestiário escoltado por policiais da Brigada Militar,e enquanto nosso time esperava pelo resultado unidos no meio de campo, notei que toda a torcida das arquibancadas do campo do Parcão estava torcendo pelo Clace. Depois veio a notícia de que a partida havia sido encerrada e que nós éramos os finalistas. 

Isso era tudo! Era toda a emoção trazida pela vitória e muito mais: 

É o primeiro campeonato disputado por essa equipe no seu primeiro ano de vida; 

É a primeira conquista deste time que já demonstra ter MUITA TRADIÇÃO; 

É a satisfação (indescritível) de termos eliminado a equipe que diziam ser a favorita ao título, sem contar que esse foi o time que nos aplicou uma goleada de 7 x l; 

É também o direito de disputar o Campeonato Municipal de Porto Alegre. 

Sim, eu sei. Ainda não está nada ganho. Ainda teremos uma final duríssima pela frente onde serão dois jogos contra o Auxiliadora, mas nossa humildade vai fazer com que não apenas ganhemos refrigerantes após os jogos, mas também uma churrascada digna de Campeões. Se Deus quiser daqui a duas semanas eu farei um novo documento como este. Pois então até lá!! Um forte abraço e dá-lhe CLACE!!

 Redação:   Gabriel Fortunato