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Ontem
foi um dia marcante na vida de muitos amigos meus e, com certeza, na minha também.Ontem
foi um dia que iremos lembrar para sempre (fico imaginando nós velhos, comendo
churrasco em volta da piscina, com a piazada infernizando pelos lados e
lembrando). Pois é, esse foi o dia em que chegamos a final de um campeonato.
A
tarde estava maravilhosa e o Clace totalmente motivado para o seu "jogo do
ano". Aos poucos fomos nos juntando e, em meio ao clima descontraído que
havia, iamos explanando nossos pensamentos. O interessante disso foi que todos
tinhamos a convicçao de que a vitória seria nossa.
A
partida começou tensa, com as duas equipes errando muitos passes. Logo aos dez
minutos de jogo o Deco se estranhou com o zagueiro e capitão do Fanáticos (que
é treinado pelo Larri, ex jogador do Inter), depois que este quis dar
uma de machão e acabou tomando um tapa na cara muito bem dado. O árbitro
Machado optou pelo certo e mandou os dois para o chuveiro mais cedo.
O
jogo seguiu disputado até que eles acertaram seu meio de campo e, depois de uma
falta cobrada por Marcão (ex-Inter e Juventude) para dentro da área, chegaram
ao seu primeiro gol, marcado pelo camisa 9. Isso mexeu com os brios da nossa
equipe e, logo depois, Dadão em tarde inspirada, fez de cabeça o gol de
empate. Porém, nosso time não soube manter a calma necessária para virar o
jogo e, ao invés disso acabou tomando mais dois gols de cabeça anotados pelo
mesmo número 9. O primeiro tempo acabou e notava-se claramente um clima de
"já ganhou" pelos jogadores adversários. O número 9 resolveu sair
pois achava que tudo estava ganho. Achava!!!
Nosso
grupo demonstrou uma união incrível em sua conversa do intervalo. Aqui destaco
as palavras ditas pelo Ceará, lembrando de que independente do resultado final
não havia porque ficar de cabeça baixa. O Dani completou e usou a
frase feita "Não
está
morto quem peleia". E nós peleamos até o final.
Eu
entrei na lateral direita no lugar do Cláudio e o segundo tempo começou
eletrizante. Só a vitória nos interessava e por isso fomos ao ataque. A tática
deu certo e já no comecinho nosso Cearense fez o seu gol. Todos nós estávamos
vibrando quando ele foi buscar a bola nos fundos da rede e acabou sendo
covardemente agredido por um chute do volante Ricardo (ex-Inter, aquele que deu
uma cotovelada no Paulo Nunes). Rolou uma confusão, mas a justiça prevaleceu
com o árbitro Machado expulsando o agressor. Ali eu senti de verdade que tínhamos
a nossa chance de ganhar, de que era o nosso momento e que não poderíamos
falhar. A melhor e mais experiente referência do meio de campo deles tinha
acabado de ir para a rua, por isso o jogo continuou com o Clace jogando para
frente, tocando a bola e envolvendo o adversário, com raça, com gana, com o
espírito de um vencedor. Ai veio a jogada do dia. Nosso camisa 10 e capitão
Leonel trabalhou a bola e em meio a dois zagueiros, deu um chute fulminante de
fora da área, no cantinho, sem chances para o goleiro. Golaaaaço!!!! Não
posso descrever o que senti, só sei que sabia que iríamos ganhar. Eu notava
neles um certo desespero, eles se olhavam como se dizendo: -"E agora, o que
vamos fazer?" Mas o melhor ainda estava por vir.
A
equipe precisava de apenas um golzinho para chegar a final. Apenas um!! Leonel
tratou de providenciá-lo pegando a bola e partindo para cima do gol, só
parando quando o goleiro saiu de sua área se jogando a seus pés e agarrando a
bola com as mãos. A dupla falta foi marcada e o goleiro devidamente expulso.
Nem vou falar da confusão, com o Clace de um lado vibrando e, do outro, o Fanáticos
apavorado, com seus jogadores todos em cima do juiz (que a estas alturas já
tinha sido ofendido de tudo e até jurado de morte). Ahhh, também não preciso
dizer que aquele negão maloqueiro tem pulso forte, por isso mandou todo mundo
calar a boca e reiniciou a partida. Acabou que eles não tinham goleiro reserva,
por isso o Marcão botou as luvas, a camisa de Goleiro e foi para de baixo das
traves. O Roger cobrou a falta com perfeição (como já havia cobrado todas as
bolas paradas) na cabeça do Rafinha, que botou a bola para trás encontrando o
Dadão livre para encher o pé e marcar o gol que selaria a nossa vitória.
Nós
não acreditávamos no que haviamos conseguido. Enquanto nosso time se continha
para não cometer alguma bobagem devido ao estado de euforismo, o time do Fanáticos
inteiro pressionava erradamente o bandeira por um impedimento que claramente não
havia ocorrido. O coitado acabou tomando um soco, mas seu companheiro, o nego
maloqueiro Machado comprou a briga e saiu distribuindo porrada no time inteiro
do Fanáticos. O trio foi para o vestiário escoltado por policiais da Brigada
Militar,e enquanto nosso time esperava pelo resultado unidos no meio de campo,
notei que toda a torcida das arquibancadas do campo do Parcão estava torcendo
pelo Clace. Depois veio a notícia de que a partida havia sido encerrada e que nós
éramos os finalistas.
Isso
era tudo! Era toda a emoção trazida pela vitória e muito mais:
É
o primeiro campeonato disputado por essa equipe no seu primeiro ano de vida;
É
a primeira conquista deste time que já demonstra ter MUITA TRADIÇÃO;
É
a satisfação (indescritível) de termos eliminado a equipe que diziam ser a
favorita ao título, sem contar que esse foi o time que nos aplicou uma goleada
de 7 x l;
É
também o direito de disputar o Campeonato Municipal de Porto Alegre.
Sim, eu sei. Ainda não está nada ganho. Ainda teremos uma final duríssima pela frente onde serão dois jogos contra o Auxiliadora, mas nossa humildade vai fazer com que não apenas ganhemos refrigerantes após os jogos, mas também uma churrascada digna de Campeões. Se Deus quiser daqui a duas semanas eu farei um novo documento como este. Pois então até lá!! Um forte abraço e dá-lhe CLACE!!
Redação:
Gabriel
Fortunato