S O N G O  
Sòngó foi o primeiro Rei pela história.
Mas não temos maiores detalhes sobre esta história.
Vindo de Ígbetì, lugarejo próximo a cidade de Òyó, radicou-se nesta última.
Não podemos dizer certamente a quantos anos, pois não houve historiador que pesquisasse.
O povo Yorùbá vivia em paz e ela assumiu o lugar como Rei de Òyó.
Ele tinha dois súditos poderosos conhecedores de rituais sagrados.
Um era Tìmì (Olofa Ina), e o outro era Gbonka Ebìrì muito mais poderoso nas macumbas.
Os dois surpreenderam o Rei, os Òyó-Misì (Chefes de Òyó) e o povo, com seus poderes.
Temeroso com os poderes de Tìmì, Sòngó juntamente com os Òyó-Misì, resolveram mandá-lo para Ede a fim de chefiar as pessoas daquela cidade, na intenção de que Tìmì morresse por lá.
Porém Tìmì acabou tornando-se Rei de Ede, este é o motivo pelo qual todos os Reis de Ede, tem nome de Tìmì.
Ao saber das notícias de Ede, e do poder de Tìmì, Sòngó declarou guerra contra ele.
Chamou seus Òyó-Misì e ordenou que Gbonka Ebìrì formasse um exército e fosse combater Tìmì.
Tìmì lutou e venceu os guerreiros de Gbonka Ebìrì.

Tìmì lançou sua espada contra Gbonka e este fugiu e começou a lançar seus ofò (rezas) contra Tìmì e este caiu vencido.
Assim Gbonka levou Tìmì vencido à presença do Rei, mostrando que ele era mais forte.
Como Sòngó queria a morte dos dois, decidiu de novo que eles deveriam lutar na frente de todo o povo, e marcou uma luta no mercado de Àkàsán em Òyó.
Gbonka venceu de novo e cortou a cabeça de Tìmì. Ciente de sua força, Gbonka diz que agora quer lutar é com Sòngó mesmo, e que o Rei não tinha como fugir dele.
Disse que Sòngó só tinha fogo na boca e que isto era insuficiente para o fazer vencer.
Desfiou dizendo a Sòngó que botasse fogo em todas as árvores e que ele colocaria seu ori (cabeça) em baixo delas e nada lhe aconteceria.
Sem medo Sòngó fez o que Gbonka disse, ateando fogo em todas as árvores.
Tudo se queimou mas nada aconteceu com Gbonka.
Quando o Rei Sòngó, e seu povo celebravam sua grande força, surge Gbonka e fala que o Fogo de Sòngó nenhum mal lhe faz.
Gbonka determina que Sòngó saia de Òyó em cinco dias, caso contrário ele o expulsaria a pedradas.
Por isso é que o Povo Yorùbá, a cada cinco dias, comemora Sòngó, pois este dia é Jàkùta.
Os Òyó-Misì viram que nada podia matar Gbonka. O fogo, a faca ou a enxada, nada o vencia.
Eles falaram à Sòngó que a força de Gbonka vinha do Céu (Òrun), e que era melhor que o rei voltasse para Tápà, a cidade de sua mãe.
Sòngó pede que os amigos venham com ele, mas nenhum o acompanha, a não ser sua mulher e escravos.
Foram até Ipesi, esperando que os amigos venham, mas enquanto esperavam, até os escravos os deixaram.
Somente fica Oyá, que posteriormente também o deixa, partindo para a cidade de Irá, onde nasceu.
Só restam ao perdedor Sòngó um escravo chamado Beri.
Ele pensa em cometer suicídio enforcando-se na árvore Ààyàn, perto da cidade de Kòso.
Desta forma ele morre em Kòso.
;O suicídio de Sòngó indignou por demais seus amigos, na cidade de Òyó.
Eles procuram em Aàrá (pedra de fogo) o poder para queimar as casas das pessoas que falam mal de Sòngó, afirmando tratar-se ele de um suicida.
Desde então ninguém pode falar que Sòngó so (Sòngó enforcou-se), todos devem dizer Oba ko so (o Rei não se enforcou).
Quando o fogo do Aàrá queima as casas dos Magbas eles rapidamente pegam o èdùn Aàrá e enterram e cobrem com àpáàdà, afim de aplacar a ira de Sòngó.
Assim foi que Sòngó tornou-se Òrìsá
Tradução literal de páginas do livro Àwon àsà àti Òrìsà Ilè Yorùbá
Autor: Olu.Daramola Olùkó Agba fún Ede Yorùbá Ilé-iwe Giga fún aranti Manuwa, Iju-Odo, Okitipupa.
Adebayo Jeje Olùkó Agba fún Ede Yorùbá Ilé-iwe Giga Notre Dame, Usi-Ekiti.
Editora: Ojibon-Oje Press & Book Industries (Nigéria) ltda.
A teoria de Clapperton (Travel and Discoveries in Northern and Central África 1822/1824) informa que estudos arqueológicos levam ao encontro de uma figura com sinais Egípcios e inscrições em Hebraico, chamada de A Maravilha de Ifé.
Trata-se do monólito de Òrànmíyàn.
Desse assunto trataremos no segundo estágio de nosso curso.
Odùdúwà uniu-se a Olókun (oceano) assumindo a forma de Oba - Olókun (Rei dos Oceanos), tendo três filhos, Ògún, Isedale (equivalente a deusa Afrodite) e Okambi (Deus do fogo).
Okambi teve sete filhos, entre eles Òrànmíyàn, dando continuidade a missão de seu Avô (Odùdúwà), na divulgação da Religião dos Òrìsà, tornando-se o mais formoso dentre todos os filhos.
Torna-se Ele detentor de grande quantidade de terras na África Ocidental, instalando-se em definitivo em Ilè Ifé.
Òrànmíyàn afasta-se de Ilè Ifé para conquistar Òyó, passando assim o trono desta cidade chamar-se Ite-Aláàfin.
Em memória de seu pai, concede-lhe pós-morte, a honra de ser o primeiro Aláàfin Òyó.
Òrànmíyàn reservou para si a Segunda posição como Aláàfin Òyó, tornando-se ?Òwòni ti Ilè Ifé ( Senhor do Palácio Real de Ilè Ifé ).
Òrànmíyàn foi pai de Ajuan ou Àjàká, e Olufiran ou Sòngó.

Com o nascimento destes dois filhos inicia-se a dinastia dos Òyó a saber:
âOKAMBI - 1º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1700 à 1600 a . C aproximadamente;
âÒRÀNMÍYÀN - 2º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1600 à 1500 a . C. ;
âÀJÀKÁ - 3º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1500 à 1450 a . C. ;
âSÒNGÓ - 4º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1450 à 1403 a. C. ;
âÀJÀKÁ - 5º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1403 à 1370 a. C. ;
âAGANJÚ - 6º
âYAYUN - 7º
âKORI - 8º - construiu as cidades de Ede e Òsogbo;
âOLUASO - 9º
âONÌGBOGI - 10º - organizou a cavalaria em Òyó;
âAFIRON - 11º
âEGUOJU - 12º
âOROMPOTO - 13º
âAJIBOYEDE - 14º
âABIPA - 15º - reconstruiu Òyó;
âOBALOKUN - 16º - introduziu o uso do sal
âAJAGBO - 17º
âODARAWU - 18º
âKANRAN - 19º
âJAYIN - 20º
â ESPAÇO DE TEMPO HISTÓRICO ENTRE 50 E 300 ANOS;
âAYIBI - 21º

Hoje temos ?Oba Olayiwola Adeyemi III? como descendente direto de Àjàká, Aganjú e Abipa, portanto descendente direto de Sòngó, usando o mesmo trono de seu ancestral ilustre.
É o Ministro da Guerra e suas decisões são inquestionáveis pelo povo.


ELE É TIDO COMO UM ÒRÌSÀ FEROZ, MAS TAMBÉM GENEROSO, QUE TRAZ FILHOS, DINHEIRO, CURAS E PRINCIPALMENTE JUSTIÇA, DETESTANDO TODOS OS TIPOS DE FALSIDADES E MENTIRAS.
Homem forte, conhecedor de diversas formas de magia.
Hábil caçador, voluntarioso, cruel e tirânico, viril e atrevido, justiceiro e autoritário.
Decide sobre o bem e o mal, e todos aceitam suas decisões, não só pelo poder agressivo, mas sim pela sua retidão e honestidade quase que infalíveis.
Castiga todos os tipos de ladrões e malfeitores.
Associado sempre a imagem do poder.
Seu castigo é o raio, uma de suas armas, mas não o lança impulsivamente; sempre são pesados os prós e os contra.
Por todos esses motivos também é associado na Natureza com a firmeza da rocha, sempre rígido, ao contrário da flexibilidade e força agressiva que o metal pode Ter.
Muito associado com Zeus, da mitologia Grega, pelo uso do machado de duas lâminas, pois Zeus é visto várias vezes em Creta com o machado da justiça nas mãos.
Mas a violência de Sòngó nunca é gratuita, manifestando-se sempre por um objetivo específico: castigar os maus ou conquistar o poder.
Como Òrìsà da vida, e do fogo, é antagônico à Sòngó a morte(ìkú) de quem ele se afasta de todas as formas, inclusive ao final da vida de seus Omo.
Ele, como fogo e vida, é incompatível com o frio da morte.
É associação da justiça firme e sólida da pedra e o poder de realização e transformação do fogo. ?A importância civilizadora do fogo ninguém pode negar, transforma tudo, derrete a pedra, transmuta os alimentos, domina a natureza, assusta os animais e rasga a noite.? (Monique Augras).
Portanto pelo raio que gera fogo, Ele é o Deus criador e destruidor.
Seus pontoa fracos são a vaidade e a sensualidade. Após sua deificação tornou-se um dos Òrìsà mais cultuados entre o Povo Yorùbá.
Sòngó filho de Òrànmíyàn foi o quarto Rei de Sòngó, antiga cidade de Eyeo ou Katunga.
Era tão forte que precisava sentar sobre o pilão, fazendo com que se creia que até hoje ele está sentado lá.
Após a morte de seu pai compeliu seu irmão Àjàká a pagar-lhe tributos e posteriormente depôs Àjàká do trono.
Sòngó era um Rei muito jovem, e sua juventude fez com que Olówu quisesse tirar partido disso, cobrando-lhe impostos exagerados.
Isto fez com que se iniciasse uma violenta guerra entre eles.
Sòngó demonstrou sua bravura e domínio da magia.
Rolos de fumaça e fogo saiam de sua boca e narinas aterrorizando Olówu que, junto com seu exército, partiu em retirada.
Seguidas vitórias fizeram com que Sòngó se tornasse tirano. Removeu o trono da cidade de Oko para Òyó, dando a ela o nome de Òyó-Koro.
Certa vez decidiu realizar culto a sua mãe morta.
Ele não lembrava o nome dela, pois quando ela morreu ele era ainda um bebê.
Sua mãe era filha de Elempe, um Rei Nupe, aliado á Òrànmíyàn, que entregou-lhe a filha como esposa, nascendo então Sòngó.
Este designou dois escravos, um tapa outro haussa, que fossem a terra Nupe oferecer uma vaca e um cavalo em sacrifício à sua mãe, e recomendou que os escravos prestassem muita atenção ao nome de sua mãe que seria citado durante o sacrifício.
Os mensageiros foram recebidos com alegria e festejos por Elempe, avô de Sòngó.
O escravo haussa esqueceu-se da ordem recebida e durante o sacrifício, o escravo tapa prestou atenção quando o praticamente do ritual disse: ?Torosi Ìyá gbódó, estamos prestando culto oferecido por seu filho Sòngó?.
Assim o escravo tapa gravou o nome Torosi. Retornando, o escravo tapa foi homenageado e recompensado, enquanto que o haussa foi punido com cento e vinte cortes de navalhas espalhados por todo o corpo.
As esposas de Sòngó acharam as cicatrizes belíssimas e consideraram que tais marcas deveriam ser feitas nos membros da família real, como sinal de nobreza. Sòngó aceitando a opinião das esposas determinou que Olowala Bàbájegbe Osan e Oru viessem fazer incisões em seu corpo.
Mas não suportou nada além de dois cortes longitudinais feitos um em cada braço, desde os ombros até os punhos, recebendo assim o Título de Akeyo.
Quando resolveu tomar Òyó-Koro enviou o escravo haussa até o Rei Olòyó-Koro para que exibisse tão belas cicatrizes.
O Rei e seus ministros quiseram que as cicatrizes fossem feitas neles, e chamaram Osan e Oru para fazê-las.
Três dias depois que as cicatrizes tinham sido feitas, enquanto o Rei e seus ministros tinham o corpo dolorido, Sòngó atacou e venceu.
Portanto uma das lendas falam que a mãe de Sòngó é Torosi, outras falam que sua mãe é Yamasse e ainda outras falam que é Yemoja.
Sòngó reinou por sete anos e construiu seu castelo no topo do morro chamado Òkè Àjàká.
Querendo testar uma de suas poções mágicas, subiu o morro. O teste fez com que uma tempestade caísse sobre o lugar, raios atingiram o palácio e várias construções ao seu redor.
Muitas esposas e filhos de Sòngó morreram. Deprimido ele acaba abdicando ao trono e retira-se para a companhia de seu avô Elempe.
Outro mito conta que Sòngó irado contra opositores dentro de seu reinado, mata cento e sessenta deles.
Parte então em uma jornada acompanhado de poucos seguidores, dentre eles seu escravo favorito, chamado Bírí.
Mas desgostoso com seu rei, Bírí, Omirán e outros o abandonaram.
Sentindo-se solitário Sòngó põe fim a sua vida. Ao saberem do suicídio do Rei, os escravos Bírí e Omirán também põe fim a suas vidas, na mesma cidade de Kòso.
Seu primo Omo Sanda suicida-se em Papo. Baáyànni sua irmã suicida-se em Sele.
Obei suicida-se em Jàkùta. Oyá sua esposa favorita suicida-se em Irá.
Outra versão mitológica de Sòngó diz que ele era um Rei poderoso.
Quando alguém, mesmo seus súditos, o desrespeitasse ele botava fogo pela boca e fazia com que qualquer um se arrependesse pelo comportamento tomado.
Estes fatos chegaram ao povo que tomaram conhecimento dos males que a impulsividade do Rei causava.
Todos voltaram-se contra Sòngó, e o desentendimento entre os dois conselheiros causou grande descontentamento popular.
Sem suportar o clima em Òyó, Sòngó foge levando todas as suas coisas.
Acompanhado por Òsun, Oyá, Obà, Òsùmàré, Dada, Oru e Tìmì andou sem destino pois não tinha para onde ir.
Logo surgiram intrigas também entre seus companheiros, e Sòngó logo viu-se acompanhado somente por Oyá.
Sem saber o que fazer, aproximou-se da árvore chamada Ààyàn que estava a beira da estrada, e enforcou-se.
Este lugar é chamado de Kòso. Sua esposa Oyá seguiu rumo ao norte, em direção a cidade de Irá e transformou-se em um rio.
Chegando na cidade a notícia de que o Rei tinha se enforcado o povo gritava ?Oba so? (O Rei se enforcou).
Os poucos amigos que restaram na cidade revoltaram-se e seguiram para a cidade de Ibàribá para aprender a magia com o intuito de vingarem-se dos inimigos de Sòngó.
Aprenderam a gerar fogo na casa das pessoas e elas acreditavam que o fogo era gerado pelo rei morto.
Decidiram então pedir desculpas á Sòngó, mudando a expressão ?Oba so? para ?Oba ko so? (O Rei não se enforcou).
Ficando o local do enforcamento chamado de Kòso.
Querendo mostrar sua imortalidade, Sòngó lança raios durante as tempestades e por esse motivo recebe o Título de Jàkùta (O atirador de pedras), e por isso as pessoas que morrem atingidas por raios são enterradas como ?oni-Sòngó? (aquele que cultua Sòngó).
Outros dizem que os seguidores de Sòngó foram para Haubà aprendendo lá a trabalhar com os raios, e começaram a lançá-los nos arredores de Òyó.
Houve perdas de vidas e de propriedades, fazendo com que o povo entrasse em pânico, permitindo que os amigos Sòngó espalhassem a noticia de que o Rei não se enforcou, mas sim tinha ascendido para o Céu, e os raios eram sua vingança sobre os que diziam que ele tinha se enforcado.
E a partir daí todos deveriam dizer Oba ko so! Iniciou-se os Cultos para Sòngó em Òyó, e os inimigos ofereciam-lhe bois, carneiros, aves, obi, orógbó e epo pupa, e logo um Santuário foi erguido na árvore de Ààyàn e o local foi batizado como Kòso (não se enforcou).
Em Idowu encontra-se outros mitos sobre Sòngó. Diz-se que duas esposas dele eram rivais e viviam brigando.
Muitas eram as reclamações do povo contra a tirania do Rei.
Irritado com tudo isso ele se retira para uma floresta.
Por longo tempo aguardou-se o retorno de Sòngó, até que alguns súditos decidiram procurá-lo nas matas.
Apenas seu cavalo foi encontrado e as pessoas gritavam: Sòngó onde esta você?, Você se enforcou? , Volte, precisamos de você!.
E ele respondia: Eu não me enforquei.
Mas tantas são as reclamações sobre mim, que governarei invisível. E assim ele subiu ao Céu por uma corrente que nascia do topo da árvore Ààyàn, manifestando sua realeza através do raio e do trovão.
Sempre que uma propriedade é atingida por um raio os Bàbámogbà (Sacerdotes do Culto de Sòngó) vão ao local procurar o èdùn àrá (pedra de raio), e sobre ela oferendas e muito èjè é derramado.
Sòngó também é senhor da sociedade secreta Ogbóni, que detém poderes religiosos e políticos dentro da Cultura Yorùbá.
A origem Tapa tem Obàlúwàiyé como irmão mais velho de Sòngó.
Em certas cidades como Sakete e Ifanhin são feitas oferendas á Obàlúwàiyé antes das oferendas à Sòngó.
Sabemos que Sòngó encontra muito apoio em sua esposa predileta Oyá.
Diz-se que ele não faz nada sem ela.
Oyá é: Òrìsà merindinlogun ni mbe lodo Sòngó, nibi ka san pa, ni bi kan yan, l Oya fí gbóko lowo gbogbo won.
Entre dezesseis Òrìsà femininos, esposas nas mãos de Sòngó, Oyá se destacou por sua beleza, elegância e força.                                                                                                         
   

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