Sistemática
Com uma família de plantas tão numerosas, se faz necessário dividi-las e subdividi-las para melhor e mais facilmente identifica-las. Os taxonomistas, para tanto, usam a sistemática. A sistemática é o ramo da Biologia que trata da identificação, do agrupamento e a diversidade dos organismos vivos. O objetivo da sistemática é criar sistemas de classificação que exprimam, da melhor forma possível, os diversos graus de semelhança entre os organismos vivos e, por inclusão, entre as orquídeas. A classificação e a nomenclatura são os campos mais importantes da sistemática. Vários sistemas de classificação de orquídeas foram criados . Os tipos mais conhecidos são : o artificial, o natural e, atualmente, o filogenético. O sistema artificial foi criado por Linnaeus e examina apenas um caráter das plantas : o número de estames. O natural , sistema criado por Bernard e Antoine Jussieu, é baseado na afinidade das plantas e considera toda sua organização, seus caracteres vegetativos e reprodutivos. O sistema filogenético examina mais profundamente as variações das espécies. Ele se firma na evolução, estabelecendo as relações genéticas entre elas. Foi esboçado em 1875 por August Wilheelm Eichler e, nos anos de 1926 a 1934, por Adolf Engler. Temos ainda Bessey (1845-1915), Tahktarjan (1961), Garay (1960-1974). O sistema mais evoluído da atualidade é o Dressler e Dodson, de 1960, que introduziu modificações no sistema do professor Rudolf Schlechter. Nestes sistemas são usados compartimentos tais como : divisão, subdivisão, classe, subclasse, ordem, subordem, família, subfamília, tribos, séries,subtribos, subséries, seções, gênero, espécie, mas o estudo destes sistemas foge do escopo deste trabalho. Contudo todos acabam nos compartimentos “gênero” e “espécie” que realmente nos interessam. Muito embora algumas orquídeas possuam nomes populares, tais como bailarina, sapatinho, boneca, cabeça-de-boi, etc. o uso destes nomes é incomum entre os Orquidófilos. Orquidófilo de verdade sempre procura usar o nome correto de suas plantas. nomes populares variam de cidade para cidade, de região para região; então, se o nome popular fosse usado, teríamos uma imensa confusão e nunca teríamos certeza de que, quando nos referimos a uma determinada planta, lá no Japão, na China, na França, seríamos entendidos. Porém, podem ter certeza de que quando nos referirmos a uma planta pelo seu nome científico, o mesmo usado por orquidófilos e orquidólogos de todo o mundo, seremos entendidos, independente do idioma, da forma de escrita de determinados países. Tomemos como exemplo uma planta bem brasileira: a Laelia purpurata. Em qualquer lugar do mundo quando escrevermos o nome Laelia purpurata teremos a certeza que a planta será identificada, isto graças à nomenclatura botânica e às suas regras. É interessante notar que os nomes em Botânica são escritos em latim, uma língua morta e não sujeita às variações do seu uso. Observe o próprio português, que no Brasil é falado diferentemente do falado em Portugal. Por isso o uso do latim, uma língua não mais falada e, portanto, invariável.