Pode não ser o que parece
Por Gisele Navarro
Estilo e preconceito. Esse lance de estética é meio bizarro. As pessoas se arrumam para mostrar que têm estilo próprio, mas a maioria delas, no final das contas, acaba passando desapercebidas dentro de alguma determinada tribo. Olhamos para a cara de alguém e já imaginamos um estereótipo. Sei lá se é preconceito, mas aparece na nossa cabeça, né?
Olha só como a impressão que temos ao ver determinados tipos de pessoas é parecida:

Homem: cabelo Strokes, camiseta aparentemente velha e rota, olhar blasé e algum acessório estiloso.
Pensamento: “esse cara gosta de música alternativa, drogas e é meio inacessível (afinal, não olha pra ninguém!)”

Mulher:
branca, cabelos pretos ou vermelhos, roupas coloridérrimas e sainhas plissadas.
Pensamento: que lixo esse tal uniforme de hype!

Unissex: cabelo black power, estilo de cantores de R&B e o bendito olhar blasé. Pensamento: nossa, que pessoas ritmadas!

Mulher: loira, fala alto, maquiada e perua.
Pensamento: deve ser uma burra galinha e pagodeira.

Homem:
loiro, sarado, bronzeado, meio surfer.
Pensamento: ele deve morar em Alphaville e ir surfar em Floripa todo final de semana. E deve ser burro!

Homem: branco de cabelos pretos, óculos Espaço Unibanco, camiseta de filme brasileiro.
Pensamento: esse cara é paulista. Ou é um chato metido a intelectual ou é gay.

Como o preconceito é triste! Às vezes deixamos de conhecer pessoas interessantes dessa forma, pois o cara com roupa clubber pode não ser um clubber, e o cara Espaço Unibanco pode ser Deus! E dessa forma também podemos menosprezar a inteligência das pessoas, ou superestimar. Ai, nem sei porque escrevi esse texto ridículo e politicamente correto. Acho que é pra encher lingüiça, sei lá.
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