Nunca fui normal
Por Mariana Albanese
Se algum dia me tornar alguém biografável (melhor que presidenciável), meu biógrafo vai se esbaldar e se divertir nos detalhes ao constatar o quanto fui estranha.

Se for relatar o princípio, terei que achar algum problema na criação do universo e na evolução das espécies. Como é muito trabalho para poucas linhas, só digo que passei mais de 9 meses na barriga e minha mãe quase morreu no parto. Talvez fosse um aviso: “ei, tomem cuidado com o que vem por aí!”.

Acho que nasci com alguma raiva interna, pois socava todos os meus coleguinhas de classe, só preservava uma amiga. Pelo menos, desde pequena, cultivei essa qualidade.
Por causa disso, debutei em uma sala de psicólogo aos três anos, e só saí aos 15. Não que com 15 anos batesse em alguém, mas tinha certos problemas de convívio social.

A coisa mais idiota que fiz foi nessa mesma idade. Mandei uma amiga conversar com o cara que eu gostava. Não para fazer papel de cupido. Eu simplesmente não falava com ele, e mandava ela ligar, ouvir o que ele tinha a dizer sobre qualquer coisa, e me contar depois. Isso durou quase um ano.

Aos 16, achava que ia casar com o Leonardo, aquele ser bizarro da famosa dupla.

Para isso, garanto, não há psicólogo que adiante. No meu caso a solução veio tarde, já na faculdade, depois de ver um outro cara que e eu gostava beijando a própria namorada. Tomei um porre e me curei – em parte.
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