


Sou ser humano, vivente
Pois penso, falo, logo existo. Sou a
vida que pulsa e acelera Corações
desnutridos Da seiva de um amor. Sou
raiva, sou ciúme, O clamor de um furor.
Sou o tempo inexpugnável Que corrói suas
entranhas; Sou a idade que se mostra Sem
se preocupar com seu peso, Mas com emoções
que lhe brotam Melhorando o seu vigor.
Sou a paixão bem crescente, Sou o amor
envolvente, Sou o tesão, desejo e prazer.
O risco de ganhar ou perder Não importa,
Pois o importante é viver. Sou a criança
que chega Trazendo alegria total; Sou
adolescente incoerente, Rebelde,
inconsequente; Sou anciã decadente, Com
um fio de vida, ainda latente, Que me dá
forças para gritar. Pois sou um ser nu,
Sem fronteiras... Chego e entro,
Em qualquer lugar. Sou a leveza de um
sonho Perdido, solto no ar. Sou a eterna
busca constante De um porto para encostar.
Sou lembrança, cadeira vazia Saudade de
uma presença Ausente..., Partida
num certo dia. Sou a explosão de sentidos
Liberação de emoção. Sou bailarina no
tempo... Danço palavras ao vento,
Imagens de um sentimento, Sensibilidade
de um ser. Sou filosofia, sou palavrão
Sou ironia, devassidão. Sou revolta...
Rebelião de sentidos, Alienação,
confusão. Sou melodia, sou paz, Sou o
despertar de uma voz. Sou equilibrio, a
procura, O pensamento, a razão. A
consciência que grita, Por um espaço na
mídia; Mostrando sua presença Em
qualquer situação. Sou a delinqüente que
rouba Corações despedaçados, Abrindo
suas celas fechadas Tormentos de um passado;
Chegando bem fundo nas sombras Levando
luz, amor, calor. Sou liberdade no pensar...
Levo minha fala aos lugares, Surdos por
conveniência, E os obrigo a me escutar.
Sou o olhar perdido no horizonte Em
busca de um ponto distante Da unificação dos
povos. Do sorriso resplandecente, Pela
dor da perda superada. Do fim da miséria, da
fome, Da violência indiscriminada, Do
grito abafado da guerra, Das vidas
encarceradas. Sou uma semente de amor
Lançada ao mundo em gotas Na busca de um
futuro melhor. Da fé esquecida, a devoção
Do postar as mãos em oração. No desejo
de ver sempre crescer A união, a felicidade,
o amor, A humildade e a gratidão. Como
uma peninha no vento Levada sem direção
Vou espalhando gotas de luz Como um anjo
guardião. São dias e noites a fio Tendo
o sol e a lua de cúmplices Junto ao brilho
da natureza Nos animais e nas flores.
Semeadura de paz. Nos ditames de um
grande amor Estou de mãos dadas com Deus
Sou a voz em coro dos homens Em busca de
solução. Sou um grito de esperança E o
encontro do perdão.
©Neli Neto *Hylana*
14/03/2000
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nelineto@antares.com.br
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