Democracia

Nos anos de 1982 e 1983, frente a um duro período de ditadura militar, o Corinthians viveu um dos movimentos mais revolucionários da história de um clube de futebol. Liderada por Sócrates, Casagrande e Wladimir, a Democracia Corinthiana foi inesquecível.

Envolvidos pela campanha das Diretas-já, os craques do Parque São Jorge, dotados de forte personalidade e coragem de se expor, encontraram no jovem dirigente Adílson Monteiro Alves, a força para canalizar todo um sentimento.

Ser campeão nunca foifundamental durante a Democracia. O mais importante era ser corinthiano. Tanto é verdade que, no primeiro semestre de 1982, o Corinthians estava disputando a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, a chamada Taça de Prata. Entretanto, dada a volubilidade dos regulamentos nacionais, o Corinthians saltou da Taça de Prata para a de Ouro naquele mesmo ano, e acabou sendo a terceira melhor equipe do campeonato.

Em seguida viria o Campeonato Paulista. Naquela época, como em qualquer democracia, tudo era resolvido no voto. Mesmo com o descontentamento de alguns jogadores, a concentração não existia. Era um clima de liberdade com responsabilidade. Biro-Biro, um dos grandes ídolos da torcida corinthiana, achava aquilo tudo uma anarquia. Ele preferia se concentrar antes do jogo, e achava injusto que alguns jogadores fossem dormir em casa,ou espairecer a cabeça com os encantos da noite. A final do Campeonato Paulista foi contra o São Paulo, um time cheio de estrelas, mas que tiveram seus brilhos ofuscados por aquele movimento democrático. Conclusão, Corinthians Campeão Paulista.

No ano seguinte, a história se repetiu. Mais uma vez, a democracia derrotou e tricolor no Morumbi. Foi o Bi do timão. Foi a supremacia da democracia.