UMA SITUAÇÃO INTERESSANTE
PARTE V
O Pesadelo de Brian


- Arghhh! – Brian grunhiu, se levantando. Mas que droga?! Bom, ele sabia que o chili que Justin havia feito estava apimentado - esse era o problema, não se dizia que comidas apimentadas davam contrações? Então Justin ficado um tanto irritado por pegá-lo comendo aquela porcaria no jantar e tinha relembrado que aos oito meses, ainda era um tanto cedo para os bebês nascerem. Brian não havia concordado, claro.  Primeiro de tudo, quando Justin não o recriminava por uma razão ou outra? E em segundo lugar, esses aliens não poderiam sair de dentro dele rápido o bastante.

E Justin ficava falando esses nomes ridículos para ele como Brittney. E Sasha. Heather! - Heather é tão anos 90 – Brian havia dito. – Nós podíamos chamá-los de Totó, Malhado e Duque. Ou apenas números, como os Borgs! Dois de Três.

Justin não havia ficado animado. Claro, Brian mesmo nunca havia tido a intenção de ser animador, então havia ficado por isso mesmo.

Então, depois dele ter se arrastado para casa e caído na cama para o seu black-out das 7 da noite (maldito cochilo), ele não havia apagado tão rápido quanto costumava acontecer.  Ele havia aberto meio olho quando ele sentiu mãos que gentilmente tocavam sua pele, o acariciando com aquela loção incrivelmente cara contra estrias na sua barriga. Olhando para baixo, ele havia visto somente o topo de uma cabeça loira pairando sobre a sua enorme barriga, massageando a coisa sem utilidade nele e sussurrando para o seu estômago, então lábios suaves tocaram sua pele, acariciando o local.

Um tanto quanto doce, ele pensou, fechando os olhos, relaxando e aproveitando o toque de seu amante.

Não que ele algum dia diria isso para Justin. Não, ah-rãm, nem em um milhão de anos. Nem que Giorgio Armani em pessoa pedisse isso para ele, nem que ele implorasse.

Então, talvez Justin nem sempre fosse contra ele, Brian pensou, reprimindo outro gemido. Oh, droga. Talvez não fosse o chili.

- Justin, - ele sussurrou.

Justin roncou, e se virou.

- Justin, ele disse.

Mais um ronco, e alguma baba.

- Justin, acorde, mas que merda!! – ele gritou.

- Droga! Justin se espreguiçou, levantando. – Droga, Brian! Você não pode me acordar de outra maneira!

- Eu faria isso, se você respondesse! Olhe, eu acho… droga, droga, droga! – Ele não tentou esconder o desconforto. Parece que alguém está colocando fogo na minha bunda e nas minhas costas.

- Oh, merda, contrações! Você não deveria entrar em trabalho de parto por mais um mês!

- O médico nos disse que poderia acontecer mais cedo. Brian disse, balançando as pernas ao lado da cama.

- É, certo, eu disse para você não comer aquele chili…

- É, é, você me disse. Você tem toda a razão. Agora, você pode por favor entrar naquele carro e me levar até aquele maldito hospital, e então nós podemos ter esses malditos bebês?

Justin realmente desejou não ter insistido em estar presente para o parto. Brian havia dito que não o queria ali. – Por que pelo menos uma vez você não pode ser como aqueles homens antiquados e ir fumar um cigarro enquanto os médicos me abrem? Você acha que eu quero ver você desmaiar enquanto os médicos abrem um corte enorme na minha barriga?

- É isso o que você estaria fazendo, tenho certeza, ignorando a minha dor – Justin disse – mas eu não sou você, então cale a boca. Quer que vá pegar algum gelo?

- Sim. E não volte mais. Brian gritou, enquanto Justin saia.

- Não volte mais, ha-ha, ele sabe que eu ao contrário do que ele diz, um desses dias eu vou deixá-lo no meio dessa merda toda, ele vai var só. – Justin resmungava, sabendo bem que ele estaria de volta o mais rápido possível. Ele entrou na lanchonete. Ei – ele disse para a mulher atrás do balcão – eu preciso de um balde de gelo.

A mulher da lanchonete o olhou como se ele tivesse três cabeças. – Que tal uma xícara, benzinho?

- Tudo bem.

-Justin!

Oh, droga! Mas que merda Michael estava fazendo ali? Ben veio logo atrás de seu marido.

- Como o Brian está indo? Michael perguntou – em que quarto ele está?

- Ele não quer ver ninguém, Michael. Droga, ele nem ao menos me quer por lá. Justin pegou a xícara da mulher da lanchonete.

- O que você quer dizer?! Eu sou o MELHOR AMIGO dele. Quem mais vai tomar conta dele?

Justin olhou para Ben. - Olá, Ben.

- Oi, Justin, - Ben disse, firme como uma rocha - Michael, querido, por que nós não esperamos aqui, e deixamos que Justin nos informe quando nós podemos entrar e ver os bebês?

- Sim, boa idéia. Michael, eu vou tentar mantê-los informados e vocês podem avisar todo mundo quando eles chegarem aqui.

- Todo mundo vai vir? – Michael perguntou, confuso.

- Sim. Quando nós contarmos a eles. Ben disse, claramente articulando cada palavra.

-Oh! Certo!

- Obrigado, rapazes. Justin disse, se virando e rolando os olhos.

Mas ele realmente desejou não ter insistido em assistir o parto sangrento. Enquanto cada bebe era levantado da incisão na barriga de Brian, e dava o seu pequeno e patético choramingo, Brian olhava Justin olhando os bebes. – Nojento, não?

- Eles realmente são os aliens mais pequenos e feios que eu já vi.

- Eu quis dizer, o meu corte!!

A enfermeira desdenhou – Homens! – ela disse – Eles são criaturas mais lindas do universo! Ela limpou o segundo, o enrolou em um cobertor e o entregou para Justin. O primeiro estava em um dos três bercinhos lado a lado. O pequenino nos braços de Justin estava todo amassado, vermelho e enrugado, e balançava o pequeno punho para ele. A enfermeira trouxe o penúltimo para Brian.

- Dois de Três! – Brian o chamou, estendendo os seus braços e segurando o pequeno bebê contra o seu peito.

O medico deu uma olhada em Justin e começou a fazer a sutura em Brian. – Dêem a eles alguns dias rapazes, que eles perderão esse aspecto de lagosta fervida. E você tem sorte de não ter uma vagina, ao menos a cabeça deles não ficou amassada.

- Deixe-me dizer uma coisa, doutor, essa é a menor das razões de eu ter sorte de não ter uma vagina. E eu diria que Justin aqui é quem tem mais….

- Ah, doutor, nós poderíamos ficar sozinhos por alguns momentos? – Justin perguntou, interrompendo Brian.

- Claro, nós já acabamos aqui. Enfermeira, você leva os rapazes aqui para um quarto?

- Eu já vou cuidar disso – a enfermeira disse. Ela pegou o bebê de Justin e o colocou em uma pequena incubadora, onde ele gorgolejou e balançou suas pequenas mãozinhas ao lado de sua irmã, e chorou. Os três pequenos aliens não estavam nem um pouco satisfeitos com a súbita mudança de eventos.

- Boa sorte, rapazes. Brian eu vou mandar o Dr. Weathers para vê-los quando vocês estiverem acomodados no quarto. Ele vai estar lá as duas da tarde. – o medico saiu da sala.

- Dr. Weathers? – Justin perguntou, ficando ao lado de Brian e colocando a mão nas costas do bebê que estava aconchegado ao peito de Brian e mexendo a cabeça de encontro aos seus mamilos.

- Desculpe, amigo. Estes aqui são puramente decorativos. – Brian disse ao garotinho, aconchegando o bebê de mais perto de seu pescoço e longe de seus mamilos. – Sim, ele é o cirurgião plástico.

- Oh, pelo amor de Deus. – Justin grunhiu. Ele olhou para o bebê por um instante. – Ei, aonde nós vamos colocá-los. Nos não temos tanto espaço assim no loft!

Brian levantou uma sobrancelha. – Por que você não pensou nisso antes?

- Bem, eu apenas… hummm. Não. Nós temos os berços, então...  Ele estava totalmente perdido.

-Ah, meu loirinho…

- Vá se foder.

- Não, não. Nunca mais.

Justin o encarou, abriu sua boca para protestar veementemente, mas Brian interrompeu o seu protesto inútil. Isto não era um ponto aberto para debate, no que dizia respeito a Brian. Não. Nunca mais.

- De qualquer maneira, - Brian virou a cabeça na direção dele, - Eu comprei o loft abaixo de nós.

- O que?

- É, e contratei Emmett para ser a nossa babá.

- O QUE?

- Bem, ele está sem emprego.

- De novo? E ele tem alguma experiência?

- Emmett tem montes e montes de experiência.

- Não é isso o que eu quero dizer, e sabe muito bem.  Você não acha que devia me consultar antes de tomar todas essas decisões?

- Shhhhh…. O bebê no peito de Brian começou a se mexer.

- Desculpe, Justin sussurrou. Você não acha que nós devemos devíamos FALAR sobre isso, antes que você decidisse?

Brian torceu seus lábios. Droga, Justin! Onde você esteve nos últimos quatro anos?

- É verdade… Tudo bem. E, eu estive bem aqui esse tempo todo.

- Acredite em mim. Não é como se eu tivesse me esquecido.

Justin retirou sua mão das costas do bebê, e moveu seus dedos nos cabelos suados de Brian.

- Olhe para ele Brian, ele não é perfeito? Ele olhou sobre os ombros para os dois bebês, que dormiam. – Uau. Você e eu. – Ele voltou o olhar para Brian, os olhos azuis brilhando. – Eu realmente amo você, sabia? – Ele se inclinou e beijou Brian suavemente nos lábios.

Oh, droga, mas que diabos. Brian pensou. - Sim, Justin. Eu am…


Fim da Parte 5
15/03/2005
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