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INTRODUÇÃO
Inglesa, Literatura,
literatura produzida na Inglaterra desde o século V, após
a introdução do antigo inglês pelos anglo-saxões,
até hoje. Também se considera parte da literatura
inglesa a obra de escritores irlandeses e escoceses identificados
com a vida e as letras inglesas.
Ver também
Literatura irlandesa; Literatura escocesa; Literatura norte-americana;
Literatura australiana; Literatura canadense.
ANTIGO INGLÊS OU ERA ANGLO-SAXÃ
Este período se estende, aproximadamente, de 450 até
1066, ano da conquista normanda da Inglaterra. As tribos germânicas,
que invadiram a Inglaterra no século V, trouxeram o antigo
inglês ou língua anglo-saxã, base do inglês
moderno (ver Língua inglesa), além de uma tradição
poética específica, cujas características formais
continuaram a ser praticadas até a derrota germânica
diante dos invasores franco-normandos, seis séculos mais
tarde.
A maior parte da poesia em antigo inglês foi escrita para
ser cantada por um trovador, com acompanhamento de harpa. Outra
característica é a aliteração estrutural
ou uso de sílabas com sons similares. Estas qualidades aparecem
no poema épico Beowulf, escrito no século VIII.
A lenda e a história sagrada se preservaram nos poemas de
Caedmon (um homem humilde do final do século VII), nas obras
do historiador e teólogo Beda, o Venerável —
que afirmava ter recebido seu dom poético de Deus —
e na linguagem trabalhada de Cynewulf e sua escola. Os poetas anglo-saxões
produziram poemas líricos leves desprovidos de doutrina cristã
e evocadores da rudeza e tristeza da condição humana.
No antigo inglês, a prosa é representada por um grande
número de obras religiosas, entre as quais se destacam diversas
traduções das obras latinas de Beda, o Venerável,
e de Boécio.
O período médio, 1066 a 1485, caracteriza-se pela
grande influência da literatura francesa nas formas e temas.
Entre os poemas escritos, seguindo ainda as formas do antigo inglês,
destacam-se Piers o lavrador de William Langland, La perla (c. 1370)e
Sir Gawain e o cavaleiro verde (c. 1380), supostamente escritos
pelo mesmo autor. A influência francesa se faz sentir na obra
de Chaucer, autor dos Contos de Canterbury que, por sua vez, influenciou
alguns poetas do século XV como Thomas Malory.
O RENASCIMENTO
Entre as contribuições inglesas ao Renascimento está
a obra de Thomas More. À exceção de John Skelton
e mais dois grandes inovadores da poesia renascentista do último
quarto do século XVI — Philip Sidney que inaugurou
a moda do soneto e Edmund Spenser— a poesia do começo
do século XVI é menos importante.
Outras duas tendências poéticas se tornaram visíveis
no final do século XVI e começo do século XVII.
A primeira é exemplificada pela poesia de John Donne e pelos
poetas metafísicos: George Herbert, Henry Vaughan, Richard
Crashaw e Andrew Marvell.
A segunda tendência poética foi uma reação
ao estilo exuberante de Spenser e às metaforas audaciosas
dos metafísicos. Ben Jonson e sua escola, clássicos
puros e contidos, influenciaram figuras posteriores como Robert
Herrick. O último grande poeta do Renascimento inglês
foi John Milton.
O drama renascentista atingiu seu esplendor máximo com a
obra de William Shakespeare e, também, com a de Thomas Kyd
e Christopher Marlowe.
No que se refere à prosa, brilha, especialmente, a grande
tradução da Bíblia — chamada Bíblia
do rei Jaime —, publicada em 1611. Esta bíblia significou
a culminação de dois séculos de esforços
para se alcançar a melhor tradução inglesa
dos textos originais.
A RESTAURAÇÃO E O SÉCULO XVIII.
O período da Restauração e sua literatura (1660
até, aproximadamente, 1789) ressalta o racionalismo nos ensaios
de John Locke e David Hume. O pensamento político, na obra
de Thomas Hobbes, defende o Absolutismo.
A obra histórica
mais importante em inglês é História da Decadência
e Queda do Império Romano (6 volumes, 1776-1788), de Edward
Gibbon.
Ainda que a maior parte de sua obra tenha sido dramatúrgica,
destaca-se a poesia de John Dryden. O maior expoente da comédia
foi William Congreve. Na prosa sobressaem Samuel Pepys e John Bunyan,
assim como o grande satírico Jonathan Swift. O espírito
clássico da literatura inglesa alcançou seu mais alto
nível com Alexander Pope.
A época de Samuel Johnson foi um tempo de mudança
de ideais literários. O Classicismo e o Conservadorismo literário
representam uma reação ao culto dos sentimentos anunciado
pelos precursores do Romantismo. A mais famosa de todas as biografias
inglesas é Vida de Samuel Johnson (1781), de James Boswell.
Oliver Goldsmith
realizou, em sua obra, uma mescla curiosa do velho e do novo. William
Cowper e Thomas Gray cultivaram uma sensibilidade reflexiva e uma
melancolia desconhecidas nas gerações anteriores.
A obra do poeta William Blake expressa a negação do
ideal da razão e defende uma vida de sentimentos. O romance
conheceu um período de esplendor com Samuel Richardson, Henry
Fielding, Tobias Smollett e Laurence Sterne.
A primeira expressão importante do Romantismo foi Baladas
líricas (1798), de William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge.
Walter Scott escreveu uma série de poemas narrativos glorificando
as virtudes da singela e vigorosa vida de seu país na Idade
Média. Na geração seguinte, de grandes poetas,
se inserem lord Byron, exemplo de uma personalidade trágica
em luta contra a sociedade, Percy Bysshe Shelley e John Keats.
Além dos ensaístas Charles Lamb e William Hazlitt,
um autor fundamental da prosa romântica é Thomas De
Quincey.
A ERA VITORIANA
O reinado da Rainha Vitória (1837-1901) foi uma época
de transformações sociais, tema que ocupou a obra
de poetas Alfred Tennyson, Robert Browning, Matthew Arnold, Algernon
Charles Swinburne e Dante Gabriel Rosetti que, junto a William Morris,
pertenceu ao movimento Pré-rafaelita.
O romance tornou-se a forma literária dominante da época.
O Realismo impôs-se nos romances de Jane Austen, Walter Scott,
Charles Dickens e William Makepeace Thackeray.
Outras notáveis figuras do romance vitoriano foram Anthony
Trollope, as irmãs Brontë, George Eliot, George Meredith
e Thomas Hardy.
Uma segunda geração de romancistas mais jovens desenvolveu
novas tendências com Robert Louis Stevenson, Rudyard Kipling
e Joseph Conrad. Esta geração também intensificou
o Realismo através das obras de Arnold Bennett, John Glasworthy
e H. G. Wells. O mesmo espírito de crítica social
inspirou as peças teatrais de George Bernard Shaw.
A LITERATURA DO SÉCULO XX
No século XX, os valores tradicionais da civilização
ocidental foram seriamente criticados por muitos escritores jovens:
Aldous Huxley, E. M. Forster, D. H. Lawrence e, em um nível
mais experimental, James Joyce e Virginia Woolf. Nesta época
destacam-se, ainda, Ivy Compton-Burnett, Evelyn Waugh, Graham Greene
e George Orwell.
Depois da II Guerra Mundial surgiu o grupo dos "jovens irados"
integrado pelos romancistas Kingsley Amis, John Wain, Alan Sillitoe
e John Braine. Este grupo atacou os valores superados do período
pré-guerra que ainda permaneciam na sociedade inglesa. Iris
Murdoch fez análises cômicas da vida contemporânea.
Cada um em seu gênero, destacam-se Anthony Burgess, John Le
Carré e William Golding, Prêmio Nobel de Literatura
em 1983. Durante a década de 1960 impôs-se o Realismo
Social com escritores como Amis, Braine e Alan Sillitoe. Também
foram famosos V. S. Pritchett e Doris Lessing. Cabe ressaltar o
humor negro de autores como Angus Wilson e Muriel Spark.
Nos últimos anos destacam-se Martin Amis e Ian McEwan. Ocorreu,
também, o nascimento de uma literatura pós-colonial
representada por autores como V. S. Naipaul, Nadine Gordimer (Prêmio
Nobel de Literatura em 1991), Ruth Prawer Jhabvala, Salman Rushdie,
Angela Carter e Kazuo Ishiguro.
Outros autores importantes são Peter Ackroyd, David Lodge,
Malcolm Bradbury, A. S. Byatt e Jeanette Winterson.
Quanto à poesia, dois dos mais destacados autores do período
moderno escreveram mesclando tradição e experimentação:
William Butler Yeats e T. S. Eliot (Prêmio Nobel de Literatura
em 1948).
Dos muitos poetas que assinaram versos indignados contra a I Guerra
Mundial, Siegfried Sassoon, Wilfred Owen e Robert Graves estão
entre os mais importantes. Os poemas de Edith Sitwell expressavam
um individualismo aristocrático.
Da geração seguinte de poetas, identificados com a
consciência popular e as agitações sociais da
década de 1930, os mais conhecidos são W. H. Auden,
Stephen Spender e C. Day Lewis. O Experimentalismo continuou na
poesia de Dylan Thomas. Entre a nova geração de poetas
contam-se D. J. Enright, Philip Larkin e Thom Gunn.
A década de 1960 viu a emergência de uma poesia mais
popular, influenciada pelo jazz e pela Beat Generation americana.
Os poetas mais marcantes deste grupo são Adrian Henri, Roger
McGough e Brian Patten. Os poetas que constituíram o chamado
Movimento, determinados a introduzir o formalismo e o anti-romantismo
na poesia contemporânea são, entre outros, Peter Porter,
Alan Brownjohn e George MacBeth. Ted Hughes foi nomeado poeta laureado
em 1984.
Nos anos 70 surgiu um número significativo de poetas na Irlanda
do Norte, entre eles Seamus Heaney, Prêmio Nobel de Literatura
em 1995, e Tom Paulin. Também as vozes femininas repercutiram
bastante neste período: Carol Ann Dufy, Jackie Kay e Liz
Lochhead.
Na área teatral — além das últimas obras
de George Bernard Shaw— o dramaturgo mais importante do primeiro
quarto do século XX é o irlandês Sean O'Casey.
Outros dramaturgos do período foram James Matthew Barrie
e Noel Coward. Na década de 1960, com "jovens irados",
iniciou-se uma nova corrente no teatro inglês. Destacam-se
John Osborne, Arnold Wesker, Shelagh Delaney, John Arden, Harold
Pinter, o irlandês Brendan Behan e Samuel Beckett, Prêmio
Nobel de Literatura em 1969.
INTRODUÇÃO
Italiana, Literatura, literatura
em língua italiana do século XIII até nossos
dias.
IDADE MÉDIA
Antes do século XIII, a língua literária
da Itália era o latim que foi utilizado para redigir crônicas,
poemas históricos, lendas heróicas, vidas dos santos,
poemas religiosos e trabalhos didáticos e científicos.
Também era utilizado o francês ou o provençal
e, entre as distintas formas poéticas, a mais difundida
era a canzone.
SÉCULO XIII E INÍCIO DO XIV
Os primeiros textos poéticos escritos em língua
italiana foram os da Escola Siciliana, do século XIII,
adepta dos cânones da poesia provençal. Pertenceram
a esta escola Giacomo Pugliese e Rinaldo d'Aquino.
Quando, no século XIII, o centro da poesia mudou-se para
Arezzo e Bolonha, destacaram-se os poetas Guittone d'Arezzo e
Guido Guinizzelli, criador do Dolce Stil Nuovo, cultivado, também,
por Guido Cavalcanti e Cino da Pistoia. Mas, sem dúvida,
foi Dante, um dos escritores universais da literatura italiana,
o poeta por excelência do Trecento, século XIV.
Por esta época, apareceu a poesia devocional, cultivada
por São Francisco de Assis e pelo poeta franciscano Jacopone
Todi.
RENASCIMENTO
O Renascimento foi marcado por uma nova leitura da literatura
e da filosofia clássicas — que, pouco a pouco, foram
sendo revalorizadas em toda Europa — e pela busca e descobrimento
de manuscritos antigos. Na Itália, uma das figuras mais
importantes foi o poeta e humanista Petrarca. Por seu turno, Boccaccio
preferiu a narrativa. Poliziano é considerado o poeta e
humanista mais destacado deste período. Merecem referências,
também, as obras que continuaram a tradição
das Gestas de Cavalaria, como as de Matteo Maria Boiardo e, entre
as Pastoris, de Jacopo Sannazzaro.
No século XVI, o Renascimento chegou à consolidação
plena. A língua italiana, desprezada durante séculos
pelos humanistas como língua literária, alcançou
uma dignidade até então negada. Pietro Bembo, Nicolau
Maquiavel e o poeta Ludovico Ariosto— que representa o auge
da poesia quinhentista — contribuíram, decisivamente,
para colocar o idioma italiano nesta situação de
privilégio. Também importante é a obra do
historiador Francesco Guicciardini.
Duas obras muito difundidas, tratando do comportamento cavalheiresco,
também vieram à luz no século XVI: O Cortesão
(1528), escrita pelo diplomata Baldassare Castiglione, e Galateo
(1558), do padre Giovanni della Casa. Por sua vez, Teófilo
Folengo, parodiou o mundo da cavalaria e das letras. Junto a ele
está o não menos inconformista — ainda que
mais talentoso — Pietro Aretino, autor teatral e criador
de libelos.
Na linha renascentista de busca do artista completo, não
faltaram pintores e escultores que escreveram belos textos poéticos,
narrativos e ensaísticos. Assim, temos os sonetos de Michelangelo,
os tratados de Leonardo da Vinci, a interessante autobiografia
de Benvenuto Cellini e as biografias de famosos pintores, escultores
e arquitetos escritas pelo também pintor e arquiteto Giorgio
Vasari. Estas obras constituem uma fonte de incalculável
valor sobre a arte e os artistas do Renascimento.
Nesta época, também foram escritos contos e relatos
breves. O autor de maior destaque desta época é
Matteo Bandello.
A segunda metade do século XVI foi dominada pelo espírito
da Contra-reforma que se materializou em um novo classicismo,
após a difusão da Poética (Aristóteles)
acompanhada por um comentário de Francesco Robortelli.
Esta e outras versões, como as de Julius Caesar Scaliger
e Ludovico Castelvetro (1570) contribuíram para a recuperação
das unidades de espaço e tempo no teatro.
Apesar do predominante clima de repressão característico
destes anos, apareceu um grande poeta lírico de imaginação
transbordante: Torquato Tasso. Outro grande espírito da
época foi Giordano Bruno que produziu numerosos diálogos
contra o pedantismo e o autoritarismo.
O estilo predominante no século XVII — não
somente na literatura mas, também, na música, arte
e arquitetura — foi o Barroco. Típica deste período
é a poesia de Giambattista Marino, assim como as tragédias
de Federigo della Valle e os escritos do poeta, cientista e filósofo
Tommaso Campanella, autor de ensaios críticos.
Por volta do final do século XVII começou a se definir
um movimento cultural que rechaçava o excessivo rebuscamento
estético e afetação do barroco. Os principais
expoentes deste movimento reformador pertenceram à sociedade
Arcádia, fundada em Roma (1690), cuja figura principal
foi o poeta e dramaturgo Pietro Metastasio, sucessor de Apostolo
Zeno, autor de dramas teatrais e libretos de ópera. Apostolo
Zeno já havia sido um pioneiro na crítica literária.
Sua influência pode ser notada nas comédias de Carlo
Goldoni.
A principal figura deste período foi a do jurista Cesare
Bonesana Beccaria. Entre os poetas que lutaram para criar um sentimento
de orgulho nacional destaca-se Giuseppe Parini. Também
merece citação o dramaturgo Vittorio Alfieri, romântico
defensor da liberdade.
Entre os demais artistas importantes do século encontram-se
o arqueólogo e crítico literário Ludovico
Antonio Muratori e o filósofo Giambattista Vico, cuja influência
foi resgatada em nosso século pela obra de Benedetto Croce.
NACIONALISMO, ROMANTISMO E CLASSICISMO
A literatura do início do século XIX foi marcada
pelo nacionalismo (Ressurgimento) e pelo Romantismo. A influência
da Revolução Francesa e do posterior reinado de
Napoleão são perceptíveis nas obras dos poetas
Vincenzo Monti, Carlo Porta e do romancista Ugo Foscolo.
Giacomo Leopardi é considerado, unanimemente, como um dos
poetas líricos mais importantes da literatura italiana.
Entre os escritores políticos do Ressurgimento destacam-se
o patriota Giuseppe Mazzini, o estadista Camillo Benso di Cavour
e o militar Giuseppe Garibaldi (José Garibaldi) que formam
a tríade dos pais da unificação italiana.
O nacionalismo deu lugar a duas correntes dentro da literatura
do século XIX: a Regionalista e a corrente que usou como
ponto de referência a luta contra o poder temporal do Papado.
À esta última pertence Alessandro Manzoni.
Até a metade do século, a influência do Romantismo
provocou uma violenta reação que se materializou
no retorno a um Classicismo arraigado. Esta reação
teve como principal representante o poeta Giosuè Carducci,
Prêmio Nobel de Literatura em 1906.
A segunda metade do século XIX foi marcada pela reação,
de uma parte dos autores italianos, contra os estilos Neoclássico
e Romântico. Os representantes desta nova corrente defenderam
o uso de uma língua comum e de um texto simples, com argumentos
baseados em experiências e fenômenos observados no
cotidiano. Os poetas exaltaram esta realidade, elevando-a à
verdade. Desta concepção advem o nome do movimento:
Verismo. Entre seus autores destacam-se Giuseppe Gioacchino Belli
e o romancista Giovanni Verga.
Contrário ao Verisimo, mas influenciado por ele, o poeta
Giovanni Pascoli abriu caminho para o uso do verso livre. Outro
autor antagônico ao Realismo foi o poeta e romancista Antonio
Fogazzaro.
Ao longo de todo o século apareceram numerosos escritores
que não podem ser classificados dentro de nenhum dos movimentos
da época, entre eles, Edmondo d'Amicis e Carlo Collodi.
O crítico literário mais influente do século
XIX foi Francesco de Sanctis.
SÉCULO XX
A literatura italiana do século
XX mostra uma grande variedade de formas e temas. Grande parte
reflete as experiências dos anos do fascismo. Após
o final da II Guerra Mundial, o Realismo Social virou o estilo
dominante até ser substituído por uma corrente introspectiva
na poesia e na prosa.
Guiado pela aspiração de se tornar um artista universal,
Gabriele d'Annunzio rompeu com os esquemas do Neoclassicismo,
do Romantismo e do Realismo. D'Annunzio cultivou a poesia, o teatro
e a narrativa, escreveu libretos de óperas e alimentou
polêmicas patrióticas. Foi um destacado militar e
político que, além disso, incursionou no campo da
filosofia. Outra importante figura literária destes anos
foi o romancista Italo Svevo.
Entre as demais personalidades literárias da virada do
século podem ser citados: Guglielmo Ferrero (historiador
da sociologia e destacado opositor do fascismo), o filósofo
Giovanni Gentile que, ao contrário de Ferrero, foi um entusiasmado
defensor deste regime, Matilde Serao (romancista de profundas
análises psicológicas) e Grazia Deledda, Prêmio
Nobel de Literatura em 1926.
Devido, em parte, à influência de correntes estrangeiras,
desenvolveu-se, na Itália, numerosos movimentos artísticos
e literários que rechaçavam a retórica e
o lirismo. O mais radical e duradouro foi o Futurismo, fundado
em 1909 pelo poeta Filippo Tomasso Marinetti.
Cabe citar, entre outros autores desta época, o pintor
e escritor Ardengo Soffici, o filósofo e romancista Giovanni
Papini, Antonio Baldini e Riccarco Bacchelli. Figura importante
das três primeiras décadas do século foi o
romancista e dramaturgo Luigi Pirandello, Prêmio Nobel de
Literatura em 1934.
Muitos autores defenderam, abertamente, posturas contrárias
ao regime fascista, entre eles Giuseppe Antonio Borghese e o romancista
Ignazio Silone que sofreu bastante com a censura. O jornalista
e diplomata Curzio Malaparte acabou renegando Mussolini.
Entre os autores de fama mundial encontram-se o poeta Giuseppe
Ungaretti, Salvatore Quasimodo, Prêmio Nobel de Literatura
em 1959 e Eugenio Montale, Prêmio Nobel de Literatura em
1975.
Poucos anos depois do final da guerra apareceu um novo tipo de
realismo ligado ao cinema: o Neo-realismo. Entre as figuras literárias
que aderiram a este movimento estão Carlo Levi, Elio Vittorini
e Vasco Pratolini. Outras personalidades destacadas foram Mario
Soldati, Cesare Pavese, Vitaliano Brancati e Giuseppe Tomasi di
Lampedusa.
Entre os contemporâneos, Alberto Moravia é um dos
narradores realistas mais conhecidos. Outros autores de nossa
época são Dino Buzzatti, Elsa Morante, Natalia Ginzburg,
Primo Levi, Umberto Eco, Italo Calvino e Leonardo Sciascia.
Iugoslava, Literatura, literatura escrita nas línguas da
antiga Iugoslávia: sérvio, croata, esloveno e macedônio.
As literaturas sérvia e croata compartilham basicamente
a mesma língua, embora a primeira utilize o alfabeto cirílico
e a segunda, o latino. A literatura eslovena utiliza uma língua
própria cujos caracteres estão baseados no alfabeto
latino e a macedônia utiliza também sua própria
língua em alfabeto cirílico.
Os textos mais antigos da literatura eslava meridional são
documentos eclesiásticos que datam do século IX.
Mais tarde, durante a Idade Média, os sérvios desenvolveram
uma rica literatura que consiste em biografias, crônicas
e traduções de textos literários gregos e
bizantinos. A literatura medieval croata está composta
de textos religiosos, historias, códigos legais e alguns
poemas.
Sob a influência do renascimento italiano, a literatura
croata viveu uma época de esplendor durante os séculos
XVI e XVII. Entre os mais significativos escritores do período
encontram-se o ensaísta e poeta Marko MaruliŸ, o dramaturgo
Marin Dræiæ e Ivan Gunduliæ. Durante a reforma
protestante do século XVI, os eslovenos retomaram sua atividade
literária, tendo como líder Primo Trubar,
criador da linguagem literária e da ortografia eslovenas.
Ao mesmo tempo, os sérvios produziram poemas épicos
e outras criações populares de grande beleza e elevado
nível artístico.
O século XVIII foi um período de intensa atividade
cultural em todas as regiões eslavas meridionais. Um antigo
monge, Dositej Obradoviæ, determinou o despertar do espírito
nacional e animou o panorama cultural de seu grupo étnico.
No século XIX, Vuk KaradIæ, lingüista
e folclorista, formulou a primeira gramática sérvia
e publicou poemas e contos recolhidos entre os camponeses. Um
dos mais destacados escritores deste momento foi o bispo e príncipe
de Montenegro Petar Petroviæ Njegoœ.
Na Croácia, o editor Ljudevit Gaj liderou o movimento Iliriano
(1835-1848), empenhado na independência política
e cultural croata, que recebeu o apoio de escritores como Ivan
Mauraniæ. Na Eslovenia, France Presšeren encabeçou
o movimento romântico.
Durante a segunda metade do século, os escritores sérvios,
croatas e eslovenos começaram a retratar a vida de suas
respectivas regiões de um modo realista, combinando uma
minuciosa observação naturalista com a crítica
social.
No final do século, nas literaturas eslavas meridionais
entraram correntes inovadoras procedentes da França. Este
período, denominado moderno, foi muito rico em poesia lírica.
O período de entre-guerras caracterizou-se por sua produtividade
e versatilidade por parte dos poucos escritores destacados do
momento, entre eles, os sérvios Ivo Andric (Prêmio
Nobel de Literatura de 1961), Milosš Crnjanski e Miroslav
Krlea, o mais importante dos escritores croatas.
Após a II Guerra Mundial, se sobressaem os sérvios
Mihailo Laliæ, Dobrica Æsiæ e Mescaron Selimoviæ.
Após séculos de silêncio, a literatura macedônia,
em especial a poesia, começou a vir à luz, enquanto
que Milovan Djilas, um autor de Montenegro, escreveu um relato
original sobre a situação política da Iugoslávia
do pós-guerra.
INTRODUÇÃO
Japonesa, Literatura, o termo inclui
obras escritas por japoneses nas línguas japonesa e chinesa
(ver Língua chinesa). O presente artigo se ocupa principalmente
das obras em língua japonesa.
A literatura japonesa desenvolveu-se nos períodos Yamato,
Heian, Kamakura-Muromachi, Edo e moderno, denominados assim de
acordo com a sede do principal centro administrativo japonês
da época (ver Japão).
PERÍODO YAMATO (DE ÉPOCAS ARCAICAS ATÉ
O FINAL DO SÉCULO VIII D.C)
Ainda que não existisse literatura escrita, foram compostas
um número considerável de baladas, orações
rituais, mitos e lendas que, posteriormente, foram reunidas por
escrito e incluem-se na Kogiki (Relação de questões
antigas, 712) e a Nippon ki (Livro de História do Japão
antigo, 720), primeiras histórias do Japão que explicam
a origem do povo, a formação do Estado e a essência
da política nacional. A lírica surgida das primitivas
baladas incluídas nestas obras estão compiladas
na primeira grande antologia japonesa, a Maniosiu (Antología
de inumeráveis folhas), realizada por Otomo no Yakamochi
depois de 759 e cujo poeta mais importante é Kakimoto Hitomaro.
PERÍODO HEIAN (FINAL DO SÉCULO VIII ATÉ
FINAL DO SÉCULO XII)
A Kokin-siu (Antologia de poesia antiga e moderna, 905) foi reunida
pelo poeta Ki Tsurayuki que, no prefácio, proporcionou
a base para a poética japonesa. Ki Tsurayuki é também
conhecido como autor de um nikki, primeiro exemplo de um importante
gênero literário japonês: o diário.
A literatura do começo
do século X aparece em forma de contos de fadas, como O conto
do cortador de bambú, ou de poemas-contos, entre eles, Ise
monogatari (Contos de Ise, c. 980). As principais obras da literatura
de Heian são Genji monogatari (Contos ou História
de Genji, c. 1010) de Murasaki Shikibu, primeiro importante romance
da literatura mundial, e Makura-no-soshi (O livro travesseiro) de
Sei Shonagon.
PERÍODO KAMAKURA-MUROMACHI (FINAL DO SÉCULO
XII ATÉ O SÉCULO XVI)
A primeira de várias antologias imperiais de poesia foi a
Shin kokin-siu (Nova coleção de poemas antigos e modernos,
1205) resumida por Fujiwara Teika. A obra em prosa mais famosa do
período, os Heike monogatari (Contos do clã Taira,
c. 1220), foi escrita por um autor anônimo. Destacam-se A
cabana de três metros quadrados (1212) do monge Abutsu, e
Ensaio em ócio (1340) de Kenko Yoshida. O tipo de narrativa
mais importante desta época foram os "otogizoshi",
coleção de relatos de autores desconhecidos.
O desenvolvimento poético fundamental do período posterior
ao século XIV foi a criação do renga, versos
unidos escritos em estrofes repetidos por três ou mais poetas.
Os maiores mestres desta arte, Sogi, Shohaku e Socho, escreveram,
juntos, o famoso Minase sangin (Três poetas em Minase) em
1488.
PERÍODO EDO (SÉCULO XVII-1868)
Neste período de paz e riqueza surgiu uma prosa obscena e
mundana de um caráter radicalmente diferente ao da literatura
do período precedente. A figura mais importante do período
foi Ihara Saikaku, cuja prosa em O homem que passou a vida fazendo
amor (1682) foi muito imitada. No século XIX foi famoso Jippensha
Ikku (c. 1765-1831), autor da obra picaresca Hizakurige (1802-1822).
O haicai, um verso de 17 sílabas que reflete a influência
do zen, foi aperfeiçoado neste período. Três
poetas destacam-se por seus haikais: o monge mendicante zen Basho,
considerado o maior dos poetas japoneses por sua sensibilidade e
profundidade; Yosa Buson, cujos haikus expressão sua experiência
como pintor, e Kobayashi Issa. A poesia cômica, numa diversidade
de formas, influenciou também este período.
PERÍODO MODERNO (1868 ATÉ A ATUALIDADE)
Durante o período
moderno os escritores japoneses foram influenciados por outras literaturas,
principalmente as ocidentais.
No século XIX destacam-se os romances de Kanagaki Robunis,
Tokai Sanshi, Tsubuochi Shoyo e Futabei Shimei. Ozaki Koyo, fundador
da Kenyusha (Sociedade dos amigos do nanquim), incorporou técnicas
ocidentais e influenciou-se em Higuchi Ichiyo.
No século XX surge o naturalismo, cuja figura principal é
Shimazaki Toson. Mori Ogai e Natsume Soseki se mantiveram afastados
da tradição francesa dominante. Destacam-se também
o autor de relatos Akutagawa Ryunosuke, Yasunari Kawabata (Prêmio
Nobel em 1968), Junichiro Tanizaki, Yukio Mishima, Abe Kobo e Kenzaburo
Oé (Prêmio Nobel em 1994).
Do final do século XIX aos nossos dias existe um forte movimento
a favor da poesia ao estilo ocidental. Dentro deste gênero,
surgiram excelentes poetas. Entre eles, Masaoka Shiki.
INTRODUÇÃO
Mexicana, Literatura, literatura
própria do México.São conhecidos testemunhos
literários pré-hispânicos através de
diversas fontes, como monumentos e objetos com inscrições,
códices, tradições orais e textos escritos
em alfabeto latino. As produções mais conhecidas
da época pré-hispânica correspondem às
culturas mixteca, náuatle e maia.
Desconhece-se praticamente todo o acervo literário maia,
porém, graças a alguns missionários se conseguiu
reproduzir o Popol Vuh ou Livro do Conselho, os Livros do Chilam
Balam e o Rabinal-Achi, única amostra que se conserva de
uma evidente tradição teatral.
Com a conquista no começo do século XVI se iniciam
as crônicas de Hernán Cortés, Antonio de Solís,
López de Gómara, Cervantes de Salazar, Andrés
de Tapia, Bernal Díaz del Castillo, Motolinía, frei
Bernardino de Sahagún ou Bartolomé de Las Casas.
Este século
oferece também a poesia de Bernardo de Balbuena, Gutierre
de Cetina (c. 1514-1557) e Francisco Terrazas (1525-1600). Muito
importante foi a produção teatral de Juan Pérez
Ramírez (1545-?) e Juan Ruiz de Alarcón.
TRANSIÇÃO PARA INDEPENDENCIA
O século XVII,
em pleno fervor do barroco, permite apreciar a obra de Arias de
Villalobos (1568-?), o poeta mais celebrado do Vice reinado; Juan
de Palafox y Mendoza; Carlos de Sigüenza y Góngora e
Matías de Bocanegra (1612-1668). Destaca sobre todos eles
a obra singular e enciclopédica da Soror Juana Inés
de la Cruz.
No século XVIII a Ilustração é patente
e no historiador Francisco Javier Clavijero (1731-1787), o poeta
Rafael Landívar (1731-1793) e Antonio Alzate (1729-1790).
A NOVA NAÇÃO
O processo que culminou na independência deu lugar à
proliferação de ensaios e críticas inovadoras
na obra de Frei Servando Teresa de Mier ou na de José Joaquín
Fernández de Lizardi.
A poesia romântica foi cultivada por Francisco Manuel Sánchez
de Tagle, Andrés Quintana Roo (1785-1851), Francisco Ortega
(1793-1849), Fernando Calderón (1809-1845), Ignacio Rodríguez
Galván (1816-1842), Ignacio Ramírez e Guillermo Prieto.
A geração seguinte de escritores se reuniu em torno
de Francisco Zarzo (1829-1869) e do romancista Ignacio M. Altamirano.
No romance de costumes destacam-se Manuel Payno, Luis G. Inclán,
Roa Bárcena (1827-1908) e José Tomás de Cuéllar
(1830-1894). O romance histórico foi explorado por Justo
Sierra O’Reilly (1814-1861), Juan Díaz Covarrubias
(1837-1859) e Vicente Rivas Palacio.
Os poetas mais importantes
do final do século são Manuel Gutiérrez Nájera,
Salvador Díaz Mirón, Manuel José Othón,
Amado Nervo, Luis G. Urbina (1864-1934) e Enrique González
Martínez, o último grande poeta do modernismo mexicano.
O romance realista, influenciado pelo naturalismo, foi cultivado
por Rafael Delgado (1873-1914), Federico Gamboa (1864-1939) e Carlos
González Peña (1885-1955).
O SÉCULO XX
Com o começo do século as mudanças de pensamento
impulsionaram novamente a vida cultural graças aos integrantes
do Ateneo de la Juventud: Antonio Caso, José Vasconcelos
e Alfonso Reyes.
A Revolução de 1910 deu lugar a novas tendências.
Proliferaram as revistas e apareceram as vanguardas. Nos novos poetas
predominou uma preocupação exclusivamente literária:
Carlos Pellicer, José Gorostiza, Jaime Torres Bodet (1902-1974)
e Xavier Villaurrutia.
Avançado o século, o impacto revolucionário
deu lugar a um grupo de romancistas empenhados em dar razão
ao feito revolucionário através da chamada literatura
da Revolução Mexicana: Mariano Azuela, Martín
Luis Guzmán, Rafael F. Muñoz (1899-1972) e Mauricio
Magdaleno (1906-1986). Paralelamente se pode registrar a obra de
José Mancisidor (1894-1956) e José Revueltas. A literatura
indianista foi representada por Andrés Henestrosa (1906-
), Héctor Pérez Martínez (1906-1948), Ricardo
Pozas e Agustín Yáñez.
A geração da metade do século agrupou-se em
torno a Taller, que enfrentou o esteticismo de outro grande grupo,
Dos Contemporáneos, opostos ao nacionalismo e defensores
da liberdade de expressão e o rigor na forma poética.
Deste grupo cabe destacar a José Gorostiza, Xavier Villaurrutia,
Salvador Novo, Jorge Cuesta e Gilberto Owen.
Neste período, como síntese e superação
de todas as tendências sobressai a obra excepcional de Octavio
Paz. É também a época em que surgem novos mestres
da prosa narrativa, como Juan Rulfo, Juan José Arreola e,
mais jovem, Carlos Fuentes.
A partir de 1968 os narradores caracterizaram-se por sua liberdade
criadora, a falta de apego com o passado e adesão às
tendências vanguardistas. Cabe citar a Francisco Tario (1911-1977),
Jorge López Páez (1922- ), Elena Garro, Rosario Castellanos,
Ricardo Garibay (1923- ), Salvador Elizondo, Juan García
Ponce (1932- ), José Emilio Pacheco (1939- ), Vicente Leñero,
Sergio Pitol, Fernando del Paso, José Agustín Ramírez
e Gustavo Sainz (1940- ), e no campo da poesia, Eduardo Lizalde,
Jaime Sabines e Gerardo Deniz.
INTRODUÇÃO
Norueguesa, Literatura, literatura
escrita pelos habitantes da Noruega desde o ano 800 d.C. até
o presente.
PERÍODO NORUEGO-ISLANDÊS
De 800-1400. Este período engloba as antigas literaturas
norueguesa e islandesa e é, essencialmente, produto da época
viking (ver Literatura islandesa).
Os textos literários mais antigos que chegaram até
hoje são os que contém a chamada poética edda
e a poesia escáldica. O primeiro skald (bardo cortesão)
conhecido foi Bragi Boddason, que viveu na primeira metade do século
IX. Um produto posterior da literatura antiga nórdica foram
as sagas, construídas a partir de materiais noruegueses seguindo
as tradições literárias deste país.
No século XIII chegou à
Noruega a literatura religiosa e cortês da Europa continental.
De grande importância, a novidade resultou em uma obra chamada
O espelho dos reis, um tratado didático em verso sobre os
costumes e a moral, à semelhança de um extenso conjunto
de baladas populares até então transmitidas oralmente.
PERÍODO NORUEGO-DINAMARQUÊS
Durante este período (entre
1400-1814) a Noruega formou uma união política com
a Dinamarca e a designação do dinamarquês como
língua oficial facilitou a entrada do humanismo, contido
nas obras de Absalon Pederssøn e Peder Claussøn Friis.
No século XVII Petter Dass escreveu um extenso poema topográfico
que descreve as paisagens do norte do país.
O escritor mais destacado do século
XVIII foi Ludvig Holberg, além de Johann Herman Wessel, dos
poetas Christian Barunman Tullin e Johan Nordahl Brun, e do ensaísta
Claus Fasting.
PERÍODO DE INDEPENDÊNCIA
Neste período (de 1814 até a atualidade) desenvolveu-se
a literatura nacional a partir do poeta e dramaturgo romântico
Henrik Arnold Wergeland. Seu oponente ideológico, o poeta
Johan Sebastian Welhavewn, foi porta-voz da continuação
das tradições dinamarquesas.
O nacionalismo e o romantismo conduziram ao redescobrimento da literatura
oral, exemplificada nas recompilações de contos populares
pelos poetas Peter Christian Asbjørsen e Jørgen Moe.
Ivar Aasen estudou os dialetos noruegueses, e o poeta e jornalista
Aasmund Olafson Vinje demonstrou que a língua do país
era totalmente válida para a poesia. Destacam-se também
a obra do historiador Peter Andreas Munch e a romancista Camilla
Collett.
O grande autor teatral Henrik Ibsen
e o político, escritor e diretor de teatro Björnstjerne
Björnson, encabeçaram uma nova geração
de escritores realistas entre os quais também destacam-se:
Jonas Lie, Alexander Kielland, Amalie Skram e Arne Garborg.
Na década de 1890 surge a poesia lírica do neo-romantismo,
com Nills Collet Vogt, Vilhelm Krag e Sigbjørn Obstfelder,
e o individualismo artístico predomina nas obras teatrais
de Gunnar Heiberg, os relatos curtos de Hans Kinck e na obra de
Knut Hamsun.
A partir do século XX renasceu o realismo marcado pelas preocupações
sociais em Olav Duun, Johan Bojer, Johan Falkberget, Sigrid Undset
(Prêmio Nobel de 1928) e os poetas Herman Wildenvey, Olaf
Bull, Olav Aukrusty e Olav Nygard.
A geração de escritores do período entre-guerras
se caracterizou por fazer eco aos conflitos ideológicos e
às tensões internacionais do momento. Os mais importantes
são o poeta Arnulf Øverland, o romancista Sigurd Hoel
e o autor teatral Helge Krog, além de Tarjei Vesaas, Aksel
Sandermose, Nordahl Grieg e Arnulf Øverland.
Após o final da guerra destacam-se: Odd Bang-Hansen, Kåre
Holt, Jens Invald Bjørngeboe, Johan Borgen, Åge Rønning,
Finn Carling, Axel Jensen e Sigbørn Marius Hølmebakk.
A poesia de pós-guerra refletiu as tendências experimentais
da poesia internacional do momento, e gerou autores como Pal Brekke,
Peter R. Holm, Stein Mehren, Jan Erik Vold e o já citado
Tarjei Vesaas.
INTRODUÇÃO
Persa, Literatura, literatura em
língua persa, escrita em caracteres árabes, incluindo,
além do Irã, a Turquia e o norte da Índia.
A literatura persa pré-islâmica
inclui os ghatas ou cantos divinos, os textos sagrados mais antigos
agrupados pelo nome de Avesta, os textos de Avesta e as epopéias
para serem recitadas na corte.
A poesia persa, que adaptou as formas árabes, nasceu na Pérsia
oriental durante o século IX. No século X surge o
poeta Rudaki, conhecido como o papa da poesia persa. Poucos anos
depois de sua morte começou a tradição épica
persa, que têm suas fontes nos Avesta e nos textos escritos
em persa médio. Os principais poetas épicos são
Marvazi, Daqiqi e Firdusi, autor da grande epopéia nacional
persa.
O primeiro autor que cultivou a
qasida (poema didático) foi Rudaki, seguido de Unsuri, Asjadi
e Farruji, que destacam-se entre os maiores poetas dos 400 instalados
na corte do sultão Mahmud de Ghazna. Entre os muitos poetas
que escreveram panegíricos cabe citar Anvari, e um importante
autor de qasidas filosóficas é Naser-e Josrow. O famoso
poeta Omar Khayyam é o maior autor de ruba’i (quartetos).
A segunda metade do século XIII e a primeira parte do século
XIV é considerada a idade de ouro da poesia persa graças
a três dos maiores poetas da Pérsia: Sadi, Rumi masnavi
(longo poema narrativo) foi obra extraordinário o ghazal,
uma forma lírica apaixonante e mística. A primera
masnavi (largo poema narrativo) mística foi obra de Sana’i.
Posteriormente destacou-se Attar, expoente da doutrina mística
do sufismo. Os versos dedicados ao amor de Rumi são considerados
os mais profundos de toda a literatura islâmica. Outro destacado
autor de masnavi românticas foi Nezami.
O período de decadência
começou no século XIV e o último grande poeta
clássico foi Jami, ainda se destacam as masnavi românticas
do poeta indiano Amir Josrow. Durante o século XV, e especialmente
no século XVI, muitos poetas persas instalaram-se na corte
dos imperadores mongóis indianos. O principal representante
do estilo indiano (sabk-e hindi) foi Sa’ib, cujos poemas destacam-se
por sua extraordinária imaginação.
Em prosa a importante tradição persa inclui obras
de Firdusi e uma tradução para o persa do comentário
árabe sobre o Alcorão escrito pelo historiador Tabari.
O gênero mais popular foi Espelhos para príncipes,
livros de conhecimentos práticos e normas de conduta, entre
os que figuram o escrito pelo governante de Gurgan do século
XI Kaikavus ibn Iskandar. O maior prosista da literatura didática
posterior foi Sadi, autor do famoso livro de máximas (algumas
em verso) Gulistan (Jardim de rosas, 1218).
TENDÊNCIAS MODERNAS
Perto do final do século XVIII a literatura persa começou
a experimentar importantes transformações como resultado
de diversas influências, entre outras a ocidental. O principal
autor do começo do século XIX foi Qi’im Maqim.
No final do século a produção literária
gozou de extraordinário vigor e tendo surgido, deste modo,
alguns dos primeiros sérios dramas de tema nacionalista e
patriótico.
A partir de 1919, começaram a surgir relatos em persa, mais
dramáticos do que românticos. Nesta época, os
autores mais conhecidos são M. A. Jamalzadeh, Sadiq Hidayat,
Buzurq Alavi y Jalal Al-e Ahmad Hidayat. A poesia persa recebeu
novo impulso após a II Guerra Mundial e o teatro, que no
sentido ocidental do termo começou no século XIX,
conta com os dramaturgos Malkam Jan e Sa'edi.
Portuguesa, Literatura, conjunto de obras literárias escritas
e publicadas em Portugal.
A poesia trovadoresca galaico-portuguesa, escrita na língua
do noroeste da Espanha, surge no século XIII. Entre seus
autores destacam-se Dionís, os sacerdotes Airas Nunes, Joan
Airas de Santiago, João Garcia de Guilhade e o jogral (farsista)
Martin Codax. O gêneros cultivados nesta época foram:
cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio.
Foram conservadas mais de 2 mil canções, reunidas
em três cancioneiros: da Ajuda, Vaticana e Colocci-Brancuti,
além de um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem
Maria pelo rei Afonso X, o Sábio. Nos séculos XIII
e XIV aparece a prosa literária portuguesa nos livros de
linhagens, além de crônicas e vidas de santos traduzidas
do latim, assim como adaptações dos romances artúricos.
Nos finais do século XV o espírito do renascimento
caracteriza a melhor poesia do Cancioneiro geral (1516) recopilada
por Garcia de Resende, que engloba a obra de 300 poetas, quatro
deles famosos: o mesmo Resende, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro e
Francisco de Sá de Miranda.
Na prosperidade humanista da idade de ouro portuguesa (1415-1580),
os primeiros autores a se destacar foram António Ferreira
e Jorge Ferreira de Vasconcelos. A prosa narrativa continuou sendo
cultivando e desenvolveram-se os romances de cavalaria e os romances
em prosa e verso com Fernão Álvares do Oriente, ou
os contos morais de Gonçalo Fernandes Trancoso. No século
XVI foram escritos muitos tratados morais e religiosos, obras de
Heitor Pinto, Samuel Usquee o historiador Diogo do Couto.
Entre os historiadores que registraram o esplendor e ocaso do império
português encontram-se, além de Diogo do Couto, Eanes
de Azurara, João de Barros, Damião de Góis
e Gaspar Correia, enquanto que Álvaro Velho e Pero Vaz de
Caminha escreveram livros de viagens.
O escritor mais importante da literatura portuguesa foi Luís
de Camões, autor do poema nacional Os Lusíadas (1572),
obra que obscureceu a de outros autores como Diogo Bernardes, seu
irmão Agostinho da Cruz e Francisco Rodrigues Lobo. Entre
os autores barrocos posteriores encontram-se Manuel de Faira e Sousa,
Francisco Manuel de Melo, António das Changas e António
Vieira.
No século XVIII o espírito da Ilustração
(ver Século das Luzes) manifesta-se na obra de António
José da Silva; Francisco Xavier de Oliveira, o primeiro ensaísta
português, e Manuel Maria Barbosa du Bocage.
O nacionalismo português surgiu no primeiro quarto do século
XIX através dos romancistas João Baptista Almeida
Garrett, autor de dramas históricos, e Alexandre Herculano.
Os preceitos neoclássicos estão presentes nos autores
que podem ser considerados modelos do estilo português puro:
o poeta cego António Feliciano de Castilho e seu discípulo
Camilo Castelo Branco. Em 1865, um grupo de destacados estudantes
universitários deslocou-se para Castilho em nome das "novas
idéias": Antero Tarquínio de Quental; Teófilo
Braga; Joaquim Oliveira Martins; Guerra Junqueiro, o poeta social
mais importante, e o melhor escritor de ficção realista,
José Maria Eça de Queirós.
Durante o último quarto do século XIX destacam-se
os poetas simbolistas Camilo Pessanha, Eugénio de Castro
e António Nobren. Entre os tradicionalistas cabe citar António
Correia de Oliveira e o poeta português mais importante desde
Almeida Garrett, Fernando Pessoa, que introduziu o modernismo. Outros
autores da época foram Aquilino Ribeiro, autor de romances
realistas; o poeta panteísta Texeira de Pascoaes; o poeta
e historiador Jaime Cortesão; o ensaísta António
Sérgio, inimigo dos mitos nacionalistas, e o dramaturgo e
poeta Júlio Dantas.
No século XX, após o colapso da República em
1926, a luta pela liberdade intensificou-se na geração
do poeta Miguel Torga, a narradora Irena Lisboa, Ferreira de Castro
e José Rodrigues Miguéis, autor de romances psicológicos.
A exagerada introspeção de José Régio
e José Gaspar Simões se opôs o realismo social
de Vergílio Ferreira e José Cardoso Pires.
O neorrealismo impulsionou a literatura dos territórios portugueses
na África com a narrativa social e regional de Baltasar Lopes,
Manuel Lopes, Castro Soromenho e Francisco José Tenreiro,
que foi o primeiro escritor português a defender o orgullo
da negritude africana numa poesia lírica cada vez mais comprometida.
Dentro da experiência surrealista e concretista destaca-se
o poeta Jorge da Sena. Em menor medida que na poesia, os novos pontos
de vista revitalizaram a narrativa portuguesa. Entre as escritoras
portuguesas modernas encontram-se Agustina Bessa-Luis, Maria Isabel
Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, além
da poetisa Sofia de Melo Breyner Andresen.
Ainda que a escassa audiência teatral tenha relegado o drama
moderno português a círculos de entusiastas, destaca-se
o dramaturgo Bernardo Santareno.
Polonesa, Literatura, literatura do povo polonês, escrita
fundamentalmente em Língua polonesa. Começou com a
literatura popular de tradição oral, antes da cristianização
do país.
Em 966, a Polônia entrou na esfera da cultura cristã,
recebendo o latim como língua literária, sendo escritas
importantes obras como o Chronicon, obra biográfica de um
autor do século XII, mais tarde denominado Gallus; a Chronica
Polonorum, crônica alegórica do bispo da Cracóvia
do século XIII, Wincenty Kadlubek, e Anais, obra histórica
do bispo do século XV, Jan Dlugosz. Em polonês (ver
Língua polonesa) foram escritos Os sermões de Santa
Cruz, fragmentos em prosa do final do século XIII ou começo
do XIV; Os sermões de Geniezno, do século XV; traduções
bíblicas como Saltério de São Floriano, do
final do século XIV ou começo do XV, e a Bíblia
da rainha Sofia, do século XV. Do mesmo modo, sobreviveram
também diversos textos escritos em ambas línguas como
Bogurodzica (Mãe de Deus), um hino religioso em louvor à
Virgem Maria, considerado o poema polonês mais antigo e que
chegou a ser canto de guerra e hino nacional. Outro exemplo importante
da poesia laica é o Diálogo entre o mestre e a morte,
uma obra do século XV que contém elementos de sátira
social.
No final do século XV a literatura polonesa experimentou
mudanças significativas e conheceu sua idade de ouro. Coincidiu
com o renascimento europeu, que se estendeu pelo país durante
o século XVI. A tradição dos historiadores
continuou com autores como Maciej de Miechów, Marcin Kromer,
Marcin Bielski e Maciej Stryjkowski. A produção de
sermões e hagiografias também continuou, e destacaram-se
escritores como o jesuíta Piotr Skarga.
Os poetas do renascimento polonês em latim são Pawe³
de Krosno, Andrzej Krzycki, Jan Dantyszek, Miko³aj Hussowski
e Klemens Janicki, poeta laureado e considerado como o mais original
da época. Próximo da metade do século XVI,
o polonês começou a substituir o latim como língua
literária do país.
Entre os principais escritores deste período encontra-se
Miko³aj Rej, e a figura mais significativa da poesia foi o
poeta lírico Jan Kochanowski. Destacam-se também Sebastian
Fabian Klonowic; Szymon Szymonowic, autor de uma coleção
de idílios em língua nacional, um gênero poético
que se cultivou até o século XIX, e Miko³aj S³p
Szarzy³ski, autor de uma coleção de poesia lírica
em estilo barroco.
O século XVII foi uma época de considerável
e diversificada produção literária. Os acontecimentos
históricos se refletiram nas obras de Jan Chryzostom Pasek
e nas de muitos poetas como Wespazjan Kochowski, Wac³aw Potocki
e Samuel Twardowski.
Este século também esteve marcado pela produção
de comédias, como as de Stanis³aw Herakliusz Lubomirski,
assim como de numerosas sátiras sobre a situação
política e social, campo em que se destacaram autores como
Krzysztof e ³ukasz Opali³ski.
Durante o Iluminismo alcançaram especial relevância
as fábulas, as sátiras e as comédias de costumes,
gêneros cultivados por quase todos os autores de destaque
do período, como Franciszek Bohomolec, Franciszek Zab³ocki,
Julian Ursyn Niemcewicz e Wojciech Bogus³awski.
Também Tomasz Kajetan W³gierski, Adam Naruszewicz e
Ignacy Krasicki produziram memoráveis sátiras. Os
dois últimos escreveram, também, fábulas influenciadas
por modelos clássicos franceses. O versátil Krasicki
assinou o primeiro romance moderno polonês. O interesse pela
natureza se reflete nas obras de Franciszek Dyonizy KniaŸnin
e Franciszek Karpiñski.
Entre 1795 e 1831, período considerado como o mais interessante
da literatura polonesa, destacam-se os poetas neoclássicos
Alojzy Feliski, Kajetan KoŸmian e Kazimierz Brodzinski. Os
três poetas românticos mais importantes foram Adam Mickiewicz,
Juliusz S³owacki e Zygmunt Krasiñski.
A sensibilidade romântica propiciou o surgimento de numerosos
gêneros, como o conto de costumes, cultivado por Wincenty
Pol, W³adys³aw Syrokomla e Henryk Rzewuski. Józef
Ignacy Krazewski escreveu romances históricos, e Aleksander
Fredro comédias clássicas.
A segunda metade do século XIX é conhecida como a
época do positivismo, caracterizada por um realismo crítico
e a preocupação por temas patrióticos e sociais,
às quais mais tarde se acrescentaram tendências naturalistas.
Destacam-se os escritores Boles³aw Prus, Eliza Orzeszkova e
a poetisa Maria Konopnicka. Henryk Sienkiewicz, prêmio Nobel
em 1905, escreveu romance histórico, o gênero mais
cultivado do período.
Os anos que vão de 1890 a 1918 são denominados de
"período da jovem Polônia", movimento que
englobou diferentes grupos literários unidos por sua oposição
ao positivismo. Este grupo era integrado por Miriam (pseudônimo
de Zenóm Przesmycky), o romancista e autor teatral Stanis³aw
Przybyszewski; os poetas Przerwa-Tetmajer e Jan Kasprowicz, e os
narradores W³adys³aw Stanis³aw Reymont, prêmio
Nobel em 1924, Stefan ¯eromski e o dramaturgo Stanis³aw
Wyspia³ski.
Após a I Guerra Mundial os escritores mais destacados foram
Leopold Staff, Julian Tuwim, Konstanty Ildefons Ga³czyñski,
Jan Lechoñ e W³adys³aw Broniewski.
Na geração seguinte de poetas sobressaem Tadeusz Ró¿ewicz
e Zbigniew Herbert. Czes³aw Mi³osz e Wislawa Szymborska
receberam o Prêmio Nobel em 1980 e 1996 respectivamente.
Por sua parte, o papa João Paulo II (Karol Jozef Wojty³a)
publicou poesia religiosa e algumas obras teatrais.
Entre os mais destacados autores de prosa se encontram Maria D?browska,
Zofia Nalkowska, Jerzy Andrzejewski, Jaros³aw Iwaszkiewicz,
Kazimierz Brandys e Teodor Parnicki.
A paródia, o humor absurdo e o gosto pelo grotesco são
três das características mais destacadas da literatura
polonesa contemporânea, em particular na produção
de Stanis³aw Ignacy Witkiewicz, Witold Gombrowicz e S³awomir
MroŸek. No campo da ficção científica
destaca-se, entre outros, Stanis³aw Lem. Stanis³aw Jerzy
Lec é famoso por seus aforismos.
INTRODUÇÃO
Russa, Literatura, literatura
dos povos eslavos do Leste, escrita em língua russa.
PERÍODO DE KIEV
O início da expressão literária na Rússia
pode ser situado em torno do século IX, quando os missionários
e eruditos bizantinos Cirilo e Metódio escreveram em dialeto
eslavo-macedônio que, mais tarde, passaria a se chamar eslavo-litúrgico.
A primeira grande época da civilização russa
desenvolveu-se em Kiev e o eslavo-eclesiástico antigo foi
usado durante vários séculos como língua
literária para a qual se traduziram textos de caráter
religioso e semi-religiosos escritos em grego.
Os monges chegaram a dominar estas formas literárias importadas
e produziram uma literatura própria: Sermão sobre
a lei e a graça (c. 1050), do religioso Hilarion, e o mais
conhecido, Profissão de fé, que, talvez, seja texto
de um monge e esboça uma história dos povos eslavos.
Uma das obras mais extraordinárias deste período,
o Cantar das hostes de Igor (1185), aborda uma comovedora epopéia
anônima, apelando para a unidade dos eslavos contra os invasores
nômades asiáticos.
PERÍODO MOSCOVITA
Após a expulsão dos invasores tártaros, no
século XV, Moscou tornou-se a nova capital da Rússia.
A chegada das idéias renascentistas refletiu-se na autobiografia
do religioso Avvakum, A vida do arcebispo Avvakum (1672-1675).
PERÍODO PETERSBURGUÊS
Durante o reinado do czar Pedro I que, em 1713, mudara a capital
de Moscou para San Petersburgo, o isolamento cultural da Rússia
chegou ao fim. Os escritores russos, então, adaptaram as
influências ocidentais, como o neoclassicismo francês,
ao âmbito russo. Dois escritores do final do século
XVIII constituem um exemplo claro da crescente independência
da literatura russa em relação aos modelos estrangeiros:
o autor teatral Denis Fonvizin e o poeta Gavriil Romanovich Derzhavin.
O Iluminismo teve um de seus principais defensores na figura do
cientista e poeta Mikhail Vassilievitch Lomonossov. Destacam-se,
além deste, o jornalista satírico Nikolai Ivanovich
Novikov e Alexandr Nikolaievich Radishchev.
SÉCULO XIX
A Idade de Ouro da literatura russa surge com o poeta e prosista
Aleksandr Sergeievitch Puchkin que aderiu, com entusiasmo, ao
Romantismo. Em seus últimos anos tendeu para o nascente
Realismo.
Entre os mais destacados escritores encontram-se o brilhante fabulista
Ivan Yrievich Krilov, o dramaturgo Alexandr Sergeievich Griboiedov
e o poeta e romancista Mikhail Iurievitch Lermontov. Nesta crescente
preferência russa pela prosa, em detrimento da poesia, existem
duas exceções: os poetas Afanasi Afanasievich Fet
e Fiodor Ivanovich Tiutchev.
O romance, o conto e o teatro foram as formas preferidas durante
este fértil período. O termo Realismo foi constantemente
utilizado para descrever estas obras por críticos literários
radicais como Vissarion Grigorievich Belinski, Nikolai Gravilovitch
Tchernichevski e Nikolai Alexandrovich Dobroliubov que apoiavam
urgentes programas de reforma social. Desta forma, o romancista
e dramaturgo Nikolai Vasilievitch Gogol, primeiro escritor em
prosa realmente destacável da literatura russa, sucumbiu
ao apelo messiânico em prol da melhora das condições
de vida de seu povo. A figura do romancista e contista Ivan Sergeievitch
Turgueniev ascende como figura literária central desta
época.
O romancista e filósofo Lev Tolstoi esforçou-se
para descobrir e propagar verdades essenciais sobre a natureza
da existência humana. Em contraste com esta atitude, a obra
do grande romancista Fiodor Mikhailovitch Dostoievski discorreu
pelos terrenos do irracional, explorou as profundidades das experiências
mais díspares e encontrou suas situações
dramáticas nos extremos do comportamento humano, como o
assassinato, a rebelião e a blasfêmia.
À mesma época pertencem outros autores como o romancista
Ivan Aleksandrovitch Goncharov, N. Shchedrin — que descreveu
a sociedade russa de maneira satírica e mordaz —
Serguei Timofeievich Axakov que expressou, com grande sensibilidade,
a vida familiar da alta burguesia russa, estilo que influenciou
muitos autores posteriores. O romancista Nikolai Semionovich Leskov
e o autor de relatos curtos Alexandr Nikolaievich Ostrovski contribuíram,
de maneira decisiva, para a criação de um repertório
teatral russo com obras centradas na vida da classe média.
Na obra do dramaturgo e contista Anton Pavlovich Tchekhov, o realismo
em prosa alcançou grande refinamento.
Outros escritores russos do final do século XIX agruparam-se
em movimentos complexos, cuja característica foi a recusa
dos valores estéticos e da prática literária
da época imediatamente anterior. Este movimento inspirou
o Ressurgimento, em torno da metade do século, de idéias
e atitudes românticas e do Simbolismo francês em toda
a Europa Ocidental.
SÉCULO XX
No início do século
XX, um considerável número de escritores russos
— entre os quais, Aleksandr Aleksandrovitch Blok, Valeri
Yakovlevich Briusov, Konstantin Dmitrievich Balmont, Boris Nikolaievich
Bugaiev e Zinaida Nikolaievna Gippius — dedicou-se à
poesia.
Enquanto isto, os escritores simbolistas insistiam em alterar
as propriedades tradicionais do romance. O poeta, romancista e
crítico literário Dimitri Sergeievich Merezhkovski
empenhou-se em escrever estudos históricos, enquanto Fiodor
Sologub descrevia fatos fantásticos ocorridos, paralelamente,
aos acontecimentos da existência doutrinária.
Numerosos escritores trabalharam independentes de qualquer escola
ou movimento. O dramaturgo e contista Leonid Nikolaievich Yreyev,
o romancista Alexandr Ivanovich Kuprin e o poeta e romancista
Ivan Alekseievitch Bunin — primeiro escritor russo que recebeu
o Prêmio Nobel (1933) — enriqueceram a prosa russa
com obras bastante pessoais.
O romancista, dramaturgo e ensaísta Maksim Gorki realizou
uma síntese literária pessoal a partir de suas experiências
e é considerado o fundador do movimento denominado Realismo
Socialista.
Durante o período de relativa calma que se seguiu à
fundação da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas, surgiu uma nova escola de pensamento, segundo
a qual a cultura proletária substituiria as formas herdadas
do passado. Segundo esta escola, a literatura seria a ferramenta
de conscientização e transformação
da sociedade. Os escritores Futuristas, encabeçados pelo
poeta Vladimir Vladimirovitch Maiakovski, propuseram uma drástica
mudança nas formas, nas imagens literárias e na
textura da linguagem. Outro grupo mais conservador, conhecidos
como os Irmãos Serapion, preferiu manter-se fiel às
tradições clássicas russas.
Boris Leonidovitch Pasternak tornou-se uma das vozes poéticas
mais individualizadas de nossa época. Pasternak realizou,
através de seus poemas líricos e narrativos, amplas
explorações em torno da percepção.
Por outro lado, Anna Akhmatova e Osip Emilievitch Mandelstam —
associados ao grupo Acmeísta surgido no período
pré-revolucionário — também alcançaram
certa celebridade.
A narrativa desta época gravita em torno da doutrina oficial
do Realismo Socialista e caracterizou-se pela grande dificuldade
que encontraram os escritores da época em descrever a revolução
e a guerra civil que a seguiu. Um dos romances mais populares
deste período, Chapaiev (1932), de Dimitri Furmanov, oferece
uma transcrição de acontecimentos pessoais e históricos.
No outro extremo, situam-se as histórias breves de Isaac
Babel nas quais os acontecimentos extraídos do diário
do autor falam de irônicas discrepâncias e surpreendentes
analogias entre fatos e pessoas nos anos da guerra civil. Nesta
linha, destacam-se os romances de Konstantin Alexandrovich Fedin,
Leonid Maximovich Leonov e Alexandr Alexandrovich Fadeiev.
No período imediatamente posterior à guerra, a curiosa
combinação entre o ardor revolucionário e
o afã comercial aparecem refletidos na narrativa de Valentin
Petrovich Kataiev, nos ácidos relatos curtos e apontamentos
de Mikail Zoshchenko e nas sátiras de Ilia Arnoldovich
Ilf e Yevgeni Petrovich Petrov.
Os melhores escritores deste momento adaptaram-se às fórmulas
políticas do Realismo Socialista, entre eles Leonov, o
dramaturgo e romancista Konstantin Simonov e Mikhail Aleksandrovitch
Cholokhov.
Com a morte de Josef Stalin, em 1953, os escritores começaram
a se questionar sobre a vida na União Soviética,
ao mesmo tempo em que dirigiam seus olhares para as viviam nos
lugares mais distantes do país. O renomado poeta Ievgueni
Aleksandrovitch Ievtuchenko voltou a injetar paixão em
uma moribunda tradição poética e seu contemporâneo,
Yrey Voznesenski, contribuiu para vitalizar a linguagem da poesia.
Doutor Jivago (1957), de Boris Pasternak, não pode ser
lido em russo até 1987. Em 1958 foi concedido o Prêmio
Nobel de Literatura a seu autor. Pasternak, submetido à
poderosas pressões oficiais, não o aceitou.
No começo da década de 1960, o crítico e
erudito Yrey Siniavski publicou várias obras sob o pseudônimo
de Abram Tertz. Entre elas encontrava-se um artigo em tom irônico,
O que é o Realismo Socialista?, no qual atacava os fundamentos
intelectuais desta doutrina. Em 1966, sob a acusação
de difamar a União Soviética, Yrey Siniavski foi
condenado, junto com o também escritor Yuli Markovich Daniel,
a trabalhos forçados.
O renomado romancista Aleksandr Isaievitch Soljenitsin ultrapassou,
constantemente, a linha que separava o permitido do proibido,
não conseguindo livrar-se da censura. Em 1970, Solzhenitsin
recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Seu gesto foi duramente
condenado pelo governo e pela União dos Escritores Soviéticos.
Durante o período pós-stalinista, o termo "literatura
ilegal" (samizdat) foi usado, repetidas vezes, para qualificar
as obras de Mikail Bulgakov, do poeta Joseph Brodsky, Prêmio
Nobel de Literatura em 1987, além de muitos outros escritores
e pensadores, entre eles, Valerii Tarsis. Após o colapso
da União Soviética, em 1991, iniciou-se uma nova
era na literatura russa Sueca, Literatura, literatura escrita
em língua sueca. As primeiras obras em sueco utilizavam
o alfabeto latino e, geralmente, estavam vinculadas ao âmbito
religioso. As canções e baladas folclóricas
proliferam no período que vai do século XIII ao
XVII.
No século XVII, aparecem figuras do nível de Georg
Stiernheim, pai da poesia sueca e autor do poema épico
alegórico Hércules (1658), além de Samuel
Columbus, Jacob Freese e Lars Johansson, também chamado
Lucidor.
No século XVII, o prosista mais destacado, junto com o
teólogo Emanuel Svedenborg e o botânico Carl von
Lineu, foi Olof von Dalin. Durante a era gustaviana (1772-1809)
destaca-se a figura do rei Gustavo III, poeta, ensaísta
e protetor das letras. Entre os muitos poetas da época
figura Carl Michael Bellman.
Durante o século XIX, o espírito do romantismo se
manifesta em Per Daniel Amadeus Atterbom, e os ideais nacionalistas
em Erik Gustaf Geijer e Esaias Tegner. Outros importantes autores
são os romancistas C. J. L. Almqvist, Fredrika Bremer e
Abraham Viktor Rydberg, assim como o poeta finlandês Johan
Ludvig Runeberg, que escreveu em sueco. A personalidade mais destacada
de toda a literatura sueca foi August Strindberg, o mestre do
drama naturalista.
No século XX, surgiram poetas neo-românticos como
Gustaf Fröding, Erik Axel Karlfeldt, Verner von Heidenstam,
e a romancista Selma Lagerlöf.
A geração seguinte de escritores produz figuras
como os poetas Birger Sjöberg, Leonard Hällstrom, Bo
Bergman, e os narradores Hjalmar Söderberg e Hjalmar Bergman.
Entre os romancistas comprometidos socialmente, encontram-se Ivar
Lo-Johansson e Vilhelm Moberg. Eyvind Johnson e Harry Martinson,
que compartilharam o prêmio Nobel em 1974, escreveram romances
autobiográficos. Os poetas mais destacados da segunda metade
do século foram Erik Lindegren, Gunnar Ekelöf e Artur
Lundkvist. A figura mais proeminente deste período é
o escritor Pär Lagerkvist.
Durante a década de 1940 surgiram vários romancistas
interessantes como Lars Ahlin, Lars Gyllensten e Stig Dagerman.
O romance histórico tem sido cultivado por Birgitt Trotzig
e Sven do blanc. Outros escritores que se destacam posteriormente
são Lars Gustafsson e P. C. Jersild.
INTRODUÇÃO
Tcheca, Literatura, obras escritas
em língua tcheca ou no antigo eslavo eclesiástico
(ver Línguas eslavas). Seus textos mais antigos são
o hino Hospodine, pomiluj ny (século XI), uma crônica
da Boêmia escrita pelo monge Cosmas, a tradução
para o tcheco do texto latino (ver Língua latina) Alexandreida
(século XIV) e a Crônica de Dalimil, rimas de caráter
nacionalista. O diálogo O artesão e o estudante
é repleto de detalhes sobre a vida cotidiana da Idade Média.
Em 1400, O tecelão discorre, romanticamente, sobre o livre
arbítrio.
O pastor reformista Jan Hus manifestou
sua preocupação com o idioma em estudos como De ortographia
bohemica (1412). Seu seguidor Petr Chelcicky, um camponês
filósofo que não sabia latim, escreveu em tcheco sobre
o ideal da não-violência inspirado nos evangelhos.
Jan Blahoslav, poeta e erudito em teoria musical e teoria poética,
escreveu a Gramática tcheca e, com outros escritores, recopilou
a Bíblia tcheca protestante (ver Protestantismo), obra que
serviu de modelo literário ao tcheco clássico.
Após a perda da independência política (1620),
Jan Komensky — cujo nome latino era Comenius — escreveu
em tcheco e latim sobre diversos temas: pedagogia, psicologia e
filosofia. Josef Dobrovsky, um intelectual nacionalista estudioso
da língua e cultura de seu país, reuniu grande quantidade
de material lexicográfico, estabelecendo o tcheco clássico.
RESSURGIMENTO NACIONAL
Josef Jungmann organizou um dicionário tcheco (1834-1839).
Outro autor destacado foi o eclesiástico eslovaco Jan Kollar
que adotou o estilo romântico (ver Romantismo). Frantisek
Ladislav Çelanovsky escreveu poesias seguindo o estilo das
canções folclóricas tchecas e russas. Frantisek
Palacky, chamado o pai da nação, escreveu uma importante
história da Boêmia (1836-1867)
O mais importante dos poetas deste período foi Karel Hynek
Macha. Karel Jaromir Erben criou baladas trágicas populares
e Karel Havlicek Borovsky embasou a crítica e o moderno jornalismo
tcheco através de seus artigos e poemas satíricos
(ver Sátira). Bozena Nemcová estabeleceu as formas
do romance e do conto, mesclando a influência das histórias
rurais da romancista francesa George Sand às suas próprias
observações da vida campestre tcheca.
A escola dos escritores nacionais,
encabeçada por Jan Neruda, foi substituida por dois grupos:
parnasianos e nacionalistas. Os parnasianos eram liderados pelo
poeta Jaroslav Vrchlicky (pseudônimo de Emil Frida). A vertente
nacionalista tinha no também poeta Svatopluk Cech seu máximo
representante. Destacarm-se, ainda, o pensador e político
Tomás Garrigue Masaryck e o crítico literário
Frantisek Xaver Salda que introduziu tendências inovadoras
como o simbolismo, cultivado também por Otokar Brezina e
Antonin Sova.
INDEPENDÊNCIA NACIONAL
A partir da independência
do império dos Habsburgos — e da formação
da Tchecoslováquia (hoje República Tcheca e República
Eslovaca) —, surgiram Stanislav Kostka Neumann, Jiri Wolker
e Josef Hora que dedicaram seus poemas a temas proletários.
Em 1924, Vitezlav Netzval e Frantisek Halkas fundaram um novo movimento,
denominado por eles de "poetismo", a favor da poesia pura
e livre de qualquer conteúdo social.
Em contrapartida, o romance deste
período foi marcado por experimentações formais
e pela preocupação com os problemas sociais. Os nomes
mais expressivos foram Marie Majevorá, Marie Pujmanová
e Jaroslav Hasek. Mas foi Karel Capek, autor de romances e peças
teatrais, o nome mais conhecido da literatura tcheca no exterior.
Vladislav Vancura, outro escritor destacado, adotou a corrente surrealista
em seus romances.
Austríaco, de origem tcheca, Franz Kafka, tornou-se mundialmente
conhecido e é uma referência inevitável quando
se fala na nova literatura tcheca.
LITERATURA PÓS-PRIMAVERA DE PRAGA
O movimento que tentava libertar a Tchecoslováquia do regime
comunista, alcançou seu ponto culminante na "Primavera
de Praga", em 1968, quando o país foi ocupado pelo exército
russo. Neste momento, floresceram o teatro de Václav Havel
e o romance de Ludik Vaculik. Após a invasão, muitos
intelectuais se exilaram — entre eles, Josef Skvorecky e Milan
Kundera — e publicaram suas obras em outros países.
O poeta Jaroslav Seifert continuou em Praga e, em 1984, converteu-se
no primeiro autor tcheco a ganhar o prêmio Nobel de Literatura.
Václav Havel tornou-se o primeiro presidente tcheco eleito
por voto direto.
Uruguaia, Literatura, literatura própria do Uruguai. Inicia-se
como tal durante o período da independência.
A primeira figura ilustre é Francisco Acua de Figueroa, autor
de estilo classicista que compôs o hino nacional. Também
é importante a literatura gauchesca de Bartolomé Hidalgo.
O romantismo esteve representado por Adolfo Berro, Juan Carlos Gómez
e, especialmente, por Juan Zorrilla San Martín.
O modernismo, equivalente ao parnasianismo e simbolismo nas letras
hispano-americanas, surge com Julio Herrera y Reissig, e dentro
de sua linha vanguardista destacam-se Delmira Agustini e Juana de
Ibarbourou. Entre os autores comprometidos com a problemática
social cabe destacar o poeta, contista e romancista Mario Benedetti
e o grande poeta franco-uruguaio Laforgue. Outro grande poeta uruguaio,
Isidore Ducasse, filho de franceses e também chamado Conde
de Lautréamont, seria resgado no início do século
XX pela geração dos surrealistas que nele encontram
muitos pontos de contato, apontando-o como seu precurrsor.
Menção especial merecem os poetas surgidos na década
de 1960 vinculados à tradição paisagistica
e ao indigenismo, entre eles Washington Benavides, Jorge Medina
Vidal, Cristina Peri Rossi ou Eduardo Milán.
Na narrativa, depois do romantismo indianista de Alejandro Magariños
Cervantes, o realismo chega com Eduardo Acevedo Díaz e Horacio
Quiroga. As correntes mais modernas são inauguradas Juan
Carlos Onetti. Também merecem uma especial consideração
as obras de Carlos Martínez Moreno, Mauro Arregui, Jorge
Musto, Cristina Peri Rossi ou Fernando Butazzoni.
O teatro conta com Ernesto Herrera, Antonio Larreta e Jacobo Langsner.
INTRODUÇÃO
Venezuelana, Literatura, obras literárias
escritas e publicadas na Venezuela
PERÍODO COLONIAL
Durante a época colonial destacaram-se os nomes de Jorge
de Herrera, Juan de Castellanos, José Oviedo, Baños
Francisco de Miranda, sóror María de los Ángeles
e Juan Antonio Navarrete.
A primeira figura literária da independência foi o
escritor Andrés Bello, sem mencionar a vertente literária
do libertador do país, Simón Bolivar. Durante o romantismo
surgem as primeiras obras significativas com os nomes de José
Antonio Maitín e Antonio Pérez Bonalde (1783-1830).
Na prosa, o período constumbrista está representado
por Fermín Toro, Eduardo Blanco, Manuel Vicente Romero García
e Miguel Eduardo Pardo. Os melhores ensaístas da época
foram Cecilio Acosta, Juan Vicente González e Amenodoro Urdaneta.
O modernismo foi representado por
Manuel Díaz Rodríguez, Pedro Emilio Coll, Rufino Blanco
Fombona, José Gil Fortoul e o crítico Luis López
Méndez. O criolismo desenvolveu-se paralelamente ao modernismo
e seus maiores expoentes são o contista Luis Manuel Urbaneja
Alchelpohl e o poeta Francisco Lazo Martí.
A primeira geração literária do século
XX foi a de La alborada, integrada por Rómulo Gallegos, além
de José Rafael Pocaterra, cujas narrações estão
mais próximas do naturalismo. A poesia dos anos vinte foi
encabeçada pelos membros da geração de 1918.
Entre eles destacam-se Fernando Paz Castillo, José Antonio
Ramos Sucre e Andrés Eloy Blanco. Outros poetas singulares
são Salustio González Rincones, Enriqueta Arvelo Larriva,
Luisa del Valle Silva e Mercedes Bermúdez de Belloso. Destacam-se
também a narradora Antonia Palacios, Rafael Angarita Arvelo
e Julio Planchart.
A vanguarda poética se impôs
próximo de 1928 em Antonio Arraiz, Miguel Otero Silva e Pablo
Rojas Guardia. Na ficção narrativa destacam-se Julio
Garmendia e Arturo Uslar-Pietri, aos que se seguiram romantistas
como Enrique Bernardo Núñez, Guillermo Meneses, Miguel
Otero Silva e Ramón Díaz Sánchez. Durante este
mesmo período se editaram os primeiros ensaios de Mario Briceño
Iragorry, Augusto Mijares, Mariano Picón Salas e do própio
Uslar-Pietri.
Em 1936 surgiu uma poesia nova em torno do grupo Viernes (1939)
liderado por Vicente Gerbasi. Outros poetas importantes são
Luis Fernando Álvarez, Juan Liscano e Pascual Venegas Filardo.
O jornalismo literário teve o seu grande iniciador em José
Ratto Ciarlo.
Em 1942 apareceu outro grupo batizado
com o nome deste ano e integrado por Juan Beroes, Ana Enriqueta,
Ida Gramcko, Luz Machado e Luis Pastori. O grupo Contrapunto, nascido
em 1946, teve poetas como José Ramón Medina e Rafael
Pineda, os escritores de contos Gustavo Díaz Solís
ou Héctor Mújica e romancistas, entre eles, Andrés
Mariño-Palacio. Durante este mesmo período deve-se
destacar a obra ensaística de J. L. Salcedo-Bastardo, Guillermo
Morón e os críticos Óscar Sambrano Urdaneta,
Alexis Márquez Rodríguez, Efraín Subero, Domingo
Miliani e Orlando Araújo, cujas obras foram conhecidas a
partir das décadas de 1950 e 1960.
A grande mudança poética se realizou nos anos cinqüenta
através de Juan Sánchez Peláez. Nessa mesma
década sobressaem-se os nomes de Rafael José Muñoz,
Alfredo Silva, Juan Calzadilla — primeiro poeta urbano venezuelano
—, Ramón Palomares, Guillermo Sucre, Rafael Cadenas,
Francisco Pérez Perdomo e Miyó Vestrini. A renovação
da narrativa será a obra de Salvador Garmendia, Adriano González
León e Rodolfo Izaguirre. No ensaio e na crítica,
Elisa Lerner, Guillermo Sucre, Ludovico Silva, Francisco Rivera
e Arturo Uslar-Braum são os nomes de maior realce.
A poesia da década de 1960 é dominada por Eugenio
Montejo e Luis Alberto Crespo; a de 1980 por Yolanda Pantín
e Rafael Arraíz Lucca; a narrativa por figuras como José
Balza, Francisco Massiani, Luis Britto García, Denzil Romero,
Guillermo Morón, Gustavo Luis Carrera, Ana Teresa Torres,
Laura Antillano e Stefanía Mosca; ensaio por Juan Carlos
Santaella, e a crítica literária por Víctor
Bravo e Javier Lasarte.
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