:::::Literatura Universal::::

INTRODUÇÃO

Inglesa, Literatura, literatura produzida na Inglaterra desde o século V, após a introdução do antigo inglês pelos anglo-saxões, até hoje. Também se considera parte da literatura inglesa a obra de escritores irlandeses e escoceses identificados com a vida e as letras inglesas.

Ver também Literatura irlandesa; Literatura escocesa; Literatura norte-americana; Literatura australiana; Literatura canadense.


ANTIGO INGLÊS OU ERA ANGLO-SAXÃ


Este período se estende, aproximadamente, de 450 até 1066, ano da conquista normanda da Inglaterra. As tribos germânicas, que invadiram a Inglaterra no século V, trouxeram o antigo inglês ou língua anglo-saxã, base do inglês moderno (ver Língua inglesa), além de uma tradição poética específica, cujas características formais continuaram a ser praticadas até a derrota germânica diante dos invasores franco-normandos, seis séculos mais tarde.
A maior parte da poesia em antigo inglês foi escrita para ser cantada por um trovador, com acompanhamento de harpa. Outra característica é a aliteração estrutural ou uso de sílabas com sons similares. Estas qualidades aparecem no poema épico Beowulf, escrito no século VIII.
A lenda e a história sagrada se preservaram nos poemas de Caedmon (um homem humilde do final do século VII), nas obras do historiador e teólogo Beda, o Venerável — que afirmava ter recebido seu dom poético de Deus — e na linguagem trabalhada de Cynewulf e sua escola. Os poetas anglo-saxões produziram poemas líricos leves desprovidos de doutrina cristã e evocadores da rudeza e tristeza da condição humana.
No antigo inglês, a prosa é representada por um grande número de obras religiosas, entre as quais se destacam diversas traduções das obras latinas de Beda, o Venerável, e de Boécio.
O período médio, 1066 a 1485, caracteriza-se pela grande influência da literatura francesa nas formas e temas. Entre os poemas escritos, seguindo ainda as formas do antigo inglês, destacam-se Piers o lavrador de William Langland, La perla (c. 1370)e Sir Gawain e o cavaleiro verde (c. 1380), supostamente escritos pelo mesmo autor. A influência francesa se faz sentir na obra de Chaucer, autor dos Contos de Canterbury que, por sua vez, influenciou alguns poetas do século XV como Thomas Malory.


O RENASCIMENTO


Entre as contribuições inglesas ao Renascimento está a obra de Thomas More. À exceção de John Skelton e mais dois grandes inovadores da poesia renascentista do último quarto do século XVI — Philip Sidney que inaugurou a moda do soneto e Edmund Spenser— a poesia do começo do século XVI é menos importante.
Outras duas tendências poéticas se tornaram visíveis no final do século XVI e começo do século XVII. A primeira é exemplificada pela poesia de John Donne e pelos poetas metafísicos: George Herbert, Henry Vaughan, Richard Crashaw e Andrew Marvell.
A segunda tendência poética foi uma reação ao estilo exuberante de Spenser e às metaforas audaciosas dos metafísicos. Ben Jonson e sua escola, clássicos puros e contidos, influenciaram figuras posteriores como Robert Herrick. O último grande poeta do Renascimento inglês foi John Milton.
O drama renascentista atingiu seu esplendor máximo com a obra de William Shakespeare e, também, com a de Thomas Kyd e Christopher Marlowe.
No que se refere à prosa, brilha, especialmente, a grande tradução da Bíblia — chamada Bíblia do rei Jaime —, publicada em 1611. Esta bíblia significou a culminação de dois séculos de esforços para se alcançar a melhor tradução inglesa dos textos originais.


A RESTAURAÇÃO E O SÉCULO XVIII.


O período da Restauração e sua literatura (1660 até, aproximadamente, 1789) ressalta o racionalismo nos ensaios de John Locke e David Hume. O pensamento político, na obra de Thomas Hobbes, defende o Absolutismo.

A obra histórica mais importante em inglês é História da Decadência e Queda do Império Romano (6 volumes, 1776-1788), de Edward Gibbon.
Ainda que a maior parte de sua obra tenha sido dramatúrgica, destaca-se a poesia de John Dryden. O maior expoente da comédia foi William Congreve. Na prosa sobressaem Samuel Pepys e John Bunyan, assim como o grande satírico Jonathan Swift. O espírito clássico da literatura inglesa alcançou seu mais alto nível com Alexander Pope.
A época de Samuel Johnson foi um tempo de mudança de ideais literários. O Classicismo e o Conservadorismo literário representam uma reação ao culto dos sentimentos anunciado pelos precursores do Romantismo. A mais famosa de todas as biografias inglesas é Vida de Samuel Johnson (1781), de James Boswell.

Oliver Goldsmith realizou, em sua obra, uma mescla curiosa do velho e do novo. William Cowper e Thomas Gray cultivaram uma sensibilidade reflexiva e uma melancolia desconhecidas nas gerações anteriores. A obra do poeta William Blake expressa a negação do ideal da razão e defende uma vida de sentimentos. O romance conheceu um período de esplendor com Samuel Richardson, Henry Fielding, Tobias Smollett e Laurence Sterne.
A primeira expressão importante do Romantismo foi Baladas líricas (1798), de William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge. Walter Scott escreveu uma série de poemas narrativos glorificando as virtudes da singela e vigorosa vida de seu país na Idade Média. Na geração seguinte, de grandes poetas, se inserem lord Byron, exemplo de uma personalidade trágica em luta contra a sociedade, Percy Bysshe Shelley e John Keats.
Além dos ensaístas Charles Lamb e William Hazlitt, um autor fundamental da prosa romântica é Thomas De Quincey.


A ERA VITORIANA


O reinado da Rainha Vitória (1837-1901) foi uma época de transformações sociais, tema que ocupou a obra de poetas Alfred Tennyson, Robert Browning, Matthew Arnold, Algernon Charles Swinburne e Dante Gabriel Rosetti que, junto a William Morris, pertenceu ao movimento Pré-rafaelita.
O romance tornou-se a forma literária dominante da época. O Realismo impôs-se nos romances de Jane Austen, Walter Scott, Charles Dickens e William Makepeace Thackeray.
Outras notáveis figuras do romance vitoriano foram Anthony Trollope, as irmãs Brontë, George Eliot, George Meredith e Thomas Hardy.
Uma segunda geração de romancistas mais jovens desenvolveu novas tendências com Robert Louis Stevenson, Rudyard Kipling e Joseph Conrad. Esta geração também intensificou o Realismo através das obras de Arnold Bennett, John Glasworthy e H. G. Wells. O mesmo espírito de crítica social inspirou as peças teatrais de George Bernard Shaw.


A LITERATURA DO SÉCULO XX


No século XX, os valores tradicionais da civilização ocidental foram seriamente criticados por muitos escritores jovens: Aldous Huxley, E. M. Forster, D. H. Lawrence e, em um nível mais experimental, James Joyce e Virginia Woolf. Nesta época destacam-se, ainda, Ivy Compton-Burnett, Evelyn Waugh, Graham Greene e George Orwell.
Depois da II Guerra Mundial surgiu o grupo dos "jovens irados" integrado pelos romancistas Kingsley Amis, John Wain, Alan Sillitoe e John Braine. Este grupo atacou os valores superados do período pré-guerra que ainda permaneciam na sociedade inglesa. Iris Murdoch fez análises cômicas da vida contemporânea.
Cada um em seu gênero, destacam-se Anthony Burgess, John Le Carré e William Golding, Prêmio Nobel de Literatura em 1983. Durante a década de 1960 impôs-se o Realismo Social com escritores como Amis, Braine e Alan Sillitoe. Também foram famosos V. S. Pritchett e Doris Lessing. Cabe ressaltar o humor negro de autores como Angus Wilson e Muriel Spark.
Nos últimos anos destacam-se Martin Amis e Ian McEwan. Ocorreu, também, o nascimento de uma literatura pós-colonial representada por autores como V. S. Naipaul, Nadine Gordimer (Prêmio Nobel de Literatura em 1991), Ruth Prawer Jhabvala, Salman Rushdie, Angela Carter e Kazuo Ishiguro.
Outros autores importantes são Peter Ackroyd, David Lodge, Malcolm Bradbury, A. S. Byatt e Jeanette Winterson.
Quanto à poesia, dois dos mais destacados autores do período moderno escreveram mesclando tradição e experimentação: William Butler Yeats e T. S. Eliot (Prêmio Nobel de Literatura em 1948).
Dos muitos poetas que assinaram versos indignados contra a I Guerra Mundial, Siegfried Sassoon, Wilfred Owen e Robert Graves estão entre os mais importantes. Os poemas de Edith Sitwell expressavam um individualismo aristocrático.
Da geração seguinte de poetas, identificados com a consciência popular e as agitações sociais da década de 1930, os mais conhecidos são W. H. Auden, Stephen Spender e C. Day Lewis. O Experimentalismo continuou na poesia de Dylan Thomas. Entre a nova geração de poetas contam-se D. J. Enright, Philip Larkin e Thom Gunn.
A década de 1960 viu a emergência de uma poesia mais popular, influenciada pelo jazz e pela Beat Generation americana. Os poetas mais marcantes deste grupo são Adrian Henri, Roger McGough e Brian Patten. Os poetas que constituíram o chamado Movimento, determinados a introduzir o formalismo e o anti-romantismo na poesia contemporânea são, entre outros, Peter Porter, Alan Brownjohn e George MacBeth. Ted Hughes foi nomeado poeta laureado em 1984.
Nos anos 70 surgiu um número significativo de poetas na Irlanda do Norte, entre eles Seamus Heaney, Prêmio Nobel de Literatura em 1995, e Tom Paulin. Também as vozes femininas repercutiram bastante neste período: Carol Ann Dufy, Jackie Kay e Liz Lochhead.
Na área teatral — além das últimas obras de George Bernard Shaw— o dramaturgo mais importante do primeiro quarto do século XX é o irlandês Sean O'Casey. Outros dramaturgos do período foram James Matthew Barrie e Noel Coward. Na década de 1960, com "jovens irados", iniciou-se uma nova corrente no teatro inglês. Destacam-se John Osborne, Arnold Wesker, Shelagh Delaney, John Arden, Harold Pinter, o irlandês Brendan Behan e Samuel Beckett, Prêmio Nobel de Literatura em 1969.



INTRODUÇÃO

Italiana, Literatura, literatura em língua italiana do século XIII até nossos dias.
IDADE MÉDIA
Antes do século XIII, a língua literária da Itália era o latim que foi utilizado para redigir crônicas, poemas históricos, lendas heróicas, vidas dos santos, poemas religiosos e trabalhos didáticos e científicos. Também era utilizado o francês ou o provençal e, entre as distintas formas poéticas, a mais difundida era a canzone.


SÉCULO XIII E INÍCIO DO XIV


Os primeiros textos poéticos escritos em língua italiana foram os da Escola Siciliana, do século XIII, adepta dos cânones da poesia provençal. Pertenceram a esta escola Giacomo Pugliese e Rinaldo d'Aquino.
Quando, no século XIII, o centro da poesia mudou-se para Arezzo e Bolonha, destacaram-se os poetas Guittone d'Arezzo e Guido Guinizzelli, criador do Dolce Stil Nuovo, cultivado, também, por Guido Cavalcanti e Cino da Pistoia. Mas, sem dúvida, foi Dante, um dos escritores universais da literatura italiana, o poeta por excelência do Trecento, século XIV.
Por esta época, apareceu a poesia devocional, cultivada por São Francisco de Assis e pelo poeta franciscano Jacopone Todi.


RENASCIMENTO


O Renascimento foi marcado por uma nova leitura da literatura e da filosofia clássicas — que, pouco a pouco, foram sendo revalorizadas em toda Europa — e pela busca e descobrimento de manuscritos antigos. Na Itália, uma das figuras mais importantes foi o poeta e humanista Petrarca. Por seu turno, Boccaccio preferiu a narrativa. Poliziano é considerado o poeta e humanista mais destacado deste período. Merecem referências, também, as obras que continuaram a tradição das Gestas de Cavalaria, como as de Matteo Maria Boiardo e, entre as Pastoris, de Jacopo Sannazzaro.
No século XVI, o Renascimento chegou à consolidação plena. A língua italiana, desprezada durante séculos pelos humanistas como língua literária, alcançou uma dignidade até então negada. Pietro Bembo, Nicolau Maquiavel e o poeta Ludovico Ariosto— que representa o auge da poesia quinhentista — contribuíram, decisivamente, para colocar o idioma italiano nesta situação de privilégio. Também importante é a obra do historiador Francesco Guicciardini.
Duas obras muito difundidas, tratando do comportamento cavalheiresco, também vieram à luz no século XVI: O Cortesão (1528), escrita pelo diplomata Baldassare Castiglione, e Galateo (1558), do padre Giovanni della Casa. Por sua vez, Teófilo Folengo, parodiou o mundo da cavalaria e das letras. Junto a ele está o não menos inconformista — ainda que mais talentoso — Pietro Aretino, autor teatral e criador de libelos.
Na linha renascentista de busca do artista completo, não faltaram pintores e escultores que escreveram belos textos poéticos, narrativos e ensaísticos. Assim, temos os sonetos de Michelangelo, os tratados de Leonardo da Vinci, a interessante autobiografia de Benvenuto Cellini e as biografias de famosos pintores, escultores e arquitetos escritas pelo também pintor e arquiteto Giorgio Vasari. Estas obras constituem uma fonte de incalculável valor sobre a arte e os artistas do Renascimento.
Nesta época, também foram escritos contos e relatos breves. O autor de maior destaque desta época é Matteo Bandello.
A segunda metade do século XVI foi dominada pelo espírito da Contra-reforma que se materializou em um novo classicismo, após a difusão da Poética (Aristóteles) acompanhada por um comentário de Francesco Robortelli. Esta e outras versões, como as de Julius Caesar Scaliger e Ludovico Castelvetro (1570) contribuíram para a recuperação das unidades de espaço e tempo no teatro.
Apesar do predominante clima de repressão característico destes anos, apareceu um grande poeta lírico de imaginação transbordante: Torquato Tasso. Outro grande espírito da época foi Giordano Bruno que produziu numerosos diálogos contra o pedantismo e o autoritarismo.
O estilo predominante no século XVII — não somente na literatura mas, também, na música, arte e arquitetura — foi o Barroco. Típica deste período é a poesia de Giambattista Marino, assim como as tragédias de Federigo della Valle e os escritos do poeta, cientista e filósofo Tommaso Campanella, autor de ensaios críticos.
Por volta do final do século XVII começou a se definir um movimento cultural que rechaçava o excessivo rebuscamento estético e afetação do barroco. Os principais expoentes deste movimento reformador pertenceram à sociedade Arcádia, fundada em Roma (1690), cuja figura principal foi o poeta e dramaturgo Pietro Metastasio, sucessor de Apostolo Zeno, autor de dramas teatrais e libretos de ópera. Apostolo Zeno já havia sido um pioneiro na crítica literária. Sua influência pode ser notada nas comédias de Carlo Goldoni.
A principal figura deste período foi a do jurista Cesare Bonesana Beccaria. Entre os poetas que lutaram para criar um sentimento de orgulho nacional destaca-se Giuseppe Parini. Também merece citação o dramaturgo Vittorio Alfieri, romântico defensor da liberdade.
Entre os demais artistas importantes do século encontram-se o arqueólogo e crítico literário Ludovico Antonio Muratori e o filósofo Giambattista Vico, cuja influência foi resgatada em nosso século pela obra de Benedetto Croce.


NACIONALISMO, ROMANTISMO E CLASSICISMO


A literatura do início do século XIX foi marcada pelo nacionalismo (Ressurgimento) e pelo Romantismo. A influência da Revolução Francesa e do posterior reinado de Napoleão são perceptíveis nas obras dos poetas Vincenzo Monti, Carlo Porta e do romancista Ugo Foscolo.
Giacomo Leopardi é considerado, unanimemente, como um dos poetas líricos mais importantes da literatura italiana.
Entre os escritores políticos do Ressurgimento destacam-se o patriota Giuseppe Mazzini, o estadista Camillo Benso di Cavour e o militar Giuseppe Garibaldi (José Garibaldi) que formam a tríade dos pais da unificação italiana.
O nacionalismo deu lugar a duas correntes dentro da literatura do século XIX: a Regionalista e a corrente que usou como ponto de referência a luta contra o poder temporal do Papado. À esta última pertence Alessandro Manzoni.
Até a metade do século, a influência do Romantismo provocou uma violenta reação que se materializou no retorno a um Classicismo arraigado. Esta reação teve como principal representante o poeta Giosuè Carducci, Prêmio Nobel de Literatura em 1906.
A segunda metade do século XIX foi marcada pela reação, de uma parte dos autores italianos, contra os estilos Neoclássico e Romântico. Os representantes desta nova corrente defenderam o uso de uma língua comum e de um texto simples, com argumentos baseados em experiências e fenômenos observados no cotidiano. Os poetas exaltaram esta realidade, elevando-a à verdade. Desta concepção advem o nome do movimento: Verismo. Entre seus autores destacam-se Giuseppe Gioacchino Belli e o romancista Giovanni Verga.
Contrário ao Verisimo, mas influenciado por ele, o poeta Giovanni Pascoli abriu caminho para o uso do verso livre. Outro autor antagônico ao Realismo foi o poeta e romancista Antonio Fogazzaro.
Ao longo de todo o século apareceram numerosos escritores que não podem ser classificados dentro de nenhum dos movimentos da época, entre eles, Edmondo d'Amicis e Carlo Collodi. O crítico literário mais influente do século XIX foi Francesco de Sanctis.


SÉCULO XX

A literatura italiana do século XX mostra uma grande variedade de formas e temas. Grande parte reflete as experiências dos anos do fascismo. Após o final da II Guerra Mundial, o Realismo Social virou o estilo dominante até ser substituído por uma corrente introspectiva na poesia e na prosa.
Guiado pela aspiração de se tornar um artista universal, Gabriele d'Annunzio rompeu com os esquemas do Neoclassicismo, do Romantismo e do Realismo. D'Annunzio cultivou a poesia, o teatro e a narrativa, escreveu libretos de óperas e alimentou polêmicas patrióticas. Foi um destacado militar e político que, além disso, incursionou no campo da filosofia. Outra importante figura literária destes anos foi o romancista Italo Svevo.
Entre as demais personalidades literárias da virada do século podem ser citados: Guglielmo Ferrero (historiador da sociologia e destacado opositor do fascismo), o filósofo Giovanni Gentile que, ao contrário de Ferrero, foi um entusiasmado defensor deste regime, Matilde Serao (romancista de profundas análises psicológicas) e Grazia Deledda, Prêmio Nobel de Literatura em 1926.
Devido, em parte, à influência de correntes estrangeiras, desenvolveu-se, na Itália, numerosos movimentos artísticos e literários que rechaçavam a retórica e o lirismo. O mais radical e duradouro foi o Futurismo, fundado em 1909 pelo poeta Filippo Tomasso Marinetti.
Cabe citar, entre outros autores desta época, o pintor e escritor Ardengo Soffici, o filósofo e romancista Giovanni Papini, Antonio Baldini e Riccarco Bacchelli. Figura importante das três primeiras décadas do século foi o romancista e dramaturgo Luigi Pirandello, Prêmio Nobel de Literatura em 1934.
Muitos autores defenderam, abertamente, posturas contrárias ao regime fascista, entre eles Giuseppe Antonio Borghese e o romancista Ignazio Silone que sofreu bastante com a censura. O jornalista e diplomata Curzio Malaparte acabou renegando Mussolini.
Entre os autores de fama mundial encontram-se o poeta Giuseppe Ungaretti, Salvatore Quasimodo, Prêmio Nobel de Literatura em 1959 e Eugenio Montale, Prêmio Nobel de Literatura em 1975.
Poucos anos depois do final da guerra apareceu um novo tipo de realismo ligado ao cinema: o Neo-realismo. Entre as figuras literárias que aderiram a este movimento estão Carlo Levi, Elio Vittorini e Vasco Pratolini. Outras personalidades destacadas foram Mario Soldati, Cesare Pavese, Vitaliano Brancati e Giuseppe Tomasi di Lampedusa.
Entre os contemporâneos, Alberto Moravia é um dos narradores realistas mais conhecidos. Outros autores de nossa época são Dino Buzzatti, Elsa Morante, Natalia Ginzburg, Primo Levi, Umberto Eco, Italo Calvino e Leonardo Sciascia.
Iugoslava, Literatura, literatura escrita nas línguas da antiga Iugoslávia: sérvio, croata, esloveno e macedônio. As literaturas sérvia e croata compartilham basicamente a mesma língua, embora a primeira utilize o alfabeto cirílico e a segunda, o latino. A literatura eslovena utiliza uma língua própria cujos caracteres estão baseados no alfabeto latino e a macedônia utiliza também sua própria língua em alfabeto cirílico.
Os textos mais antigos da literatura eslava meridional são documentos eclesiásticos que datam do século IX. Mais tarde, durante a Idade Média, os sérvios desenvolveram uma rica literatura que consiste em biografias, crônicas e traduções de textos literários gregos e bizantinos. A literatura medieval croata está composta de textos religiosos, historias, códigos legais e alguns poemas.
Sob a influência do renascimento italiano, a literatura croata viveu uma época de esplendor durante os séculos XVI e XVII. Entre os mais significativos escritores do período encontram-se o ensaísta e poeta Marko MaruliŸ, o dramaturgo Marin Dræiæ e Ivan Gunduliæ. Durante a reforma protestante do século XVI, os eslovenos retomaram sua atividade literária, tendo como líder Primož Trubar, criador da linguagem literária e da ortografia eslovenas. Ao mesmo tempo, os sérvios produziram poemas épicos e outras criações populares de grande beleza e elevado nível artístico.
O século XVIII foi um período de intensa atividade cultural em todas as regiões eslavas meridionais. Um antigo monge, Dositej Obradoviæ, determinou o despertar do espírito nacional e animou o panorama cultural de seu grupo étnico.
No século XIX, Vuk KaradžIæ, lingüista e folclorista, formulou a primeira gramática sérvia e publicou poemas e contos recolhidos entre os camponeses. Um dos mais destacados escritores deste momento foi o bispo e príncipe de Montenegro Petar Petroviæ Njegoœ.
Na Croácia, o editor Ljudevit Gaj liderou o movimento Iliriano (1835-1848), empenhado na independência política e cultural croata, que recebeu o apoio de escritores como Ivan Mažuraniæ. Na Eslovenia, France Presšeren encabeçou o movimento romântico.
Durante a segunda metade do século, os escritores sérvios, croatas e eslovenos começaram a retratar a vida de suas respectivas regiões de um modo realista, combinando uma minuciosa observação naturalista com a crítica social.
No final do século, nas literaturas eslavas meridionais entraram correntes inovadoras procedentes da França. Este período, denominado moderno, foi muito rico em poesia lírica.
O período de entre-guerras caracterizou-se por sua produtividade e versatilidade por parte dos poucos escritores destacados do momento, entre eles, os sérvios Ivo Andric (Prêmio Nobel de Literatura de 1961), Milosš Crnjanski e Miroslav Krleža, o mais importante dos escritores croatas.
Após a II Guerra Mundial, se sobressaem os sérvios Mihailo Laliæ, Dobrica Æsiæ e Mescaron Selimoviæ. Após séculos de silêncio, a literatura macedônia, em especial a poesia, começou a vir à luz, enquanto que Milovan Djilas, um autor de Montenegro, escreveu um relato original sobre a situação política da Iugoslávia do pós-guerra.



INTRODUÇÃO

Japonesa, Literatura, o termo inclui obras escritas por japoneses nas línguas japonesa e chinesa (ver Língua chinesa). O presente artigo se ocupa principalmente das obras em língua japonesa.
A literatura japonesa desenvolveu-se nos períodos Yamato, Heian, Kamakura-Muromachi, Edo e moderno, denominados assim de acordo com a sede do principal centro administrativo japonês da época (ver Japão).


PERÍODO YAMATO (DE ÉPOCAS ARCAICAS ATÉ O FINAL DO SÉCULO VIII D.C)


Ainda que não existisse literatura escrita, foram compostas um número considerável de baladas, orações rituais, mitos e lendas que, posteriormente, foram reunidas por escrito e incluem-se na Kogiki (Relação de questões antigas, 712) e a Nippon ki (Livro de História do Japão antigo, 720), primeiras histórias do Japão que explicam a origem do povo, a formação do Estado e a essência da política nacional. A lírica surgida das primitivas baladas incluídas nestas obras estão compiladas na primeira grande antologia japonesa, a Maniosiu (Antología de inumeráveis folhas), realizada por Otomo no Yakamochi depois de 759 e cujo poeta mais importante é Kakimoto Hitomaro.


PERÍODO HEIAN (FINAL DO SÉCULO VIII ATÉ FINAL DO SÉCULO XII)


A Kokin-siu (Antologia de poesia antiga e moderna, 905) foi reunida pelo poeta Ki Tsurayuki que, no prefácio, proporcionou a base para a poética japonesa. Ki Tsurayuki é também conhecido como autor de um nikki, primeiro exemplo de um importante gênero literário japonês: o diário.

A literatura do começo do século X aparece em forma de contos de fadas, como O conto do cortador de bambú, ou de poemas-contos, entre eles, Ise monogatari (Contos de Ise, c. 980). As principais obras da literatura de Heian são Genji monogatari (Contos ou História de Genji, c. 1010) de Murasaki Shikibu, primeiro importante romance da literatura mundial, e Makura-no-soshi (O livro travesseiro) de Sei Shonagon.


PERÍODO KAMAKURA-MUROMACHI (FINAL DO SÉCULO XII ATÉ O SÉCULO XVI)


A primeira de várias antologias imperiais de poesia foi a Shin kokin-siu (Nova coleção de poemas antigos e modernos, 1205) resumida por Fujiwara Teika. A obra em prosa mais famosa do período, os Heike monogatari (Contos do clã Taira, c. 1220), foi escrita por um autor anônimo. Destacam-se A cabana de três metros quadrados (1212) do monge Abutsu, e Ensaio em ócio (1340) de Kenko Yoshida. O tipo de narrativa mais importante desta época foram os "otogizoshi", coleção de relatos de autores desconhecidos.
O desenvolvimento poético fundamental do período posterior ao século XIV foi a criação do renga, versos unidos escritos em estrofes repetidos por três ou mais poetas. Os maiores mestres desta arte, Sogi, Shohaku e Socho, escreveram, juntos, o famoso Minase sangin (Três poetas em Minase) em 1488.


PERÍODO EDO (SÉCULO XVII-1868)


Neste período de paz e riqueza surgiu uma prosa obscena e mundana de um caráter radicalmente diferente ao da literatura do período precedente. A figura mais importante do período foi Ihara Saikaku, cuja prosa em O homem que passou a vida fazendo amor (1682) foi muito imitada. No século XIX foi famoso Jippensha Ikku (c. 1765-1831), autor da obra picaresca Hizakurige (1802-1822).
O haicai, um verso de 17 sílabas que reflete a influência do zen, foi aperfeiçoado neste período. Três poetas destacam-se por seus haikais: o monge mendicante zen Basho, considerado o maior dos poetas japoneses por sua sensibilidade e profundidade; Yosa Buson, cujos haikus expressão sua experiência como pintor, e Kobayashi Issa. A poesia cômica, numa diversidade de formas, influenciou também este período.


PERÍODO MODERNO (1868 ATÉ A ATUALIDADE)

Durante o período moderno os escritores japoneses foram influenciados por outras literaturas, principalmente as ocidentais.
No século XIX destacam-se os romances de Kanagaki Robunis, Tokai Sanshi, Tsubuochi Shoyo e Futabei Shimei. Ozaki Koyo, fundador da Kenyusha (Sociedade dos amigos do nanquim), incorporou técnicas ocidentais e influenciou-se em Higuchi Ichiyo.
No século XX surge o naturalismo, cuja figura principal é Shimazaki Toson. Mori Ogai e Natsume Soseki se mantiveram afastados da tradição francesa dominante. Destacam-se também o autor de relatos Akutagawa Ryunosuke, Yasunari Kawabata (Prêmio Nobel em 1968), Junichiro Tanizaki, Yukio Mishima, Abe Kobo e Kenzaburo Oé (Prêmio Nobel em 1994).
Do final do século XIX aos nossos dias existe um forte movimento a favor da poesia ao estilo ocidental. Dentro deste gênero, surgiram excelentes poetas. Entre eles, Masaoka Shiki.



INTRODUÇÃO

Mexicana, Literatura, literatura própria do México.São conhecidos testemunhos literários pré-hispânicos através de diversas fontes, como monumentos e objetos com inscrições, códices, tradições orais e textos escritos em alfabeto latino. As produções mais conhecidas da época pré-hispânica correspondem às culturas mixteca, náuatle e maia.
Desconhece-se praticamente todo o acervo literário maia, porém, graças a alguns missionários se conseguiu reproduzir o Popol Vuh ou Livro do Conselho, os Livros do Chilam Balam e o Rabinal-Achi, única amostra que se conserva de uma evidente tradição teatral.
Com a conquista no começo do século XVI se iniciam as crônicas de Hernán Cortés, Antonio de Solís, López de Gómara, Cervantes de Salazar, Andrés de Tapia, Bernal Díaz del Castillo, Motolinía, frei Bernardino de Sahagún ou Bartolomé de Las Casas.

Este século oferece também a poesia de Bernardo de Balbuena, Gutierre de Cetina (c. 1514-1557) e Francisco Terrazas (1525-1600). Muito importante foi a produção teatral de Juan Pérez Ramírez (1545-?) e Juan Ruiz de Alarcón.


TRANSIÇÃO PARA INDEPENDENCIA

O século XVII, em pleno fervor do barroco, permite apreciar a obra de Arias de Villalobos (1568-?), o poeta mais celebrado do Vice reinado; Juan de Palafox y Mendoza; Carlos de Sigüenza y Góngora e Matías de Bocanegra (1612-1668). Destaca sobre todos eles a obra singular e enciclopédica da Soror Juana Inés de la Cruz.
No século XVIII a Ilustração é patente e no historiador Francisco Javier Clavijero (1731-1787), o poeta Rafael Landívar (1731-1793) e Antonio Alzate (1729-1790).


A NOVA NAÇÃO


O processo que culminou na independência deu lugar à proliferação de ensaios e críticas inovadoras na obra de Frei Servando Teresa de Mier ou na de José Joaquín Fernández de Lizardi.
A poesia romântica foi cultivada por Francisco Manuel Sánchez de Tagle, Andrés Quintana Roo (1785-1851), Francisco Ortega (1793-1849), Fernando Calderón (1809-1845), Ignacio Rodríguez Galván (1816-1842), Ignacio Ramírez e Guillermo Prieto. A geração seguinte de escritores se reuniu em torno de Francisco Zarzo (1829-1869) e do romancista Ignacio M. Altamirano.
No romance de costumes destacam-se Manuel Payno, Luis G. Inclán, Roa Bárcena (1827-1908) e José Tomás de Cuéllar (1830-1894). O romance histórico foi explorado por Justo Sierra O’Reilly (1814-1861), Juan Díaz Covarrubias (1837-1859) e Vicente Rivas Palacio.

Os poetas mais importantes do final do século são Manuel Gutiérrez Nájera, Salvador Díaz Mirón, Manuel José Othón, Amado Nervo, Luis G. Urbina (1864-1934) e Enrique González Martínez, o último grande poeta do modernismo mexicano. O romance realista, influenciado pelo naturalismo, foi cultivado por Rafael Delgado (1873-1914), Federico Gamboa (1864-1939) e Carlos González Peña (1885-1955).


O SÉCULO XX


Com o começo do século as mudanças de pensamento impulsionaram novamente a vida cultural graças aos integrantes do Ateneo de la Juventud: Antonio Caso, José Vasconcelos e Alfonso Reyes.
A Revolução de 1910 deu lugar a novas tendências. Proliferaram as revistas e apareceram as vanguardas. Nos novos poetas predominou uma preocupação exclusivamente literária: Carlos Pellicer, José Gorostiza, Jaime Torres Bodet (1902-1974) e Xavier Villaurrutia.
Avançado o século, o impacto revolucionário deu lugar a um grupo de romancistas empenhados em dar razão ao feito revolucionário através da chamada literatura da Revolução Mexicana: Mariano Azuela, Martín Luis Guzmán, Rafael F. Muñoz (1899-1972) e Mauricio Magdaleno (1906-1986). Paralelamente se pode registrar a obra de José Mancisidor (1894-1956) e José Revueltas. A literatura indianista foi representada por Andrés Henestrosa (1906- ), Héctor Pérez Martínez (1906-1948), Ricardo Pozas e Agustín Yáñez.
A geração da metade do século agrupou-se em torno a Taller, que enfrentou o esteticismo de outro grande grupo, Dos Contemporáneos, opostos ao nacionalismo e defensores da liberdade de expressão e o rigor na forma poética. Deste grupo cabe destacar a José Gorostiza, Xavier Villaurrutia, Salvador Novo, Jorge Cuesta e Gilberto Owen.
Neste período, como síntese e superação de todas as tendências sobressai a obra excepcional de Octavio Paz. É também a época em que surgem novos mestres da prosa narrativa, como Juan Rulfo, Juan José Arreola e, mais jovem, Carlos Fuentes.
A partir de 1968 os narradores caracterizaram-se por sua liberdade criadora, a falta de apego com o passado e adesão às tendências vanguardistas. Cabe citar a Francisco Tario (1911-1977), Jorge López Páez (1922- ), Elena Garro, Rosario Castellanos, Ricardo Garibay (1923- ), Salvador Elizondo, Juan García Ponce (1932- ), José Emilio Pacheco (1939- ), Vicente Leñero, Sergio Pitol, Fernando del Paso, José Agustín Ramírez e Gustavo Sainz (1940- ), e no campo da poesia, Eduardo Lizalde, Jaime Sabines e Gerardo Deniz.



INTRODUÇÃO

Norueguesa, Literatura, literatura escrita pelos habitantes da Noruega desde o ano 800 d.C. até o presente.


PERÍODO NORUEGO-ISLANDÊS


De 800-1400. Este período engloba as antigas literaturas norueguesa e islandesa e é, essencialmente, produto da época viking (ver Literatura islandesa).
Os textos literários mais antigos que chegaram até hoje são os que contém a chamada poética edda e a poesia escáldica. O primeiro skald (bardo cortesão) conhecido foi Bragi Boddason, que viveu na primeira metade do século IX. Um produto posterior da literatura antiga nórdica foram as sagas, construídas a partir de materiais noruegueses seguindo as tradições literárias deste país.

No século XIII chegou à Noruega a literatura religiosa e cortês da Europa continental. De grande importância, a novidade resultou em uma obra chamada O espelho dos reis, um tratado didático em verso sobre os costumes e a moral, à semelhança de um extenso conjunto de baladas populares até então transmitidas oralmente.


PERÍODO NORUEGO-DINAMARQUÊS

Durante este período (entre 1400-1814) a Noruega formou uma união política com a Dinamarca e a designação do dinamarquês como língua oficial facilitou a entrada do humanismo, contido nas obras de Absalon Pederssøn e Peder Claussøn Friis. No século XVII Petter Dass escreveu um extenso poema topográfico que descreve as paisagens do norte do país.

O escritor mais destacado do século XVIII foi Ludvig Holberg, além de Johann Herman Wessel, dos poetas Christian Barunman Tullin e Johan Nordahl Brun, e do ensaísta Claus Fasting.


PERÍODO DE INDEPENDÊNCIA


Neste período (de 1814 até a atualidade) desenvolveu-se a literatura nacional a partir do poeta e dramaturgo romântico Henrik Arnold Wergeland. Seu oponente ideológico, o poeta Johan Sebastian Welhavewn, foi porta-voz da continuação das tradições dinamarquesas.
O nacionalismo e o romantismo conduziram ao redescobrimento da literatura oral, exemplificada nas recompilações de contos populares pelos poetas Peter Christian Asbjørsen e Jørgen Moe. Ivar Aasen estudou os dialetos noruegueses, e o poeta e jornalista Aasmund Olafson Vinje demonstrou que a língua do país era totalmente válida para a poesia. Destacam-se também a obra do historiador Peter Andreas Munch e a romancista Camilla Collett.

O grande autor teatral Henrik Ibsen e o político, escritor e diretor de teatro Björnstjerne Björnson, encabeçaram uma nova geração de escritores realistas entre os quais também destacam-se: Jonas Lie, Alexander Kielland, Amalie Skram e Arne Garborg.
Na década de 1890 surge a poesia lírica do neo-romantismo, com Nills Collet Vogt, Vilhelm Krag e Sigbjørn Obstfelder, e o individualismo artístico predomina nas obras teatrais de Gunnar Heiberg, os relatos curtos de Hans Kinck e na obra de Knut Hamsun.
A partir do século XX renasceu o realismo marcado pelas preocupações sociais em Olav Duun, Johan Bojer, Johan Falkberget, Sigrid Undset (Prêmio Nobel de 1928) e os poetas Herman Wildenvey, Olaf Bull, Olav Aukrusty e Olav Nygard.
A geração de escritores do período entre-guerras se caracterizou por fazer eco aos conflitos ideológicos e às tensões internacionais do momento. Os mais importantes são o poeta Arnulf Øverland, o romancista Sigurd Hoel e o autor teatral Helge Krog, além de Tarjei Vesaas, Aksel Sandermose, Nordahl Grieg e Arnulf Øverland.
Após o final da guerra destacam-se: Odd Bang-Hansen, Kåre Holt, Jens Invald Bjørngeboe, Johan Borgen, Åge Rønning, Finn Carling, Axel Jensen e Sigbørn Marius Hølmebakk. A poesia de pós-guerra refletiu as tendências experimentais da poesia internacional do momento, e gerou autores como Pal Brekke, Peter R. Holm, Stein Mehren, Jan Erik Vold e o já citado Tarjei Vesaas.



INTRODUÇÃO

Persa, Literatura, literatura em língua persa, escrita em caracteres árabes, incluindo, além do Irã, a Turquia e o norte da Índia.

A literatura persa pré-islâmica inclui os ghatas ou cantos divinos, os textos sagrados mais antigos agrupados pelo nome de Avesta, os textos de Avesta e as epopéias para serem recitadas na corte.
A poesia persa, que adaptou as formas árabes, nasceu na Pérsia oriental durante o século IX. No século X surge o poeta Rudaki, conhecido como o papa da poesia persa. Poucos anos depois de sua morte começou a tradição épica persa, que têm suas fontes nos Avesta e nos textos escritos em persa médio. Os principais poetas épicos são Marvazi, Daqiqi e Firdusi, autor da grande epopéia nacional persa.

O primeiro autor que cultivou a qasida (poema didático) foi Rudaki, seguido de Unsuri, Asjadi e Farruji, que destacam-se entre os maiores poetas dos 400 instalados na corte do sultão Mahmud de Ghazna. Entre os muitos poetas que escreveram panegíricos cabe citar Anvari, e um importante autor de qasidas filosóficas é Naser-e Josrow. O famoso poeta Omar Khayyam é o maior autor de ruba’i (quartetos).
A segunda metade do século XIII e a primeira parte do século XIV é considerada a idade de ouro da poesia persa graças a três dos maiores poetas da Pérsia: Sadi, Rumi masnavi (longo poema narrativo) foi obra extraordinário o ghazal, uma forma lírica apaixonante e mística. A primera masnavi (largo poema narrativo) mística foi obra de Sana’i. Posteriormente destacou-se Attar, expoente da doutrina mística do sufismo. Os versos dedicados ao amor de Rumi são considerados os mais profundos de toda a literatura islâmica. Outro destacado autor de masnavi românticas foi Nezami.

O período de decadência começou no século XIV e o último grande poeta clássico foi Jami, ainda se destacam as masnavi românticas do poeta indiano Amir Josrow. Durante o século XV, e especialmente no século XVI, muitos poetas persas instalaram-se na corte dos imperadores mongóis indianos. O principal representante do estilo indiano (sabk-e hindi) foi Sa’ib, cujos poemas destacam-se por sua extraordinária imaginação.
Em prosa a importante tradição persa inclui obras de Firdusi e uma tradução para o persa do comentário árabe sobre o Alcorão escrito pelo historiador Tabari. O gênero mais popular foi Espelhos para príncipes, livros de conhecimentos práticos e normas de conduta, entre os que figuram o escrito pelo governante de Gurgan do século XI Kaikavus ibn Iskandar. O maior prosista da literatura didática posterior foi Sadi, autor do famoso livro de máximas (algumas em verso) Gulistan (Jardim de rosas, 1218).


TENDÊNCIAS MODERNAS


Perto do final do século XVIII a literatura persa começou a experimentar importantes transformações como resultado de diversas influências, entre outras a ocidental. O principal autor do começo do século XIX foi Qi’im Maqim. No final do século a produção literária gozou de extraordinário vigor e tendo surgido, deste modo, alguns dos primeiros sérios dramas de tema nacionalista e patriótico.
A partir de 1919, começaram a surgir relatos em persa, mais dramáticos do que românticos. Nesta época, os autores mais conhecidos são M. A. Jamalzadeh, Sadiq Hidayat, Buzurq Alavi y Jalal Al-e Ahmad Hidayat. A poesia persa recebeu novo impulso após a II Guerra Mundial e o teatro, que no sentido ocidental do termo começou no século XIX, conta com os dramaturgos Malkam Jan e Sa'edi.
Portuguesa, Literatura, conjunto de obras literárias escritas e publicadas em Portugal.
A poesia trovadoresca galaico-portuguesa, escrita na língua do noroeste da Espanha, surge no século XIII. Entre seus autores destacam-se Dionís, os sacerdotes Airas Nunes, Joan Airas de Santiago, João Garcia de Guilhade e o jogral (farsista) Martin Codax. O gêneros cultivados nesta época foram: cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio. Foram conservadas mais de 2 mil canções, reunidas em três cancioneiros: da Ajuda, Vaticana e Colocci-Brancuti, além de um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X, o Sábio. Nos séculos XIII e XIV aparece a prosa literária portuguesa nos livros de linhagens, além de crônicas e vidas de santos traduzidas do latim, assim como adaptações dos romances artúricos.
Nos finais do século XV o espírito do renascimento caracteriza a melhor poesia do Cancioneiro geral (1516) recopilada por Garcia de Resende, que engloba a obra de 300 poetas, quatro deles famosos: o mesmo Resende, Gil Vicente, Bernardim Ribeiro e Francisco de Sá de Miranda.
Na prosperidade humanista da idade de ouro portuguesa (1415-1580), os primeiros autores a se destacar foram António Ferreira e Jorge Ferreira de Vasconcelos. A prosa narrativa continuou sendo cultivando e desenvolveram-se os romances de cavalaria e os romances em prosa e verso com Fernão Álvares do Oriente, ou os contos morais de Gonçalo Fernandes Trancoso. No século XVI foram escritos muitos tratados morais e religiosos, obras de Heitor Pinto, Samuel Usquee o historiador Diogo do Couto.
Entre os historiadores que registraram o esplendor e ocaso do império português encontram-se, além de Diogo do Couto, Eanes de Azurara, João de Barros, Damião de Góis e Gaspar Correia, enquanto que Álvaro Velho e Pero Vaz de Caminha escreveram livros de viagens.
O escritor mais importante da literatura portuguesa foi Luís de Camões, autor do poema nacional Os Lusíadas (1572), obra que obscureceu a de outros autores como Diogo Bernardes, seu irmão Agostinho da Cruz e Francisco Rodrigues Lobo. Entre os autores barrocos posteriores encontram-se Manuel de Faira e Sousa, Francisco Manuel de Melo, António das Changas e António Vieira.
No século XVIII o espírito da Ilustração (ver Século das Luzes) manifesta-se na obra de António José da Silva; Francisco Xavier de Oliveira, o primeiro ensaísta português, e Manuel Maria Barbosa du Bocage.
O nacionalismo português surgiu no primeiro quarto do século XIX através dos romancistas João Baptista Almeida Garrett, autor de dramas históricos, e Alexandre Herculano.
Os preceitos neoclássicos estão presentes nos autores que podem ser considerados modelos do estilo português puro: o poeta cego António Feliciano de Castilho e seu discípulo Camilo Castelo Branco. Em 1865, um grupo de destacados estudantes universitários deslocou-se para Castilho em nome das "novas idéias": Antero Tarquínio de Quental; Teófilo Braga; Joaquim Oliveira Martins; Guerra Junqueiro, o poeta social mais importante, e o melhor escritor de ficção realista, José Maria Eça de Queirós.
Durante o último quarto do século XIX destacam-se os poetas simbolistas Camilo Pessanha, Eugénio de Castro e António Nobren. Entre os tradicionalistas cabe citar António Correia de Oliveira e o poeta português mais importante desde Almeida Garrett, Fernando Pessoa, que introduziu o modernismo. Outros autores da época foram Aquilino Ribeiro, autor de romances realistas; o poeta panteísta Texeira de Pascoaes; o poeta e historiador Jaime Cortesão; o ensaísta António Sérgio, inimigo dos mitos nacionalistas, e o dramaturgo e poeta Júlio Dantas.
No século XX, após o colapso da República em 1926, a luta pela liberdade intensificou-se na geração do poeta Miguel Torga, a narradora Irena Lisboa, Ferreira de Castro e José Rodrigues Miguéis, autor de romances psicológicos. A exagerada introspeção de José Régio e José Gaspar Simões se opôs o realismo social de Vergílio Ferreira e José Cardoso Pires.
O neorrealismo impulsionou a literatura dos territórios portugueses na África com a narrativa social e regional de Baltasar Lopes, Manuel Lopes, Castro Soromenho e Francisco José Tenreiro, que foi o primeiro escritor português a defender o orgullo da negritude africana numa poesia lírica cada vez mais comprometida.
Dentro da experiência surrealista e concretista destaca-se o poeta Jorge da Sena. Em menor medida que na poesia, os novos pontos de vista revitalizaram a narrativa portuguesa. Entre as escritoras portuguesas modernas encontram-se Agustina Bessa-Luis, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, além da poetisa Sofia de Melo Breyner Andresen.
Ainda que a escassa audiência teatral tenha relegado o drama moderno português a círculos de entusiastas, destaca-se o dramaturgo Bernardo Santareno.
Polonesa, Literatura, literatura do povo polonês, escrita fundamentalmente em Língua polonesa. Começou com a literatura popular de tradição oral, antes da cristianização do país.
Em 966, a Polônia entrou na esfera da cultura cristã, recebendo o latim como língua literária, sendo escritas importantes obras como o Chronicon, obra biográfica de um autor do século XII, mais tarde denominado Gallus; a Chronica Polonorum, crônica alegórica do bispo da Cracóvia do século XIII, Wincenty Kadlubek, e Anais, obra histórica do bispo do século XV, Jan Dlugosz. Em polonês (ver Língua polonesa) foram escritos Os sermões de Santa Cruz, fragmentos em prosa do final do século XIII ou começo do XIV; Os sermões de Geniezno, do século XV; traduções bíblicas como Saltério de São Floriano, do final do século XIV ou começo do XV, e a Bíblia da rainha Sofia, do século XV. Do mesmo modo, sobreviveram também diversos textos escritos em ambas línguas como Bogurodzica (Mãe de Deus), um hino religioso em louvor à Virgem Maria, considerado o poema polonês mais antigo e que chegou a ser canto de guerra e hino nacional. Outro exemplo importante da poesia laica é o Diálogo entre o mestre e a morte, uma obra do século XV que contém elementos de sátira social.
No final do século XV a literatura polonesa experimentou mudanças significativas e conheceu sua idade de ouro. Coincidiu com o renascimento europeu, que se estendeu pelo país durante o século XVI. A tradição dos historiadores continuou com autores como Maciej de Miechów, Marcin Kromer, Marcin Bielski e Maciej Stryjkowski. A produção de sermões e hagiografias também continuou, e destacaram-se escritores como o jesuíta Piotr Skarga.
Os poetas do renascimento polonês em latim são Pawe³ de Krosno, Andrzej Krzycki, Jan Dantyszek, Miko³aj Hussowski e Klemens Janicki, poeta laureado e considerado como o mais original da época. Próximo da metade do século XVI, o polonês começou a substituir o latim como língua literária do país.
Entre os principais escritores deste período encontra-se Miko³aj Rej, e a figura mais significativa da poesia foi o poeta lírico Jan Kochanowski. Destacam-se também Sebastian Fabian Klonowic; Szymon Szymonowic, autor de uma coleção de idílios em língua nacional, um gênero poético que se cultivou até o século XIX, e Miko³aj S³p Szarzy³ski, autor de uma coleção de poesia lírica em estilo barroco.
O século XVII foi uma época de considerável e diversificada produção literária. Os acontecimentos históricos se refletiram nas obras de Jan Chryzostom Pasek e nas de muitos poetas como Wespazjan Kochowski, Wac³aw Potocki e Samuel Twardowski.
Este século também esteve marcado pela produção de comédias, como as de Stanis³aw Herakliusz Lubomirski, assim como de numerosas sátiras sobre a situação política e social, campo em que se destacaram autores como Krzysztof e ³ukasz Opali³ski.
Durante o Iluminismo alcançaram especial relevância as fábulas, as sátiras e as comédias de costumes, gêneros cultivados por quase todos os autores de destaque do período, como Franciszek Bohomolec, Franciszek Zab³ocki, Julian Ursyn Niemcewicz e Wojciech Bogus³awski.
Também Tomasz Kajetan W³gierski, Adam Naruszewicz e Ignacy Krasicki produziram memoráveis sátiras. Os dois últimos escreveram, também, fábulas influenciadas por modelos clássicos franceses. O versátil Krasicki assinou o primeiro romance moderno polonês. O interesse pela natureza se reflete nas obras de Franciszek Dyonizy KniaŸnin e Franciszek Karpiñski.
Entre 1795 e 1831, período considerado como o mais interessante da literatura polonesa, destacam-se os poetas neoclássicos Alojzy Feliski, Kajetan KoŸmian e Kazimierz Brodzinski. Os três poetas românticos mais importantes foram Adam Mickiewicz, Juliusz S³owacki e Zygmunt Krasiñski.
A sensibilidade romântica propiciou o surgimento de numerosos gêneros, como o conto de costumes, cultivado por Wincenty Pol, W³adys³aw Syrokomla e Henryk Rzewuski. Józef Ignacy Krazewski escreveu romances históricos, e Aleksander Fredro comédias clássicas.
A segunda metade do século XIX é conhecida como a época do positivismo, caracterizada por um realismo crítico e a preocupação por temas patrióticos e sociais, às quais mais tarde se acrescentaram tendências naturalistas. Destacam-se os escritores Boles³aw Prus, Eliza Orzeszkova e a poetisa Maria Konopnicka. Henryk Sienkiewicz, prêmio Nobel em 1905, escreveu romance histórico, o gênero mais cultivado do período.
Os anos que vão de 1890 a 1918 são denominados de "período da jovem Polônia", movimento que englobou diferentes grupos literários unidos por sua oposição ao positivismo. Este grupo era integrado por Miriam (pseudônimo de Zenóm Przesmycky), o romancista e autor teatral Stanis³aw Przybyszewski; os poetas Przerwa-Tetmajer e Jan Kasprowicz, e os narradores W³adys³aw Stanis³aw Reymont, prêmio Nobel em 1924, Stefan ¯eromski e o dramaturgo Stanis³aw Wyspia³ski.
Após a I Guerra Mundial os escritores mais destacados foram Leopold Staff, Julian Tuwim, Konstanty Ildefons Ga³czyñski, Jan Lechoñ e W³adys³aw Broniewski.
Na geração seguinte de poetas sobressaem Tadeusz Ró¿ewicz e Zbigniew Herbert. Czes³aw Mi³osz e Wislawa Szymborska receberam o Prêmio Nobel em 1980 e 1996 respectivamente.
Por sua parte, o papa João Paulo II (Karol Jozef Wojty³a) publicou poesia religiosa e algumas obras teatrais.
Entre os mais destacados autores de prosa se encontram Maria D?browska, Zofia Nalkowska, Jerzy Andrzejewski, Jaros³aw Iwaszkiewicz, Kazimierz Brandys e Teodor Parnicki.
A paródia, o humor absurdo e o gosto pelo grotesco são três das características mais destacadas da literatura polonesa contemporânea, em particular na produção de Stanis³aw Ignacy Witkiewicz, Witold Gombrowicz e S³awomir MroŸek. No campo da ficção científica destaca-se, entre outros, Stanis³aw Lem. Stanis³aw Jerzy Lec é famoso por seus aforismos.



INTRODUÇÃO

Russa, Literatura, literatura dos povos eslavos do Leste, escrita em língua russa.
PERÍODO DE KIEV
O início da expressão literária na Rússia pode ser situado em torno do século IX, quando os missionários e eruditos bizantinos Cirilo e Metódio escreveram em dialeto eslavo-macedônio que, mais tarde, passaria a se chamar eslavo-litúrgico. A primeira grande época da civilização russa desenvolveu-se em Kiev e o eslavo-eclesiástico antigo foi usado durante vários séculos como língua literária para a qual se traduziram textos de caráter religioso e semi-religiosos escritos em grego.
Os monges chegaram a dominar estas formas literárias importadas e produziram uma literatura própria: Sermão sobre a lei e a graça (c. 1050), do religioso Hilarion, e o mais conhecido, Profissão de fé, que, talvez, seja texto de um monge e esboça uma história dos povos eslavos. Uma das obras mais extraordinárias deste período, o Cantar das hostes de Igor (1185), aborda uma comovedora epopéia anônima, apelando para a unidade dos eslavos contra os invasores nômades asiáticos.


PERÍODO MOSCOVITA


Após a expulsão dos invasores tártaros, no século XV, Moscou tornou-se a nova capital da Rússia. A chegada das idéias renascentistas refletiu-se na autobiografia do religioso Avvakum, A vida do arcebispo Avvakum (1672-1675).


PERÍODO PETERSBURGUÊS


Durante o reinado do czar Pedro I que, em 1713, mudara a capital de Moscou para San Petersburgo, o isolamento cultural da Rússia chegou ao fim. Os escritores russos, então, adaptaram as influências ocidentais, como o neoclassicismo francês, ao âmbito russo. Dois escritores do final do século XVIII constituem um exemplo claro da crescente independência da literatura russa em relação aos modelos estrangeiros: o autor teatral Denis Fonvizin e o poeta Gavriil Romanovich Derzhavin. O Iluminismo teve um de seus principais defensores na figura do cientista e poeta Mikhail Vassilievitch Lomonossov. Destacam-se, além deste, o jornalista satírico Nikolai Ivanovich Novikov e Alexandr Nikolaievich Radishchev.


SÉCULO XIX


A Idade de Ouro da literatura russa surge com o poeta e prosista Aleksandr Sergeievitch Puchkin que aderiu, com entusiasmo, ao Romantismo. Em seus últimos anos tendeu para o nascente Realismo.
Entre os mais destacados escritores encontram-se o brilhante fabulista Ivan Yrievich Krilov, o dramaturgo Alexandr Sergeievich Griboiedov e o poeta e romancista Mikhail Iurievitch Lermontov. Nesta crescente preferência russa pela prosa, em detrimento da poesia, existem duas exceções: os poetas Afanasi Afanasievich Fet e Fiodor Ivanovich Tiutchev.
O romance, o conto e o teatro foram as formas preferidas durante este fértil período. O termo Realismo foi constantemente utilizado para descrever estas obras por críticos literários radicais como Vissarion Grigorievich Belinski, Nikolai Gravilovitch Tchernichevski e Nikolai Alexandrovich Dobroliubov que apoiavam urgentes programas de reforma social. Desta forma, o romancista e dramaturgo Nikolai Vasilievitch Gogol, primeiro escritor em prosa realmente destacável da literatura russa, sucumbiu ao apelo messiânico em prol da melhora das condições de vida de seu povo. A figura do romancista e contista Ivan Sergeievitch Turgueniev ascende como figura literária central desta época.
O romancista e filósofo Lev Tolstoi esforçou-se para descobrir e propagar verdades essenciais sobre a natureza da existência humana. Em contraste com esta atitude, a obra do grande romancista Fiodor Mikhailovitch Dostoievski discorreu pelos terrenos do irracional, explorou as profundidades das experiências mais díspares e encontrou suas situações dramáticas nos extremos do comportamento humano, como o assassinato, a rebelião e a blasfêmia.
À mesma época pertencem outros autores como o romancista Ivan Aleksandrovitch Goncharov, N. Shchedrin — que descreveu a sociedade russa de maneira satírica e mordaz — Serguei Timofeievich Axakov que expressou, com grande sensibilidade, a vida familiar da alta burguesia russa, estilo que influenciou muitos autores posteriores. O romancista Nikolai Semionovich Leskov e o autor de relatos curtos Alexandr Nikolaievich Ostrovski contribuíram, de maneira decisiva, para a criação de um repertório teatral russo com obras centradas na vida da classe média.
Na obra do dramaturgo e contista Anton Pavlovich Tchekhov, o realismo em prosa alcançou grande refinamento.
Outros escritores russos do final do século XIX agruparam-se em movimentos complexos, cuja característica foi a recusa dos valores estéticos e da prática literária da época imediatamente anterior. Este movimento inspirou o Ressurgimento, em torno da metade do século, de idéias e atitudes românticas e do Simbolismo francês em toda a Europa Ocidental.


SÉCULO XX

No início do século XX, um considerável número de escritores russos — entre os quais, Aleksandr Aleksandrovitch Blok, Valeri Yakovlevich Briusov, Konstantin Dmitrievich Balmont, Boris Nikolaievich Bugaiev e Zinaida Nikolaievna Gippius — dedicou-se à poesia.
Enquanto isto, os escritores simbolistas insistiam em alterar as propriedades tradicionais do romance. O poeta, romancista e crítico literário Dimitri Sergeievich Merezhkovski empenhou-se em escrever estudos históricos, enquanto Fiodor Sologub descrevia fatos fantásticos ocorridos, paralelamente, aos acontecimentos da existência doutrinária.
Numerosos escritores trabalharam independentes de qualquer escola ou movimento. O dramaturgo e contista Leonid Nikolaievich Yreyev, o romancista Alexandr Ivanovich Kuprin e o poeta e romancista Ivan Alekseievitch Bunin — primeiro escritor russo que recebeu o Prêmio Nobel (1933) — enriqueceram a prosa russa com obras bastante pessoais.
O romancista, dramaturgo e ensaísta Maksim Gorki realizou uma síntese literária pessoal a partir de suas experiências e é considerado o fundador do movimento denominado Realismo Socialista.
Durante o período de relativa calma que se seguiu à fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, surgiu uma nova escola de pensamento, segundo a qual a cultura proletária substituiria as formas herdadas do passado. Segundo esta escola, a literatura seria a ferramenta de conscientização e transformação da sociedade. Os escritores Futuristas, encabeçados pelo poeta Vladimir Vladimirovitch Maiakovski, propuseram uma drástica mudança nas formas, nas imagens literárias e na textura da linguagem. Outro grupo mais conservador, conhecidos como os Irmãos Serapion, preferiu manter-se fiel às tradições clássicas russas.
Boris Leonidovitch Pasternak tornou-se uma das vozes poéticas mais individualizadas de nossa época. Pasternak realizou, através de seus poemas líricos e narrativos, amplas explorações em torno da percepção. Por outro lado, Anna Akhmatova e Osip Emilievitch Mandelstam — associados ao grupo Acmeísta surgido no período pré-revolucionário — também alcançaram certa celebridade.
A narrativa desta época gravita em torno da doutrina oficial do Realismo Socialista e caracterizou-se pela grande dificuldade que encontraram os escritores da época em descrever a revolução e a guerra civil que a seguiu. Um dos romances mais populares deste período, Chapaiev (1932), de Dimitri Furmanov, oferece uma transcrição de acontecimentos pessoais e históricos. No outro extremo, situam-se as histórias breves de Isaac Babel nas quais os acontecimentos extraídos do diário do autor falam de irônicas discrepâncias e surpreendentes analogias entre fatos e pessoas nos anos da guerra civil. Nesta linha, destacam-se os romances de Konstantin Alexandrovich Fedin, Leonid Maximovich Leonov e Alexandr Alexandrovich Fadeiev.
No período imediatamente posterior à guerra, a curiosa combinação entre o ardor revolucionário e o afã comercial aparecem refletidos na narrativa de Valentin Petrovich Kataiev, nos ácidos relatos curtos e apontamentos de Mikail Zoshchenko e nas sátiras de Ilia Arnoldovich Ilf e Yevgeni Petrovich Petrov.
Os melhores escritores deste momento adaptaram-se às fórmulas políticas do Realismo Socialista, entre eles Leonov, o dramaturgo e romancista Konstantin Simonov e Mikhail Aleksandrovitch Cholokhov.
Com a morte de Josef Stalin, em 1953, os escritores começaram a se questionar sobre a vida na União Soviética, ao mesmo tempo em que dirigiam seus olhares para as viviam nos lugares mais distantes do país. O renomado poeta Ievgueni Aleksandrovitch Ievtuchenko voltou a injetar paixão em uma moribunda tradição poética e seu contemporâneo, Yrey Voznesenski, contribuiu para vitalizar a linguagem da poesia.
Doutor Jivago (1957), de Boris Pasternak, não pode ser lido em russo até 1987. Em 1958 foi concedido o Prêmio Nobel de Literatura a seu autor. Pasternak, submetido à poderosas pressões oficiais, não o aceitou.
No começo da década de 1960, o crítico e erudito Yrey Siniavski publicou várias obras sob o pseudônimo de Abram Tertz. Entre elas encontrava-se um artigo em tom irônico, O que é o Realismo Socialista?, no qual atacava os fundamentos intelectuais desta doutrina. Em 1966, sob a acusação de difamar a União Soviética, Yrey Siniavski foi condenado, junto com o também escritor Yuli Markovich Daniel, a trabalhos forçados.
O renomado romancista Aleksandr Isaievitch Soljenitsin ultrapassou, constantemente, a linha que separava o permitido do proibido, não conseguindo livrar-se da censura. Em 1970, Solzhenitsin recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Seu gesto foi duramente condenado pelo governo e pela União dos Escritores Soviéticos.
Durante o período pós-stalinista, o termo "literatura ilegal" (samizdat) foi usado, repetidas vezes, para qualificar as obras de Mikail Bulgakov, do poeta Joseph Brodsky, Prêmio Nobel de Literatura em 1987, além de muitos outros escritores e pensadores, entre eles, Valerii Tarsis. Após o colapso da União Soviética, em 1991, iniciou-se uma nova era na literatura russa Sueca, Literatura, literatura escrita em língua sueca. As primeiras obras em sueco utilizavam o alfabeto latino e, geralmente, estavam vinculadas ao âmbito religioso. As canções e baladas folclóricas proliferam no período que vai do século XIII ao XVII.
No século XVII, aparecem figuras do nível de Georg Stiernheim, pai da poesia sueca e autor do poema épico alegórico Hércules (1658), além de Samuel Columbus, Jacob Freese e Lars Johansson, também chamado Lucidor.
No século XVII, o prosista mais destacado, junto com o teólogo Emanuel Svedenborg e o botânico Carl von Lineu, foi Olof von Dalin. Durante a era gustaviana (1772-1809) destaca-se a figura do rei Gustavo III, poeta, ensaísta e protetor das letras. Entre os muitos poetas da época figura Carl Michael Bellman.
Durante o século XIX, o espírito do romantismo se manifesta em Per Daniel Amadeus Atterbom, e os ideais nacionalistas em Erik Gustaf Geijer e Esaias Tegner. Outros importantes autores são os romancistas C. J. L. Almqvist, Fredrika Bremer e Abraham Viktor Rydberg, assim como o poeta finlandês Johan Ludvig Runeberg, que escreveu em sueco. A personalidade mais destacada de toda a literatura sueca foi August Strindberg, o mestre do drama naturalista.
No século XX, surgiram poetas neo-românticos como Gustaf Fröding, Erik Axel Karlfeldt, Verner von Heidenstam, e a romancista Selma Lagerlöf.
A geração seguinte de escritores produz figuras como os poetas Birger Sjöberg, Leonard Hällstrom, Bo Bergman, e os narradores Hjalmar Söderberg e Hjalmar Bergman.
Entre os romancistas comprometidos socialmente, encontram-se Ivar Lo-Johansson e Vilhelm Moberg. Eyvind Johnson e Harry Martinson, que compartilharam o prêmio Nobel em 1974, escreveram romances autobiográficos. Os poetas mais destacados da segunda metade do século foram Erik Lindegren, Gunnar Ekelöf e Artur Lundkvist. A figura mais proeminente deste período é o escritor Pär Lagerkvist.
Durante a década de 1940 surgiram vários romancistas interessantes como Lars Ahlin, Lars Gyllensten e Stig Dagerman. O romance histórico tem sido cultivado por Birgitt Trotzig e Sven do blanc. Outros escritores que se destacam posteriormente são Lars Gustafsson e P. C. Jersild.



INTRODUÇÃO

Tcheca, Literatura, obras escritas em língua tcheca ou no antigo eslavo eclesiástico (ver Línguas eslavas). Seus textos mais antigos são o hino Hospodine, pomiluj ny (século XI), uma crônica da Boêmia escrita pelo monge Cosmas, a tradução para o tcheco do texto latino (ver Língua latina) Alexandreida (século XIV) e a Crônica de Dalimil, rimas de caráter nacionalista. O diálogo O artesão e o estudante é repleto de detalhes sobre a vida cotidiana da Idade Média. Em 1400, O tecelão discorre, romanticamente, sobre o livre arbítrio.

O pastor reformista Jan Hus manifestou sua preocupação com o idioma em estudos como De ortographia bohemica (1412). Seu seguidor Petr Chelcicky, um camponês filósofo que não sabia latim, escreveu em tcheco sobre o ideal da não-violência inspirado nos evangelhos. Jan Blahoslav, poeta e erudito em teoria musical e teoria poética, escreveu a Gramática tcheca e, com outros escritores, recopilou a Bíblia tcheca protestante (ver Protestantismo), obra que serviu de modelo literário ao tcheco clássico.
Após a perda da independência política (1620), Jan Komensky — cujo nome latino era Comenius — escreveu em tcheco e latim sobre diversos temas: pedagogia, psicologia e filosofia. Josef Dobrovsky, um intelectual nacionalista estudioso da língua e cultura de seu país, reuniu grande quantidade de material lexicográfico, estabelecendo o tcheco clássico.


RESSURGIMENTO NACIONAL


Josef Jungmann organizou um dicionário tcheco (1834-1839). Outro autor destacado foi o eclesiástico eslovaco Jan Kollar que adotou o estilo romântico (ver Romantismo). Frantisek Ladislav Çelanovsky escreveu poesias seguindo o estilo das canções folclóricas tchecas e russas. Frantisek Palacky, chamado o pai da nação, escreveu uma importante história da Boêmia (1836-1867)
O mais importante dos poetas deste período foi Karel Hynek Macha. Karel Jaromir Erben criou baladas trágicas populares e Karel Havlicek Borovsky embasou a crítica e o moderno jornalismo tcheco através de seus artigos e poemas satíricos (ver Sátira). Bozena Nemcová estabeleceu as formas do romance e do conto, mesclando a influência das histórias rurais da romancista francesa George Sand às suas próprias observações da vida campestre tcheca.

A escola dos escritores nacionais, encabeçada por Jan Neruda, foi substituida por dois grupos: parnasianos e nacionalistas. Os parnasianos eram liderados pelo poeta Jaroslav Vrchlicky (pseudônimo de Emil Frida). A vertente nacionalista tinha no também poeta Svatopluk Cech seu máximo representante. Destacarm-se, ainda, o pensador e político Tomás Garrigue Masaryck e o crítico literário Frantisek Xaver Salda que introduziu tendências inovadoras como o simbolismo, cultivado também por Otokar Brezina e Antonin Sova.


INDEPENDÊNCIA NACIONAL

A partir da independência do império dos Habsburgos — e da formação da Tchecoslováquia (hoje República Tcheca e República Eslovaca) —, surgiram Stanislav Kostka Neumann, Jiri Wolker e Josef Hora que dedicaram seus poemas a temas proletários. Em 1924, Vitezlav Netzval e Frantisek Halkas fundaram um novo movimento, denominado por eles de "poetismo", a favor da poesia pura e livre de qualquer conteúdo social.

Em contrapartida, o romance deste período foi marcado por experimentações formais e pela preocupação com os problemas sociais. Os nomes mais expressivos foram Marie Majevorá, Marie Pujmanová e Jaroslav Hasek. Mas foi Karel Capek, autor de romances e peças teatrais, o nome mais conhecido da literatura tcheca no exterior. Vladislav Vancura, outro escritor destacado, adotou a corrente surrealista em seus romances.
Austríaco, de origem tcheca, Franz Kafka, tornou-se mundialmente conhecido e é uma referência inevitável quando se fala na nova literatura tcheca.


LITERATURA PÓS-PRIMAVERA DE PRAGA


O movimento que tentava libertar a Tchecoslováquia do regime comunista, alcançou seu ponto culminante na "Primavera de Praga", em 1968, quando o país foi ocupado pelo exército russo. Neste momento, floresceram o teatro de Václav Havel e o romance de Ludik Vaculik. Após a invasão, muitos intelectuais se exilaram — entre eles, Josef Skvorecky e Milan Kundera — e publicaram suas obras em outros países.
O poeta Jaroslav Seifert continuou em Praga e, em 1984, converteu-se no primeiro autor tcheco a ganhar o prêmio Nobel de Literatura. Václav Havel tornou-se o primeiro presidente tcheco eleito por voto direto.
Uruguaia, Literatura, literatura própria do Uruguai. Inicia-se como tal durante o período da independência.
A primeira figura ilustre é Francisco Acua de Figueroa, autor de estilo classicista que compôs o hino nacional. Também é importante a literatura gauchesca de Bartolomé Hidalgo. O romantismo esteve representado por Adolfo Berro, Juan Carlos Gómez e, especialmente, por Juan Zorrilla San Martín.
O modernismo, equivalente ao parnasianismo e simbolismo nas letras hispano-americanas, surge com Julio Herrera y Reissig, e dentro de sua linha vanguardista destacam-se Delmira Agustini e Juana de Ibarbourou. Entre os autores comprometidos com a problemática social cabe destacar o poeta, contista e romancista Mario Benedetti e o grande poeta franco-uruguaio Laforgue. Outro grande poeta uruguaio, Isidore Ducasse, filho de franceses e também chamado Conde de Lautréamont, seria resgado no início do século XX pela geração dos surrealistas que nele encontram muitos pontos de contato, apontando-o como seu precurrsor.
Menção especial merecem os poetas surgidos na década de 1960 vinculados à tradição paisagistica e ao indigenismo, entre eles Washington Benavides, Jorge Medina Vidal, Cristina Peri Rossi ou Eduardo Milán.
Na narrativa, depois do romantismo indianista de Alejandro Magariños Cervantes, o realismo chega com Eduardo Acevedo Díaz e Horacio Quiroga. As correntes mais modernas são inauguradas Juan Carlos Onetti. Também merecem uma especial consideração as obras de Carlos Martínez Moreno, Mauro Arregui, Jorge Musto, Cristina Peri Rossi ou Fernando Butazzoni.
O teatro conta com Ernesto Herrera, Antonio Larreta e Jacobo Langsner.



INTRODUÇÃO

Venezuelana, Literatura, obras literárias escritas e publicadas na Venezuela


PERÍODO COLONIAL


Durante a época colonial destacaram-se os nomes de Jorge de Herrera, Juan de Castellanos, José Oviedo, Baños Francisco de Miranda, sóror María de los Ángeles e Juan Antonio Navarrete.
A primeira figura literária da independência foi o escritor Andrés Bello, sem mencionar a vertente literária do libertador do país, Simón Bolivar. Durante o romantismo surgem as primeiras obras significativas com os nomes de José Antonio Maitín e Antonio Pérez Bonalde (1783-1830). Na prosa, o período constumbrista está representado por Fermín Toro, Eduardo Blanco, Manuel Vicente Romero García e Miguel Eduardo Pardo. Os melhores ensaístas da época foram Cecilio Acosta, Juan Vicente González e Amenodoro Urdaneta.

O modernismo foi representado por Manuel Díaz Rodríguez, Pedro Emilio Coll, Rufino Blanco Fombona, José Gil Fortoul e o crítico Luis López Méndez. O criolismo desenvolveu-se paralelamente ao modernismo e seus maiores expoentes são o contista Luis Manuel Urbaneja Alchelpohl e o poeta Francisco Lazo Martí.
A primeira geração literária do século XX foi a de La alborada, integrada por Rómulo Gallegos, além de José Rafael Pocaterra, cujas narrações estão mais próximas do naturalismo. A poesia dos anos vinte foi encabeçada pelos membros da geração de 1918. Entre eles destacam-se Fernando Paz Castillo, José Antonio Ramos Sucre e Andrés Eloy Blanco. Outros poetas singulares são Salustio González Rincones, Enriqueta Arvelo Larriva, Luisa del Valle Silva e Mercedes Bermúdez de Belloso. Destacam-se também a narradora Antonia Palacios, Rafael Angarita Arvelo e Julio Planchart.

A vanguarda poética se impôs próximo de 1928 em Antonio Arraiz, Miguel Otero Silva e Pablo Rojas Guardia. Na ficção narrativa destacam-se Julio Garmendia e Arturo Uslar-Pietri, aos que se seguiram romantistas como Enrique Bernardo Núñez, Guillermo Meneses, Miguel Otero Silva e Ramón Díaz Sánchez. Durante este mesmo período se editaram os primeiros ensaios de Mario Briceño Iragorry, Augusto Mijares, Mariano Picón Salas e do própio Uslar-Pietri.
Em 1936 surgiu uma poesia nova em torno do grupo Viernes (1939) liderado por Vicente Gerbasi. Outros poetas importantes são Luis Fernando Álvarez, Juan Liscano e Pascual Venegas Filardo. O jornalismo literário teve o seu grande iniciador em José Ratto Ciarlo.

Em 1942 apareceu outro grupo batizado com o nome deste ano e integrado por Juan Beroes, Ana Enriqueta, Ida Gramcko, Luz Machado e Luis Pastori. O grupo Contrapunto, nascido em 1946, teve poetas como José Ramón Medina e Rafael Pineda, os escritores de contos Gustavo Díaz Solís ou Héctor Mújica e romancistas, entre eles, Andrés Mariño-Palacio. Durante este mesmo período deve-se destacar a obra ensaística de J. L. Salcedo-Bastardo, Guillermo Morón e os críticos Óscar Sambrano Urdaneta, Alexis Márquez Rodríguez, Efraín Subero, Domingo Miliani e Orlando Araújo, cujas obras foram conhecidas a partir das décadas de 1950 e 1960.
A grande mudança poética se realizou nos anos cinqüenta através de Juan Sánchez Peláez. Nessa mesma década sobressaem-se os nomes de Rafael José Muñoz, Alfredo Silva, Juan Calzadilla — primeiro poeta urbano venezuelano —, Ramón Palomares, Guillermo Sucre, Rafael Cadenas, Francisco Pérez Perdomo e Miyó Vestrini. A renovação da narrativa será a obra de Salvador Garmendia, Adriano González León e Rodolfo Izaguirre. No ensaio e na crítica, Elisa Lerner, Guillermo Sucre, Ludovico Silva, Francisco Rivera e Arturo Uslar-Braum são os nomes de maior realce.
A poesia da década de 1960 é dominada por Eugenio Montejo e Luis Alberto Crespo; a de 1980 por Yolanda Pantín e Rafael Arraíz Lucca; a narrativa por figuras como José Balza, Francisco Massiani, Luis Britto García, Denzil Romero, Guillermo Morón, Gustavo Luis Carrera, Ana Teresa Torres, Laura Antillano e Stefanía Mosca; ensaio por Juan Carlos Santaella, e a crítica literária por Víctor Bravo e Javier Lasarte.