Pintura
 
 


As superfícies

     Pintura é a atividade artística que consiste na aplicação de pigmentos coloridos em um plano bidimensional, geralmente em uma superfície previamente preparada para tal uso.

     A superfície de aplicação dos pigmentos também pode variar, desde murais e paredes até as telas próprias para pintura.

     A pintura pode ser vinculada tanto à produção de imagens decorativas quanto imagens de reapresentação, seja esta figurativa ou abstrata.

As técnicas

     Há vários tipos de pintura, como os afrescos, pintura a óleo - através de pigmentos diluídos num solvente -, pintura mural - feita ou aplicada sobre uma parede -, pintura a têmpera - pigmentos dissolvidos num adstringente, como a cola, etc.

     Os mosaicos também são considerados uma espécie de pintura.

O mosaico

     Trata-se do arranjo de pequenos pedaços de vidros coloridos, pedras (como o marfim), cerâmica e outros materiais adequados numa placa de plástico ou cimento preparada de forma a aderir esses fragmentos. Costuma ser classificado como um tipo de pintura.

     Os romanos foram os primeiros a se dedicaram ao aprimoramento dessa técnica na realização de seus pavimentos.

     Entretanto, na Idade Média talvez tenhamos os exemplos de mosaicos mais famosos, tanto no interior das Igrejas Cristãs quanto na arte bizantina.

     Costuma ser usado para realizar desenhos ou planos coloridos. É encontrado especialmente adornando paredes e abóbadas.

     Seu uso em exteriores é mais comum na arquitetura moderna, mas pode ser encontrado em algumas fachadas de igrejas medievais.

     O mosaico realizado pelo artista brasileiro Rodrigo de Haro na fachada da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina é uma belíssima amostra de um mosaico contemporâneo.

     Costumam ser mais freqüentes nas obras realizadas em larga escala. Entretanto, existem alguns exemplos de mosaicos portáteis e realizados em pequenos objetos, comuns na arte Asteca mexicana.

Penso, logo
faço pinturas

     Essa forma de expressão artística existe há muito tempo na História da humanidade, como demonstram as pinturas rupestres, realizadas por homens pré-históricos em rochas ou cavernas.

     A atividade da pintura já surge nos primórdios da história do homem, como pode ser observado nas pinturas encontradas nas cavernas em Altamira (Espanha) e Lascaux (França), em 25.000 aC.

 

     Nos sítios de Nice, na França, há evidências da existência de pinturas, de esculturas em pedra e mármore que datam de cerca de 25.000 anos atrás, revelando a origem de uma expressão estética, fato que separa radicalmente o homem das outras espécies.

Por todo mundo antigo

     O continente africano também possui algumas amostras da existência antiqüíssima da representação pictórica. Nestas pinturas, há a constante representação, por exemplo, de elementos ritualísticos.

     Também na Europa, foram encontrados exemplos de pinturas parietais em por volta de duas centenas de cavernas, situadas principalmente na Europa, sobretudo na Espanha, em Altamira, e na França, em Lascaux.

     Tais pinturas consistiam da representação de animais a serem caçados, provavelmente tendo a função de "bom agouro" para as caçadas que se sucediam. A pintura deste momento apresentava formas bastante rudimentares, com a representação extremamente concisa de animais como cavalos e búfalos.

Egípcios e gregos

     A cultura egípcia foi a mais antiga, e que produziu um conjunto considerável de obras na pintura. O conjunto de sua pintura, desenvolvido ao longo de três milênios, refletiu as tradições da cultura em que esteve contextualizada através das convenções iconográficas que marcavam o uso de imagens.

     Essas convenções baseavam-se em signos visuais utilizados para a representação de objetos e ações, o que tornava a obra bastante acessível e compreensível.

     Os artistas de Creta e das civilizações minóicas (por volta de 2000 a.C.) apresentavam conceitos estéticos bastante diversos dos egípcios.

MINOICA (adj.) Referente ao período cretense que se estende do terceiro milênio a.C. a cerca de 1580 a.C.

     Os exemplares que restaram das pinturas dessas civilizações - fragmentos de afrescos e mosaicos - demonstram uma arte bem diversa da dos egípcios: a fluidez das imagens, a representação de ações vigorosas.

     A pintura minóica teve a ênfase representativa direta no desenvolvimento da arte grega, da qual restaram apenas alguns exemplares, pois toda a pintura em larga escala foi perdida com os tempos.

     O que restou da pintura grega são pinturas em vasos, que revelam um crescente naturalismo em suas representações, naturalismo este que, no período helênico, influenciaria a arte e a arquitetura romana.

A era cristã mudou o
conceito de arte

     Os propósitos e o estilo da pintura foram radicalmente alterados com a queda das civilizações antigas e com a chegada da era cristã. Passou a ter grande importância, a exemplo da pintura egípcia, o simbolismo, na representação da realidade.

     A arte cristã e bizantina tendeu ao estilo hierárquico e estático, com algumas reminiscências da arte clássica.

     Já no final do Século 14, a arte gótica, surgida da França, reintroduziu a representação das figuras humanas, havendo o desenvolvimento de um naturalismo mais preciso e articulado, que registrou as sutilezas de iluminação e atmosfera.

     Houve uma retomada dos padrões artísticos da antiguidade clássica, que avançaram em meio ao Século 15. Passou a ter grande importância, nas representações gráficas encontradas nos manuscritos, a organização espacial das imagens.

O Renascimento e
o Maneirismo

     Os conceitos materialistas que surgiam com o aparecimento da classe burguesa foram se infiltrando na representação pictórica, que passou a possuir um caráter mais objetivo.

     O período da Renascença, em que a pintura passou a possuir uma organização espacial coerente e equilibrada, teve seus conceitos irradiados sobretudo a partir do grande foco das artes européias de então, a Itália.

     Neste período, surgiram nomes como Boticelli, Giorgoni, Veronese, Reni, Corregio, Caracci, Perugino, Ticiano e outros. Os afrescos das capelas italianas mais famosos até hoje foram produzidos neste período por Michelangelo (afrescos da Capela Sistina).

     No Século 16, os vestígios mais tardios da Renascença, caracterizados pelo que hoje é chamado de Maneirismo, manifestavam-se através de trabalhos como os de Pontormo e Rosso Fiorentino, em que as proporções clássicas tornaram-se exageradas e as composições assumiam características mais assimétricas, revelando um novo crescimento do subjetivismo.

     A produção de El Greco teve características bastantes pessoais dentro do estilo maneirista.

O Barroco e o Rococó

     Na era barroca, são encontradas grandes diversidades nas produções dos diversos artistas da época, diversidades estas que surgem tanto em nível de estilo pessoal quanto em termos de nacionalidade da produção.

     No entanto, algumas características são constantes: o jogo de luz e sombra, o que na verdade representou o espírito do homem da época da contra-reforma.

     No Século 18, surge um novo foco dispersor das tendências artísticas na Europa. A França, mais precisamente Paris, passou a ser o centro das atividades artísticas.

     O barroco abriu caminho para o estilo de caráter eminentemente decorativo; o estilo hoje chamado rococó. Este estilo foi se encaminhando cada vez mais para a mera frivolidade decorativa.

O Romantismo e o
Neoclassicismo

     Nesse meio tempo, surgiam pintores que, inspirados pela Revolução Francesa, fundaram as bases para o Romantismo e o Neoclassicismo. Tal período artístico deu-se no final do Século 18.

     O Romantismo caracterizou-se basicamente pela representação mais subjetiva e emocional da realidade, incluindo a reapresentação de visões pessoais.

     O escritor e gravador William Blake explorou o mundo da imaginação mítica, enquanto Eugene Delacroix buscou a representação do imaginário exótico das terras distantes, assim como do poder primitivo dos animais e de imagens veiculadas à tragédia. Já o espanhol Francisco de Goya buscava explorar a face destrutiva e obscura da natureza humana.

     Com o Século 19, surgiram novos ideais estéticos e artísticos. A obra de arte passou a ser encarada como instrumento de denúncia da realidade social, desafiando a estética subjetiva romântica com a representação de caráter eminentemente objetivo.

     Um dos primeiros representantes dessa nova perspectiva artística na pintura francesa foi Gustave Coubert, cuja obra é marcada pela constante representação de figuras de extração popular.

     A concepção artística assumiu uma postura de preocupação com o desmascaramento dos fatos sociais.

O Impressionismo

     Um grupo de jovens artistas surgiu no período dos meados ao final do Século 19, tendo sido rotulados de impressionistas por uma crítica hostil as suas produções. Paul Cézanne foi responsável pela introdução de um tipo de representação pictórica em que havia a dissolução atmosférica dos objetos.

     Vincent Van Gogh foi o grande representante do pós-impressionismo.

     Na primeira década do Século 19, uma verdadeira explosão experimentalista tomou conta das artes, desencadeada pelos mestres pós-impressionistas.

     Foi o momento das vanguardas artísticas, que inicialmente teve Paris como centro, mas logo foi deflagrada por toda a Europa e pelas Américas.

A Arte Moderna

     Surgiram tendências diversas nesse contexto, como o Futurismo, o Expressionismo e o movimento mais proeminente na pintura, o Cubismo, tendo sido desenvolvido por Pablo Picasso e Georges Braque. O artista passou a realizar uma verdadeira reordenação da realidade através de sua obra.

     Caminho idêntico foi seguido pela chamada arte abstrata, que se baseia em conceitos subjetivos, não possuindo referência no mundo objetivo. Representantes dessa tendência foram Piet Mondrian e Wassily Kandinski.

     Na década de 20 surgiu uma nova tendência, que explorava imagens e realidades do subconsciente humano, tendo sido denominada Surrealismo. Salvador Dali foi o representante máximo dessa tendência.

     Nos anos 60, uma nova tendência artística foi surgindo como crítica e sátira à massificação industrial e ao consumismo, arraigados aos costumes da sociedade moderna.

     Foi a chamada "Pop Art", cujas bases foram criadas por Richard Hamilton e da qual um dos mais célebres representantes foi Andy Warhol.

Fontes: Enciclopédia Digital Master.
     Enciclopédia Koogan-Houaiss.

 

 
 

Pintura Brasileira

 
 


A arte do Brasil
colonial

     No Brasil colonial a arte em geral girava em torno da Igreja Católica e dos cultos religiosos.

     É bem conhecida a presença, no Brasil, de religiosos europeus, como os jesuítas, franciscanos e beneditinos, os quais vieram ao país para catequizar seus habitantes.

     Alguns deles tinham experiência em pintura, escultura e arquitetura, adquirida no velho continente. Foram eles os primeiros a realizar obras artísticas no país e a recrutar artesãos e artífices para a decoração de suas construções.

     Os artistas do período costumavam ser auto-didatas ou então eram orientados por esses religiosos, nos moldes da tradição ibérica.

     Com esse esforço, a pintura começa a aparecer nas construções nordestinas, principalmente em Salvador, cidade que era na época a sede do Governo.

Separando a arte
da religião

     Já no Século 17, surgem os primeiros sinais de desvinculação da arte à religião.

     Assim, por exemplo, o teto da Igreja de Santa Casa da Misericórdia, ainda em Salvador, que apresenta figuras como santos e anjos com roupas como se usavam na época que o artista fez a obra.

     Também os rostos são pintados com mais liberdade, lembrando o biotipo dos habitantes daquela cidade baiana.

     Destaca-se ainda como pintor religioso do século XVII o Frei Ricardo do Pilar, que pintou o mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro e obras como "O Senhor Crucificado", de 1688 ou "O Senhor dos Martírios", de 1690.

Os pintores do
príncipe

     A ocupação holandesa em Pernambuco, no século XVII traz artistas como pintores e naturalistas ao país que iriam, pela primeira vez, registrar a natureza brasileira.

     O conde de Nassau, que aqui permaneceu entre 1637 e 1644 foi o responsável por grandes projetos de urbanização na cidade de Recife e trouxe com ele artistas holandeses como Franz Post e Eckhout.

     Entretanto, apesar de a ocupação holandesa e da estada desses pintores no Brasil ser considerada como de grande importância no Século 17, seu papel foi apenas de registro de paisagens e costumes.

     Com efeito, tratou-se de um acontecimento isolado e os pintores que por aqui passaram não deixaram aprendizes ou começaram alguma tradição que pudesse dar continuidade aos seus trabalhos.

     Em resumo, não moveram uma palha em favor da arte local e sequer podem ser considerados como pintores do Brasil, pois sua passagem por aqui deu-se tão somente como agentes de um país invasor, e retornando à sua terra antes mesmo que cessasse tal invasão.

     Não se pode deixar de destacar, contudo, que foram possivelmente as primeiras manifestações de pintura efetivamente fora do domínio religioso.

A arte regionalizada

     No Século 18, a pintura tem maior desenvolvimento, principalmente devido à concentração de artistas em centros que então se desenvolviam, como Rio de Janeiro, Salvador e Vila Rica (atual Ouro Preto).

     A partir de então pode-se falar em escolas distintas no país, como a fluminense, com pintores como José de Oliveira Rosa, Leandro Joaquim, com seus retratos e representações da cidade do Rio de Janeiro e Manuel da Cunha, com suas pinturas religiosas e retratos.

     Ainda no Rio de Janeiro, em 1732, Caetano da Costa Coelho começa a realizar na Capela-Mor da Igreja da Ordem 3ª de São Francisco da Penitência aquela que seria a primeira pintura perspectivista do Brasil.

     Em Salvador, na então escola baiana do Século 18, vivia-se a transição do barroco ao rococó e nela eram típicas principalmente pinturas de perspectiva  ilusionista.

     Destacam-se nesse período, José Joaquim da Rocha, como teto da Igreja de N. Senhora da Conceição da Praia, considerada uma das obras-primas da pintura barroca brasileira (1773).

As artes nas
Minas Gerais

     A mais famosa dessas "escolas", entretanto, é a escola mineira, extremamente valorizada pela sua originalidade.

     O ciclo da mineração possibilitou a concentração de riquezas em Minas Gerais e a transformação de algumas cidades mineiras em verdadeiros centros urbanos da colônia.

     A primeira pintura de teto em Minas Gerais é realizada por Antônio Rodrigues Belo, em 1755, na capela-mor da matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo. A partir de então Minas avança como ativo centro artístico nacional.

     O estilo dos artistas mineiros de então era o barroco com forte presença do rococó, sem contudo deixar de lado as formas brasileira.

     O escultor Aleijadinho, um dos principais nomes de nossa arte, talvez seja o nome mais conhecido dessa escola.

     Na pintura destaca-se principalmente Manuel da Costa Ataíde. Outros pintores mineiros do período foram Manuel Rebelo e Souza e Bernardo Pires, João Nepomuceno Correia e Castro, entre outros.

     Ainda no século XVIII, fora desses centros, destaca-se João de Deus Sepúlveda com sua pintura "São Pedro Abençoando o Mundo Católico", em Recife, na Igreja de São Pedro dos Clérigos.

     Em 1800 há a primeira iniciativa de ensino de arte no país com a Aula Pública de Desenho e Figura, no Rio de Janeiro e seu regente, Manuel de Oliveira.

O Neo-clacissismo
no Brasil

     Em 1808, a Família Real e a Corte Portuguesa transferiam-se para o Brasil e a partir daí teríamos uma enorme mudança nos rumos que a arte brasileira seguia até então.

     Enfrentando problemas políticos após a queda de Napoleão, um grupo de artistas franceses freta um navio e se dirige ao Brasil.

     Em 1816 chega a então denominada Missão Artística Francesa, um grupo de artistas e artífices franceses de formação neoclássica que iriam exercer uma profunda influência na pintura brasileira da metade do Século 19, até praticamente a Semana da Arte Moderna de 1922.

     Na Missão Artística Francesa encontravam-se artistas como Nicolas-Antoine Taunay e Jean Baptiste Debret. Este último, em 1826, instalava a Academia Imperial de Belas-Artes no Rio de Janeiro e três anos depois eram abertas as primeiras exposições oficiais de arte brasileira.

     Pela primeira vez, chegava ao país um estilo artístico sem defasagem com o que estava acontecendo na Europa: o neoclassicismo. Seu prestígio, tanto pela "modernidade" quanto por ter caráter de arte oficial foi enorme.

Na falta de parâmetros, nossa
arte perdeu a identidade

     Em poucos anos ocorreu uma brusca ruptura, embora dirigida, com o barroco-rococó, que era comum nas nossas pinturas para um estilo mais frio, racional e acadêmico, sem muitas afinidades com a cultura brasileira de então. Nossa pintura ganhava na técnica, mas perdia em espontaneidade.

     A falta de raízes pode ser aquilatada pelo fato de um pintor da época haver sugerido a importação de modelos europeus para garantir a pose em padrões estéticos acadêmicos.

     Os rígidos padrões adotados pela Escola Nacional de Belas-Artes foi, de fato, uma das principais razões por que o modernismo tardou tanto em entrar no Brasil, só logrando êxito após 1922.

     Entretanto, apesar de distante do país, o estilo acadêmico passa a ser o dominante no Século 19.

     Destacam-se, entre os artistas brasileiros do período,Vitor Meireles, Pedro Américo, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernardelli, além do escultor Rodolfo Bernardelli, que foi o diretor da Escola por quinze anos.

Romantismo e realismo
chegam tardiamente

     Nas últimas décadas do século XIX, tendências realistas e românticas surgiam entre nossos artistas como uma das poucas manifestações de rebeldia ao estilo acadêmico.

     Entretanto, essas tendências manifestavam-se efetivamente mais na escolha temática, como Moema, de Vitor Meirelles, do que na forma, que continuava acadêmica e presa ao Neoclassicismo.

     A Belle Époque brasileira parece ter se estendido de 1889 a 1922. Nessa época, apesar da influência da academia ser ainda a principal, começam a ser notadas mais manifestações de estilos europeus: além do Romantismo e do Realismo, o Impressionismo, o Simbolismo e Art Nouveau, estilo decorativo, com uso de formas sinuosas e elementos vegetais.

Nacionalizando a pintura

     Almeida Júnior parece ter sido um dos primeiros a libertar-se das influências acadêmicas, realizando quadros como tipos e cenas brasileiras, sem idealizações neoclássicas.

     No começo do Século 20, Eliseu Visconti, com suas propostas Neo-Impressionistas adquiridas em estudos em Paris é um dos pioneiros na modernização da arte brasileira.

     Entretanto, a primeira mostra de arte que romperia com o academicismo brasileiro foi feita por um estrangeiro, Lasar Segall em 1913.

     Quatro anos mais tarde Anita Malfatti realizaria uma exposição que abalaria os padrões artísticos vigentes e reuniria jovens ansiosos por mudanças nas artes brasileiras e que acabariam por realizar a Semana de Arte Moderna, em 1922, na cidade de São Paulo.

     Começava então o Modernismo brasileiro que procurava atualizar a arte brasileira e quebrar com o academicismo que a orientava, realizando trabalhos que nada devessem à arte européia de vanguarda, ao mesmo tempo que preservasse e valorizasse a cultura nacional.

Acompanhando as evoluções
da arte mundial

     Com o fim da II Guerra, os museus modernos são abertos e as Bienais facilitam a penetração da arte internacional no país.

     Por volta de 1960, vemos as últimas manifestações que podem ser consideradas pertencentes ao Modernismo, com os abstracionistas e Neo-Concretos.

     As décadas de 60 e 70 assistem a variadas tendências e estilos, em que podem ser destacadas a influência da pop art e uma grande busca de liberdade de expressão e experimentação.

     A década de 80 assistiu um particular "boom" na pintura, principalmente em seus primeiros anos, com grande números de novos pintores e produções de caráter híbrido.

Fonte: Enciclopédia Britânica.

 
 
 

Pintura metafísica

 
 

 


     A Pintura Metafísica foi um estilo criado em 1913 por Giorgio de Chirico e que acabou popularizando-se na Itália e sendo adotada por outros artistas, em especial Carlo Carrà e Giorgio Morandi (1890 - 1964). Carrà foi introduzido à Pintura Metafísica num hospital militar que esteve junto com Chirico em 1917 e os dois juntos acabaram por fundar um movimento.

     Apesar do estilo não ter sobrevivido à Primeira Guerra Mundial, vemos suas influências no Movimento Surrealista que iria se desenvolver.

     Uma prova dessa influência da Pintura Metafísica no  Surrealismo foi o fato do nome desse segundo movimento ter sido dado pelo poeta francês Apollinaire, inspirado, entre outros trabalhos, (como o de Marc Chagall), no de Chirico.

     Caracteriza-se principalmente por imagens misteriosas, ilógicas e sugestões de alucinações, normalmente realizadas através de um uso típico da luz e da perspectiva.

     Ícones - como estátuas substituindo homens - e justaposição de figuras também eram bastante presentes na Pintura Metafísica.

     Diferentemente de algumas tendências vanguardistas do século XX, dava extremo valor às influências da arte do passado, principalmente o período do Renascimento Italiano.

     O periódico italiano "Valori Plastici" do fim da primeira, início da segunda década do século, foi um dos primeiros a se interessar pela pintura metafísica e procurar definir seus confusos padrões estéticos.

 

 

 
 

Pontilhismo

 
 

 

Um princípio físico
aplicado à pintura

     As bases do pontilhismo encontram-se tanto nas idéias de vários físicos do fim do Século 19, entre os quais Hermann von Helmholtz, como na psicologia e na fisiologia da visão, na análise da luz e da cor, e na influência da própria pintura impressionista.

HELMHOLTZ (Hermann VON), físico e fisiologista alemão (Potsdam, 1821 – Charlottenburg, 1894). Descobriu o papel dos sons harmônicos no timbre dos sons, e mediu a velocidade do influxo nervoso.

     O pontilhismo foi um movimento pictórico pós-impressionista surgido na França em meados da década de 1880, como reação aos próprios impressionistas e à pintura oficial.

     Sua característica central é a decomposição tonal mediante minúsculas pinceladas nitidamente separadas, mesmo a olho desarmado.

Mais realistas
do que o rei

     Trata-se de uma conseqüência extrema dos ensinamentos dos impressionistas, segundo os quais as cores deviam ser justapostas e não entremescladas, deixando à retina a tarefa de reconstituir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas impressões registradas.

   Também conhecido como punctilhismo, divisionismo, cromoluminarismo e neo-impressionismo, o pontilhismo teve como teóricos principais Georges Seurat e Paul Signac.

     Signac chegou a escrever um tratado com o título  «De Eugène Delacroix ao neo-impressionismo» (1899). Outro representante do pontilhismo foi o italiano Giovanni Segantini.

SEGANTINI (Giovanni), pintor italiano (Arco, 1858 - Schafberg, alta Engadine, 1899). Executou, à maneira divisionista, paisagens de montanhas.

Uma relação
complicada

     Para os pontilhistas, entre as cores complementares deveria existir sempre uma relação exata, de modo que, a um tom de vermelho,  correspondesse outro de verde, e existisse entre ambos uma seção infinitesimal de suporte.

     Nesse aspecto, afastavam-se dos impressionistas, que deliberadamente desleixavam tal relação fixa.

     A justaposição das cores complementares, segundo um esquema matemático, emprestou ao pontilhismo um aspecto inconfundível, que os inimigos da tendência logo alcunharam de «pintura de confete».

O mestre do
pontilhismo

     Seurat foi o mais notável dos pintores pontilhistas. Suas telas Um domingo de verão na Grande Jatte, (1884-1886; Instituto de Arte de Chicago), O desfile do circo (1887) e a inacabada obra-prima O circo (1890-1891) são admitidas unanimemente como os pontos culminantes do movimento.

     O pontilhismo revelou-se particularmente apto a reproduzir uma atmosfera vibrante, de luz e calor. Foi também, de certo modo, uma das tendências que melhor anunciaram a abstração de cor e forma a que chegaria, anos depois, a pintura ocidental.

     Signac produziu muitos escritos teóricos e pintou paisagens, marinhas, cenas de Paris e de outras cidades francesas por onde viajou.

Fontes: Enciclopédia Britânica -
              Enciclopédia Koogan Houaiss
            

 

 
 

Pop Art

 
 

 

Trata-se de um estilo artístico baseado no reprocessamento de imagens populares e de consumo.

     Surgiu a partir do final dos anos 50, principalmente na Inglaterra e Estados Unidos (Londres e Nova York eram seus principais centros) e recebeu esse nome pelo crítico Lawrence Alloway.

     A princípio, o movimento parecia centrar-se numa provocação e rompimento radical com as belas-artes. À medida que novos artistas começam a utilizar-se do estilo, parece começar a haver uma compreensão maior de seus objetivos de exploração dos potenciais da arte gráfica comercial, principalmente notado no trabalho de Andy Warhol.

WARHOL (Andrew WARHOLA, dito Andy), artista plástico norte-americano (Pittsburgh, 1929 - Nova York, 1987), um dos fundadores da arte pop.

     Richard Hamilton definiu as imagens vinculadas nos meios de comunicação de massa, base de inspiração da arte pop, como "populares, transitórias, consumíveis, produzidas em massa, jovens, em escala empresarial, de baixos custos, humorísticas, sexy, ardilosas e glamourosas".

     Hamilton, responsável por obras como "O que torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?", acabou por imprimir à arte pop uma base intelectual.

     Nos Estados Unidos, os trabalhos de Jasper Johns ("Bandeira sobre Branco" com colagem) e Robert Rauschenberg (colagens, combinações com garrafas de coca-colas e quadros como "Cama") tiveram bastante influência sobre os artistas pop.

JOHNS (Jasper), pintor e escultor norte-americano estilo pop (Allendale, 1930). Celebrizou-se pintando bandeiras e latas de cerveja, que obtiveram grande êxito em mostras internacionais de arte, embora seu estilo seja muito contestado.
RAUSCHENBERG (Robert), pintor e gravador norte-americano (Port Arthur, Texas, 1925). Fez a ligação entre o expressionismo abstrato e a pop art. Gozou de notável popularidade nos anos 60, mas suas obras têm perdido força. Interessa-se pelas relações entre a arte e a tecnologia.

     Andy Warhol, em obras como o silkscreen "Marilyn‘, seu uso de fotografias, cédulas de dólares, imagens de Mona Lisa ou o presidente Mao, é considerado um dos principais expoentes da arte pop americana (e talvez o artista símbolo da arte pop).

     Na escultura pop americana, Claes Oldenburg e seu uso de elementos como hambúrgueres se destacam.

     Além disso, é típico da pop arte americana o uso de recursos teatrais.

     Além da própria utilização de elementos da vida real às pinturas, como, por exemplo, uma cama, eventos montados e encenados por artistas, como os happenings, tornaram-se extremamente presentes no panorama cultural americano.

     A arte pop inglesa já apresenta um certo romantismo evasivo, menos recursos dramáticos e impacto que a americana.

     Peter Blake, artista pop inglês, por exemplo, imprime elementos nostálgicos à sua obra. Um bom exemplo de seu trabalho pode ser dado por "Doutor K. Tortur", de 1965.

     David Hockney, com sua irreverência, seus "trocadilhos visuais", um certo maneirismo e estilo próprio de lidar com as imagens populares, também é um artista de destaque do período. "O Chape", no original "The Splash", é uma boa amostra de sua produção.

     Allen Jones e suas esculturas eróticas talvez divirjam desse estilo mais romantizado que a arte pop assumiu na Inglaterra.

     Fora dos Estados Unidos e Inglaterra, temos Oyvind Fahlström, na Suécia e Martyal Raysse, na França, como bons expoentes desse estilo.

     Há ainda um certo pessimismo na arte pop, talvez personalizado por Wharol, com sua repetição de imagens banais e crença na fama instantânea e passageira que todo homem pode vir a ter.

Fonte: Enciclopédia Digital Master. -
            Enciclopédia Koogan-Houaiss.


 
 

Pós-Impressionismo

 
 


    

Pós-Impressionismo é o nome que se dá a diferentes estilos e tendências artísticas cuja origem encontra-se no Impressionismo, tanto como uma reação contrária a ele como visando um desenvolvimento maior da escola.

     A maioria dos artistas considerados pós-impressionistas participaram das exibições impressionistas, mas acabaram por tomar outros rumos na realização de sua arte. A forma das pinturas, o tratamento das cores ou a linha podiam ser objetos de discordância com os impressionistas.

     Tendências como o simbolismo e até o expressionismo já se encontram nas obras de alguns desses pintores pós-impressionistas.

     As divergências dos principais nomes considerados pós-impressionistas com os impressionistas normalmente se concentravam na momentaneidade e extrema subjetividade enevoada em que os últimos baseavam seus trabalhos ou as tendências naturalistas do impressionismo.

      Essas divergências, entretanto, manifestavam-se de maneiras e intensidades diferentes nos vários estilos pós-impressionistas.

     Os movimentos modernistas, também, devem muito ao pós-impressionismo, principalmente pela figura de Paul Cézanne (1839 - 1906) e sua obstinação em alcançar a natureza real atrás das aparências, criar uma arte com vida própria, “concretizar“ suas impressões pessoais e “realizar o motivo“.

     Acredita-se que de uma forma ou de outra, como por, exemplo, a compreensão considerada errônea realizada pelo cubismo da pintura do artista, todos os artistas e movimentos expressivos do Século 20 tenham sido influenciados por Cèzanne.

     O Neo-Impressionismo de Seraut e sua extrema valorização das cores também estão inseridos dentro dessa tendência maior pós-impressionista.

     Gauguin e a proximidade de sua obra com o movimento poético simbolista, sobrevalorizando as idéias e desprezando o naturalismo, também é considerado um pós-impressionista.

     Van Gogh, e seu mundo atormentado, foi outro artista de extrema importância da pintura do Século 19, considerado um dos precursores do expressionismo que pode ser encaixado dentro dessas tendências pós-impressionistas.

     Até mesmo Toulouse-Lautrec, conhecido pela particularidade de seu estilo, que se desenvolveu independentemente de escolas ou movimentos, pode ser visto como um artista afinado com as tendências pós-impressionistas.

Fonte: Enciclopédia Digital Master.


 
 

Arte Primitiva

 
 


Na Idade da Pedra

     Em algumas regiões do mundo, inúmeros fatores contribuíram para que os povos que nelas viviam não atingissem o estado de civilização, permanecendo num estágio de desenvolvimento próximo ao que conhecemos nas culturas neolíticas.

     A produção artística desses povos, baseada em lógicas diferentes das que costumamos observar em nosso mundo, costuma ser chamada de arte primitiva, etnográfica ou nativa.

     Normalmente, essa arte tem uma função definida dentro da sociedade em que se origina, sendo freqüente sua ligação a aspectos religiosos da vida dessas pessoas.

     Objetos para o uso cotidiano ou objetos ritualísticos pertencentes a essas culturas podem ser, para nós, impressionantes trabalhos de arte.

Os primitivos que
vivem hoje

     A maneira como as populações primitivas, que ainda hoje vivem, podem nos ajudar a tornarmo-nos um pouco mais próximos de alguns aspectos de nosso passado antes da invenção da escrita.

     Além disso, podemos perceber, talvez mais nitidamente, elementos que parecem inerentes ao homem, pontos de contato entre a humanidade.

     A reprodução de imagens, freqüente entre os povos primitivos, por exemplo, parece ser uma exigência comum da espécie humana, talvez guiada por aspectos da mente subconsciente.

     Ídolos, figuras fetichistas, máscaras e pinturas pelo corpo são bons exemplos de expressão da arte primitiva.

     Os principais objetos trabalhados são matérias primas naturais, como a madeira e a pedra, através de técnicas parecidas com a dos homens da Idade do Bronze.

O encontro do primitivo
com o moderno

     Além disso, é notável o senso de desenho que essa arte costuma apresentar. As crenças, rituais e tradições dos povos fornecem ampla temática para as suas mais variadas manifestações.

     O contato com ela foi de extrema importância para a definição dos rumos que a arte do Século 20 acabaria tomando. Picasso, Braque, Gauguin e Modigliani foram alguns dos artistas bastante impressionados com as representações primitivas, levando suas influências para o trabalho que realizavam.

Fonte: Enciclopédia Digital Master.