Embora possa
ser empregado perante as mais diversas acepções, uma vez que
qualquer território colonizado sofre uma política colonialista,
o termo colonialismo é mais comumente utilizado para descrever
o sistema econômico e comercial que se formou na América quando
de sua ocupação pelas metrópoles européias.
Em terras americanas,
os espanhóis, os portugueses, os ingleses ou qualquer outro
povo que dominasse terras no novo continente agiam livremente
no que se refere à exploração agrícola e extrativista. Ou
seja, o colono era livre para praticar atividades ligadas
ao campo e atividades cujo objetivo era aproveitar as potencialidades
do subsolo colonial. As atividades industriais também não
sofriam qualquer tipo de restrição. Contudo, a inviabilidade
de se concorrer com as bem equipadas manufaturas das metrópoles
tornava a prática industrial pouco vantajosa e atrativa.
Todavia, no tocante
ao comércio, severas restrições foram impostas às áreas colonizadas.
As metrópoles monopolizavam o transporte de mercadorias, sendo
diretamente responsáveis por sua compra e venda - caso não
o fossem, agiam irremediavelmente como intermediários, pois
toda a ligação América-Europa estava a cargo de suas embarcações
e o "frete" era imposto às cargas. Uma das atividades comerciais
que mais renderam lucros aos colonizadores foi o tráfico negreiro.
Naus espanholas
capturavam negros africanos (ou compravam, de tribos vencedoras
de conflitos locais, os prisioneiros de guerra) e os revendiam
para os pioneiros americanos. Eram esses negros, agora feitos
escravos, que trabalhavam nas lavouras (atividade agrícola)
e nas minas (atividade extrativista).
O índio nativo
também foi escravizado, mas em menor escala, já que seu trabalho
normalmente era preterido pelo do negro: mais forte, mais
resistente, menos selvagem, mais numeroso. Além disso, o colonialismo
foi responsável também pela implementação dos comboios marítimos,
que eram grandes grupos de navios encarregados de policiar
a costa dos países conquistados a fim de reprimir a pirataria.
Claro, medidas
de fiscalização foram igualmente impostas. Por exemplo, a
extração de minérios era rigorosamente vistoriada e chegou-se
a proibir a profissão de ourives nas colônias. Como cabia
à metrópole parte de todas as riquezas minerais encontradas
em subsolo colonial, o objetivo de tais leis era tornar o
mais difícil possível a desobediência às prerrogativas em
questão.
O resultado do
colonialismo foi que todo o território colonial americano
viu-se preso e dependente da metrópole. O pacto colonial (conjunto
de medidas adotadas pelo colonialismo) fazia com que a sobrevivência
das colônias dependesse da metrópole, que, ao impor medidas
restritivas a certas atividades, explorava os territórios
conquistados e os tornava dominados ao extremo. Mais: com
isso, à exceção das colônias americanas do Norte, toda a América
tornou-se um território agrícola, caracterizado pelas grandes
plantações e intensas atividades extrativistas, e onde predominavam
as péssimas condições de trabalho: os escravos eram submetidos
a brutal violência física. As atividades comerciais e industriais
só apareceriam mais tarde, quando as metrópoles passaram a
sofrer crises continentais e os corsários tornaram-se uma
ameaça real ao poder colonial.
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