Q: Bom dia Axl, é um prazer ter-te de volta a Buenos Aires. Como estás?
A: Estou muito bem, obrigado.

Q: O que te trouxe a Buenos Aires? Esta é uma visita surpresa, ninguém te
esperava por esta altura.
A: Eu queria vir tocar à Argentina e ao Chile, bem... não foi possivel, e
quando estava no rio disse, bem, à muito tempo que não vou à Argentina, porque
não vamos agora? Eu queria estar aqui, foi por isso que vim.

Q: Como te sentes em comparação à última vez que cá estiveste?
A: Pelo que visitei quando cá estive, vejo que há mais construções, mais
coisas. Tenho-me sentido muito bem desde que cheguei e as pessoas tem-me
tratado muito bem, quero vir cá tocar com a banda, talvez durante o próximo
Outono, Novembro talvez.

Q: Vimos que falaste muito com a audiência durante o show, como te sentiste
quando acabou, quando deixaste o palco?
A: Foi algo simplesmente especial, eu recebi muito Amor da audiência do Brasil,
eles são muito receptivos, e falando do show e da música, foi muito mau, mas
para mim foi tudo muito especial porque tudo era tão novo para nós e num show
tão grandioso!!! Foi bom nesse sentido.

Q: Voltaste num show enorme como o Rock in Rio, porque decidiste fazê-lo desta
forma?
A: Bem, a América do Sul ocupa um lugar muito especial no meu coração, tudo o
que é América do Sul e as suas gentes é muito emocional, entretanto o
management propôs-nos irmos lá tocar e nós fomos. Sabe muito bem saber que
aquelas pessoas foram lá para me ver quando não sabiam as músicas novas, a
banda é nova, não tem nada a ver com o que eu costumava fazer e isso para mim
foi muito especial... e este show uniu-nos como banda.

Q: Falando da banda, alguma vez pensaste em voltar com um projecto a solo em
vez de com os GN'R?
A: Bem... a certa altura sim, pensei sobre isso, mas parece-me que preciso de
voltar como GN'R porque a banda tem um lugar muito especial, ela ganhou um
lugar muito especial no coração das pessoas, e para mim, voltar sob esse nome,
eu quero reavivar essa memória em cada uma das pessoas que sempre seguiram a
banda e o que me faz ainda mais feliz, é ter pessoas em meu redor que me ajudam
e apoiam essa ideia.

Q: Como foi ensinar aos novos membros as músicas antigas?
A: Bem, no inicio eles não queriam tocá-las (ri-se), no inicio eles não
gostaram muito da ideia, nesse aspecto, eles são parecidos com os membros
antigos com a atitude de dizer " Eu toco a minha música, não a música dos
outros" mas mais tarde acabou por se tornar algo divertido eles tocarem-nas e
agora eles já gostam mais. É mesmo assim e especialmente com o Tommy, do baixo,
ele apoia-me imenso ao liderar a banda nos ensaios que fizemos para Vegas e
para o Rio.

Q: A pergunta que toda a gente está a fazer é, porque está a demorar tanto
tempo a sair o novo álbum?
A: O que se passou foi que primeiro demorou muitos anos a escrever e gravar as
músicas - houve mudanças na banda, mudanças nas companhias discográficas
envolvidas, mudanças nas pessoas das companhias discográficas... Então, quando
estávamos prontos para lançar algo, toda a gente, especialmente na companhia
discografica, queria ajudar-nos a fazer o melhor álbum possível, então
acontecia que quando estava algo feito, vinha sempre alguém que dizia " não,
isto pode ficar melhor" claro que isso provoca atrasos, e voltámos a escrever e
a gravar outra vez... Mudanças nas pessoas, foi isso que aconteceu. Da maneira
que as coisas estão, quando sair o álbum, vou sentir-me muito orgulhoso, com
muita confiança naquilo que estou a fazer e além disso, vou ter mais algumas
músicas para tocar. É importante para mim clarificar que antes do Rock in Rio,
nós tivemos apenas seis semanas de experiência como banda, a tocar todos
juntos, e quero que toda a gente saiba disso.

Q: E o álbum, sempre vai ser mais industrial rock?
A: Podes ter a ideia de um som industrial na banda por causa de algumas músicas
que já lá não estão, que não vão ser lançadas, não, não tem nada a ver com rock
industrial, ha uma música, OMG que tem um lado industrial, mas o álbum não é
nada desse tipo, é uma mistura de estilos diferentes, ha coisas misturadas com
sons blues. É verdade que não tem a inspiração dos Aerosmith ou AC/DC como o
Appetite, não é esse o caso. Mesmo tendo o Buckethed tornado guitarrista por se
um fan do Angus[Young] e deixando de lado o facto de que ele gosta desse tipo
de música, não é nada desse tipo. Os projectos a solo dos antigos membros dos
GN'R vão todos nessa direcção e penso que eles soam a antigos. Deixa-me
dizer-te, eu não compus esse tipo de músicas porque penso que hoje em dia,
fazer esse tipo de música, soa um pouco a velho. Eu queria ter um novo som,
muito influenciável que soe bem - algo vivo, não algo velho.

Q: Falando do Buckethead, havia fans no Rock in Rio que pensavam que era o
Slash com uma máscara. Que podes dizer disso?
A: Yeah, eu ouvi esse rumor e sei que na INTERNET fizeram questionários sobre
isso... dá-me vontade de rir, porque quando isso ocorreu, eu não tinha ainda
estado com o Buckethead, foi de doidos, mas acho que se consegue compreender
por causa do cabelo que deve ter deixado as pessoas confusas.

Q: A última pergunta - sabemos que estas de férias portanto queremos deixar-te
gozá-las ao máximo. Como te vês a ti mesmo como musico e artista agora que seja
diferente de à 10 anos atrás?
A: Bem... depois da experiência em Vegas e no Rio, penso que se queremos mesmo
ser uma banda de tour, precisamos de mais cerca de 5 meses antes de partirmos
para a tour de Verão. eu adorava ter tocado na Argentina... estes dois shows
ajudaram-me imenso a recuperar energias e entusiasmo. Era o que eu precisava,
foi duro emocionalmente e mentalmente para voltar e cantar as músicas antigas
porque isso trouxe recordações de momentos difíceis que tive com a banda
antiga, mas os membros novos tornaram tudo mais excitante, portanto eu gostava
de ver esta banda solidificada e aí eles poderão mostrar aquilo que eles podem
mesmo fazer. Mesmo que estes shows possam ter sido bons, penso que precisamos
de mais tempo.

Q: Bem Axl, muito obrigado pelo teu tempo. Tens alguma coisa a dizer aos teus
fans na Argentina?
A: Quero agradecer-lhes muito, obrigado pelo Amor que me tem dado e por todo o
apoio. Quero dizer-lhes que sinto, eu sinto o que eles querem transmitir e
estou totalmente agradecido e nem posso esperar para voltar a tocar aqui e
vê-los todos outra vez.
 


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