Marcos A.M.Cruz
Esta é a tradução
do mais completo (pelo menos até o presente momento)
dentre todos os reviews
do show do GUNS N'ROSES no House of Blues em Las
Vegas na noite de Ano Novo,
cujo original em inglês pode ser visto aqui.
Axl Rose impressiona Las
Vegas com novo Guns N'Roses
by Carrie Borzillo-Vrenna
Após longos sete anos
de espera e debaixo de uma série de especulações
sobre como estaria o vocalista
e como soaria sua nova banda, Axl Rose
fez um retorno triunfal
aos palcos a frente de um novo GUNS N'ROSES que
chocou, agradou e até
deixou os fãs literalmente perplexos.
Mas, ao contrário
do que muitos esperavam - talvez no fundo até
desejassem - o choque não
foi causado por um rock star inchado e acima
do peso, cujas atitudes
típicas de um "bad boy" foram a causa de muitos
shows interrompidos, mas
sim por um novo e desmistificado W.Axl Rose.
Bastava olhar para o rejuvenescido
vocalista que soou exatamente igual
há 12 anos atrás,
ao mesmo tempo em que denotava ser o estereótipo do
astro de rock, que por sinal
muitos adoram odiar.
E o show? Após ter
sido divulgado que a banda não tocaria após as três
da manhã (as portas
se abriram a 1:00, e na realidade o show terminaria
às 3:38), e que eles
planejavam tocar todo o repertório ensaiado, a
primeira impressão
é que este seria um show auto-indulgente. Mas ao
invés disso, o que
tivemos no local foram duas horas de clássicos,
acrescidos de quatro canções
novas.
Na introdução,
um divertido e curto vídeo animado (similar à animação
do
filme "Heavy Metal", onde
o vocalista surge com o visual que usava na
década de 80), cuja
imagem e som não estavam bons, mas ao que foi
possível entender,
Axl aparece dizendo: "Olá garotos. Aqui é o tio Axl",
e prossegue desejando Feliz
Ano Novo para todos, dizendo algo sobre ter
estado "adormecido por sete
anos" e concluindo com uma frase enigmática
onde diz que "limpeza é
igual a... bem, adquira o quadro". No vídeo,
imagens de uma Coca-Cola
Diet e uma enfermeira sensual, entre outras
coisas.
Após o vídeo,
inicia-se o show, obviamente montado de forma a agradar os
fãs, com uma sucessão
de petardos tais como "Welcome to the Jungle",
"It's So Easy", "Mr.Brownstone"
e "Live and Let Die", antes de se
arriscarem em material novo,
incluindo a calorosamente bem-recebida "Oh
My God". A estréia
de quatro novas canções - "Bluess", "Chinese
Democracy" (provável
título do novo álbum), "Silk Worms" e "Oklahoma",
foi recebida com menos excitação,
e soaram a primeira audição ainda bem
distantes dos velhos clássicos.
Axl não se arriscou,
e as canções soaram exatamente como foram
registradas, tanto que os
ouvintes desavidos que fechassem os olhos
poderiam jurar que se tratava
da formação original da banda tocando no
Troubadour de Los Angeles
em 1989. O único risco que Axl correu foi o de
haver reunido músicos
com características tão distintas entre si, tal
qual o pessoal do Village
People. Ao invés do policial, vaqueiro, índio
e assim por diante, o GUNS
N'ROSES atual conta com alguns poucos
"rockers", o "alien", o
"new waver" e o "freak". Vamos a uma descrição
desta nova versão
da banda:
W. Axl Rose: Parecia grandioso,
soou grandioso, retornando como uma
pessoa humilde com uma nova
atitude, adotando o estilo "auto indulgente"
com muito bom humor, tratando
de forma amigável seus companheiros de
banda, com uma aparência
saudável, cabelos vermelhos (talvez marrom
claro), trajando calças
Adidas e uma camisa chinesa. Rose está de volta,
melhor ainda do que sempre
foi.
Robin Finck: O guitarrista
"alienígena" em seu terno branco e preto e
com cabelos e maquiagem
oriunda do planeta Romulac pode fazer sentido na
sua banda anterior, o NINE
INCH NAILS, mas parece totalmente deslocado
no Guns. Ele e Buckethead
estavam claramente competindo entre si para
ver quem conseguia "agitar"
mais os fãs da banda - afora Axl, é claro.
Buckethead: O guitarrista-prodígio
da Bay Area se valeu de sua marca
registrada, ou seja, o bizarro:
na cabeça, um balde da "Kentucky Fried
Chicken" (rede de fast-food
americana) e uma máscara branca com olhos
pretos no rosto (lembrando
um pouco a do "Fantasma da Ópera"), enquanto
dançava de forma
a imitar um robô, literalmente apavorando o público.
Paul Tobias (a.k.a. Paul
Huge ou PHT, amigo de longa data de Axl,
natural de Indiana nos EUA):
Rose concedeu ao seu velho amigo a mais
generosa introdução,
ao chamá-lo de "o guitarrista original que batalhou
muito para estar aqui".
Paul conseguiu se sair bem comparado aos outros
guitarristas presentes,
bem mais experientes. Os solos e as bases entre
os três demonstraram
haver um bom entrosamento entre eles.
Tommy Stinson: Baixista do
REPLACEMENTES desde os treze anos de idade,
com uma recente passagem
pelo PERFECT, banda de Los Angeles, onde além
de tocar baixo atuou nos
vocais. Enquanto a primeira vista seu terno
xadrez e suspensórios
tipicamente "new-wavers" destoassem da ocasião,
ele possui maneirismos (e
cabelos) bastante parecidos com o baixista
original do Guns, Duff McKagan.
Indiferente a tudo, Stinson, que cantou
boa parte dos backing vocals,
foi um dos mais ovacionados pela platéia,
e um dos poucos que interagiam
com Axl no palco, embora brevemente.
Brain (nome verdadeiro: Brian
Mantia): O baterista original do PRIMUS
demonstrou ser peça-chave
da banda, e demonstrou tanta habilidade nas
baquetas quanto Steven Adler
ou Matt Sorum (que o precederam).
Dizzy Reed: Membro mais antigo
da banda depois de Axl, pois está no Guns
desde 1991, além
de atuar nos teclados, bongos e piano, ainda ajudou nos
backing vocals.
Chris Pittman: Já
tocou com o TOOL, LUSK, REPLICANTS e O BLINKER THE
STAR. Vestido como um motoqueiro,
principalmente pela jaqueta, o segundo
tecladista também
toca um pouco de percussão e atua nos backing vocals.
Na realidade, se trata apenas
de um músico contratado para os shows,
aparentemente desnecessário,
haja visto a banda contar com sete membros.
Contrariando as perspectivas
mediante a improvável mistura que havia no
palco, o público
- que contava com jovens de todas as triibos (desde drag
queens até "boyzinhos"
típicos, com um ou outro ocasional "old-rocker")
- deu boas vindas a Axl
e sua nova banda com alegria desenfreada. Em
canções como
"Live and Let Die", "You Could Be Mine", "Sweet Child
O'Mine" e "Patience", os
gritos da platéia sobrepujavam os vocais de um
sorridente e feliz Axl Rose.
Um côro uníssono gritando "Bem-vindo" dos
fãs havia impresso
aquele sorriso feliz no rosto do vocalista, que
duraria toda a noite.
O único momento que
quebrou momentaneamente esta ocasião festiva
aconteceu quase no final
do show quando Axl cedeu espaço para Buckethead
divertir, ou melhor, confundir
o público com uma "perfomance" como
percussionista, onde ele
se vale do que parece ser um bastão chinês para
golpear o instrumento, seguido
de um solo de guitarra muito mal
recebido. Apesar de algumas
vaias e um grito solitário advindo de um fã
na platéia clamando
por Slash, o público foi bastante tolerante com as
bizarrices de Buckethead,
que após o término da "perfomance", retirou do
balde em sua cabeça
o que pareceu serem rosas de chocolate.
Levando-se em conta que a
banda ensaiara o show completo apenas dois
dias antes desta apresentação
(em 29 de dezembro), tudo correu de forma
absolutamente impecável.
Axl e sua nova e extravagante banda fizeram uma
atuação bem
acima das expectativas gerais.
Eis o setlist:
Welcome to the Jungle
It's So Easy
Mr. Brownstone
Live and Let Die
Oh My God
My Michelle
Think About You
You Could Be Mine
Sweet Child O' Mine
Knockin' on Heaven's Door
November Rain
Out Ta Get Me
Rocket Queen
nova canção
Chinese Democracy (incluindo
a perfomance de Buckethead)
Patience
nova canção
Nightrain
nova canção
Paradise City
http://geocities.yahoo.com.br/danirokeira