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A Literatura Brasileira Cecília Meireles (1901 - 1964)

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. Órfã de pai e mãe desde os três anos de idade, foi criada pela avó materna. Em 1917 formou-se na Escola Normal do Rio, dedicando-se ao magistério primário. Estreou em livro com Espectros (1919). A partir da década de 30, lecionou Literatura Brasileira em várias universidades. Morreu em 9 de novembro de 1964, no Rio de Janeiro.

Cecília Meireles iniciou-se na literatura participando da chamada "corrente espiritualista", sob a influência dos poetas que formariam o grupo da revista Festa, de inspiração neo-simbolista. Posteriormente afastou-se desses artistas, sem, contudo, perder as características intimistas, introspectivas, numa permanente viagem interior. Em vista disso, sua obra reflete uma atmosfera de sonho, de fantasia e, ao mesmo tempo, de solidão e padecimento, como afirma a escritora:

"Mas creio que todos padecem, se são poetas. Porque, afinal, se sente que o grito é o grito; e a poesia já é o grito (com toda a sua força) mas transfigurado."

Um dos aspectos fundamentais da poética de Cecília Meireles é sua consciência da transitoriedade das coisas; por isso mesmo, o tempo é personagem central de sua obra: o tempo passa, é fugaz, fugidio. A vida é fugaz e a morte uma presença no horizonte. Para compreendermos melhor esse ponto, transcrevemos um trecho de uma entrevista concedida pela autora:

"Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno que, para outros, constituem aprendizagem dolorosa e, por vezes, cheia de violência. Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade."

Ao lado de uma linguagem que valoriza os símbolos e de imagens sugestivas com constantes apelos sensoriais, uma das marcas do lirismo de Cecília Meireles é a musicalidade de seus versos. O crítico Darcy Damasceno assim analisa a forma pela qual a poeta percebe o mundo e o materializa em poesia:

"O conjunto de seres e coisas que latejam, crescem, brilham, gravitam, se multiplicam e morrem, num constante fluir, perecer ou renovar-se, e, impressionando-nos os sentidos, configuram a realidade física, é gozosamente apreendido por Cecília Meireles, que vê no espetáculo do mundo algo digno de contemplação de amor, portanto. Inventariar as coisas, descrevê-las, nomeá-las, realçar-lhes as linhas, a cor, distingui-las em gamas olfativas, auditivas, tácteis, saber-lhes o gosto específico, eis a tarefa para a qual adestra e afina os sentidos, penhorando ao real sua fidelidade. Esta, por sua vez, solicita o testemunho amoroso, já que o mundo é aprazível aos sentidos; a melhor maneira de testemunhá-la é fazer do mundo matéria de puro canto."

Como exemplo do que foi dito anteriormente, apresentamos a poesia "Canção". Procure lê-la da mesma forma que Cecília Meireles leu a realidade que a cercava, ou seja, com a razão, com o coração e com os sentidos.

"Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.

Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos, também..:"

Em Romanceiro da inconfidência, Cecília Meireles retoma uma forma poética de tradição ibérica, denominada romance (composição de caráter popular, escrita em redondilha), para reconstruir o episódio da Inconfidência Mineira e extrair, de um fato passado, datado, limitado geográfica e cronologicamente, valores que são eternos e significativos para a formação da consciência de um povo. A própria autora afirma tratar-se de "uma história feita de coisas eternas e irredutíveis: de ouro, amor, liberdade, traições...".

E exatamente para o mais eterno desses valores a Liberdade a poeta dedica uma das mais belas estrofes de nossa literatura. São versos escritos em redondilha maior (de sete sílabas poéticas):

"Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem
acontece a Inconfidência.
Liberdade, ainda que tarde
ouve-se em redor da mesa.
E a bandeira já está viva
e sobe na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus - pois se atreveram
a falar em Liberdade.

Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda."

Obras da autora (Poesias)

  • Espectros (1919)
  • Nunca mais... e poema dos poemas (1923)
  • Baladas para el-rei (1925)
  • Viagem (1939)
  • Vaga música (1942)
  • Mar absoluto (1945)
  • Outros poemas (1945)
  • Retrato natural (1949)
  • Amor em Leonoreta (1951)
  • Doze noturnos da Holanda (1952)
  • O aeronauta (1952)
  • Romanceiro da Inconfidência (1953)
  • Pequeno oratório de Santa Clara (1955)
  • Pistóia, cemitério brasileiro (1955)
  • Canções (1956)
  • Romance de Santa Cecília (1957)
  • A rosa (1957)
  • Obra poética (1958)
  • Metal rosicler (1960)
  • Poemas escritos na Índia (1962)
  • Solombra (1963)
  • Ou isto ou aquilo (1964)
  • Crônica trovada da cidade de Sam Sebastiam do Rio de Janeiro no quarto centenário de sua fundação pelo capitão-mor Estácio de Sá (1965)
  • Poemas italianos (1968)
  • Poemas inéditos (1969)
  • Cânticos, poesias inéditas (1981)
 
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