A Literatura Brasileira JOSÉ LINS DO REGO (1901 - 1957)
José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 1901, no município de Pilar, na Paraíba. De família ligada à economia açucareira, passou a infância no engenho de seu avô. Concluído o curso secundário em João Pessoa, foi estudar Direito em Recife. Na época da Semana de Arte Moderna, participou do grupo regionalista do Recife. Em 1935 mudou-se para o Rio, onde colaborou em jornais e exerceu cargos ligados á diplomacia. Apaixonado por futebol, chegou a integrar a diretoria do Flamengo. Morreu em 1957. Os romances de José Lins do Rego ligados aos dois primeiros ciclos retratam a decadência da sociedade patriarcal durante a transição do engenho para a usina. A tônica de seus romances do ciclo da cana-de-açúcar é a recordação melancólica da infância e da adolescência. Por isso, nessas narrativas a trama ocupa lugar secundário; o narrador prende-se antes à seqüência cronológica de lembranças: lembranças do engenho em Menino de engenho, do internato em Doidinho e da cidade em O moleque Ricardo. Sua linguagem marca-se pelo aproveitamento do tom oral da língua, mostrando, uma preocupação maior em "ser verídico" do que em "fazer estilo". Quanto aos temas, José Lins do Rego mostrou o Nordeste que viveu: a arbitrariedade dos coronéis, a decadência dos patriarcas rurais, a luta do progresso contra o atraso, o cangaço, as intrigas da política local, tudo temperado pela decadência do engenho, engolido pela usina moderna. Obras O próprio autor classificou seus romances em três ciclos: a) ciclo da cana-de-açúcar: - Menino de engenho (1932)
- Doidinho (1933)
- Bangüê (1934)
- Usina (1936)
- Fogo morto (1943)
b) ciclo do cangaço, misticismo e seca: - Pedra Bonita (1938)
- Cangaceiros (1953)
c) obras independentes: - O moleque Ricardo (1934)
- Pureza (1937)
- Riacho doce (1939)
d) Independentes mas relacionadas aos ciclos anteriores: Escreveu ainda crônicas e ensaios. |