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A Literatura Brasileira Resumo

Auto da Barca do Inferno

Num braço de mar, onde estão ancoradas duas barcas, chegam as almas de representantes de várias classes sociais e profissionais. Uma das barcas dirige-se ao Purgatório ou ao Inferno; a outra, ao Paraíso _ . A primeira será tripulada pelo Diabo e seu Companheiro; a outra, por um Anjo _ .

O Diabo  tem pressa de partir e procura apressar seu Companheiro  _ . Nos preparativos para a viagem, convoca os passageiros e dá ordens ao ajudante, demonstra conhecimento sobre o equipamento do navio e apresenta desenvoltura na linguagem insinuante e irônica _ . É um magnífico dissimulado, nem parece que vai levar as almas para as terras da danação! Mostra-se entusiasmado, feliz e é com muita cortesia que recebe os seus passageiros, com exceção do Judeu, como se verá.

Eis que chega a primeira alma para a viagem. É Dom Henrique, o Fidalgo, garbosamente acompanhado por um criado que transporta uma cadeira e carrega um manto para seu Senhor _ _ . Como acontecerá com outros personagens,  argumenta contra sua ida para o Inferno, considera que a barca não é digna de sua nobre pessoa _ . O Diabo  procura ironizar os diversos argumentos apresentados pelo Fidalgo, dizendo que uma vida cheia de prazeres e pecados só podia resultar em punição _ .

O Fidalgo reporta-se à barca do Anjo. Afinal, quem quer ir para o Inferno? Alega direito de embarcar por pertencer a uma boa linhagem _ . Boa linhagem, mas muito tirano e vaidoso, o tal Fidalgo _ . Seu esforço foi em vão e, retornando à barca do Inferno, quer demonstrar força moral ao reconhecer que vivera erradamente _ _ .

Numa última tentativa, o Fidalgo tenta ser sagaz e implora ao Diabo que o deixe voltar à vida para despedir-se da amante que queria matar-se por sua causa. O Diabo, divertindo-se em ser maldoso,  ironiza as crenças do Fidalgo nas juras da moça, que já estaria com outro quando o nobre dava seus últimos suspiros.

Chega o Onzeneiro. Claro, carrega sempre seus bolsões de dinheiro. Recusa-se a embarcar quando toma conhecimento do destino da barca do Diabo. O Diabo, sarcástico, se faz de espantado com o fato de o dinheiro do Onzeneiro não ter servido para salvá-lo da morte. O agiota ainda reclama que não pudera trazer nenhum centavo, nem mesmo para pagar pela viagem _ . Procura então a barca do Anjo, pedindo-lhe que o deixe entrar, pois queria mesmo era o Paraíso. Seu pedido é recusado quando o Anjo vê seus bolsões e afirma que estariam tão cheios de dinheiro, que tomariam todo o espaço do navio. O Onzeneiro contra-argumenta, declarando que nada tem de dinheiro, mas o Anjo afirma que ele pode não ter  nada nos bolsos, mas seu coração ainda está tomado da idéia de lucro. O Onzeneiro, desconsolado também, entra na barca infernal, cumprimentando com respeito o Fidalgo, que lá já estava, aguardando a triste partida _ .

Joane, novo personagem, caracterizado como o Parvo, conversa com o Diabo e começa a praguejá-lo quando descobre o destino de sua barca. Entra em território do Anjo porque - assim lhe haviam dito - o reino do Céu seria dos pobres. Para o Anjo, os atos do bobo eram fruto da sua doença, sendo provas de sua inocência e não de sua sagacidade _ . Irá ao Paraíso, portanto, o Parvo, passageiro único do barco que vai à Glória  _ ! Mas antes de entrar, mantém-se ao lado do Anjo, para ajudar na avaliação dos próximos passageiros.

Chega ao barco do Inferno um Sapateiro com suas ferramentas de ofício. Aparentemente, um bom trabalhador. Quando é convidado pelo Diabo a entrar, rebate com o argumento de que morrera comungado e confessado _ . Que bom cristão parece ser! Mas o Diabo responde-lhe que foi excomungado por omissão de seus pecados, pois roubava seus fregueses ao cobrar seus serviços prestados _ . O Sapateiro, não contente, dirige-se à barca do Anjo e é barrado com a explicação de que o lugar de quem rouba na praça é no barco que vai ao Demo. De nada adiantava ter ido à missa se ao mesmo tempo havia roubado, cobrando preços extorsivos. Assim, o Sapateiro se dirige a outra barca, aceitando seu destino _ .

Chega então um Frade, trazendo uma moça pela mão _ . Esta moça era sua amante - Florença _ . Com ela, traz um broquel, uma espada e um capacete, representando sua paixão pelo esporte. Ao chegar, canta e dança. É muito folião esse Frade! Ao ser repreendido pelo Diabo, responde: "Deo gratias! Sou cortesão". Dessa forma, aproveita-se da sua posição, desmascarando a falsidade da figura religiosa da época. Conciliar prazeres e penitências resultou em hipocrisia, defeito grave. O Anjo não poderia perdoá-lo _ .

O Frade tenta convencer o Diabo de sua inocência, ensinando-lhe a arte da esgrima, mas seu esforço foi em vão. Não contente, busca a barca do Anjo para tentar defender seus direitos enquanto representante da Santa Madre Igreja, mas nada consegue, nem sequer uma resposta do Anjo _ . Volta à barca do Diabo ridicularizado pelo Parvo, que lhe pergunta se furtara o facão _ .

Assim que o Frade e sua amante são embarcados, chega uma alcoviteira, Brísida Vaz, que se recusa a entrar na barca.  Representa a mais terrível das almas penadas, passara a vida seduzindo meninas para os padres. O Diabo sente-se lisonjeado com o receio da nova passageira e pergunta o que ela traz para o embarque. Brísida, franca ao extremo, franca até demais, responde que carregava seiscentos himens postiços e três arcas de feitiços, além de produtos de furtos e até uma casa movediça; porém seu maior tesouro eram as moças que vendia.

A Alcoviteira dirige-se à barca do Anjo que nem quer ouvi-la, alegando que é uma pessoa inoportuna. Brísida, então, volta à barca do Diabo, pedindo-lhe a prancha e embarcando nela _ .

Depois da Alcoviteira, chega o Judeu com um bode às costas _ . O Diabo nega-se a embarcar o animal, mas o Judeu tenta suborná-lo com alguns tostões. Sem muita discussão, o Judeu é rebocado pela barca do Diabo _ .

Então chega a vez do Corregedor. Carregado de processos, aproxima-se da barca do Inferno _ . Recusa-se a rumar para destino tão cruel, tentando defender-se, é desmascarado pelo Diabo que expõe o recebimento de propinas através de sua mulher. Para se defender, o Corregedor culpa sua própria esposa, mas o esforço foi em vão _ .

Enquanto o Corregedor conversa com o Diabo, chega um Procurador cheio de livros. Ambos se recusam a entrar no barco do Diabo, chamando pelo Anjo e dirigindo-se até ele. O Anjo roga praga aos documentos jurídicos que carregam e os manda de volta _ .

Dentro do barco do Inferno, o Corregedor reconhece Brísida e começam a conversar. Nesse momento, percebe-se a corrupção pelas vias legais, o uso das instituições para privilégios pessoais.

Nova alma vai se aproximando: o Enforcado, que se julga merecedor do perdão por ter tido uma morte cruel. É o próximo personagem a entrar na barca do Diabo, que não se comove com o sofrimento de um homem que tantos furtos cometera em vida. O Enforcado simboliza o ladrão que rouba sem vantagens, sendo manipulado por outros de posições mais privilegiadas.

Dirigem-se agora à barca do céu os Quatro Cavaleiros, empunhando a cruz de Cristo _ . Lutaram pela expansão da Fé Católica e ganham a vida eterna como recompensa, por terem sido mortos pelos mouros. Prosseguiram  na barca do Anjo, cantando e sentindo-se aliviados por terem cumprido corretamente suas missões.

 
Unisucesso





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