O NOVO MENINO DO RIO

    Depois de dois anos na Argentina, André Cursino volta para as terras tupiniquins. Aos 24 anos, o carioca terminou de gravar a novela Chiquititas e diz estar muito contente curtindo a praia de novo. Ele já está engatando novos projetos, mas mantém segredo sobre o assunto...

    Caliente: O que você acha da participação de crianças nas novelas?
    André: Na "Chiquititas" a maioria do elenco era criança. Sendo bem sincero, acho isso uma baita de uma sacanagem. Você vê as crianças de 8 anos sustentando a família inteira. A maioria dos pais não trabalham. Eu não deixaria um filho meu fazer novela...Você vê a mãe enchendo a boca dizendo que o filho já fez 180 comerciais e que trabalha desde os seis meses de idade. O moleque não tem infância, ele vive atrás das câmeras. A criança não é feliz fazendo aquilo, ela queria estar brincando...
 

          Medo de mulher?

    Caliente: Como é seu relacionamento com as fãs? Rola um descontrole?
    André: Acabei de passar por uma situação ruim, tive que trocar de celular porque meu telefone saiu na Internet. Mas é maravilhoso, acho totalmente necessário. O ator não existe sem o fã. Chega uma hora também que enche... Acabei de voltar do interior de Minas Gerais, onde era para ter ficado três dias e acabei ficando oito. No primeiro dia foi lindo, no segundo maravilhoso: era autógrafo, presentinho... No quarto dia eu queria me jogar pela janela!

   Caliente: Você já sentiu medo durante o assédio das fãs?
  André: Senti medo uma vez em Passos, uma cidade em Minas. Estava numa boate, com o pessoal da produção, e a mulherada lá na frente. Elas pediam para eu ir até elas, e o segurança falando para eu não ir. Pensei: "que é isso, vou lá rapidinho...". Ele insistindo para eu não ir. Não deu outra: quando abriu o cordão da segurança, parecia um boi em rio de piranha... A galera voou em cima, puxou meu cabelo, beliscou minha bunda... Nunca senti tanto medo na minha vida. Aliás, nunca tinha sentido medo de mulher! E o segurança me deixou lá... Levaram mecha do meu cabelo, minha camisa ficou toda rasgada... Quando consegui sair, tive que ficar sentado um tempo esperando o trauma passar.

   Caliente: Isso tudo te incomoda?
  André: Não incomoda, mas tem situações muito ruins.
 

            Passado, presente e futuro

   Caliente: Como você começou sua carreira?
    André: Minha avó era amiga de um diretor da Globo. Ele me viu e me mandou fazer um teste. Eu fui muito mal! Ele me indicou uma escola de teatro, e eu fui fazer, mas sempre pensando em ir para a televisão. Fui gostando tanto que acabei me formando em artes cênicas e comecei a fazer peça de teatro. A Elite me chamou para trabalhar como modelo, fiz umas participações em Malhação, fiz o "Meu pé de laranja lima" e depois passei dois anos na Argentina com as "Chiquititas".

    Caliente: O que você vai fazer agora, com o fim de Chiquititas?
    André: Estou negociando com duas emissoras, mas não está nada fechado ainda. É ruim falar antes de acertar as coisas. Logo que cheguei da Argentina eu ia fazer "Um anjo caiu do céu". Tinha saído em jornal, estava tudo certo, só faltava assinar o contrato. Eles me deram até autorização para divulgar, mas na última hora babou tudo. Foi horrível!

   Caliente: Você voltou a morar no Brasil?
    André: Fiquei na Argentina por dois anos, acabei de voltar. Nunca estive tão feliz na minha vida, porque não agüentava mais. Não pela Argentina, que é maravilhosa, mas a galera era terrível. O nosso apartamento era chiquérrimo, num lugar super legal, mas na hora de trabalhar acabava tudo o que a gente tinha de bom. Era um pessoal desgraçado para se trabalhar. Na hora que eu cheguei de volta ao Rio, que eu vi que não tinha mais vínculos com eles, fiquei muito feliz.