Me dê um pouco mais de insistência, se desfaça da paciência. Tocando. Não me queira retocar. Não convence. Consertar não convence. Depois que desmancho, cato meus próprios pedaços, espalhados sobre a madeira quente, em brasas sutis. Não tenho mais tempo. Esvaiu, esgotou, findou. O tempo findou. O tempo engoliu minhas lembranças. O tempo nem sequer mastigou minhas andanças. O tempo não mordeu minhas substâncias. O tempo lambeu alguns temperos. O tempo corrompeu, rompeu, indo, foi. Foi. O tempo foi. Não fiz nada para impedir que fosse. Simplesmente passou, levando alguns restos de gargalhadas sem sentido aparente. Os segundos passearam tão rapidamente. Nem mesmo senti algum perfume. Sua presença foi imperceptível. Minutos também não se demoraram. Contornaram o corpo em silêncio e partiram. E partiram. Os minutos partiram. As horas permaneceram por um tempo na saliva conjugada. Dias que passavam, dias que não passavam. Passavam muito rapidamente. Não passavam. Noites ficaram. Dias e noites passam. Passaram. Semanas, meses. Fuja agora! Dispersando-me. Esquentando a gota gelada que resfriou-me o ventre. Não permitirei nenhum tipo de aprisionamento, sufocamento, enforcamento, afogamento. Por isso, não apenas permito ou sugiro que vá. Exijo que me deixes dormir em paz. Sepulto teu tempo. Tempestade malvada: me enche de defeitos e feitos. Defeitos feitos. Feitos desfeitos feitos. |