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Não tem certeza do chão.
Só tem certeza do não.

O não dos olhares repressivos e das palavras afiadas, impensadas. Maltratam, sonegam sentimentos: (me) levam.

O não da virtuosidade alheia, da falta de carícia na veia, que julga a verdade e condena a criação recriada, afetada por uma lua cultuada.

O não respeito, devidamente afogado no choque de gerações (destoando perdões), que, aplicado, constrói o ser calado.

A não consciência, emergida de um corpo que grita suplícios desvairados, alimenta desejáveis sussurros (guardados) quadrados.

A não perfeição atinge seu norte.
A não incompreensão se perdeu nas constantes lamúrias da morte
Falta de sorte?.
A justiça busca juízo.
no sense
O juízo busca delírio. O delírio busca sorriso. O sorriso busca significado. O significado é desprezado.

A insignificância, mãe da banalidade, cobertor da rotina atrofiada, enforca sentimentalismo, lapida o paternalismo infantil, base do iminente desmoronamento, do presente descontentamento.

O não, fantasiado de bondade, compartilha partículas de insensatez com a falsa realidade:

Rasga a essência da face, lança no nada da arte, cala a fala em parte,
colando a mentira, o não germina a ira.

O não dito é evidente na sangüínea corrente.

O não dito é exalado dos poros da mente.

O no sense é ração para gente
carente.
19 de Julho de 2003
p a r a   n a v e g a r
t e x t o s
r e p o r t a g e n s
l i v r o  d e  v i s i t a s
r e f r e s c o