| A pior dor não é aquela que a gente grita e chora, mas aquela que a gente engole sem mastigar. Tristeza não é ver uma ferida sangrando na pele, é ver a pele sangrando na ferida. Assim como doer sem matar o grito não é ferida de verdade. Assim como o choro insistente que sai dos olhos e substitui o grito, silenciando uma inacabada cicatriz, para sempre ferida. E a felicidade dentro dos olhos, que surgiu de outros olhos, cala. Calo de dor não mente. Calo de dor sente. Silêncio dos olhos é escuridão. A boca da gente não funciona, não sente, o que a vaidade de mesquinhez humana, pequenina em sua grandeza, alimento das pequenas mentes. A lente da ferida não esconde o desamor, não esconde também o temor em subviver. Triste não é o vermelho ou o roxo. A infelicidade é incolor, porque o negro revela algumas sombras, que podem desenhar alguma arte. Sinto muito pelos que não sentem, pelos que não tem vontade de sentir, pelos que não sentirão nunca, pelos que nunca sentiram. |
