Era a divindade que existia desde tempos imemoriais, por assim dizer, rudimentar, capaz, porém, de fecundar. Gerou primeiro a Noite, e depois o Érebo.
A Noite
Deusa das Trevas, filha do Caos, desposou Érebo, seu irmão, de quem teve o Éter e o Dia. Mas unindo-se ao Caos, dera a luz ao Destino.
O Érebo
Filho do Caos, irmão e esposo da Noite, pai do Éter e do Dia, foi metamorfoseado em rio e precipitado nos Infernos, por ter socorrido os Titãs.
O Éter e o Dia
Foram o pai e a mãe do Céu ou Urano.
Eros e Anteros
Foi pela intervenção de um poder divino, eterno e antigo como o próprio Caos, que a Noite, o Érebo e o Caos puderam unir-se para a procriação e desta união nasceram Eros e Anteros.
O poder de Eros vai além da natureza viva e animada: ele aproxima, une, mistura, multiplica, varia as espécies de animais, vegetais, de minerais, de líquidos, de fluidos, ou seja, de toda a criação. Eros é pois o Deus da união.
Entretanto, tem como adversário, seu irmão Anteros, isto é, a antipatia, a aversão. Esta divindade tem todos os atributos opostos ao do deus Eros.
O Destino
É uma divindade cega, inexorável filho da Noite e do Caos. Todas as outras divindades estavam submetidas ao seu poder. Os céus, os mares, a terra e o inferno faziam parte do seu império: o que resolvia era irrevogável. Júpiter, o mais poderoso dos deuses, não pôde aplacar o Destino, nem a favor dos outros deuses, nem a favor dos homens.
As leis do Destino eram escritas desde o princípio da criação em um lugar onde os deuses podiam consultá-las, para os homens, só os oráculos podiam revelar o que estava escrito no livro do Destino.
Urano,Céu ou Coelo (Ouranos)
Urano era filho do Éter e do Dia, desposou Titéia. Diz-se que ele teve quarenta e cinco filhos de várias mulheres, sendo que, destes, dezoito eram de Titéia; os principais foram Titã, Saturno e Oceano, que se revoltaram contra seu pai e o impossibilitaram de ter filhos, mutilando-o, em conseqüência da mutilação de que fora vítima, Urano morreu.
Urano tomara aversão a todos os seus filhos: desde que nasciam, encerrava-os em um abismo e não os deixava ver o dia. Foi isto que motivou a revolta. Saturno, sucessor de Urano, foi tão cruel como o pai.
Titéia ou Terra (Gaia)
Titéia, mulher de Urano, nasceu imediatamente depois do Caos e foi a mãe dos Titãs, nome que significa filhos de Titéia. Além de Titã, propriamente dito, de Saturno e de Oceano, ela teve Hipérion, Japeto, Tia, Réia ou Cibele, Temis, Mnemosine, Febe, Tetis, Brontes, Steropes, Argeu, Coto, Briareu, Giges , os gigantes e os Ciclopes.
Saturno (Cronos)
Filho segundo de Urano e de Titéia, Saturno depois de haver destronado o pai, obteve de seu irmão primogênito Titã, o favor de reinar em seu lugar. Mas Titã impôs uma condição, a de Saturno fazer morrer toda a posteridade masculina, a fim de que a sucessão ao trono fosse reservada aos seus filhos. Saturno desposou Réia ou Cibele, de quem teve muitos filhos, que devorou avidamente, conforme combinara com seu irmão. Entretanto Réia conseguiu salvar a Júpiter, que quando grande, declarou guerra a seu pai, venceu-o e pois ele para fora de seu Reino.
Saturno teve três filhos de Réia: Júpiter, Netuno e Plutão e três filhas: Juno, irmã gêmea e esposa de Júpiter, Ceres e Vesta.
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Réia ou Cibele
Filha de Urano e Titéia, mulher de Saturno, era chamada de "Boa Deusa", "A Grande Mãe" e "Mãe dos Deuses", por ser mãe de Júpiter, de Juno, de Netuno e Plutão e da maior parte dos deuses de primeira ordem.
A Titomaquia e a Gigantomaquia
Réia, após conseguir salvar Júpiter da voracidade do pai, substituindo-o por uma pedra, ocutou-o numa gruta do monte Ida, onde foi criado pelas ninfas. As ninfas nutriam o menino com mel de abelhas e o leite da cabra Amaltéia, a mais bela das cabras. Quando se tornou o senhor dos céus colocou entre as constelações a cabra que o nutrira (origem do signo de capricórnio).
Júpiter crescia e tornava-se forte. Saturno enganado pelos conselhos de Réia, engoliu uma beberagem que o forçou a vomitar os filhos devorados, os quais, uma vez livres, prestaram imediatamente apoio a Júpiter. Com a ajuda deles, encarcerou Saturno (Cronos) no inferno.
Os Titãs, filhos de Titéia, ramo rival que punha obstáculo à realeza dos novos soberanos, declarou guerra a estes, este período ficou conhecido como Titomaquia.
Os deuses postaram-se no Monte Olimpo, os Titãs ocuparam o monte Ótris, colocado em frente. Dessas posições começaram uma furiosa guerra que durou dez anos inteiros, uma luta sangrenta em que a vantagem flutuava igualmente entre as duas partes.
Réia disse a Júpiter que conseguiria a vitória se conseguisse libertar os Titãs rebeldes que haviam sido encarcerados por seu pai no Tártaro (região do Inferno), e os persuadir a combater com eles, causa que empreendeu e conseguiu.
Como recompensa pelo resgate de seus irmãos, os Ciclopes, obreiros divinos de estatura gigantesca e que só possuem um olho no meio da testa, deram a Júpiter o Trovão, o Relâmpago e o raio, deram a Netuno o Tridente, que se tornou atributo deste deus, e a Plutão um capacete que o tornara invisível.
Com essas armas os três irmãos e seus aliados venceram os Titãs, e estes encarcerados na profundiade do Tártaro, sob a guarda dos Gigantes. Após algum tempo sucedeu a revolta dos Gigantes, conhecida com Gigantomaquia.
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Os Gigantes tinham um tamanho monstruoso e de uma força proporcionada, eles tinham as pernas e os pés em formas de serpentes, e alguns com braços e cinqüenta cabeças. Resolvidos a destronar Júpiter envolveram uma batalha sangrenta. Os deuses pediram a ajuda de um mortal, Hércules, que ajudou a derrotar os Gigantes. Júpiter os precipitou no fundo do Tártaro, onde estavam os Titãs.
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Atlas filho do Titã Japeto, neto de Urano e sobrinho de Saturno, ofereceu seu auxílio aos Gigantes, na guerra contra Júpiter. Como castigo dessa cumplicidade, o senhor do Olimpo, depois da vitória, condenou-o a sustentar sobre os ombros o mundo.
Depois da vitória, os três irmãos, vendo-se senhores do mundo, partilharam-no entre si: Júpiter teve o Céu e a Terra, Netuno os Mares e Plutão o Inferno.