Quarta feira, 26 de junho
- 5 -
Efetuamos nosso melhor trabalho, exercemos
nossa maior influência, quando esquecemos,
por completo o eu.
Todos os grandes gênios sabem disso.
Abrimo-nos ao único Divino Ator e deixamos que Ele represente; não façamos nada, nós mesmos.
“Oh Arjuna ! Eu não tenho nenhum dever no mundo”,
disse Krishna.
Sejam perfeitamente resignados, inteiramente indiferentes,
só então poderãorealizar a verdadeira obra.
Não existem olhos capazes de ver as forças reais,
só podemos ver os resultados.
Deixem de lado o eu, afastem-no, esqueçam-no,
deixem que Deus trabalhe sozinho.
Isto é assunto Seu.
Não temos outra coisa a fazer,
senão afastarmos e deixar que Deus atue.
Quanto mais nos retiramos, mais Deus se aproxima.
Despojando-nos do pequeno
eu deixamos viver só o Eu grande.
Somos o que nossos pensamentos fizeram de nós,
portanto, tenham cuidado com o que pensam.
As palavras são secundárias. Os pensamentos vivem
e viajam para muito longe .
Cada pensamento que pensamos está colorido
com nosso próprio caráter, por conseguinte,
no homem santo e puro, até suas preocupações
e enganos, terão a tendência
de conter seu próprio amor e pureza e farão bem.
Não desejem nada; pensem em Deus e não busquem recompensas; é o homem sem desejos,
que obtém os resultados.
Os monges mendicantes são os que levam a religião
até a porta de cada casa; porém eles pensam
que nada fazem, não pretendem coisa alguma,
fazem sua obra inconscientemente.
Se comessem o fruto da árvore do conhecimento,
se tornariam egoístas
e todo o bem que fazem, desapareceria.
Tão depressa quanto dizemos eu, nos enclausuramos
dentro de nós mesmos e a isto, chamamos conhecimento,
porém isto não é mais do que dar voltas
e mais voltas, como um boi amarrado a uma árvore.
O Senhor é quem consegue ocultar-se melhor,
e sua obra é a maior; assim, aquele que melhor
se oculta, é o que mais executa.
Conquistem a vocês mesmos e o universo inteiro será seu.
No estado de sattwa, vemos a natureza real das coisas, transcendemos os sentidos e a razão.
A muralha diamantina que nos contém, é o egoísmo;
sempre nos referimos a nós mesmos, pensando
- eu faço isto, aquilo e aquilo outro...
Despojem-se deste mesquinho eu,
matem este demônio que os habita.
Não mais eu, mas Ele; digam, sintam e vivam isto.
Até que nos livremos do mundo manufaturado pelo ego,
não podemos entrar no reino dos céus.
Ninguém o conseguiu e ninguém o conseguirá.
Abandonar o mundo, é esquecer o ego, desconhecê-lo
inteiramente, viver no corpo, porém não ser dele.
Este ego inflado deve ser extinto.
Bendigam os homens, quando estes o injuriam.
Pensem no enorme bem que estão fazendo;
eles só podem causar dano a si mesmos.
Vão para aonde as pessoas os odeiem,
deixem que pisoteiem seus egos e que os os aniquilem,
já que assim, se aproximarão mais do Senhor.
Façamos como a macaca: abracemos a nosso filho
e ao mundo, enquanto podemos; porém, por fim,
quando nos vemos forçados a pisoteá-los e passar
por cima deles, então estamos prontos para chegar a Deus.
Bem aventurado aquele que é perseguido por amar a justiça.
Bem aventurados, se não sabemos ler,
porque será menos uma coisa para nos separar de Deus.
O prazer é uma serpente com um milhão de cabeças,
que devemos esmagar com nossos pés.
Renunciamos, continuamos avançando,
porém como nada encontramos, caímos em desespero;
porém devemos perseverar e perseverar.
O mundo é um demônio.
É um reinado, do qual o pequeno ego é o rei.
Destronem-no e mantenham-se firmes.
Abandonem a luxúria, o ouro e a fama e permaneçam
no Senhor; assim, chegarão,
finalmente, a um estado de inteira indiferença.
A idéia de que a gratificação dos sentidos constitui um prazer, é puramente materialista; não há nenhum vestígio
do verdadeiro prazer nisto; toda alegria produzida
é um mero reflexo da verdadeira felicidade.
Aqueles que se entregam ao Senhor, fazem mais
pelo mundo do que todos os chamados trabalhadores.
Um homem que se purificou completamente,
faz mais que um regimento de pregadores
Da pureza e do silêncio, nasce toda palavra de poder.
“Sejam como as açucenas: fiquem quietos num lugar,
abram suas pétalas e as abelhas aparecerão por si mesmas.
Era grande o contraste entre Keshab Chunder Sen
e Sri Ramakrishna. O segundo nunca reconheceu nenhum pecado nem miséria no mundo, nem mal contra o qual lutar.
O primeiro foi um grande reformador ético,
líder e fundador da Brahmo-Samaj.
Em doze anos, o tranquilo profeta
de Dakshineswar produziu uma evolução,
não só na Índia, mas no mundo todo.
O poder é dos silenciosos que só vivem e amam
e logo se retiram.
Nunca dizem eu nem meu;
só são felizes sendo instrumentos.
Tais homens são os construtores de Cristos
e Bhuddas, sempre viventes, totalmente identificados
com Deus; existências ideais, que nada pedem
nem estão conscientes de que fazem algo.
São os verdadeiros impulsores, os jivanmuktas,
absolutamente desprovidos de eu;
neles a pequena personalidade desapareceu
por completo e a ambição não existe.
São sempre essência, sem uma personalidade.