Terça feira, 16 de julho

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(Sankara)

     Adrishtan, a causa invisível, nos leva ao sacrifício
e a adoração, o que, por sua vez, produz resultados visíveis;
por conseguinte, primeiro devemos ouvir, depois pensar
ou raciocinar e depois meditar sobre Brahman.
 O resultado das obras  e o resultado do conhecimento,
são duas coisas diferentes.
O  “faz isto”, “não faz aquilo”, são a base
de toda a moralidade, porém, em realidade,
só pertencem ao corpo e à mente.
Toda a felicidade e todo o sofrimento estão,
intrinsecamente, ligados aos sentidos,
e o corpo é necessário para experimentá-los.
Quanto mais refinado é o corpo,
tanto mais elevado o stardard de virtude.
Isto é verdade, até para Brahaman, porque todos tem corpos.
Enquanto houver um corpo haverá prazer e dor;
só podemos nos livrar deles, livrando-nos do corpo.
O Atman é incorpóreo, diz Sankara.
     Ninguém pode fazer-nos livres; já o somos.
Nada pode dar-nos liberdade, se já não a temos.
O Atman é auto-luminoso.
Causa e efeito não chegam até ele,
e esta ausência de corpo, é liberdade .
Mais além do que foi, do que é e do que será, está Brahaman.
Como efeito, a liberdade não teria valor, seria um
composto e como tal, conteria as sementes da escravidão.
É o único fator real, não algo que possa
ser adquirido; é a natureza real da alma.
Sem dúvida, o trabalho e a adoração são necessários
para rasgar o véu e eliminar a escravidão e a ilusão.
Não nos dão liberdade, apesar disso, sem esforço da nossa parte, não podemos abrir os olhos e ver o que somos.
Sankara diz, mais adiante que a advaita-vedanta é a glória máxima dos Vedas; porém os Vedas elementais são também necessários, pois ensinam a trabalhar e a adorar,
mediante o que, muitos podem chegar ao Senhor.
Outros podem chegar sem mais ajuda que a advaita.
O trabalho e a adoração,
levam ao mesmo resultado que a advaita.
     Os livros não podem nos ensinar sobre Deus,
porém podem destruir a ignorância; sua ação é negativa.
Ater-se aos livros e, ao mesmo tempo trilhar o caminho
da liberdade, é a grande conquista de Sankara.
     Dê a um homem, primeiro o concreto, depois,
levanta-o até o grau mais elevado, lentamente.
Tal é o esforço das distintas religiões e explica
sua existência e o porque cada uma está ajustada
a uma etapa de desenvolvomento.
Os mesmos livros, formam parte da ignorância
que pretendem dissipar.
Seu dever é tirar a ignorância
que se acumulou sobre o conhecimento.
A verdade destruirá o falso.
Nós somos livres e não podemos ser tornados livres.
Não encontraremos Deus, enquanto tivermos um credo.
“O que sabe que sabe, não sabe nada”.
Quem pode conhecer ao Conhecedor ?
Existem dois fatores externos: Deus e o Universo.
O primeiro é imutável, o segundo mutável.
O mundo existe, eternamente.
Quando nossa mente não consegue perceber a enorme quantidade de mudanças, chamamos a isso de Eternidade...
Vejam a pedra e o baixo relevo esculpido nela,
porém não as duas coisas ao mesmo tempo,
e, no entanto, ambas são uma única coisa.


     Poderemos ficar em repouso, um só segundo ?
Todos os Yogues dizem que sim.


     O maior dos pecados é achar que somos fracos.
Nada é maior que nós;
compreendamos que somos Brahaman.
As coisas não tem mais poder do que o que lhes concedemos.  Estamos além do sol, das estrelas e do Universo.
Ensinem a divindade ao homem.
Neguem o mal, não acreditem nele.
Levantem-se e digam: eu sou o amo de todos.
Nós é que forjamos as cadeias
e somente nós poderemos reompê-las.
     Nenhuma ação pode nos dar liberdade;
só o conhecimento pode fazer-nos livres.
O conhecimento é irresistível;
a mente não pode aceitá-lo nem rejeitá-lo.
Quando vem, a mente tem que admití-lo;
por conseguinte, não é obra da mente,
apenas a sua  expressão tem lugar na mente.
Tanto o trabalho como a adoração tem por objetivo
fazernos voltar à nossa própria natureza.
É uma completa ilusão achar que o Eu é o corpo,
e, embora vivamos aqui, num corpo, podemos ser livres.
O corpo não tem nada em comum com o Eu.
A ilusão consiste em confundir o real com o irreal,
porém não é sinônimo de inexistência.