===========================================

ESTUDO DESMENTE DEMOCRACIA
RACIAL NO BRASIL

===========================================









Sábado, 23 de Setembro de 2000.
 
 

O Brasil, último país do mundo a abolir a escravidão, em 1888,
continua tratando mal sua população negra:
menos anos de educação que os brancos, menor salário,
maior desemprego, mais delinquência,
mais presos nos cárceres e menos mobilidade social.

Essas são as conclusões do estudo
'Desigualdades Raciais no Brasil',
elaborado pela socióloga Rosana Heringer
para a Fundação Zumbi dos Palmares,
que luta para derrubar as barreiras contra a cor da pele.

Os descendentes dos quatro milhões de africanos
que chegaram durante três séculos ao Brasil
representam 45% da população, isto é, cerca de 73 milhões,
mas seu lugar na sociedade está bem abaixo dos brancos.

'O fato de que a população negra esteja concentrada
principalmente nas regiões mais pobres do país
indica sua vulnerabilidade quanto às condições de vida
e de acesso aos serviços básicos', diz o estudo.

Baseado nos setores como saúde, educação ou riqueza,
o estudo desenha um panorama muito diferente
do que apresentam os defensores da 'democracia racial' brasileira.

As diferenças começam nos primeiros anos de vida.

Enquanto em 1996, 45,7 de cada mil menores brasileiros
não passavam dos cinco anos, entre a população de cor eram 76,1.

A educação tampouco favorece os negros brasileiros,
que estudam dois anos menos do que seus compatriotas brancos,
cuja média se eleva apenas a 5,3 anos.

Essa desigualdade se arrasta ao mercado do trabalho.
Na região metropolitana de São Paulo,
a maior e mais industrializada cidade brasileira,
a taxa de desemprego entre os negros era de 20,9% em 1999,
enquanto era de 13,8% entre os brancos.

Só 1,9% dos negros que trabalham em São Paulo são empregadores,
em comparação com 7,2% dos brancos,
enquanto que mais da metade das negras
(56,3%) trabalham como domésticas.

Nas altas esferas do poder registram-se ainda mais diferenças:
só 5,9% dos negros ocupam cargos de direção e de planejamento,
frente aos 21,4% dos brancos, e, ainda por cima,
seus salários são inferiores aos dos seus colegas brancos.

'Inclusive quando têm a mesma formação,
negros e brancos recebem salários diferentes',
diz o informe da Fundação Zumbi dos Palmares.

Para a autora do estudo, esse fato se deve à ausência,
entre os negros, de redes pessoais
que permitam melhor acesso a melhores
oportunidades de trabalho.

Esta situação supõe um obstáculo para a mobilização social.

'Os jovens pobres brasileiros, em sua maioria negros,
se encontram diante de escassas alternativas
que lhes permitam qualquer tipo de mobilidade social
ou simplesmente a sobrevivência'.

Em consequência disso,
a probabilidade de que um negro seja preso
é 5,4 vezes maior do que um branco
e 3 vezes mais do que o mulato, conclui o estudo.

A organização não-governamental
Escritório Nacional Zumbi dos Palmares
é composta por advogados negros
que lutam pela dignidade da raça.
 
 
 
 
 

Hoje em dia
http://www.cnol.com.br/cnol/not/var/00/09/23/4.shtml
 

============================================

Mais sobre Ditadura Civil no Brasil
em http://try.at/HeitorReis (textos próprios)
 

- Fale com Heitor Reis: heitorreis@brfree.com.br
- Leia textos de Heitor Reis publicados por terceiros clicando aqui.
 
 

BORDER=
by Banner-Link