Gatos e Bruxas - Parceiros perfeitos
Dificilmente alguém, ao imagina a casa de uma bruxa, deixaria de ver, ao seu lado, a dormir preguiçosamente ou atento ao caldeirão, um gato.
  Ilustrações como esta que está em baixo, belíssima, assim como tantas outras, medievais ou modernas, atestam a estreita associação entre felinos e bruxaria.
  Mas, como se iniciou este veículo tão estreito? As vezes, a mera posse de um gato tornava a pessoa suspeita e acusada de bruxaria.
  No antigo Egipto, o gato era considerado sagrado.
  A Deusa Bastet era representada com a cabeça de um gato. Matar um, mesmo acidentalmente, era crime grave.
  Na Roma antiga, o gato já era considerado símbolo de liberdade, e qualquer representação da Deusa liberdade normalmente apresentava um gato repuosado a seus pés.
  A Deusa Hindú que preside aos nascimentos, Shosti, é representada montada num gato.
  Na China e Japão, o gato está associado a bruxaria.
  O gato selvagem era um Deus da caça em alguns mitos amerindios, e era considerado o irmão mais novo do Coiote.
  O gato, assim como a serpente, é a criatura maldita para o budismo e essas são as duas únicas criaturas que não choram a morte de Buda.
  Nos mitos escandinavos, que originam muitas crenças pagãs, a carruagem de Freyja era puxada por gatos.
  Na europa o dia de Todos os Santos, data importantissíma para a Velha religião, era comemorada pelos cristãos, jogando-se na fogueira, sacos cheios de gatos vivos. Essa prática acabou por se estender a qualquer tipo de comemoração o que acabou por quase dizimar a população felina e, consequentemente, favorecer a multiplicação de ratos, praga que portava a peste bubónica.
  A ligação do gato á bruxaria inicia-se nos primórdios do paganismo, no culto de Freyja, Deusa do amor e da cura, segundo a mitologia nórdica. A Deusa guardava no seu jardim as maçãs com as quais se alimentavam os Deuses no Walhalla. A partir disso o gato tranformou-se em bode espiatório para as tentativas de "purificação" da Igreja, ou seja, a eliminação de todo e qualquer vestígio de paganismo ou da Velha religião. Para isso é necessário a eliminação de qualquer simbolismo.
  A Igreja acabou por formentar de tal forma a perseguição a este animais que a sua queima, vivos, era um espectáculo a parte na noite de S. João.
  Registos dão conta que o aniquilamento de gatos foi tamanho, que quando a peste negra assolou a Europa, não havia como controlar os ratos, principais propagadores da doença.
  No ano de 1400 os gatos estavam a ponto de desaparecer da Europa.
  Recobram-se a partir 17, principalmente por sua habilidade de caça aos ratos, causador de perdas significativas as lavouras e propagador de doenças terriveis para o homem.
 
  Pessoalmente acho os gatos criaturas belissimas, excelentes companheitos, engraçados charmosos e as vezes mal humorados, indomáveis e dóceis.
  Desde a doce Nofrure, a que já foi ao encontro da Deusa, até á lindissima e misteriosa Hecate, as minhas companheiras actuais de viagem... imprescindíveis. 
 
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