ðH www.oocities.org/br /eapsuper/censura_jornal.htm www.oocities.org/br/eapsuper/censura_jornal.htm .delayed x ÃÕJ ÿÿÿÿ ÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÿÈ 0æž $2 OK text/html €X¾:} $2 ÿÿÿÿ b‰.H Mon, 29 Jan 2001 14:06:55 GMT Mozilla/4.5 (compatible; HTTrack 3.0x; Windows 98) en, * ÂÕJ $2
Polemica: Animes e Violência
O texto abaixo não pertence a mim, me foi enviado por Aragon Elessar no dia 28/01/2001 e foi traduzido por George El Khouri Andolfato.
Eu apenas estou divulgando o texto para mostrar o preconceito que está havendo nos Estados Unidos, assunto que andei falando muito aqui na DBM.
Onda de violência invade desenhos animados
Jim Rutenberg
Um bandido de nariz arrebitado chuta o rosto de um velho lojista. Então ele
acerta um soco no olho da jovem heroína e depois a atinge nas costas com uma
pesada barra de metal. Seu corpo despenca no chão enquanto ele permanece
sobre ela com uma arma apontada para sua cabeça.
Dois jovens estão em uma briga de socos dentro de um vagão de carga em
movimento. Um amigo tenta intervir. Mas um rapaz mais velho e muito
respeitado aconselha: deixe que o combate continue. Às vezes, diz ele,
amigos precisam se enfrentar com os punhos para fortalecer os laços de
amizade. Eles retomam o combate.
Uma garotinha dá um chute de caratê tão forte em outra garotinha, que esta
cruza o ar. Ela bate a cabeça em um poste de cimento. Fica desacordada.
Cenas dos mais recentes filmes ou videogames proibidos para menores? Na
verdade, são seqüências extraídas de uma série de programas de televisão
com
animação estilo japonesa que agora enchem a programação infantil de três
canais - Warner, Fox (de sinal aberto nos EUA) e Cartoon Network (no cabo).
O sucesso da série "Pokémon" promoveu o gênero há dois anos, e os
demais
elevaram as apostas em termos de violência. Os programas atendem à
necessidade de programação de baixo custo assim como o crescente interesse
em vender produtos e programas para os meninos que cresceram com videogames
e controles remotos. A maioria dos programas são importados diretamente do
Japão, onde a tolerância do público para sangue e tripas na televisão
tradicionalmente é muito maior do que nos Estados Unidos.
A proliferação deles ocorre apesar das ameaças do Congresso de tentar
limitar a exposição das crianças à violência na mídia por meio de
legislação. Porém, diferente de antigos desenhos animados da moda que
trouxeram mais violência para as telas de televisão, o crescimento do gênero
tem atraído pouca atenção dos pais e de grupos de monitoração.
Pesquisadores
e alguns executivos da indústria dizem que isto é resultado de teorias sobre
o impacto da violência dos desenhos animados nas crianças, e uma
insensibilização geral a ela entre os pais.
Os programas são repletos de ação: a qualquer momento prédios explodem,
golpes são desferidos, armas são disparadas, personagens morrem. O combate
pode ser uma constante.
Em "Dragonball Z", a série japonesa mais popular do Cartoon Network,
assistido em média em mais de um milhão de lares, Cell, um imperador maligno
que ameaça conquistar a Terra, é abordado por um covarde repórter de
televisão. Ele golpeia o repórter nas costas, e depois o chuta com tamanha
força que o homem voa por sobre o campo indo colidir contra as rochas,
presumivelmente morto.
Em um recente episódio de "Digimon", a série japonesa de maior
sucesso na Fox, um personagem do mal, Apocolymon, ataca os jovens heróis com navalhas.
A certa altura, ele usa uma rajada de energia para desintegrar seus corpos.
O estilo dos desenhos japoneses, chamados "anime", está influenciando
os
animadores americanos, cujos novos programas geralmente não são menos
violentos do que os (e estilisticamente semelhantes aos) importados do
Japão.
"Batman do Futuro" da WB, produzido nos Estados Unidos mas
influenciado pela
animação japonesa, possui algumas das cenas de combate mais intensas na
programação infantil. Em um episódio exibido na quinta-feira (25), Batman
sufoca o vilão com duas metades de um mastro quebrado até ele fica
inconsciente.
A proliferação dos desenhos foi rápida. Até dois anos atrás quase não
havia
a presença de desenhos japoneses na programação infantil, fora alguns poucos
exibidos em canais independentes. Apesar do sucesso dos "Power Rangers",
um
programa da Fox que provocou uma enorme protesto dos pais por causa da
violência no início dos anos 1990, a tendência geral era pela produção de
uma programação mais benigna nos canais e horários infantis.
Agora, a qualquer hora, os desenhos "anime" ocupam a maior parte da
programação infantil em canais como a Fox, WB e Cartoon Network, que
entraram no mercado infantil nos anos 1990, voltando sua programação para os
meninos para se diferenciar das programações de canais como Nickelodeon, ABC
e CBS.
No ano passado, cerca de uma dúzia de desenhos japoneses passaram a ser
exibidos na Fox, WB e Cartoon Network, apesar de que em alguns eles são mais
exibidos do que em outros. Por exemplo, a Fox às vezes programa maratonas
"Digimon" nas manhãs de sábado durante seu bloco de desenhos. A WB
chega a
exibir três episódios seguidos de "Pokémon" também nas manhãs de
sábado.
"Pokémon", inspirado no videogame da Nintendo, é considerado o maior
responsável pela explosão do gênero. Lançado nos Estados Unidos pela
produtora e distribuidora 4Kids Entertainment em 1998, ele imediatamente
passou a ocupar o primeiro lugar em audiência entre as crianças em canais
independentes. Percebendo seu sucesso em canais independentes, a WB comprou
os direitos de licenciamento e começou a exibi-lo em fevereiro de 1999. Ele
logo se tornou o campeão de audiência de toda a programação infantil.
"Pokémon" é repleto de ação, apesar de poder ser, de fato,
considerado
benigno em comparação com os demais desenhos do gênero, que contêm material
que vai de sexo e violência explícitos voltados para adultos até
entretenimento adequado para espectadores mais jovens. Mas seu sucesso
chamou a atenção dos concorrentes não apenas pela enorme audiência, mas
também pelo preço relativamente baixo, uma marca dos desenhos importados do
Japão.
Um episódio comum de "Pokémon" custa em torno de US$ 100 mil (R$ 200
mil); o
custo médio de um episódio original de um desenho americano é de cerca de
US$ 500 mil (R$ 1 milhão). Levando em conta que o mercado publicitário da
programação infantil tem estado fraco há mais de um ano -e espera-se que
fique ainda pior- tal diferença de preço pesa muito.
Os desenhos japoneses são muito mais baratos porque são animados de forma
mais simples do que os desenhos americanos -seu estilo estático exige muito
menos desenhos por episódio. Além disso, a maioria dos desenhos japoneses
foram produzidos para a televisão japonesa, que é quem acaba arcando com o
custo inicial de produção.
O baixo custo e a elevada audiência de "Pokémon", especialmente
entre os
meninos, era exatamente o que a WB, a Fox e o Cartoon Network estavam
procurando. Os desenhos japoneses não apenas forneceram a audiência
necessária, mas também atendeu à necessidade dos anunciantes que esperam
vender "action figures" (bonequinhos) para os meninos -muitos baseados
nos
próprios desenhos- além de cereais e guloseimas.
O sucesso dos desenhos japoneses entre os meninos é atribuído por muitos por
se espelharem nos videogames japoneses, nos quais os inimigos são derrotados
uns após os outros em detalhes gráficos. Por este motivo, a maioria dos
desenhos japoneses recebem classificação de impróprios para menores de 7
anos e de conter extrema violência.
"Nós temos que olhar para as crianças de hoje", disse Joel Andryc,
vice-presidente executivo para programação da Fox. "Elas cresceram com
videogames, como Sega e PlayStation. E muitos dos jogos com que cresceram
são produzidos no Japão. Este é o tipo de animação que desejam".
Mas Andryc disse acreditar que a Fox exibe uma variedade de programas com
outros estilos, além das séries de baixo custo e com ação estilo videogame.
A maioria dos programas apresenta combates do bem contra o mal, onde
crianças guerreiras movidas pela honra emergem vitoriosas, disse ele.
Aqueles que exibem valor e lealdade são geralmente recompensados nas tramas.
Aqueles que demonstram ganância e egoísmo são punidos.
"As crianças podem se relacionar com estes personagens", disse ele.
"Elas
vêem como alguém pode fortalecer a si mesmo em vários aspectos para
enfrentar um monstro e salvar o mundo".
Ainda assim, o gênero é considerado tão violento pela Nickelodeon que o
canal se recusa a exibi-lo. "É mais violência em nome violência do que
jamais vi", disse Cyma Zarghami, vice-presidente executiva e gerente geral
da Nickelodeon.
Considerando a quantidade de lutas que os novos desenhos possuem, eles
surpreendentemente recebem poucas críticas dos grupos de pais.
Amy Aidman, diretora do Centro para Educação na Mídia, um grupo de pesquisa
e defesa da infância, disse que um dos motivos poderia ser que as noções
gerais de violência na televisão mudaram, de oposição absoluta a todo tipo
de luta para uma compreensão de que há diferentes mensagens em tipos
diferentes de lutas -e nem todas são ruins.
"Nem toda a violência é igual, e nem todas as lutas são iguais",
disse ela.
"Você precisa separar as coisas. Quem são os heróis? O comportamento
agressivo está sendo reforçado?"
Apesar de "Pokémon" estar repleto de lutas, disse ela, a série também
oferece para as crianças uma trama de fortalecimento -os heróis geralmente
saem vencendo e quando isto não acontece, eles perseveram e se esforçam para
conseguir isto na próxima vez.
Outros se perguntam se a tolerância à violência no país aumentou desde o
início dos anos 1990, quando os "Power Rangers" provocaram enormes
protestos
de grupos de pais.
"Os pais estão insensibilizados", disse George Gerbner, decano emérito
da
Escola de Comunicação Annenberg da Universidade da Pensilvânia. "Eles já
estão acostumados à violência -eles próprios cresceram com ela".
Não há um acordo dentro da indústria da televisão se o anime, assim como
ocorreu com os "Power Rangers", perderá popularidade ou veio para
ficar na
programação infantil. A maioria das pessoas disse esperar que a tendência
diminua pelo menos um pouco.
Jon Mandel, co-diretor administrativo da MediaCom, um grupo de serviços de
mídia de propriedade da Grey Global Group, e um antigo observador das
tendências da programação infantil, disse achar que a moda do anime está na
metade do seu ciclo de vida.
"É um daqueles cenários clássicos onde o garoto mais popular da escola
gosta
de algo e as demais crianças o imitam, da mesma forma que ocorre entre os
responsáveis pela programação da televisão", disse ele. "Mas chega
um ponto
em que até o c.d.f. adota a moda, e então os garotos populares precisam
mudar para outra coisa".
Tradução: George El Khouri Andolfato